Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Opinião|Para transição energética ser bem-sucedida, precisará de mais aritmética e menos narrativas


Térmicas a gás funcionariam como uma espécie de bateria, além de minimizarem a emissão das térmicas a diesel

Por Adriano Pires

A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática. Por outro lado, precisamos mostrar que sem o uso dos combustíveis fósseis não conseguiremos fazer uma transição energética para atender ao trilema sustentabilidade, segurança e acesso à energia por parte das camadas mais baixas da sociedade. Vamos olhar especificamente o que está ocorrendo na Amazônia.

Quando foram construídas as grandes hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, criou-se a narrativa de que era necessário que as usinas fossem a fio d’água para atender às exigências de preservação do meio ambiente. Com essa decisão renunciamos à construção de eclusas, à navegação pelo rio e a fornecer confiabilidade ao sistema elétrico. Ou seja, ao invés de minimizar as emissões de CO2, acabou por piorar na medida em que, quando temos seca, a única saída é ligar térmicas a óleo diesel mais caras e poluentes, dado que as eólicas e solares, também, são intermitentes. Já que não podemos reconstruir as usinas com reservatório, a saída definitiva e estrutural é a térmica a gás operando na base do sistema. Problema de oferta de gás natural na Amazônia não existe, na medida em que existem grandes reservas de gás na região. O problema real é a falta de infraestrutura de gasodutos. Por exemplo, por que não construir um gasoduto ligando Manaus a Porto Velho? Essa térmica a gás faria o papel de firmar a energia dessas hidrelétricas e permitiria um melhor gerenciamento do uso da água para outros fins.

Criou-se narrativa de que hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte encerrariam necessidade de usinas termoelétricas Foto: Noah Friedman-Rudovsky / The New York Times
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O problema é que, quando essa solução é apresentada, começa o discurso de que essas térmicas são jabutis e vão encarecer a conta dos consumidores. Fake news! Mais uma narrativa criada que acaba virando verdade. Primeiro, a conta dos consumidores não vai aumentar, ao contrário. Colocando térmicas a gás na base, a volatilidade dos preços será reduzida. Elas funcionariam como uma espécie de bateria tanto para as hidrelétricas como para as eólicas e solares, além de minimizarem a emissão de CO2, na medida em que não ligaremos as térmicas a diesel. Precisamos parar com as narrativas e passar a fazer conta. O problema é que ninguém gosta de fazer conta e às vezes nem sabe fazer. As contas bem-feitas mostrarão quem são os verdadeiros jabutis.

A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática. Por outro lado, precisamos mostrar que sem o uso dos combustíveis fósseis não conseguiremos fazer uma transição energética para atender ao trilema sustentabilidade, segurança e acesso à energia por parte das camadas mais baixas da sociedade. Vamos olhar especificamente o que está ocorrendo na Amazônia.

Quando foram construídas as grandes hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, criou-se a narrativa de que era necessário que as usinas fossem a fio d’água para atender às exigências de preservação do meio ambiente. Com essa decisão renunciamos à construção de eclusas, à navegação pelo rio e a fornecer confiabilidade ao sistema elétrico. Ou seja, ao invés de minimizar as emissões de CO2, acabou por piorar na medida em que, quando temos seca, a única saída é ligar térmicas a óleo diesel mais caras e poluentes, dado que as eólicas e solares, também, são intermitentes. Já que não podemos reconstruir as usinas com reservatório, a saída definitiva e estrutural é a térmica a gás operando na base do sistema. Problema de oferta de gás natural na Amazônia não existe, na medida em que existem grandes reservas de gás na região. O problema real é a falta de infraestrutura de gasodutos. Por exemplo, por que não construir um gasoduto ligando Manaus a Porto Velho? Essa térmica a gás faria o papel de firmar a energia dessas hidrelétricas e permitiria um melhor gerenciamento do uso da água para outros fins.

Criou-se narrativa de que hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte encerrariam necessidade de usinas termoelétricas Foto: Noah Friedman-Rudovsky / The New York Times

O problema é que, quando essa solução é apresentada, começa o discurso de que essas térmicas são jabutis e vão encarecer a conta dos consumidores. Fake news! Mais uma narrativa criada que acaba virando verdade. Primeiro, a conta dos consumidores não vai aumentar, ao contrário. Colocando térmicas a gás na base, a volatilidade dos preços será reduzida. Elas funcionariam como uma espécie de bateria tanto para as hidrelétricas como para as eólicas e solares, além de minimizarem a emissão de CO2, na medida em que não ligaremos as térmicas a diesel. Precisamos parar com as narrativas e passar a fazer conta. O problema é que ninguém gosta de fazer conta e às vezes nem sabe fazer. As contas bem-feitas mostrarão quem são os verdadeiros jabutis.

A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática. Por outro lado, precisamos mostrar que sem o uso dos combustíveis fósseis não conseguiremos fazer uma transição energética para atender ao trilema sustentabilidade, segurança e acesso à energia por parte das camadas mais baixas da sociedade. Vamos olhar especificamente o que está ocorrendo na Amazônia.

Quando foram construídas as grandes hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, criou-se a narrativa de que era necessário que as usinas fossem a fio d’água para atender às exigências de preservação do meio ambiente. Com essa decisão renunciamos à construção de eclusas, à navegação pelo rio e a fornecer confiabilidade ao sistema elétrico. Ou seja, ao invés de minimizar as emissões de CO2, acabou por piorar na medida em que, quando temos seca, a única saída é ligar térmicas a óleo diesel mais caras e poluentes, dado que as eólicas e solares, também, são intermitentes. Já que não podemos reconstruir as usinas com reservatório, a saída definitiva e estrutural é a térmica a gás operando na base do sistema. Problema de oferta de gás natural na Amazônia não existe, na medida em que existem grandes reservas de gás na região. O problema real é a falta de infraestrutura de gasodutos. Por exemplo, por que não construir um gasoduto ligando Manaus a Porto Velho? Essa térmica a gás faria o papel de firmar a energia dessas hidrelétricas e permitiria um melhor gerenciamento do uso da água para outros fins.

Criou-se narrativa de que hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte encerrariam necessidade de usinas termoelétricas Foto: Noah Friedman-Rudovsky / The New York Times

O problema é que, quando essa solução é apresentada, começa o discurso de que essas térmicas são jabutis e vão encarecer a conta dos consumidores. Fake news! Mais uma narrativa criada que acaba virando verdade. Primeiro, a conta dos consumidores não vai aumentar, ao contrário. Colocando térmicas a gás na base, a volatilidade dos preços será reduzida. Elas funcionariam como uma espécie de bateria tanto para as hidrelétricas como para as eólicas e solares, além de minimizarem a emissão de CO2, na medida em que não ligaremos as térmicas a diesel. Precisamos parar com as narrativas e passar a fazer conta. O problema é que ninguém gosta de fazer conta e às vezes nem sabe fazer. As contas bem-feitas mostrarão quem são os verdadeiros jabutis.

A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática. Por outro lado, precisamos mostrar que sem o uso dos combustíveis fósseis não conseguiremos fazer uma transição energética para atender ao trilema sustentabilidade, segurança e acesso à energia por parte das camadas mais baixas da sociedade. Vamos olhar especificamente o que está ocorrendo na Amazônia.

Quando foram construídas as grandes hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, criou-se a narrativa de que era necessário que as usinas fossem a fio d’água para atender às exigências de preservação do meio ambiente. Com essa decisão renunciamos à construção de eclusas, à navegação pelo rio e a fornecer confiabilidade ao sistema elétrico. Ou seja, ao invés de minimizar as emissões de CO2, acabou por piorar na medida em que, quando temos seca, a única saída é ligar térmicas a óleo diesel mais caras e poluentes, dado que as eólicas e solares, também, são intermitentes. Já que não podemos reconstruir as usinas com reservatório, a saída definitiva e estrutural é a térmica a gás operando na base do sistema. Problema de oferta de gás natural na Amazônia não existe, na medida em que existem grandes reservas de gás na região. O problema real é a falta de infraestrutura de gasodutos. Por exemplo, por que não construir um gasoduto ligando Manaus a Porto Velho? Essa térmica a gás faria o papel de firmar a energia dessas hidrelétricas e permitiria um melhor gerenciamento do uso da água para outros fins.

Criou-se narrativa de que hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte encerrariam necessidade de usinas termoelétricas Foto: Noah Friedman-Rudovsky / The New York Times

O problema é que, quando essa solução é apresentada, começa o discurso de que essas térmicas são jabutis e vão encarecer a conta dos consumidores. Fake news! Mais uma narrativa criada que acaba virando verdade. Primeiro, a conta dos consumidores não vai aumentar, ao contrário. Colocando térmicas a gás na base, a volatilidade dos preços será reduzida. Elas funcionariam como uma espécie de bateria tanto para as hidrelétricas como para as eólicas e solares, além de minimizarem a emissão de CO2, na medida em que não ligaremos as térmicas a diesel. Precisamos parar com as narrativas e passar a fazer conta. O problema é que ninguém gosta de fazer conta e às vezes nem sabe fazer. As contas bem-feitas mostrarão quem são os verdadeiros jabutis.

A atual crise hídrica que está ocorrendo na Região Norte do Brasil traz de volta as preocupações legítimas sobre as mudanças climáticas. De um lado, os ambientalistas mais radicais afirmam que é preciso reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis no mundo: carvão, petróleo e gás natural. Afirmam, também, que o Brasil não escapa da sandice planetária devido à posição do governo Lula ser ambivalente em relação à questão ambiental e climática ao se comprometer em combater o desmatamento e não entender que explorar mais petróleo aprofunda a crise climática. Por outro lado, precisamos mostrar que sem o uso dos combustíveis fósseis não conseguiremos fazer uma transição energética para atender ao trilema sustentabilidade, segurança e acesso à energia por parte das camadas mais baixas da sociedade. Vamos olhar especificamente o que está ocorrendo na Amazônia.

Quando foram construídas as grandes hidrelétricas de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, criou-se a narrativa de que era necessário que as usinas fossem a fio d’água para atender às exigências de preservação do meio ambiente. Com essa decisão renunciamos à construção de eclusas, à navegação pelo rio e a fornecer confiabilidade ao sistema elétrico. Ou seja, ao invés de minimizar as emissões de CO2, acabou por piorar na medida em que, quando temos seca, a única saída é ligar térmicas a óleo diesel mais caras e poluentes, dado que as eólicas e solares, também, são intermitentes. Já que não podemos reconstruir as usinas com reservatório, a saída definitiva e estrutural é a térmica a gás operando na base do sistema. Problema de oferta de gás natural na Amazônia não existe, na medida em que existem grandes reservas de gás na região. O problema real é a falta de infraestrutura de gasodutos. Por exemplo, por que não construir um gasoduto ligando Manaus a Porto Velho? Essa térmica a gás faria o papel de firmar a energia dessas hidrelétricas e permitiria um melhor gerenciamento do uso da água para outros fins.

Criou-se narrativa de que hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte encerrariam necessidade de usinas termoelétricas Foto: Noah Friedman-Rudovsky / The New York Times

O problema é que, quando essa solução é apresentada, começa o discurso de que essas térmicas são jabutis e vão encarecer a conta dos consumidores. Fake news! Mais uma narrativa criada que acaba virando verdade. Primeiro, a conta dos consumidores não vai aumentar, ao contrário. Colocando térmicas a gás na base, a volatilidade dos preços será reduzida. Elas funcionariam como uma espécie de bateria tanto para as hidrelétricas como para as eólicas e solares, além de minimizarem a emissão de CO2, na medida em que não ligaremos as térmicas a diesel. Precisamos parar com as narrativas e passar a fazer conta. O problema é que ninguém gosta de fazer conta e às vezes nem sabe fazer. As contas bem-feitas mostrarão quem são os verdadeiros jabutis.

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