Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Opinião|Como aumentar a oferta de gás natural e incentivar seu consumo


É interessante ao novo governo entender a relação dos setores de energia e o agronegócio

Por Adriano Pires

Começou um novo ano e um novo governo. Como em todo início de governo sempre vale colocar desafios e sugestões para reflexão das novas autoridades do setor de energia. Vamos neste artigo nos deter ao gás natural. Para promover a abertura com crescimento do mercado de gás no Brasil temos dois desafios. O primeiro é reduzir a reinjeção no pré-sal, que hoje chega a quase 70 milhões de m³/dia e com isso aumentar a oferta de gás natural nacional. Nunca é demais lembrar que hoje somos importadores de gás e tão reféns como a Europa. O segundo é incentivar através de políticas públicas a construção de infraestruturas como gasodutos de escoamento, de transporte e Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Feito isso, como incentivar o aumento do consumo do gás natural? Criando âncoras de consumo como térmicas, plantas de fertilizantes, indústria química, promovendo a interiorização do gás e estimulando um processo de integração entre a energia elétrica e o gás natural por meio de térmicas inflexíveis com leilões locacionais. São as térmicas a gás que vão garantir a nossa confiabilidade energética, ajudando a expandir com segurança as fontes renováveis como a eólica e a solar.

Um outro ponto de atenção para o novo governo é entender que existe uma grande sinergia entre o setor de energia e o agronegócio, e uma fonte de energia que se beneficiaria dessa integração é o biogás. Temos um pré-sal caipira que, junto com o aumento da produção doméstica de gás natural, nos dará um instrumento que vai garantir a nossa segurança energética e alimentar, podendo fomentar a produção nacional de fertilizantes. Um dos principais ensinamentos da guerra Ucrânia x Rússia foi mostrar que segurança alimentar e de energia andam juntas. Além do mais, a interiorização do gás natural significará uma política de preservação de recursos hídricos que possibilitarão atender aos usos múltiplos da água, em particular, irrigação.

Brasil é um importador de gás e tão refém como a Europa Foto: Michael Sohn/Reuters
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Com o objetivo de acelerar a produção de biogás, o governo federal, juntamente com os Estados, deveria elaborar um Atlas de Potencial de Biogás no território brasileiro, como foi feito com a energia eólica e solar. O biogás vai ajudar a descarbonizar o agronegócio e aumentar a geração de energia renovável não intermitente.

Por fim, o gás natural e o biometano têm um papel fundamental no segmento de transporte, ajudando a reduzir o consumo de diesel importado. Para isso, é preciso fomentar o estabelecimento de corredores sustentáveis azuis (gás natural) e verdes (biometano) no território nacional e desenvolver incentivos, como diferenciais tributários, para conversão de frota de veículos pesados a diesel via kits de instalação de cilindros de gás natural, gás natural liquefeito e/ou biometano. Ficam as sugestões.

Começou um novo ano e um novo governo. Como em todo início de governo sempre vale colocar desafios e sugestões para reflexão das novas autoridades do setor de energia. Vamos neste artigo nos deter ao gás natural. Para promover a abertura com crescimento do mercado de gás no Brasil temos dois desafios. O primeiro é reduzir a reinjeção no pré-sal, que hoje chega a quase 70 milhões de m³/dia e com isso aumentar a oferta de gás natural nacional. Nunca é demais lembrar que hoje somos importadores de gás e tão reféns como a Europa. O segundo é incentivar através de políticas públicas a construção de infraestruturas como gasodutos de escoamento, de transporte e Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Feito isso, como incentivar o aumento do consumo do gás natural? Criando âncoras de consumo como térmicas, plantas de fertilizantes, indústria química, promovendo a interiorização do gás e estimulando um processo de integração entre a energia elétrica e o gás natural por meio de térmicas inflexíveis com leilões locacionais. São as térmicas a gás que vão garantir a nossa confiabilidade energética, ajudando a expandir com segurança as fontes renováveis como a eólica e a solar.

Um outro ponto de atenção para o novo governo é entender que existe uma grande sinergia entre o setor de energia e o agronegócio, e uma fonte de energia que se beneficiaria dessa integração é o biogás. Temos um pré-sal caipira que, junto com o aumento da produção doméstica de gás natural, nos dará um instrumento que vai garantir a nossa segurança energética e alimentar, podendo fomentar a produção nacional de fertilizantes. Um dos principais ensinamentos da guerra Ucrânia x Rússia foi mostrar que segurança alimentar e de energia andam juntas. Além do mais, a interiorização do gás natural significará uma política de preservação de recursos hídricos que possibilitarão atender aos usos múltiplos da água, em particular, irrigação.

Brasil é um importador de gás e tão refém como a Europa Foto: Michael Sohn/Reuters

Com o objetivo de acelerar a produção de biogás, o governo federal, juntamente com os Estados, deveria elaborar um Atlas de Potencial de Biogás no território brasileiro, como foi feito com a energia eólica e solar. O biogás vai ajudar a descarbonizar o agronegócio e aumentar a geração de energia renovável não intermitente.

Por fim, o gás natural e o biometano têm um papel fundamental no segmento de transporte, ajudando a reduzir o consumo de diesel importado. Para isso, é preciso fomentar o estabelecimento de corredores sustentáveis azuis (gás natural) e verdes (biometano) no território nacional e desenvolver incentivos, como diferenciais tributários, para conversão de frota de veículos pesados a diesel via kits de instalação de cilindros de gás natural, gás natural liquefeito e/ou biometano. Ficam as sugestões.

Começou um novo ano e um novo governo. Como em todo início de governo sempre vale colocar desafios e sugestões para reflexão das novas autoridades do setor de energia. Vamos neste artigo nos deter ao gás natural. Para promover a abertura com crescimento do mercado de gás no Brasil temos dois desafios. O primeiro é reduzir a reinjeção no pré-sal, que hoje chega a quase 70 milhões de m³/dia e com isso aumentar a oferta de gás natural nacional. Nunca é demais lembrar que hoje somos importadores de gás e tão reféns como a Europa. O segundo é incentivar através de políticas públicas a construção de infraestruturas como gasodutos de escoamento, de transporte e Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs). Feito isso, como incentivar o aumento do consumo do gás natural? Criando âncoras de consumo como térmicas, plantas de fertilizantes, indústria química, promovendo a interiorização do gás e estimulando um processo de integração entre a energia elétrica e o gás natural por meio de térmicas inflexíveis com leilões locacionais. São as térmicas a gás que vão garantir a nossa confiabilidade energética, ajudando a expandir com segurança as fontes renováveis como a eólica e a solar.

Um outro ponto de atenção para o novo governo é entender que existe uma grande sinergia entre o setor de energia e o agronegócio, e uma fonte de energia que se beneficiaria dessa integração é o biogás. Temos um pré-sal caipira que, junto com o aumento da produção doméstica de gás natural, nos dará um instrumento que vai garantir a nossa segurança energética e alimentar, podendo fomentar a produção nacional de fertilizantes. Um dos principais ensinamentos da guerra Ucrânia x Rússia foi mostrar que segurança alimentar e de energia andam juntas. Além do mais, a interiorização do gás natural significará uma política de preservação de recursos hídricos que possibilitarão atender aos usos múltiplos da água, em particular, irrigação.

Brasil é um importador de gás e tão refém como a Europa Foto: Michael Sohn/Reuters

Com o objetivo de acelerar a produção de biogás, o governo federal, juntamente com os Estados, deveria elaborar um Atlas de Potencial de Biogás no território brasileiro, como foi feito com a energia eólica e solar. O biogás vai ajudar a descarbonizar o agronegócio e aumentar a geração de energia renovável não intermitente.

Por fim, o gás natural e o biometano têm um papel fundamental no segmento de transporte, ajudando a reduzir o consumo de diesel importado. Para isso, é preciso fomentar o estabelecimento de corredores sustentáveis azuis (gás natural) e verdes (biometano) no território nacional e desenvolver incentivos, como diferenciais tributários, para conversão de frota de veículos pesados a diesel via kits de instalação de cilindros de gás natural, gás natural liquefeito e/ou biometano. Ficam as sugestões.

Opinião por Adriano Pires

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