Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Opinião|Indústria 4.0 traz crescimento do consumo de energia


Desafio é como atender a essa nova demanda sem colocar em xeque o acesso à energia das camadas de baixa renda

Por Adriano Pires

Acada dia surgem novas tecnologias e inovações oriundas da emergente Indústria 4.0. Com elas vêm uma onda de vultuosos investimentos em data centers para comportar suas operações. A ascensão de sistemas de Inteligência Artificial (IA), assim como a evolução da computação em nuvem e da criptomineração, obrigou essas e outras empresas a expandir sua capacidade de processamento de dados.

Antes do surgimento dessas tecnologias, as estimativas de especialistas, em particular, dos ambientalistas era de que o consumo de energia elétrica sofresse uma redução gradual até o fim desta década. Com a Indústria 4. 0, também, conhecida como a Quarta Revolução Industrial, a expectativa é de que ocorra o contrário. Segundo estimativas da Morningstar, companhia de inteligência de mercado norte-americana, data centers consumiram 460 TWh de energia em 2022. A previsão é de que este consumo dobre até 2026, superando 1.000 TWh, a título de exemplo, isso é a demanda atual do Japão. A JPMorgan calculou que a AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, a Alphabet, a Meta e a Microsoft, consumiram juntas 90 TWh em 2022. Isso antes da revolução da IA, que só viria a tomar forma consistente em 2023, o que significa mais crescimento do consumo de energia.

O desafio é como atender a essa nova demanda, sem colocar em xeque a segurança energética, a sustentabilidade e o acesso à energia das camadas de renda mais baixa no contexto da transição energética. Os data centers são altamente intensivos em energia e necessitam, obrigatoriamente, de um fornecimento de qualidade e ininterrupto de energia. Nesse contexto, as usinas termoelétricas são apontadas como a principal alternativa para uma oferta segura e acessível, sobretudo as movidas a gás natural e a energia nuclear. Consequentemente, voltaram a crescer os investimentos em térmicas a gás e o retorno das nucleares.

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Indústria terá data centers para processamento de dados, cada vez mais fundamentais Foto: Marcos de Paula / Estadão

Nos Estados Unidos, onde as Big Techs vêm atuando como agentes centrais no setor de energia, companhias voltam a resgatar a energia nuclear dado que estabilizam a intermitência das renováveis e ao mesmo tempo reduzem as emissões. Um bom exemplo é a AWS que, em março, pagou US$650 milhões por um data center de 960 megawatts (MW), na Pensilvânia, alimentado por um reator nuclear. Outro caso é da Microsoft, que fechou um acordo com a Constellation Energy, maior operador de usinas nucleares no país, para ter energia nuclear disponível em casos de interrupção do fornecimento eólico ou solar em um data center na Virgínia.

A expansão da Indústria 4.0 já é uma realidade e o Brasil pode atrair essas indústrias, já que somos um grande produtor de energia e possuímos uma enorme diversidade energética, tanto de fósseis como de renováveis. Não podemos perder a chance de colocar o País como um dos principais protagonista nesse momento de crescimento do consumo de energia. Essa seria a verdadeira reindustrialização do Brasil.

Acada dia surgem novas tecnologias e inovações oriundas da emergente Indústria 4.0. Com elas vêm uma onda de vultuosos investimentos em data centers para comportar suas operações. A ascensão de sistemas de Inteligência Artificial (IA), assim como a evolução da computação em nuvem e da criptomineração, obrigou essas e outras empresas a expandir sua capacidade de processamento de dados.

Antes do surgimento dessas tecnologias, as estimativas de especialistas, em particular, dos ambientalistas era de que o consumo de energia elétrica sofresse uma redução gradual até o fim desta década. Com a Indústria 4. 0, também, conhecida como a Quarta Revolução Industrial, a expectativa é de que ocorra o contrário. Segundo estimativas da Morningstar, companhia de inteligência de mercado norte-americana, data centers consumiram 460 TWh de energia em 2022. A previsão é de que este consumo dobre até 2026, superando 1.000 TWh, a título de exemplo, isso é a demanda atual do Japão. A JPMorgan calculou que a AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, a Alphabet, a Meta e a Microsoft, consumiram juntas 90 TWh em 2022. Isso antes da revolução da IA, que só viria a tomar forma consistente em 2023, o que significa mais crescimento do consumo de energia.

O desafio é como atender a essa nova demanda, sem colocar em xeque a segurança energética, a sustentabilidade e o acesso à energia das camadas de renda mais baixa no contexto da transição energética. Os data centers são altamente intensivos em energia e necessitam, obrigatoriamente, de um fornecimento de qualidade e ininterrupto de energia. Nesse contexto, as usinas termoelétricas são apontadas como a principal alternativa para uma oferta segura e acessível, sobretudo as movidas a gás natural e a energia nuclear. Consequentemente, voltaram a crescer os investimentos em térmicas a gás e o retorno das nucleares.

Indústria terá data centers para processamento de dados, cada vez mais fundamentais Foto: Marcos de Paula / Estadão

Nos Estados Unidos, onde as Big Techs vêm atuando como agentes centrais no setor de energia, companhias voltam a resgatar a energia nuclear dado que estabilizam a intermitência das renováveis e ao mesmo tempo reduzem as emissões. Um bom exemplo é a AWS que, em março, pagou US$650 milhões por um data center de 960 megawatts (MW), na Pensilvânia, alimentado por um reator nuclear. Outro caso é da Microsoft, que fechou um acordo com a Constellation Energy, maior operador de usinas nucleares no país, para ter energia nuclear disponível em casos de interrupção do fornecimento eólico ou solar em um data center na Virgínia.

A expansão da Indústria 4.0 já é uma realidade e o Brasil pode atrair essas indústrias, já que somos um grande produtor de energia e possuímos uma enorme diversidade energética, tanto de fósseis como de renováveis. Não podemos perder a chance de colocar o País como um dos principais protagonista nesse momento de crescimento do consumo de energia. Essa seria a verdadeira reindustrialização do Brasil.

Acada dia surgem novas tecnologias e inovações oriundas da emergente Indústria 4.0. Com elas vêm uma onda de vultuosos investimentos em data centers para comportar suas operações. A ascensão de sistemas de Inteligência Artificial (IA), assim como a evolução da computação em nuvem e da criptomineração, obrigou essas e outras empresas a expandir sua capacidade de processamento de dados.

Antes do surgimento dessas tecnologias, as estimativas de especialistas, em particular, dos ambientalistas era de que o consumo de energia elétrica sofresse uma redução gradual até o fim desta década. Com a Indústria 4. 0, também, conhecida como a Quarta Revolução Industrial, a expectativa é de que ocorra o contrário. Segundo estimativas da Morningstar, companhia de inteligência de mercado norte-americana, data centers consumiram 460 TWh de energia em 2022. A previsão é de que este consumo dobre até 2026, superando 1.000 TWh, a título de exemplo, isso é a demanda atual do Japão. A JPMorgan calculou que a AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, a Alphabet, a Meta e a Microsoft, consumiram juntas 90 TWh em 2022. Isso antes da revolução da IA, que só viria a tomar forma consistente em 2023, o que significa mais crescimento do consumo de energia.

O desafio é como atender a essa nova demanda, sem colocar em xeque a segurança energética, a sustentabilidade e o acesso à energia das camadas de renda mais baixa no contexto da transição energética. Os data centers são altamente intensivos em energia e necessitam, obrigatoriamente, de um fornecimento de qualidade e ininterrupto de energia. Nesse contexto, as usinas termoelétricas são apontadas como a principal alternativa para uma oferta segura e acessível, sobretudo as movidas a gás natural e a energia nuclear. Consequentemente, voltaram a crescer os investimentos em térmicas a gás e o retorno das nucleares.

Indústria terá data centers para processamento de dados, cada vez mais fundamentais Foto: Marcos de Paula / Estadão

Nos Estados Unidos, onde as Big Techs vêm atuando como agentes centrais no setor de energia, companhias voltam a resgatar a energia nuclear dado que estabilizam a intermitência das renováveis e ao mesmo tempo reduzem as emissões. Um bom exemplo é a AWS que, em março, pagou US$650 milhões por um data center de 960 megawatts (MW), na Pensilvânia, alimentado por um reator nuclear. Outro caso é da Microsoft, que fechou um acordo com a Constellation Energy, maior operador de usinas nucleares no país, para ter energia nuclear disponível em casos de interrupção do fornecimento eólico ou solar em um data center na Virgínia.

A expansão da Indústria 4.0 já é uma realidade e o Brasil pode atrair essas indústrias, já que somos um grande produtor de energia e possuímos uma enorme diversidade energética, tanto de fósseis como de renováveis. Não podemos perder a chance de colocar o País como um dos principais protagonista nesse momento de crescimento do consumo de energia. Essa seria a verdadeira reindustrialização do Brasil.

Opinião por Adriano Pires

Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

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