Ex-presidente do BC e sócio da A.C. Pastore e Associados

Opinião|Discurso populista para desmoralizar independência do BC condena governo Lula ao fracasso


Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais presidente se comportou como candidato para que ele perdesse a aura de ‘pragmático’

Por Affonso Celso Pastore

O presidente da República abriu uma guerra contra o Banco Central, na qual procura desmoralizar a independência da instituição e propõe o aumento da meta de inflação. O que ele ainda não entendeu é que, com esse discurso, que é típico de um populista de esquerda cujo único objetivo é “defender os trabalhadores honestos contra os empresários rentistas e corruptos”, está condenando seu governo ao fracasso.

Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais Lula se comportou como candidato, e não como presidente, para que perdesse a aura de “pragmático”. Na verdade, a aura de pragmatismo vem do sucesso de seus dois primeiros mandatos, que se deve ao superciclo de commodities e à prosperidade da economia mundial nos anos finais da “great moderation”.

Foram estas as condições que lhe permitiram desfrutar dos benefícios da herança deixada por FHC, que fechou um acordo com o FMI proporcionando um nível confortável de reservas e um arcabouço fiscal com instrumentos – como a Lei de Responsabilidade Fiscal – que viabilizou a geração dos superávits primários que mantiveram a dívida pública abaixo de 60% do PIB.

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O presidente Lula chamou a autonomia do Banco Central de "bobagem". Foto: Eraldo Peres/AP Photo 

Para Lula, o crescimento de então foi provocado pelos gastos públicos e o uso dos bancos públicos, principalmente o BNDES. Sua crença no poder desses “instrumentos” é tão grande que ele não poupa esforços em tentar reabilitar a imagem de Dilma que, como ele, acredita no poder da política do “gasto é vida”, e que teria sido vítima de um “golpe”, e não de seus próprios erros.

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É preciso que ele se convença de que não há “passe de mágica” que derrube a inflação atual sem uma desaceleração temporária do crescimento. É preciso que tome consciência de que vivemos um “conflito fiscal-monetário”, que se agravou a partir de 2022, no qual a política fiscal expansionista atua na direção contrária à da política monetária, impedindo a desaceleração do crescimento que trará a inflação para a meta. Quanto mais expansionista for a política fiscal maior será o período no qual a política monetária terá que ser mantida em território restritivo, como fica claro nas sucessivas manifestações do Banco Central.

Quanto mais atacar o Banco Central maior será o deslocamento para cima de toda a estrutura a termo de taxa de juros, o que não acarreta apenas a piora das condições financeiras e, em consequências, uma redução do crescimento, como um aumento das taxas de juros da dívida pública e uma piora da dinâmica da dívida. Estará, assim, gerando um círculo vicioso no qual o aumento da dívida leva ao aumento da estrutura a termo da taxa de juros e a menor crescimento econômico. É exatamente o inverso do que gostaria.

O presidente da República abriu uma guerra contra o Banco Central, na qual procura desmoralizar a independência da instituição e propõe o aumento da meta de inflação. O que ele ainda não entendeu é que, com esse discurso, que é típico de um populista de esquerda cujo único objetivo é “defender os trabalhadores honestos contra os empresários rentistas e corruptos”, está condenando seu governo ao fracasso.

Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais Lula se comportou como candidato, e não como presidente, para que perdesse a aura de “pragmático”. Na verdade, a aura de pragmatismo vem do sucesso de seus dois primeiros mandatos, que se deve ao superciclo de commodities e à prosperidade da economia mundial nos anos finais da “great moderation”.

Foram estas as condições que lhe permitiram desfrutar dos benefícios da herança deixada por FHC, que fechou um acordo com o FMI proporcionando um nível confortável de reservas e um arcabouço fiscal com instrumentos – como a Lei de Responsabilidade Fiscal – que viabilizou a geração dos superávits primários que mantiveram a dívida pública abaixo de 60% do PIB.

O presidente Lula chamou a autonomia do Banco Central de "bobagem". Foto: Eraldo Peres/AP Photo 

Para Lula, o crescimento de então foi provocado pelos gastos públicos e o uso dos bancos públicos, principalmente o BNDES. Sua crença no poder desses “instrumentos” é tão grande que ele não poupa esforços em tentar reabilitar a imagem de Dilma que, como ele, acredita no poder da política do “gasto é vida”, e que teria sido vítima de um “golpe”, e não de seus próprios erros.

É preciso que ele se convença de que não há “passe de mágica” que derrube a inflação atual sem uma desaceleração temporária do crescimento. É preciso que tome consciência de que vivemos um “conflito fiscal-monetário”, que se agravou a partir de 2022, no qual a política fiscal expansionista atua na direção contrária à da política monetária, impedindo a desaceleração do crescimento que trará a inflação para a meta. Quanto mais expansionista for a política fiscal maior será o período no qual a política monetária terá que ser mantida em território restritivo, como fica claro nas sucessivas manifestações do Banco Central.

Quanto mais atacar o Banco Central maior será o deslocamento para cima de toda a estrutura a termo de taxa de juros, o que não acarreta apenas a piora das condições financeiras e, em consequências, uma redução do crescimento, como um aumento das taxas de juros da dívida pública e uma piora da dinâmica da dívida. Estará, assim, gerando um círculo vicioso no qual o aumento da dívida leva ao aumento da estrutura a termo da taxa de juros e a menor crescimento econômico. É exatamente o inverso do que gostaria.

O presidente da República abriu uma guerra contra o Banco Central, na qual procura desmoralizar a independência da instituição e propõe o aumento da meta de inflação. O que ele ainda não entendeu é que, com esse discurso, que é típico de um populista de esquerda cujo único objetivo é “defender os trabalhadores honestos contra os empresários rentistas e corruptos”, está condenando seu governo ao fracasso.

Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais Lula se comportou como candidato, e não como presidente, para que perdesse a aura de “pragmático”. Na verdade, a aura de pragmatismo vem do sucesso de seus dois primeiros mandatos, que se deve ao superciclo de commodities e à prosperidade da economia mundial nos anos finais da “great moderation”.

Foram estas as condições que lhe permitiram desfrutar dos benefícios da herança deixada por FHC, que fechou um acordo com o FMI proporcionando um nível confortável de reservas e um arcabouço fiscal com instrumentos – como a Lei de Responsabilidade Fiscal – que viabilizou a geração dos superávits primários que mantiveram a dívida pública abaixo de 60% do PIB.

O presidente Lula chamou a autonomia do Banco Central de "bobagem". Foto: Eraldo Peres/AP Photo 

Para Lula, o crescimento de então foi provocado pelos gastos públicos e o uso dos bancos públicos, principalmente o BNDES. Sua crença no poder desses “instrumentos” é tão grande que ele não poupa esforços em tentar reabilitar a imagem de Dilma que, como ele, acredita no poder da política do “gasto é vida”, e que teria sido vítima de um “golpe”, e não de seus próprios erros.

É preciso que ele se convença de que não há “passe de mágica” que derrube a inflação atual sem uma desaceleração temporária do crescimento. É preciso que tome consciência de que vivemos um “conflito fiscal-monetário”, que se agravou a partir de 2022, no qual a política fiscal expansionista atua na direção contrária à da política monetária, impedindo a desaceleração do crescimento que trará a inflação para a meta. Quanto mais expansionista for a política fiscal maior será o período no qual a política monetária terá que ser mantida em território restritivo, como fica claro nas sucessivas manifestações do Banco Central.

Quanto mais atacar o Banco Central maior será o deslocamento para cima de toda a estrutura a termo de taxa de juros, o que não acarreta apenas a piora das condições financeiras e, em consequências, uma redução do crescimento, como um aumento das taxas de juros da dívida pública e uma piora da dinâmica da dívida. Estará, assim, gerando um círculo vicioso no qual o aumento da dívida leva ao aumento da estrutura a termo da taxa de juros e a menor crescimento econômico. É exatamente o inverso do que gostaria.

O presidente da República abriu uma guerra contra o Banco Central, na qual procura desmoralizar a independência da instituição e propõe o aumento da meta de inflação. O que ele ainda não entendeu é que, com esse discurso, que é típico de um populista de esquerda cujo único objetivo é “defender os trabalhadores honestos contra os empresários rentistas e corruptos”, está condenando seu governo ao fracasso.

Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais Lula se comportou como candidato, e não como presidente, para que perdesse a aura de “pragmático”. Na verdade, a aura de pragmatismo vem do sucesso de seus dois primeiros mandatos, que se deve ao superciclo de commodities e à prosperidade da economia mundial nos anos finais da “great moderation”.

Foram estas as condições que lhe permitiram desfrutar dos benefícios da herança deixada por FHC, que fechou um acordo com o FMI proporcionando um nível confortável de reservas e um arcabouço fiscal com instrumentos – como a Lei de Responsabilidade Fiscal – que viabilizou a geração dos superávits primários que mantiveram a dívida pública abaixo de 60% do PIB.

O presidente Lula chamou a autonomia do Banco Central de "bobagem". Foto: Eraldo Peres/AP Photo 

Para Lula, o crescimento de então foi provocado pelos gastos públicos e o uso dos bancos públicos, principalmente o BNDES. Sua crença no poder desses “instrumentos” é tão grande que ele não poupa esforços em tentar reabilitar a imagem de Dilma que, como ele, acredita no poder da política do “gasto é vida”, e que teria sido vítima de um “golpe”, e não de seus próprios erros.

É preciso que ele se convença de que não há “passe de mágica” que derrube a inflação atual sem uma desaceleração temporária do crescimento. É preciso que tome consciência de que vivemos um “conflito fiscal-monetário”, que se agravou a partir de 2022, no qual a política fiscal expansionista atua na direção contrária à da política monetária, impedindo a desaceleração do crescimento que trará a inflação para a meta. Quanto mais expansionista for a política fiscal maior será o período no qual a política monetária terá que ser mantida em território restritivo, como fica claro nas sucessivas manifestações do Banco Central.

Quanto mais atacar o Banco Central maior será o deslocamento para cima de toda a estrutura a termo de taxa de juros, o que não acarreta apenas a piora das condições financeiras e, em consequências, uma redução do crescimento, como um aumento das taxas de juros da dívida pública e uma piora da dinâmica da dívida. Estará, assim, gerando um círculo vicioso no qual o aumento da dívida leva ao aumento da estrutura a termo da taxa de juros e a menor crescimento econômico. É exatamente o inverso do que gostaria.

O presidente da República abriu uma guerra contra o Banco Central, na qual procura desmoralizar a independência da instituição e propõe o aumento da meta de inflação. O que ele ainda não entendeu é que, com esse discurso, que é típico de um populista de esquerda cujo único objetivo é “defender os trabalhadores honestos contra os empresários rentistas e corruptos”, está condenando seu governo ao fracasso.

Bastaram pouco mais de seis semanas nas quais Lula se comportou como candidato, e não como presidente, para que perdesse a aura de “pragmático”. Na verdade, a aura de pragmatismo vem do sucesso de seus dois primeiros mandatos, que se deve ao superciclo de commodities e à prosperidade da economia mundial nos anos finais da “great moderation”.

Foram estas as condições que lhe permitiram desfrutar dos benefícios da herança deixada por FHC, que fechou um acordo com o FMI proporcionando um nível confortável de reservas e um arcabouço fiscal com instrumentos – como a Lei de Responsabilidade Fiscal – que viabilizou a geração dos superávits primários que mantiveram a dívida pública abaixo de 60% do PIB.

O presidente Lula chamou a autonomia do Banco Central de "bobagem". Foto: Eraldo Peres/AP Photo 

Para Lula, o crescimento de então foi provocado pelos gastos públicos e o uso dos bancos públicos, principalmente o BNDES. Sua crença no poder desses “instrumentos” é tão grande que ele não poupa esforços em tentar reabilitar a imagem de Dilma que, como ele, acredita no poder da política do “gasto é vida”, e que teria sido vítima de um “golpe”, e não de seus próprios erros.

É preciso que ele se convença de que não há “passe de mágica” que derrube a inflação atual sem uma desaceleração temporária do crescimento. É preciso que tome consciência de que vivemos um “conflito fiscal-monetário”, que se agravou a partir de 2022, no qual a política fiscal expansionista atua na direção contrária à da política monetária, impedindo a desaceleração do crescimento que trará a inflação para a meta. Quanto mais expansionista for a política fiscal maior será o período no qual a política monetária terá que ser mantida em território restritivo, como fica claro nas sucessivas manifestações do Banco Central.

Quanto mais atacar o Banco Central maior será o deslocamento para cima de toda a estrutura a termo de taxa de juros, o que não acarreta apenas a piora das condições financeiras e, em consequências, uma redução do crescimento, como um aumento das taxas de juros da dívida pública e uma piora da dinâmica da dívida. Estará, assim, gerando um círculo vicioso no qual o aumento da dívida leva ao aumento da estrutura a termo da taxa de juros e a menor crescimento econômico. É exatamente o inverso do que gostaria.

Opinião por Affonso Celso Pastore

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