Decisão do Carrefour reflete entendimento infundado sobre o agro brasileiro, diz embaixada na França


Em nota, o órgão diplomático do Brasil no país europeu apontou desinformações sobre a agropecuária nacional, inclusive a de que o fornecimento de carne do Mercosul ‘não respeita as exigências e normas' da Europa

Por Isadora Duarte
Atualização:

BRASÍLIA - A embaixada do Brasil em Paris disse, em nota à imprensa, que o governo brasileiro lamenta o comunicado do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a decisão do grupo de suspender a compra de carnes do Mercosul, anunciada na última quarta-feira, 20.

“A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour, que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”, afirmou a embaixada na nota.

Na nota, a embaixada destacou que o Brasil respeita a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. “Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação contra produtos brasileiros”, criticou a embaixada brasileira na França.

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Em manifestação contra acordo entre União Europeia e Mercosul, membros da Coordenação Rural (CR), um sindicato agrícola francês, bloquearam a entrada de um centro de distribuição de supermercados Carrefour em Colomiers, nos arredores de Toulouse, na sexta-feria, 22 Foto: Ed Jones/AFP

Na publicação, o governo brasileiro desmentiu três desinformações sobre a agropecuária nacional. Segundo o governo, é falsa a declaração de que há risco de “transbordamento de carne do Mercosul no mercado francês, que não respeita as suas exigências e normas”. A Embaixada destacou, na nota, que a União Europeia (UE) importa apenas 5% de carne bovina que consome anualmente, de 6,5 milhões de toneladas. “A Europa exporta mais carne do que importa. A cota de carne bovina oferecida ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu”, esclareceu a Embaixada.

A Embaixada ressaltou ainda que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não “compromete os elevados padrões produtivos e sanitários” adotados em ambas as regiões. “O Brasil orgulha-se de ser, há décadas, fornecedor seguro de proteína animal ao mercado europeu, bem como de sua capacidade de atender plenamente às exigências e controles sanitários de mais de 160 países, incluindo os rigorosos controles da União Europeia”, citou a embaixada.

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Por fim, a representação do governo brasileiro na França afirmou que os produtores brasileiros estão sujeitos a normas de sustentabilidade e produção frequentemente mais rigorosas do que as da União Europeia (UE). “Nosso Código Florestal reserva entre 20% e 80% da área total das propriedades rurais para preservação da vegetação nativa (80% em todo o bioma amazônico), cifras sem paralelo na regulação ambiental europeia”, destacou a embaixada do Brasil em Paris.

O comunicado da embaixada do País na França é uma resposta à manifestação recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer, afirmando que esses produtos não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

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O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionam a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

BRASÍLIA - A embaixada do Brasil em Paris disse, em nota à imprensa, que o governo brasileiro lamenta o comunicado do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a decisão do grupo de suspender a compra de carnes do Mercosul, anunciada na última quarta-feira, 20.

“A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour, que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”, afirmou a embaixada na nota.

Na nota, a embaixada destacou que o Brasil respeita a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. “Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação contra produtos brasileiros”, criticou a embaixada brasileira na França.

Em manifestação contra acordo entre União Europeia e Mercosul, membros da Coordenação Rural (CR), um sindicato agrícola francês, bloquearam a entrada de um centro de distribuição de supermercados Carrefour em Colomiers, nos arredores de Toulouse, na sexta-feria, 22 Foto: Ed Jones/AFP

Na publicação, o governo brasileiro desmentiu três desinformações sobre a agropecuária nacional. Segundo o governo, é falsa a declaração de que há risco de “transbordamento de carne do Mercosul no mercado francês, que não respeita as suas exigências e normas”. A Embaixada destacou, na nota, que a União Europeia (UE) importa apenas 5% de carne bovina que consome anualmente, de 6,5 milhões de toneladas. “A Europa exporta mais carne do que importa. A cota de carne bovina oferecida ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu”, esclareceu a Embaixada.

A Embaixada ressaltou ainda que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não “compromete os elevados padrões produtivos e sanitários” adotados em ambas as regiões. “O Brasil orgulha-se de ser, há décadas, fornecedor seguro de proteína animal ao mercado europeu, bem como de sua capacidade de atender plenamente às exigências e controles sanitários de mais de 160 países, incluindo os rigorosos controles da União Europeia”, citou a embaixada.

Por fim, a representação do governo brasileiro na França afirmou que os produtores brasileiros estão sujeitos a normas de sustentabilidade e produção frequentemente mais rigorosas do que as da União Europeia (UE). “Nosso Código Florestal reserva entre 20% e 80% da área total das propriedades rurais para preservação da vegetação nativa (80% em todo o bioma amazônico), cifras sem paralelo na regulação ambiental europeia”, destacou a embaixada do Brasil em Paris.

O comunicado da embaixada do País na França é uma resposta à manifestação recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer, afirmando que esses produtos não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionam a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

BRASÍLIA - A embaixada do Brasil em Paris disse, em nota à imprensa, que o governo brasileiro lamenta o comunicado do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, sobre a decisão do grupo de suspender a compra de carnes do Mercosul, anunciada na última quarta-feira, 20.

“A referida comunicação reflete entendimento e temores infundados sobre a sustentabilidade e a qualidade dos produtos ofertados pela agropecuária brasileira, os quais não se coadunam com a prática de negócios do próprio Carrefour, que, diariamente, oferece esses mesmos produtos a seus mais de 2 milhões de consumidores brasileiros, bem como sobre eventual risco aos produtores e consumidores europeus decorrente de importações do Mercosul”, afirmou a embaixada na nota.

Na nota, a embaixada destacou que o Brasil respeita a oposição de qualquer setor ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. “Tal posição, no entanto, não pode justificar uma campanha pública baseada na disseminação generalizada de desinformação contra produtos brasileiros”, criticou a embaixada brasileira na França.

Em manifestação contra acordo entre União Europeia e Mercosul, membros da Coordenação Rural (CR), um sindicato agrícola francês, bloquearam a entrada de um centro de distribuição de supermercados Carrefour em Colomiers, nos arredores de Toulouse, na sexta-feria, 22 Foto: Ed Jones/AFP

Na publicação, o governo brasileiro desmentiu três desinformações sobre a agropecuária nacional. Segundo o governo, é falsa a declaração de que há risco de “transbordamento de carne do Mercosul no mercado francês, que não respeita as suas exigências e normas”. A Embaixada destacou, na nota, que a União Europeia (UE) importa apenas 5% de carne bovina que consome anualmente, de 6,5 milhões de toneladas. “A Europa exporta mais carne do que importa. A cota de carne bovina oferecida ao Mercosul corresponde a apenas 1,5% do consumo europeu”, esclareceu a Embaixada.

A Embaixada ressaltou ainda que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não “compromete os elevados padrões produtivos e sanitários” adotados em ambas as regiões. “O Brasil orgulha-se de ser, há décadas, fornecedor seguro de proteína animal ao mercado europeu, bem como de sua capacidade de atender plenamente às exigências e controles sanitários de mais de 160 países, incluindo os rigorosos controles da União Europeia”, citou a embaixada.

Por fim, a representação do governo brasileiro na França afirmou que os produtores brasileiros estão sujeitos a normas de sustentabilidade e produção frequentemente mais rigorosas do que as da União Europeia (UE). “Nosso Código Florestal reserva entre 20% e 80% da área total das propriedades rurais para preservação da vegetação nativa (80% em todo o bioma amazônico), cifras sem paralelo na regulação ambiental europeia”, destacou a embaixada do Brasil em Paris.

O comunicado da embaixada do País na França é uma resposta à manifestação recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer, afirmando que esses produtos não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionam a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

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