Carrefour prepara retratação formal ao Brasil com carta de CEO global entregue em mãos a ministro


O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional; nova rodada de conversas ocorre nesta terça-feira, 26

Por Talita Nascimento, Isadora Duarte e Júlia Pestana
Atualização:

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast uma pessoa próxima à empresa e participante das discussões, o desejo da gestão da companhia é de que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional. O diálogo avançou nesta segunda-feira, 25, após um encontro entre o embaixador Emmanuel Lenain e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. Entretanto, a crise ainda não está resolvida.

No encontro no ministério, no fim da tarde, o embaixador teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

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O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil
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As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi “pouco diplomática”. A declaração foi “mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios”, afirmaram pessoas próximas ao comando do Carrefour no Brasil consultadas pela reportagem.

Diálogo entre o governo e a embaixada

Uma nova rodada de conversa entre o embaixador e o ministro está prevista para esta terça-feira, 26. Lenain quer atuar como “intermediário” na questão e aliviar a tensão entre o agronegócio brasileiro e a França.

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A crise entre o Carrefour e a indústria de carnes brasileira escalou nos últimos dias, com frigoríficos suspendendo o fornecimento de produtos ao Grupo Carrefour — Carrefour, Atacadão e Sam’s Club — no Brasil. A represália da indústria é em resposta ao comunicado recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. A indústria brasileira de carnes condicionou a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

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De acordo com interlocutores, a reunião entre Lenain e integrantes do Ministério da Agricultura foi “positiva” a fim de um entendimento e de aliviar a tensão entre a indústria e o grupo varejista francês. Oficialmente, o ministro não recebeu a carta com pedido de desculpas, tendo sido repassada a seus auxiliares.

O que falta dizer na carta

Entretanto, para governo e indústria de carnes, o teor da carta ainda não atende aos termos do pedido de retratação desejada pelo Brasil. “O assunto ainda não está resolvido”, disse uma pessoa que participa das negociações.

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O ponto mais sensível para governo e indústria do comunicado de Bompard foi a afirmação de que as carnes do Mercosul, incluindo a brasileira, não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

Pessoas a par do teor do texto e das tratativas entre a embaixada, o governo e a indústria afirmam que a carta terá de incluir uma retratação quanto à boa qualidade e a sanidade da proteína nacional.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast uma pessoa próxima à empresa e participante das discussões, o desejo da gestão da companhia é de que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional. O diálogo avançou nesta segunda-feira, 25, após um encontro entre o embaixador Emmanuel Lenain e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. Entretanto, a crise ainda não está resolvida.

No encontro no ministério, no fim da tarde, o embaixador teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi “pouco diplomática”. A declaração foi “mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios”, afirmaram pessoas próximas ao comando do Carrefour no Brasil consultadas pela reportagem.

Diálogo entre o governo e a embaixada

Uma nova rodada de conversa entre o embaixador e o ministro está prevista para esta terça-feira, 26. Lenain quer atuar como “intermediário” na questão e aliviar a tensão entre o agronegócio brasileiro e a França.

A crise entre o Carrefour e a indústria de carnes brasileira escalou nos últimos dias, com frigoríficos suspendendo o fornecimento de produtos ao Grupo Carrefour — Carrefour, Atacadão e Sam’s Club — no Brasil. A represália da indústria é em resposta ao comunicado recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. A indústria brasileira de carnes condicionou a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

De acordo com interlocutores, a reunião entre Lenain e integrantes do Ministério da Agricultura foi “positiva” a fim de um entendimento e de aliviar a tensão entre a indústria e o grupo varejista francês. Oficialmente, o ministro não recebeu a carta com pedido de desculpas, tendo sido repassada a seus auxiliares.

O que falta dizer na carta

Entretanto, para governo e indústria de carnes, o teor da carta ainda não atende aos termos do pedido de retratação desejada pelo Brasil. “O assunto ainda não está resolvido”, disse uma pessoa que participa das negociações.

O ponto mais sensível para governo e indústria do comunicado de Bompard foi a afirmação de que as carnes do Mercosul, incluindo a brasileira, não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

Pessoas a par do teor do texto e das tratativas entre a embaixada, o governo e a indústria afirmam que a carta terá de incluir uma retratação quanto à boa qualidade e a sanidade da proteína nacional.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast uma pessoa próxima à empresa e participante das discussões, o desejo da gestão da companhia é de que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional. O diálogo avançou nesta segunda-feira, 25, após um encontro entre o embaixador Emmanuel Lenain e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. Entretanto, a crise ainda não está resolvida.

No encontro no ministério, no fim da tarde, o embaixador teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi “pouco diplomática”. A declaração foi “mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios”, afirmaram pessoas próximas ao comando do Carrefour no Brasil consultadas pela reportagem.

Diálogo entre o governo e a embaixada

Uma nova rodada de conversa entre o embaixador e o ministro está prevista para esta terça-feira, 26. Lenain quer atuar como “intermediário” na questão e aliviar a tensão entre o agronegócio brasileiro e a França.

A crise entre o Carrefour e a indústria de carnes brasileira escalou nos últimos dias, com frigoríficos suspendendo o fornecimento de produtos ao Grupo Carrefour — Carrefour, Atacadão e Sam’s Club — no Brasil. A represália da indústria é em resposta ao comunicado recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. A indústria brasileira de carnes condicionou a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

De acordo com interlocutores, a reunião entre Lenain e integrantes do Ministério da Agricultura foi “positiva” a fim de um entendimento e de aliviar a tensão entre a indústria e o grupo varejista francês. Oficialmente, o ministro não recebeu a carta com pedido de desculpas, tendo sido repassada a seus auxiliares.

O que falta dizer na carta

Entretanto, para governo e indústria de carnes, o teor da carta ainda não atende aos termos do pedido de retratação desejada pelo Brasil. “O assunto ainda não está resolvido”, disse uma pessoa que participa das negociações.

O ponto mais sensível para governo e indústria do comunicado de Bompard foi a afirmação de que as carnes do Mercosul, incluindo a brasileira, não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

Pessoas a par do teor do texto e das tratativas entre a embaixada, o governo e a indústria afirmam que a carta terá de incluir uma retratação quanto à boa qualidade e a sanidade da proteína nacional.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast uma pessoa próxima à empresa e participante das discussões, o desejo da gestão da companhia é de que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional. O diálogo avançou nesta segunda-feira, 25, após um encontro entre o embaixador Emmanuel Lenain e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. Entretanto, a crise ainda não está resolvida.

No encontro no ministério, no fim da tarde, o embaixador teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi “pouco diplomática”. A declaração foi “mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios”, afirmaram pessoas próximas ao comando do Carrefour no Brasil consultadas pela reportagem.

Diálogo entre o governo e a embaixada

Uma nova rodada de conversa entre o embaixador e o ministro está prevista para esta terça-feira, 26. Lenain quer atuar como “intermediário” na questão e aliviar a tensão entre o agronegócio brasileiro e a França.

A crise entre o Carrefour e a indústria de carnes brasileira escalou nos últimos dias, com frigoríficos suspendendo o fornecimento de produtos ao Grupo Carrefour — Carrefour, Atacadão e Sam’s Club — no Brasil. A represália da indústria é em resposta ao comunicado recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. A indústria brasileira de carnes condicionou a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

De acordo com interlocutores, a reunião entre Lenain e integrantes do Ministério da Agricultura foi “positiva” a fim de um entendimento e de aliviar a tensão entre a indústria e o grupo varejista francês. Oficialmente, o ministro não recebeu a carta com pedido de desculpas, tendo sido repassada a seus auxiliares.

O que falta dizer na carta

Entretanto, para governo e indústria de carnes, o teor da carta ainda não atende aos termos do pedido de retratação desejada pelo Brasil. “O assunto ainda não está resolvido”, disse uma pessoa que participa das negociações.

O ponto mais sensível para governo e indústria do comunicado de Bompard foi a afirmação de que as carnes do Mercosul, incluindo a brasileira, não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

Pessoas a par do teor do texto e das tratativas entre a embaixada, o governo e a indústria afirmam que a carta terá de incluir uma retratação quanto à boa qualidade e a sanidade da proteína nacional.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast uma pessoa próxima à empresa e participante das discussões, o desejo da gestão da companhia é de que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

O governo brasileiro e a Embaixada da França caminham para um entendimento na crise entre o Carrefour e a indústria de carnes nacional. O diálogo avançou nesta segunda-feira, 25, após um encontro entre o embaixador Emmanuel Lenain e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. Entretanto, a crise ainda não está resolvida.

No encontro no ministério, no fim da tarde, o embaixador teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi “pouco diplomática”. A declaração foi “mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios”, afirmaram pessoas próximas ao comando do Carrefour no Brasil consultadas pela reportagem.

Diálogo entre o governo e a embaixada

Uma nova rodada de conversa entre o embaixador e o ministro está prevista para esta terça-feira, 26. Lenain quer atuar como “intermediário” na questão e aliviar a tensão entre o agronegócio brasileiro e a França.

A crise entre o Carrefour e a indústria de carnes brasileira escalou nos últimos dias, com frigoríficos suspendendo o fornecimento de produtos ao Grupo Carrefour — Carrefour, Atacadão e Sam’s Club — no Brasil. A represália da indústria é em resposta ao comunicado recente do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

O Carrefour França afirmou que a medida é restrita apenas às unidades francesas, enquanto o Carrefour Brasil afirmou que não há mudanças na operação local. A indústria brasileira de carnes condicionou a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

De acordo com interlocutores, a reunião entre Lenain e integrantes do Ministério da Agricultura foi “positiva” a fim de um entendimento e de aliviar a tensão entre a indústria e o grupo varejista francês. Oficialmente, o ministro não recebeu a carta com pedido de desculpas, tendo sido repassada a seus auxiliares.

O que falta dizer na carta

Entretanto, para governo e indústria de carnes, o teor da carta ainda não atende aos termos do pedido de retratação desejada pelo Brasil. “O assunto ainda não está resolvido”, disse uma pessoa que participa das negociações.

O ponto mais sensível para governo e indústria do comunicado de Bompard foi a afirmação de que as carnes do Mercosul, incluindo a brasileira, não respeitam requisitos e normas do mercado francês.

Pessoas a par do teor do texto e das tratativas entre a embaixada, o governo e a indústria afirmam que a carta terá de incluir uma retratação quanto à boa qualidade e a sanidade da proteína nacional.

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