O cenário é de demanda aquecida por fertilizantes especiais, e a Satis quer estar preparada, intensificando investimentos até 2023. Após crescer 33% nos últimos anos, abrirá até junho quatro centros de distribuição: em Luís Eduardo Magalhães (BA), Balsas (MA), São Paulo e Mato Grosso do Sul – nesses dois últimos Estados, em local a ser definido. A empresa já tem centros em Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Bahia. Também erguerá até o começo de 2024 uma fábrica em Araxá (MG), quatro vezes maior que a atual. A busca por maior produtividade no campo e incertezas sobre o fornecimento de adubos convencionais sustentam as vendas, diz o CEO da Satis, Endrigo Bezerra.
Fertilizante foliar impulsiona vendas
Com forte atuação em fertilizantes foliares (pulverizados sobre as folhas), a Satis deve superar R$ 100 milhões em faturamento em 2022, com 2,6 milhões de litros vendidos na safra 2021/22 (40% mais do que em 2020/21). Em 2023, espera atingir receita 40% superior.
CDs trazem agilidade e novos mercados
Os centros permitirão expandir vendas, inclusive em novas áreas, e fazer entregas mais rápidas para a safra, diz Bezerra. Há meta de aumentar em ao menos 15% o número de pontos de venda em 2022/23, dos 250 atuais. A nova fábrica terá capacidade para 12 milhões de litros/ano, ante os 4 milhões atuais.
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Menos engorda
O confinamento de gado de corte este ano deve cair 7,7%, para 6 milhões de bovinos, adianta à Coluna a Associação Nacional de Pecuária Intensiva (Assocon). No ano passado, 6,5 milhões de animais foram engordados no cocho, à base de ração. José Roberto Ribas, vice-presidente da entidade, diz que a alta de custos – sobretudo do milho e do farelo de soja –, além do preço mais baixo da arroba, contribuem para a queda.
Prato sem bife
Outro fator de desestímulo no setor de confinamento de gado é o baixo consumo interno de carne bovina, que “está nos menores níveis dos últimos anos”, observa Ribas. “As exportações vão muito bem, porém é preciso que o consumo interno cresça.” Ele espera uma reação no quarto trimestre, em função da Copa do Mundo e das festas de fim de ano.
Palco para o agro
O DC Set Group, responsável, entre outros, pelo projeto Emoções, de Roberto Carlos, e o festival Planeta Atlântida, no Rio Grande do Sul, agora vai divulgar o agronegócio brasileiro. O grupo criou o Brasil Agribusiness, hub de conteúdo, comunicação, negócios e entretenimento, que em junho de 2023 realizará a primeira edição de um evento anual, no SP Expo. Além de palestras, a programação incluirá shows, desfiles de moda e ações de culinária. O hub também desenvolverá um metaverso do agro.
Roberto Fabrizzi Lucas, CEO do MF Rural
Com um clique
O MF Rural, marketplace criado há 17 anos em Marília (SP), fechou quase R$ 4,5 bilhões em negócios de janeiro a agosto, 74% mais do que em igual período de 2021. Máquinas pesadas e agrícolas puxaram as vendas e devem continuar sustentando os resultados, estimulados pelo plantio da safra, conta Roberto Fabrizzi Lucas, CEO do grupo. “O produtor moderno se habituou a resolver grande parte de suas demandas pelo computador ou celular, por isso o consumo digital no campo cresce tão rápido”, explica.
Direto da fonte
A maior parte dos negócios pela plataforma resulta de anúncios feitos pelos próprios produtores, mas há também lojas de revendas. Neste ano, o MF Rural atraiu a atenção de fabricantes de máquinas, como Jacto e Stara, conta Lucas. As duas empresas abriram lojas virtuais no marketplace. Em 2021, o MF Rural movimentou R$ 5 bilhões em negócios, marca que deve ser superada em 2022.
Insumos alternativos na mira das distribuidoras
Gigantes de distribuição de insumos agrícolas anunciaram na última semana planos de reforçar a atuação em defensivos biológicos e adubos especiais. A Agrogalaxy quer se destacar com pesquisa e novas recomendações no uso desses produtos, segundo Sheilla Albuquerque, a CEO. A Lavoro pretende ampliar a oferta com marcas próprias.
Brasil e Índia juntos pelo uso do etanol
Empresas do sucroenergético brasileiro e indiano vão se reunir nesta quarta-feira, na conferência Isma Datagro, em Nova Délhi. A Índia quer expandir a mistura de etanol à gasolina de 10% para 20% até 2025 e conta com o apoio do Brasil para essa cumprir esse objetivo. A conferência ajudará a esclarecer dúvidas, diz Plinio Nastari, presidente da Datagro. / CLARICE COUTO, TÂNIA RABELLO E GABRIELA BRUMATTI