‘Está perto’, diz Alckmin a empresários sobre indicação de ministro da Fazenda


Pressionado em evento, vice-presidente eleito pede tempo e diz que quem apostar em ‘irresponsabilidade fiscal’ no futuro governo vai errar

Por Beatriz Bulla
Atualização:

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado, 26, diante de empresários, que a indicação de quem será o novo ministro da área econômica “está perto” e que “quem apostar em irresponsabilidade fiscal” no futuro governo “vai errar”. A pergunta sobre o futuro ministro da Fazenda foi a primeira destinada a Alckmin durante debate do vice-presidente eleito com empresários no fórum organizado pelo Esfera Brasil. Ele também afirmou que nenhuma reforma será “desfeita” e que a palavra final sobre questões econômicas é do próprio Lula.

Alckmin ouviu de Abilio Diniz e André Esteves, presentes no debate, recados sobre o funcionamento do mercado financeiro, a necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e sugestões para não desfazer o que, na visão deles, está funcionando.

“Haverá ajuste fiscal. Mas qual a preocupação que devo ter? Eu preciso cortar gasto. Vou cortar do salário mínimo?”, rebateu Alckmin. “Governar é escolher, tem muita forma de fazer ajuste, porque ele é necessário para o Brasil crescer, mas fazendo com olhar social”, disse. “Vai haver ajuste e não em uma semana, vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode todo dia melhorar a eficiência do gasto público”, disse Alckmin em resposta, ao fim do seu pronunciamento.

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Assim que os participantes do painel subiram ao palco, o jornalista e mediador William Waack, questionou: “Geraldo Alckmin, quem vai ser o próximo ministro da Fazenda?”. “Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho”, respondeu Alckmin.

Coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participam de reunião com aliados, em Brasília/FOTO: Wilton Junior/Estadão 

Segundo ele, o foco de Lula é “o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda”. “Eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, vai errar. Além disso, nós precisamos ter uma agenda de competitividade, que passe por educação de qualidade, especialmente educação básica”, completou.

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Alckmin disse não considerar incompatível “ter responsabilidade fiscal, que é uma preocupação, e ter avanços de natureza social”. “Esse é o grande desafio: como a gente cresce, atrai investimento e procura melhorar a vida de quem sofre mais”, afirmou.

Ele dividiu o painel da conferência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os empresários Abilio Diniz e André Esteves e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

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Alckmin prometeu aos empresários que “nenhuma reforma será desfeita”. “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar o imposto sindical e não vai voltar o legislado sobre acordado”, disse Alckmin, aplaudido neste momento pela plateia. “Agora, nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais, que precisam ser aprofundadas”, afirmou o vice eleito.

Em diversos momentos, ele foi pressionado a responder como o novo governo irá conciliar linhas de pensamento distintas como as presentes no grupo de economia da transição, composto por Pérsio Arida, André Lara Rezende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Alckmin afirmou que a palavra final é de Lula. “O presidente eleito é o Lula, que tem experiência”, falou o vice do petista, novamente sob aplausos.

“Ele está ouvindo muita gente, o que é muito bom. Quando alguns economistas, dos mais respeitados do Brasil, se manifestaram relatando preocupação ele disse: ‘eu vou ouvir todas essas vozes’”, disse Alckmin, sobre o presidente eleito.

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André Esteves, do BTG Pactual, disse que há um “artificial maniqueísmo” no que chama de falsa dicotomia entre social e fiscal. “O mercado (financeiro) não é um grupo de pessoas fechadas numa sala”, disse Esteves, durante seu pronunciamento. “Não há dúvida nenhuma que Congresso e mercado vão entender e apoiar esse movimento (ajuste no orçamento para garantir Auxílio Brasil) (...) Nada mais justo que o novo governo faça suas escolhas, mas entendendo que nós temos esses limites. O mercado é a sociedade que se expressa através dos preços, não é um ente subjetivo”, disse.

“O desafio de qualquer governo moderno é consertar o que não está funcionando e manter o que está. Parece simples, mas às vezes na ansiedade a gente acaba que muda o que está funcionando”, afirmou Esteves.

Abilio Diniz, do Grupo Carrefour, disse concordar com Esteves e afirmou que o principal desafio é a divisão nacional. “Eu sei de casos de famílias que um não fala com outro, outro não fala com um. Para unir o país não adianta falar, tem que fazer e mostrar o que está fazendo para todos os brasileiros”, disse o empresário. “Temos que fazer esse País crescer, distribuir renda e fazer inclusão. E o povo tem que sentir que isso está acontecendo. A retórica não vai resolver”, disse Diniz. O empresário fez uma defesa da necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e na política.

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Cotado para a Fazenda

O entorno de Lula avalia que a reação ruim do mercado financeiro ao almoço de Fernando Haddad com banqueiros, na sexta-feira, 25, não inviabiliza o nome do petista para o comando do Ministério da Fazenda. A indicação de Haddad para participar de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi a mais forte sinalização de Lula sobre o que pensa para a composição de seu futuro time econômico.

Nomes próximos ao líder petista ouvidos pelo Estadão afirmam que a reação do mercado foi ruim não pelas coisas que Haddad disse, mas pelo que não disse. E isso, segundo os mesmos interlocutores do presidente eleito, não é ruim. O argumento é que qualquer comentário de Haddad sobre a PEC da Transição, que retira o pagamento do Auxílio Brasil do teto de gastos, geraria ruído com o Congresso, se feito antes de uma conversa com os parlamentares.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado, 26, diante de empresários, que a indicação de quem será o novo ministro da área econômica “está perto” e que “quem apostar em irresponsabilidade fiscal” no futuro governo “vai errar”. A pergunta sobre o futuro ministro da Fazenda foi a primeira destinada a Alckmin durante debate do vice-presidente eleito com empresários no fórum organizado pelo Esfera Brasil. Ele também afirmou que nenhuma reforma será “desfeita” e que a palavra final sobre questões econômicas é do próprio Lula.

Alckmin ouviu de Abilio Diniz e André Esteves, presentes no debate, recados sobre o funcionamento do mercado financeiro, a necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e sugestões para não desfazer o que, na visão deles, está funcionando.

“Haverá ajuste fiscal. Mas qual a preocupação que devo ter? Eu preciso cortar gasto. Vou cortar do salário mínimo?”, rebateu Alckmin. “Governar é escolher, tem muita forma de fazer ajuste, porque ele é necessário para o Brasil crescer, mas fazendo com olhar social”, disse. “Vai haver ajuste e não em uma semana, vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode todo dia melhorar a eficiência do gasto público”, disse Alckmin em resposta, ao fim do seu pronunciamento.

Assim que os participantes do painel subiram ao palco, o jornalista e mediador William Waack, questionou: “Geraldo Alckmin, quem vai ser o próximo ministro da Fazenda?”. “Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho”, respondeu Alckmin.

Coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participam de reunião com aliados, em Brasília/FOTO: Wilton Junior/Estadão 

Segundo ele, o foco de Lula é “o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda”. “Eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, vai errar. Além disso, nós precisamos ter uma agenda de competitividade, que passe por educação de qualidade, especialmente educação básica”, completou.

Alckmin disse não considerar incompatível “ter responsabilidade fiscal, que é uma preocupação, e ter avanços de natureza social”. “Esse é o grande desafio: como a gente cresce, atrai investimento e procura melhorar a vida de quem sofre mais”, afirmou.

Ele dividiu o painel da conferência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os empresários Abilio Diniz e André Esteves e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Alckmin prometeu aos empresários que “nenhuma reforma será desfeita”. “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar o imposto sindical e não vai voltar o legislado sobre acordado”, disse Alckmin, aplaudido neste momento pela plateia. “Agora, nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais, que precisam ser aprofundadas”, afirmou o vice eleito.

Em diversos momentos, ele foi pressionado a responder como o novo governo irá conciliar linhas de pensamento distintas como as presentes no grupo de economia da transição, composto por Pérsio Arida, André Lara Rezende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Alckmin afirmou que a palavra final é de Lula. “O presidente eleito é o Lula, que tem experiência”, falou o vice do petista, novamente sob aplausos.

“Ele está ouvindo muita gente, o que é muito bom. Quando alguns economistas, dos mais respeitados do Brasil, se manifestaram relatando preocupação ele disse: ‘eu vou ouvir todas essas vozes’”, disse Alckmin, sobre o presidente eleito.

André Esteves, do BTG Pactual, disse que há um “artificial maniqueísmo” no que chama de falsa dicotomia entre social e fiscal. “O mercado (financeiro) não é um grupo de pessoas fechadas numa sala”, disse Esteves, durante seu pronunciamento. “Não há dúvida nenhuma que Congresso e mercado vão entender e apoiar esse movimento (ajuste no orçamento para garantir Auxílio Brasil) (...) Nada mais justo que o novo governo faça suas escolhas, mas entendendo que nós temos esses limites. O mercado é a sociedade que se expressa através dos preços, não é um ente subjetivo”, disse.

“O desafio de qualquer governo moderno é consertar o que não está funcionando e manter o que está. Parece simples, mas às vezes na ansiedade a gente acaba que muda o que está funcionando”, afirmou Esteves.

Abilio Diniz, do Grupo Carrefour, disse concordar com Esteves e afirmou que o principal desafio é a divisão nacional. “Eu sei de casos de famílias que um não fala com outro, outro não fala com um. Para unir o país não adianta falar, tem que fazer e mostrar o que está fazendo para todos os brasileiros”, disse o empresário. “Temos que fazer esse País crescer, distribuir renda e fazer inclusão. E o povo tem que sentir que isso está acontecendo. A retórica não vai resolver”, disse Diniz. O empresário fez uma defesa da necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e na política.

Cotado para a Fazenda

O entorno de Lula avalia que a reação ruim do mercado financeiro ao almoço de Fernando Haddad com banqueiros, na sexta-feira, 25, não inviabiliza o nome do petista para o comando do Ministério da Fazenda. A indicação de Haddad para participar de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi a mais forte sinalização de Lula sobre o que pensa para a composição de seu futuro time econômico.

Nomes próximos ao líder petista ouvidos pelo Estadão afirmam que a reação do mercado foi ruim não pelas coisas que Haddad disse, mas pelo que não disse. E isso, segundo os mesmos interlocutores do presidente eleito, não é ruim. O argumento é que qualquer comentário de Haddad sobre a PEC da Transição, que retira o pagamento do Auxílio Brasil do teto de gastos, geraria ruído com o Congresso, se feito antes de uma conversa com os parlamentares.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado, 26, diante de empresários, que a indicação de quem será o novo ministro da área econômica “está perto” e que “quem apostar em irresponsabilidade fiscal” no futuro governo “vai errar”. A pergunta sobre o futuro ministro da Fazenda foi a primeira destinada a Alckmin durante debate do vice-presidente eleito com empresários no fórum organizado pelo Esfera Brasil. Ele também afirmou que nenhuma reforma será “desfeita” e que a palavra final sobre questões econômicas é do próprio Lula.

Alckmin ouviu de Abilio Diniz e André Esteves, presentes no debate, recados sobre o funcionamento do mercado financeiro, a necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e sugestões para não desfazer o que, na visão deles, está funcionando.

“Haverá ajuste fiscal. Mas qual a preocupação que devo ter? Eu preciso cortar gasto. Vou cortar do salário mínimo?”, rebateu Alckmin. “Governar é escolher, tem muita forma de fazer ajuste, porque ele é necessário para o Brasil crescer, mas fazendo com olhar social”, disse. “Vai haver ajuste e não em uma semana, vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode todo dia melhorar a eficiência do gasto público”, disse Alckmin em resposta, ao fim do seu pronunciamento.

Assim que os participantes do painel subiram ao palco, o jornalista e mediador William Waack, questionou: “Geraldo Alckmin, quem vai ser o próximo ministro da Fazenda?”. “Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho”, respondeu Alckmin.

Coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participam de reunião com aliados, em Brasília/FOTO: Wilton Junior/Estadão 

Segundo ele, o foco de Lula é “o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda”. “Eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, vai errar. Além disso, nós precisamos ter uma agenda de competitividade, que passe por educação de qualidade, especialmente educação básica”, completou.

Alckmin disse não considerar incompatível “ter responsabilidade fiscal, que é uma preocupação, e ter avanços de natureza social”. “Esse é o grande desafio: como a gente cresce, atrai investimento e procura melhorar a vida de quem sofre mais”, afirmou.

Ele dividiu o painel da conferência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os empresários Abilio Diniz e André Esteves e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Alckmin prometeu aos empresários que “nenhuma reforma será desfeita”. “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar o imposto sindical e não vai voltar o legislado sobre acordado”, disse Alckmin, aplaudido neste momento pela plateia. “Agora, nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais, que precisam ser aprofundadas”, afirmou o vice eleito.

Em diversos momentos, ele foi pressionado a responder como o novo governo irá conciliar linhas de pensamento distintas como as presentes no grupo de economia da transição, composto por Pérsio Arida, André Lara Rezende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Alckmin afirmou que a palavra final é de Lula. “O presidente eleito é o Lula, que tem experiência”, falou o vice do petista, novamente sob aplausos.

“Ele está ouvindo muita gente, o que é muito bom. Quando alguns economistas, dos mais respeitados do Brasil, se manifestaram relatando preocupação ele disse: ‘eu vou ouvir todas essas vozes’”, disse Alckmin, sobre o presidente eleito.

André Esteves, do BTG Pactual, disse que há um “artificial maniqueísmo” no que chama de falsa dicotomia entre social e fiscal. “O mercado (financeiro) não é um grupo de pessoas fechadas numa sala”, disse Esteves, durante seu pronunciamento. “Não há dúvida nenhuma que Congresso e mercado vão entender e apoiar esse movimento (ajuste no orçamento para garantir Auxílio Brasil) (...) Nada mais justo que o novo governo faça suas escolhas, mas entendendo que nós temos esses limites. O mercado é a sociedade que se expressa através dos preços, não é um ente subjetivo”, disse.

“O desafio de qualquer governo moderno é consertar o que não está funcionando e manter o que está. Parece simples, mas às vezes na ansiedade a gente acaba que muda o que está funcionando”, afirmou Esteves.

Abilio Diniz, do Grupo Carrefour, disse concordar com Esteves e afirmou que o principal desafio é a divisão nacional. “Eu sei de casos de famílias que um não fala com outro, outro não fala com um. Para unir o país não adianta falar, tem que fazer e mostrar o que está fazendo para todos os brasileiros”, disse o empresário. “Temos que fazer esse País crescer, distribuir renda e fazer inclusão. E o povo tem que sentir que isso está acontecendo. A retórica não vai resolver”, disse Diniz. O empresário fez uma defesa da necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e na política.

Cotado para a Fazenda

O entorno de Lula avalia que a reação ruim do mercado financeiro ao almoço de Fernando Haddad com banqueiros, na sexta-feira, 25, não inviabiliza o nome do petista para o comando do Ministério da Fazenda. A indicação de Haddad para participar de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi a mais forte sinalização de Lula sobre o que pensa para a composição de seu futuro time econômico.

Nomes próximos ao líder petista ouvidos pelo Estadão afirmam que a reação do mercado foi ruim não pelas coisas que Haddad disse, mas pelo que não disse. E isso, segundo os mesmos interlocutores do presidente eleito, não é ruim. O argumento é que qualquer comentário de Haddad sobre a PEC da Transição, que retira o pagamento do Auxílio Brasil do teto de gastos, geraria ruído com o Congresso, se feito antes de uma conversa com os parlamentares.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado, 26, diante de empresários, que a indicação de quem será o novo ministro da área econômica “está perto” e que “quem apostar em irresponsabilidade fiscal” no futuro governo “vai errar”. A pergunta sobre o futuro ministro da Fazenda foi a primeira destinada a Alckmin durante debate do vice-presidente eleito com empresários no fórum organizado pelo Esfera Brasil. Ele também afirmou que nenhuma reforma será “desfeita” e que a palavra final sobre questões econômicas é do próprio Lula.

Alckmin ouviu de Abilio Diniz e André Esteves, presentes no debate, recados sobre o funcionamento do mercado financeiro, a necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e sugestões para não desfazer o que, na visão deles, está funcionando.

“Haverá ajuste fiscal. Mas qual a preocupação que devo ter? Eu preciso cortar gasto. Vou cortar do salário mínimo?”, rebateu Alckmin. “Governar é escolher, tem muita forma de fazer ajuste, porque ele é necessário para o Brasil crescer, mas fazendo com olhar social”, disse. “Vai haver ajuste e não em uma semana, vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode todo dia melhorar a eficiência do gasto público”, disse Alckmin em resposta, ao fim do seu pronunciamento.

Assim que os participantes do painel subiram ao palco, o jornalista e mediador William Waack, questionou: “Geraldo Alckmin, quem vai ser o próximo ministro da Fazenda?”. “Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho”, respondeu Alckmin.

Coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participam de reunião com aliados, em Brasília/FOTO: Wilton Junior/Estadão 

Segundo ele, o foco de Lula é “o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda”. “Eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, vai errar. Além disso, nós precisamos ter uma agenda de competitividade, que passe por educação de qualidade, especialmente educação básica”, completou.

Alckmin disse não considerar incompatível “ter responsabilidade fiscal, que é uma preocupação, e ter avanços de natureza social”. “Esse é o grande desafio: como a gente cresce, atrai investimento e procura melhorar a vida de quem sofre mais”, afirmou.

Ele dividiu o painel da conferência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os empresários Abilio Diniz e André Esteves e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Alckmin prometeu aos empresários que “nenhuma reforma será desfeita”. “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar o imposto sindical e não vai voltar o legislado sobre acordado”, disse Alckmin, aplaudido neste momento pela plateia. “Agora, nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais, que precisam ser aprofundadas”, afirmou o vice eleito.

Em diversos momentos, ele foi pressionado a responder como o novo governo irá conciliar linhas de pensamento distintas como as presentes no grupo de economia da transição, composto por Pérsio Arida, André Lara Rezende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Alckmin afirmou que a palavra final é de Lula. “O presidente eleito é o Lula, que tem experiência”, falou o vice do petista, novamente sob aplausos.

“Ele está ouvindo muita gente, o que é muito bom. Quando alguns economistas, dos mais respeitados do Brasil, se manifestaram relatando preocupação ele disse: ‘eu vou ouvir todas essas vozes’”, disse Alckmin, sobre o presidente eleito.

André Esteves, do BTG Pactual, disse que há um “artificial maniqueísmo” no que chama de falsa dicotomia entre social e fiscal. “O mercado (financeiro) não é um grupo de pessoas fechadas numa sala”, disse Esteves, durante seu pronunciamento. “Não há dúvida nenhuma que Congresso e mercado vão entender e apoiar esse movimento (ajuste no orçamento para garantir Auxílio Brasil) (...) Nada mais justo que o novo governo faça suas escolhas, mas entendendo que nós temos esses limites. O mercado é a sociedade que se expressa através dos preços, não é um ente subjetivo”, disse.

“O desafio de qualquer governo moderno é consertar o que não está funcionando e manter o que está. Parece simples, mas às vezes na ansiedade a gente acaba que muda o que está funcionando”, afirmou Esteves.

Abilio Diniz, do Grupo Carrefour, disse concordar com Esteves e afirmou que o principal desafio é a divisão nacional. “Eu sei de casos de famílias que um não fala com outro, outro não fala com um. Para unir o país não adianta falar, tem que fazer e mostrar o que está fazendo para todos os brasileiros”, disse o empresário. “Temos que fazer esse País crescer, distribuir renda e fazer inclusão. E o povo tem que sentir que isso está acontecendo. A retórica não vai resolver”, disse Diniz. O empresário fez uma defesa da necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e na política.

Cotado para a Fazenda

O entorno de Lula avalia que a reação ruim do mercado financeiro ao almoço de Fernando Haddad com banqueiros, na sexta-feira, 25, não inviabiliza o nome do petista para o comando do Ministério da Fazenda. A indicação de Haddad para participar de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi a mais forte sinalização de Lula sobre o que pensa para a composição de seu futuro time econômico.

Nomes próximos ao líder petista ouvidos pelo Estadão afirmam que a reação do mercado foi ruim não pelas coisas que Haddad disse, mas pelo que não disse. E isso, segundo os mesmos interlocutores do presidente eleito, não é ruim. O argumento é que qualquer comentário de Haddad sobre a PEC da Transição, que retira o pagamento do Auxílio Brasil do teto de gastos, geraria ruído com o Congresso, se feito antes de uma conversa com os parlamentares.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse neste sábado, 26, diante de empresários, que a indicação de quem será o novo ministro da área econômica “está perto” e que “quem apostar em irresponsabilidade fiscal” no futuro governo “vai errar”. A pergunta sobre o futuro ministro da Fazenda foi a primeira destinada a Alckmin durante debate do vice-presidente eleito com empresários no fórum organizado pelo Esfera Brasil. Ele também afirmou que nenhuma reforma será “desfeita” e que a palavra final sobre questões econômicas é do próprio Lula.

Alckmin ouviu de Abilio Diniz e André Esteves, presentes no debate, recados sobre o funcionamento do mercado financeiro, a necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e sugestões para não desfazer o que, na visão deles, está funcionando.

“Haverá ajuste fiscal. Mas qual a preocupação que devo ter? Eu preciso cortar gasto. Vou cortar do salário mínimo?”, rebateu Alckmin. “Governar é escolher, tem muita forma de fazer ajuste, porque ele é necessário para o Brasil crescer, mas fazendo com olhar social”, disse. “Vai haver ajuste e não em uma semana, vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode todo dia melhorar a eficiência do gasto público”, disse Alckmin em resposta, ao fim do seu pronunciamento.

Assim que os participantes do painel subiram ao palco, o jornalista e mediador William Waack, questionou: “Geraldo Alckmin, quem vai ser o próximo ministro da Fazenda?”. “Cada coisa vem a seu tempo, vamos aguardar um pouquinho”, respondeu Alckmin.

Coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participam de reunião com aliados, em Brasília/FOTO: Wilton Junior/Estadão 

Segundo ele, o foco de Lula é “o Brasil crescer, atrair investimento, ter renda”. “Eu já quero dizer que quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai se decepcionar, vai errar. Além disso, nós precisamos ter uma agenda de competitividade, que passe por educação de qualidade, especialmente educação básica”, completou.

Alckmin disse não considerar incompatível “ter responsabilidade fiscal, que é uma preocupação, e ter avanços de natureza social”. “Esse é o grande desafio: como a gente cresce, atrai investimento e procura melhorar a vida de quem sofre mais”, afirmou.

Ele dividiu o painel da conferência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com os empresários Abilio Diniz e André Esteves e com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Alckmin prometeu aos empresários que “nenhuma reforma será desfeita”. “A reforma trabalhista é importante. Não vai voltar o imposto sindical e não vai voltar o legislado sobre acordado”, disse Alckmin, aplaudido neste momento pela plateia. “Agora, nós estamos frente a uma questão de plataformas digitais, que precisam ser aprofundadas”, afirmou o vice eleito.

Em diversos momentos, ele foi pressionado a responder como o novo governo irá conciliar linhas de pensamento distintas como as presentes no grupo de economia da transição, composto por Pérsio Arida, André Lara Rezende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Alckmin afirmou que a palavra final é de Lula. “O presidente eleito é o Lula, que tem experiência”, falou o vice do petista, novamente sob aplausos.

“Ele está ouvindo muita gente, o que é muito bom. Quando alguns economistas, dos mais respeitados do Brasil, se manifestaram relatando preocupação ele disse: ‘eu vou ouvir todas essas vozes’”, disse Alckmin, sobre o presidente eleito.

André Esteves, do BTG Pactual, disse que há um “artificial maniqueísmo” no que chama de falsa dicotomia entre social e fiscal. “O mercado (financeiro) não é um grupo de pessoas fechadas numa sala”, disse Esteves, durante seu pronunciamento. “Não há dúvida nenhuma que Congresso e mercado vão entender e apoiar esse movimento (ajuste no orçamento para garantir Auxílio Brasil) (...) Nada mais justo que o novo governo faça suas escolhas, mas entendendo que nós temos esses limites. O mercado é a sociedade que se expressa através dos preços, não é um ente subjetivo”, disse.

“O desafio de qualquer governo moderno é consertar o que não está funcionando e manter o que está. Parece simples, mas às vezes na ansiedade a gente acaba que muda o que está funcionando”, afirmou Esteves.

Abilio Diniz, do Grupo Carrefour, disse concordar com Esteves e afirmou que o principal desafio é a divisão nacional. “Eu sei de casos de famílias que um não fala com outro, outro não fala com um. Para unir o país não adianta falar, tem que fazer e mostrar o que está fazendo para todos os brasileiros”, disse o empresário. “Temos que fazer esse País crescer, distribuir renda e fazer inclusão. E o povo tem que sentir que isso está acontecendo. A retórica não vai resolver”, disse Diniz. O empresário fez uma defesa da necessidade de melhorar a eficiência da máquina pública e na política.

Cotado para a Fazenda

O entorno de Lula avalia que a reação ruim do mercado financeiro ao almoço de Fernando Haddad com banqueiros, na sexta-feira, 25, não inviabiliza o nome do petista para o comando do Ministério da Fazenda. A indicação de Haddad para participar de encontro na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi a mais forte sinalização de Lula sobre o que pensa para a composição de seu futuro time econômico.

Nomes próximos ao líder petista ouvidos pelo Estadão afirmam que a reação do mercado foi ruim não pelas coisas que Haddad disse, mas pelo que não disse. E isso, segundo os mesmos interlocutores do presidente eleito, não é ruim. O argumento é que qualquer comentário de Haddad sobre a PEC da Transição, que retira o pagamento do Auxílio Brasil do teto de gastos, geraria ruído com o Congresso, se feito antes de uma conversa com os parlamentares.

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