Análises sobre o cenário macroeconômico

Opinião|Comportamento do Banco Central reflete desajustes produzidos pelo governo Lula


Inconsistências da política econômica elevam tanto o dólar quanto as expectativas de inflação

Por Alexandre Schwartsman

Embora o presidente insista que “a única coisa desajustada que há no País” seja o comportamento do Banco Central, a realidade discorda veementemente. Pelo contrário, o comportamento do BC, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo.

A começar pelo descontrole do gasto público, mesmo rebatizado como “investimento” pelo Oráculo de Garanhuns. A chamada “PEC da Transição” não só permitiu um aumento de gastos muito acima do necessário para acomodar o Bolsa Família “vitaminado”, como também – por intenção ou incompetência – revogou a regra que vinculava gastos com saúde e educação à inflação, indexando-os à evolução da receita e tornando o orçamento federal ainda mais rígido.

O comportamento do Banco Central, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Já a política de elevação do salário mínimo acima da inflação e o desenho ruim do Bolsa Família, dentre outras medidas, levaram à maior expansão da história das despesas recorrentes do governo federal.

O corolário desta política é o crescimento do gasto obrigatório superando o ritmo fixado pelo “novo arcabouço” para o gasto total, levando, portanto, à compressão do investimento federal a níveis politicamente insustentáveis.

Assim, cedo ou tarde, o arcabouço há de abrir o bico. Sob ele já era virtualmente impossível impedir a escalada da dívida; com regras ainda mais frouxas, o governo se endividará cada vez mais.

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Num mundo de juro baixo, ainda dava para fingir que o problema não existia. Quando, porém, se percebe que o juro mais alto veio para ficar, não dá para disfarçar o entulho debaixo do tapete.

Como também não se disfarça a falta de apetite para lidar com o problema. As medidas mencionadas pela equipe econômica a respeito são risíveis, exatamente porque não tratam dos desequilíbrios acima.

Já a pantomima do presidente em simular surpresa com o volume de renúncias fiscais poderia enganar quem não tenha notado que em 2023 seu governo criou 32 novos benefícios fiscais no valor de R$ 68 bilhões, afora o Mover para a indústria automobilística, recentemente aprovado.

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As inconsistências da política econômica elevam tanto o dólar quanto as expectativas de inflação, além do estímulo ao consumo numa economia já próxima do pleno-emprego.

Foram elas que liquidaram com o espaço para redução de juros. Ao BC coube apenas a tarefa da dar a má notícia. Obviamente, sempre é mais fácil atirar no mensageiro do que resolver os problemas, mas esta postura não fará com que desapareçam, apenas que se aprofundem, independentemente de quem estiver ao leme do BC.

Embora o presidente insista que “a única coisa desajustada que há no País” seja o comportamento do Banco Central, a realidade discorda veementemente. Pelo contrário, o comportamento do BC, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo.

A começar pelo descontrole do gasto público, mesmo rebatizado como “investimento” pelo Oráculo de Garanhuns. A chamada “PEC da Transição” não só permitiu um aumento de gastos muito acima do necessário para acomodar o Bolsa Família “vitaminado”, como também – por intenção ou incompetência – revogou a regra que vinculava gastos com saúde e educação à inflação, indexando-os à evolução da receita e tornando o orçamento federal ainda mais rígido.

O comportamento do Banco Central, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Já a política de elevação do salário mínimo acima da inflação e o desenho ruim do Bolsa Família, dentre outras medidas, levaram à maior expansão da história das despesas recorrentes do governo federal.

O corolário desta política é o crescimento do gasto obrigatório superando o ritmo fixado pelo “novo arcabouço” para o gasto total, levando, portanto, à compressão do investimento federal a níveis politicamente insustentáveis.

Assim, cedo ou tarde, o arcabouço há de abrir o bico. Sob ele já era virtualmente impossível impedir a escalada da dívida; com regras ainda mais frouxas, o governo se endividará cada vez mais.

Num mundo de juro baixo, ainda dava para fingir que o problema não existia. Quando, porém, se percebe que o juro mais alto veio para ficar, não dá para disfarçar o entulho debaixo do tapete.

Como também não se disfarça a falta de apetite para lidar com o problema. As medidas mencionadas pela equipe econômica a respeito são risíveis, exatamente porque não tratam dos desequilíbrios acima.

Já a pantomima do presidente em simular surpresa com o volume de renúncias fiscais poderia enganar quem não tenha notado que em 2023 seu governo criou 32 novos benefícios fiscais no valor de R$ 68 bilhões, afora o Mover para a indústria automobilística, recentemente aprovado.

As inconsistências da política econômica elevam tanto o dólar quanto as expectativas de inflação, além do estímulo ao consumo numa economia já próxima do pleno-emprego.

Foram elas que liquidaram com o espaço para redução de juros. Ao BC coube apenas a tarefa da dar a má notícia. Obviamente, sempre é mais fácil atirar no mensageiro do que resolver os problemas, mas esta postura não fará com que desapareçam, apenas que se aprofundem, independentemente de quem estiver ao leme do BC.

Embora o presidente insista que “a única coisa desajustada que há no País” seja o comportamento do Banco Central, a realidade discorda veementemente. Pelo contrário, o comportamento do BC, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo.

A começar pelo descontrole do gasto público, mesmo rebatizado como “investimento” pelo Oráculo de Garanhuns. A chamada “PEC da Transição” não só permitiu um aumento de gastos muito acima do necessário para acomodar o Bolsa Família “vitaminado”, como também – por intenção ou incompetência – revogou a regra que vinculava gastos com saúde e educação à inflação, indexando-os à evolução da receita e tornando o orçamento federal ainda mais rígido.

O comportamento do Banco Central, que tanto desagrada a Lula, reflete principalmente os muitos desajustes produzidos por seu governo Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Já a política de elevação do salário mínimo acima da inflação e o desenho ruim do Bolsa Família, dentre outras medidas, levaram à maior expansão da história das despesas recorrentes do governo federal.

O corolário desta política é o crescimento do gasto obrigatório superando o ritmo fixado pelo “novo arcabouço” para o gasto total, levando, portanto, à compressão do investimento federal a níveis politicamente insustentáveis.

Assim, cedo ou tarde, o arcabouço há de abrir o bico. Sob ele já era virtualmente impossível impedir a escalada da dívida; com regras ainda mais frouxas, o governo se endividará cada vez mais.

Num mundo de juro baixo, ainda dava para fingir que o problema não existia. Quando, porém, se percebe que o juro mais alto veio para ficar, não dá para disfarçar o entulho debaixo do tapete.

Como também não se disfarça a falta de apetite para lidar com o problema. As medidas mencionadas pela equipe econômica a respeito são risíveis, exatamente porque não tratam dos desequilíbrios acima.

Já a pantomima do presidente em simular surpresa com o volume de renúncias fiscais poderia enganar quem não tenha notado que em 2023 seu governo criou 32 novos benefícios fiscais no valor de R$ 68 bilhões, afora o Mover para a indústria automobilística, recentemente aprovado.

As inconsistências da política econômica elevam tanto o dólar quanto as expectativas de inflação, além do estímulo ao consumo numa economia já próxima do pleno-emprego.

Foram elas que liquidaram com o espaço para redução de juros. Ao BC coube apenas a tarefa da dar a má notícia. Obviamente, sempre é mais fácil atirar no mensageiro do que resolver os problemas, mas esta postura não fará com que desapareçam, apenas que se aprofundem, independentemente de quem estiver ao leme do BC.

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