Análises sobre o cenário macroeconômico

Opinião|Gasto é vida?


Risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente da crença do governo de que gastos públicos sempre impulsionam economia, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou no passado

Por Alexandre Schwartsman

Segundo o Banco Central, a atividade econômica cresceu num bom ritmo no segundo trimestre do ano, 1,1%, apesar da calamidade no Rio Grande do Sul. Os dados do IBGE relativos à produção industrial, ao desempenho do setor de serviços e às vendas no varejo – devidamente analisados por meu colega Diego Brandão – indicam que o impacto sobre a economia gaúcha, embora negativo, particularmente em maio, foi mais moderado do que temíamos e que também a recuperação foi bastante vigorosa.

Tal desempenho se deve, em boa parte, à demanda interna, sustentada pelo consumo das famílias, turbinado por vez pelas transferências do governo, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família, entre outros. Corrigido pela inflação, o conjunto de transferências federais, que era da ordem de R$ 1 trilhão no início de 2022, chegou a quase R$ 1,4 trilhão nos 12 meses terminados em junho deste ano e deve seguir em expansão ao longo dos próximos trimestres, seja pela elevação do salário mínimo acima da inflação, seja pela incorporação de novos beneficiários.

Governo mantém a crença de que “gasto é vida”, e isso faz Banco Central avaliar alta de juros. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Parece a receita para a prosperidade, isto é, até que nos perguntemos quais os limites ao crescimento da economia. Como regra, exceto em situação de enorme ociosidade – como na saída da pandemia, quando o desemprego chegou a 15% da força de trabalho –, o PIB não pode crescer além de um certo ritmo, apelidado de “crescimento potencial”.

A capacidade de crescimento potencial depende do ritmo de expansão dos insumos necessários à produção: o aumento da população em idade de trabalho, a qualificação dessas pessoas, assim como o montante de máquinas, equipamentos e infraestrutura disponível para cada uma delas. Depende também de um elemento algo misterioso, a saber, a produtividade na combinação desses insumos, reflexo do desenvolvimento tecnológico e institucional dessa sociedade.

Nesse sentido, o crescimento potencial do País é baixo. Nosso bônus demográfico (quando a população em idade de trabalho cresce mais rápido) ficou para trás; o investimento nem sequer recuperou os níveis de 2013; a qualificação da mão de obra não enche os olhos de ninguém; e, exceto pela agricultura, o desempenho da produtividade tem sido pífio.

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O BC já reconheceu esse problema, notando não haver ociosidade relevante na economia. A ficha, todavia, não caiu para o governo, que mantém a crença de que “gasto é vida”, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou em passado nada remoto. O risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente dessa postura.

Segundo o Banco Central, a atividade econômica cresceu num bom ritmo no segundo trimestre do ano, 1,1%, apesar da calamidade no Rio Grande do Sul. Os dados do IBGE relativos à produção industrial, ao desempenho do setor de serviços e às vendas no varejo – devidamente analisados por meu colega Diego Brandão – indicam que o impacto sobre a economia gaúcha, embora negativo, particularmente em maio, foi mais moderado do que temíamos e que também a recuperação foi bastante vigorosa.

Tal desempenho se deve, em boa parte, à demanda interna, sustentada pelo consumo das famílias, turbinado por vez pelas transferências do governo, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família, entre outros. Corrigido pela inflação, o conjunto de transferências federais, que era da ordem de R$ 1 trilhão no início de 2022, chegou a quase R$ 1,4 trilhão nos 12 meses terminados em junho deste ano e deve seguir em expansão ao longo dos próximos trimestres, seja pela elevação do salário mínimo acima da inflação, seja pela incorporação de novos beneficiários.

Governo mantém a crença de que “gasto é vida”, e isso faz Banco Central avaliar alta de juros. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Parece a receita para a prosperidade, isto é, até que nos perguntemos quais os limites ao crescimento da economia. Como regra, exceto em situação de enorme ociosidade – como na saída da pandemia, quando o desemprego chegou a 15% da força de trabalho –, o PIB não pode crescer além de um certo ritmo, apelidado de “crescimento potencial”.

A capacidade de crescimento potencial depende do ritmo de expansão dos insumos necessários à produção: o aumento da população em idade de trabalho, a qualificação dessas pessoas, assim como o montante de máquinas, equipamentos e infraestrutura disponível para cada uma delas. Depende também de um elemento algo misterioso, a saber, a produtividade na combinação desses insumos, reflexo do desenvolvimento tecnológico e institucional dessa sociedade.

Nesse sentido, o crescimento potencial do País é baixo. Nosso bônus demográfico (quando a população em idade de trabalho cresce mais rápido) ficou para trás; o investimento nem sequer recuperou os níveis de 2013; a qualificação da mão de obra não enche os olhos de ninguém; e, exceto pela agricultura, o desempenho da produtividade tem sido pífio.

O BC já reconheceu esse problema, notando não haver ociosidade relevante na economia. A ficha, todavia, não caiu para o governo, que mantém a crença de que “gasto é vida”, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou em passado nada remoto. O risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente dessa postura.

Segundo o Banco Central, a atividade econômica cresceu num bom ritmo no segundo trimestre do ano, 1,1%, apesar da calamidade no Rio Grande do Sul. Os dados do IBGE relativos à produção industrial, ao desempenho do setor de serviços e às vendas no varejo – devidamente analisados por meu colega Diego Brandão – indicam que o impacto sobre a economia gaúcha, embora negativo, particularmente em maio, foi mais moderado do que temíamos e que também a recuperação foi bastante vigorosa.

Tal desempenho se deve, em boa parte, à demanda interna, sustentada pelo consumo das famílias, turbinado por vez pelas transferências do governo, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família, entre outros. Corrigido pela inflação, o conjunto de transferências federais, que era da ordem de R$ 1 trilhão no início de 2022, chegou a quase R$ 1,4 trilhão nos 12 meses terminados em junho deste ano e deve seguir em expansão ao longo dos próximos trimestres, seja pela elevação do salário mínimo acima da inflação, seja pela incorporação de novos beneficiários.

Governo mantém a crença de que “gasto é vida”, e isso faz Banco Central avaliar alta de juros. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Parece a receita para a prosperidade, isto é, até que nos perguntemos quais os limites ao crescimento da economia. Como regra, exceto em situação de enorme ociosidade – como na saída da pandemia, quando o desemprego chegou a 15% da força de trabalho –, o PIB não pode crescer além de um certo ritmo, apelidado de “crescimento potencial”.

A capacidade de crescimento potencial depende do ritmo de expansão dos insumos necessários à produção: o aumento da população em idade de trabalho, a qualificação dessas pessoas, assim como o montante de máquinas, equipamentos e infraestrutura disponível para cada uma delas. Depende também de um elemento algo misterioso, a saber, a produtividade na combinação desses insumos, reflexo do desenvolvimento tecnológico e institucional dessa sociedade.

Nesse sentido, o crescimento potencial do País é baixo. Nosso bônus demográfico (quando a população em idade de trabalho cresce mais rápido) ficou para trás; o investimento nem sequer recuperou os níveis de 2013; a qualificação da mão de obra não enche os olhos de ninguém; e, exceto pela agricultura, o desempenho da produtividade tem sido pífio.

O BC já reconheceu esse problema, notando não haver ociosidade relevante na economia. A ficha, todavia, não caiu para o governo, que mantém a crença de que “gasto é vida”, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou em passado nada remoto. O risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente dessa postura.

Segundo o Banco Central, a atividade econômica cresceu num bom ritmo no segundo trimestre do ano, 1,1%, apesar da calamidade no Rio Grande do Sul. Os dados do IBGE relativos à produção industrial, ao desempenho do setor de serviços e às vendas no varejo – devidamente analisados por meu colega Diego Brandão – indicam que o impacto sobre a economia gaúcha, embora negativo, particularmente em maio, foi mais moderado do que temíamos e que também a recuperação foi bastante vigorosa.

Tal desempenho se deve, em boa parte, à demanda interna, sustentada pelo consumo das famílias, turbinado por vez pelas transferências do governo, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família, entre outros. Corrigido pela inflação, o conjunto de transferências federais, que era da ordem de R$ 1 trilhão no início de 2022, chegou a quase R$ 1,4 trilhão nos 12 meses terminados em junho deste ano e deve seguir em expansão ao longo dos próximos trimestres, seja pela elevação do salário mínimo acima da inflação, seja pela incorporação de novos beneficiários.

Governo mantém a crença de que “gasto é vida”, e isso faz Banco Central avaliar alta de juros. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Parece a receita para a prosperidade, isto é, até que nos perguntemos quais os limites ao crescimento da economia. Como regra, exceto em situação de enorme ociosidade – como na saída da pandemia, quando o desemprego chegou a 15% da força de trabalho –, o PIB não pode crescer além de um certo ritmo, apelidado de “crescimento potencial”.

A capacidade de crescimento potencial depende do ritmo de expansão dos insumos necessários à produção: o aumento da população em idade de trabalho, a qualificação dessas pessoas, assim como o montante de máquinas, equipamentos e infraestrutura disponível para cada uma delas. Depende também de um elemento algo misterioso, a saber, a produtividade na combinação desses insumos, reflexo do desenvolvimento tecnológico e institucional dessa sociedade.

Nesse sentido, o crescimento potencial do País é baixo. Nosso bônus demográfico (quando a população em idade de trabalho cresce mais rápido) ficou para trás; o investimento nem sequer recuperou os níveis de 2013; a qualificação da mão de obra não enche os olhos de ninguém; e, exceto pela agricultura, o desempenho da produtividade tem sido pífio.

O BC já reconheceu esse problema, notando não haver ociosidade relevante na economia. A ficha, todavia, não caiu para o governo, que mantém a crença de que “gasto é vida”, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou em passado nada remoto. O risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente dessa postura.

Segundo o Banco Central, a atividade econômica cresceu num bom ritmo no segundo trimestre do ano, 1,1%, apesar da calamidade no Rio Grande do Sul. Os dados do IBGE relativos à produção industrial, ao desempenho do setor de serviços e às vendas no varejo – devidamente analisados por meu colega Diego Brandão – indicam que o impacto sobre a economia gaúcha, embora negativo, particularmente em maio, foi mais moderado do que temíamos e que também a recuperação foi bastante vigorosa.

Tal desempenho se deve, em boa parte, à demanda interna, sustentada pelo consumo das famílias, turbinado por vez pelas transferências do governo, como a Previdência, o Benefício de Prestação Continuada e o Bolsa Família, entre outros. Corrigido pela inflação, o conjunto de transferências federais, que era da ordem de R$ 1 trilhão no início de 2022, chegou a quase R$ 1,4 trilhão nos 12 meses terminados em junho deste ano e deve seguir em expansão ao longo dos próximos trimestres, seja pela elevação do salário mínimo acima da inflação, seja pela incorporação de novos beneficiários.

Governo mantém a crença de que “gasto é vida”, e isso faz Banco Central avaliar alta de juros. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Parece a receita para a prosperidade, isto é, até que nos perguntemos quais os limites ao crescimento da economia. Como regra, exceto em situação de enorme ociosidade – como na saída da pandemia, quando o desemprego chegou a 15% da força de trabalho –, o PIB não pode crescer além de um certo ritmo, apelidado de “crescimento potencial”.

A capacidade de crescimento potencial depende do ritmo de expansão dos insumos necessários à produção: o aumento da população em idade de trabalho, a qualificação dessas pessoas, assim como o montante de máquinas, equipamentos e infraestrutura disponível para cada uma delas. Depende também de um elemento algo misterioso, a saber, a produtividade na combinação desses insumos, reflexo do desenvolvimento tecnológico e institucional dessa sociedade.

Nesse sentido, o crescimento potencial do País é baixo. Nosso bônus demográfico (quando a população em idade de trabalho cresce mais rápido) ficou para trás; o investimento nem sequer recuperou os níveis de 2013; a qualificação da mão de obra não enche os olhos de ninguém; e, exceto pela agricultura, o desempenho da produtividade tem sido pífio.

O BC já reconheceu esse problema, notando não haver ociosidade relevante na economia. A ficha, todavia, não caiu para o governo, que mantém a crença de que “gasto é vida”, apesar de todos os problemas que tal abordagem criou em passado nada remoto. O risco de elevação dos juros, ora em discussão, decorre diretamente dessa postura.

Opinião por Alexandre Schwartsman

Economista e consultor da A.C. Pastore

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