Análises sobre o cenário macroeconômico

Opinião|Pé no acelerador do Tesouro exige pé no freio do Banco Central


Há descompasso também entre a política de gastos e a política monetária; prática de expandir demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC

Por Alexandre Schwartsman

Os dados do PIB recém divulgados reforçaram um padrão na economia: o setor de serviços lidera o crescimento, enquanto a indústria segue bem atrás (em particular a manufatura), e a agricultura tem uma dinâmica própria. Isto não ocorre por acaso: é o resultado de uma economia que opera próxima ao pleno emprego em conjunto com a forte expansão do gasto público e o desempenho ruim da produtividade, à exceção da agricultura.

No período, a taxa de desemprego, ajustada ao padrão sazonal, se encontrava em 7,5% (caindo para 7,2% em abril), patamar inferior às estimativas da taxa “natural” de desemprego. A aceleração recente dos salários nos últimos trimestres parece consistente com esta tese, mas não é a única evidência a respeito.

Pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana. Foto: André Dusek/André Dusek/Estadão
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Observamos expansão acelerada do gasto público, com ênfase nas transferências às famílias (Previdência, BPC, Bolsa Família, etc.), que cresceram 17% acima da inflação do final de 2022 para cá. Isto tem impulsionado o consumo e a demanda interna, cujo crescimento no primeiro trimestre atingiu 1,7%, o dobro do PIB.

Parte desta demanda se dirige a bens, outra a serviços. Se houvesse folga em termos de capacidade na economia, em particular no que se refere à mão de obra, a produção poderia crescer em ambos os segmentos, sem maior assimetria.

Quando, porém, a economia opera a pleno emprego, nem todos os setores podem se expandir. Como não é possível importar serviços, a demanda maior precisa se materializar em elevação correspondente da produção e emprego no setor. Consequentemente, preços de serviços devem se elevar relativamente ao preço de bens, para incentivar produção adicional. No caso, o IPCA mostra o preço de serviços aumentando perto de 5% em 12 meses contra 0,4% de industriais.

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Por outro lado, a demanda por bens pode ser saciada pelo aumento das importações, observada nos dados da balança comercial da indústria de transformação, mas não na agricultura, graças a seu crescimento da produtividade da ordem de 5% ao ano. Portanto, a expansão da demanda interna não se traduz em mais produção industrial, e sim em importações crescentes, também aparente nos dados do PIB.

Há, pois, descompasso também entre a política de gastos e a política monetária. A prática de expandir a demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC. O pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana.

Os dados do PIB recém divulgados reforçaram um padrão na economia: o setor de serviços lidera o crescimento, enquanto a indústria segue bem atrás (em particular a manufatura), e a agricultura tem uma dinâmica própria. Isto não ocorre por acaso: é o resultado de uma economia que opera próxima ao pleno emprego em conjunto com a forte expansão do gasto público e o desempenho ruim da produtividade, à exceção da agricultura.

No período, a taxa de desemprego, ajustada ao padrão sazonal, se encontrava em 7,5% (caindo para 7,2% em abril), patamar inferior às estimativas da taxa “natural” de desemprego. A aceleração recente dos salários nos últimos trimestres parece consistente com esta tese, mas não é a única evidência a respeito.

Pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana. Foto: André Dusek/André Dusek/Estadão

Observamos expansão acelerada do gasto público, com ênfase nas transferências às famílias (Previdência, BPC, Bolsa Família, etc.), que cresceram 17% acima da inflação do final de 2022 para cá. Isto tem impulsionado o consumo e a demanda interna, cujo crescimento no primeiro trimestre atingiu 1,7%, o dobro do PIB.

Parte desta demanda se dirige a bens, outra a serviços. Se houvesse folga em termos de capacidade na economia, em particular no que se refere à mão de obra, a produção poderia crescer em ambos os segmentos, sem maior assimetria.

Quando, porém, a economia opera a pleno emprego, nem todos os setores podem se expandir. Como não é possível importar serviços, a demanda maior precisa se materializar em elevação correspondente da produção e emprego no setor. Consequentemente, preços de serviços devem se elevar relativamente ao preço de bens, para incentivar produção adicional. No caso, o IPCA mostra o preço de serviços aumentando perto de 5% em 12 meses contra 0,4% de industriais.

Por outro lado, a demanda por bens pode ser saciada pelo aumento das importações, observada nos dados da balança comercial da indústria de transformação, mas não na agricultura, graças a seu crescimento da produtividade da ordem de 5% ao ano. Portanto, a expansão da demanda interna não se traduz em mais produção industrial, e sim em importações crescentes, também aparente nos dados do PIB.

Há, pois, descompasso também entre a política de gastos e a política monetária. A prática de expandir a demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC. O pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana.

Os dados do PIB recém divulgados reforçaram um padrão na economia: o setor de serviços lidera o crescimento, enquanto a indústria segue bem atrás (em particular a manufatura), e a agricultura tem uma dinâmica própria. Isto não ocorre por acaso: é o resultado de uma economia que opera próxima ao pleno emprego em conjunto com a forte expansão do gasto público e o desempenho ruim da produtividade, à exceção da agricultura.

No período, a taxa de desemprego, ajustada ao padrão sazonal, se encontrava em 7,5% (caindo para 7,2% em abril), patamar inferior às estimativas da taxa “natural” de desemprego. A aceleração recente dos salários nos últimos trimestres parece consistente com esta tese, mas não é a única evidência a respeito.

Pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana. Foto: André Dusek/André Dusek/Estadão

Observamos expansão acelerada do gasto público, com ênfase nas transferências às famílias (Previdência, BPC, Bolsa Família, etc.), que cresceram 17% acima da inflação do final de 2022 para cá. Isto tem impulsionado o consumo e a demanda interna, cujo crescimento no primeiro trimestre atingiu 1,7%, o dobro do PIB.

Parte desta demanda se dirige a bens, outra a serviços. Se houvesse folga em termos de capacidade na economia, em particular no que se refere à mão de obra, a produção poderia crescer em ambos os segmentos, sem maior assimetria.

Quando, porém, a economia opera a pleno emprego, nem todos os setores podem se expandir. Como não é possível importar serviços, a demanda maior precisa se materializar em elevação correspondente da produção e emprego no setor. Consequentemente, preços de serviços devem se elevar relativamente ao preço de bens, para incentivar produção adicional. No caso, o IPCA mostra o preço de serviços aumentando perto de 5% em 12 meses contra 0,4% de industriais.

Por outro lado, a demanda por bens pode ser saciada pelo aumento das importações, observada nos dados da balança comercial da indústria de transformação, mas não na agricultura, graças a seu crescimento da produtividade da ordem de 5% ao ano. Portanto, a expansão da demanda interna não se traduz em mais produção industrial, e sim em importações crescentes, também aparente nos dados do PIB.

Há, pois, descompasso também entre a política de gastos e a política monetária. A prática de expandir a demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC. O pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana.

Os dados do PIB recém divulgados reforçaram um padrão na economia: o setor de serviços lidera o crescimento, enquanto a indústria segue bem atrás (em particular a manufatura), e a agricultura tem uma dinâmica própria. Isto não ocorre por acaso: é o resultado de uma economia que opera próxima ao pleno emprego em conjunto com a forte expansão do gasto público e o desempenho ruim da produtividade, à exceção da agricultura.

No período, a taxa de desemprego, ajustada ao padrão sazonal, se encontrava em 7,5% (caindo para 7,2% em abril), patamar inferior às estimativas da taxa “natural” de desemprego. A aceleração recente dos salários nos últimos trimestres parece consistente com esta tese, mas não é a única evidência a respeito.

Pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana. Foto: André Dusek/André Dusek/Estadão

Observamos expansão acelerada do gasto público, com ênfase nas transferências às famílias (Previdência, BPC, Bolsa Família, etc.), que cresceram 17% acima da inflação do final de 2022 para cá. Isto tem impulsionado o consumo e a demanda interna, cujo crescimento no primeiro trimestre atingiu 1,7%, o dobro do PIB.

Parte desta demanda se dirige a bens, outra a serviços. Se houvesse folga em termos de capacidade na economia, em particular no que se refere à mão de obra, a produção poderia crescer em ambos os segmentos, sem maior assimetria.

Quando, porém, a economia opera a pleno emprego, nem todos os setores podem se expandir. Como não é possível importar serviços, a demanda maior precisa se materializar em elevação correspondente da produção e emprego no setor. Consequentemente, preços de serviços devem se elevar relativamente ao preço de bens, para incentivar produção adicional. No caso, o IPCA mostra o preço de serviços aumentando perto de 5% em 12 meses contra 0,4% de industriais.

Por outro lado, a demanda por bens pode ser saciada pelo aumento das importações, observada nos dados da balança comercial da indústria de transformação, mas não na agricultura, graças a seu crescimento da produtividade da ordem de 5% ao ano. Portanto, a expansão da demanda interna não se traduz em mais produção industrial, e sim em importações crescentes, também aparente nos dados do PIB.

Há, pois, descompasso também entre a política de gastos e a política monetária. A prática de expandir a demanda em ambiente de pleno emprego tem consequências inflacionárias, que já parecem estar nas contas do BC. O pé no acelerador do Tesouro exige o pé no freio do BC, expresso numa taxa básica de juros inalterada já a partir da próxima semana.

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