Alta de preços administrados e de serviços pode impedir desaceleração do IPCA; leia análise


Retomada de impostos estaduais sobre combustíveis promete pressionar inflação, especialmente em junho, segundo o economista Fábio Romão

Por Fábio Romão

Não está fácil identificar em que direção caminha a inflação no varejo: hoje, observam-se sinais de moderação dos preços industriais e dos alimentos, mas aumentos de preços administrados e de serviços podem impedir uma desaceleração do IPCA como um todo.

Comecemos pelos preços industriais: a gradual reorganização das cadeias produtivas, num cenário de baixo crescimento global, já tem trazido alívio tanto nos índices de atacado como no varejo: tendo subido 9,5% em 2022, projetamos que o IPCA-bens industriais vá desacelerar para 4,2% em 2023. O IPCA de março reforçou essa perspectiva.

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Já os alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde que a pandemia do coronavírus desembarcou no Brasil. Nesses 36 meses, a alimentação no domicílio subiu 43,1%, muito mais do que o IPCA como um todo (+23,6%).

Contudo, desde meados de 2022 – na esteira da moderação (em alguns casos, queda) de preços agropecuários –, observa-se uma perda de fôlego dos aumentos no varejo: no 1º trimestre de 2023, eles acumularam alta de apenas +0,5%, ante +6,3% de período homólogo de 2022. Não se trata de uma “devolução” da forte alta pós-pandemia, mas dá para dizer que “parou de piorar” e que a alimentação poderá ajudar a moderar a alta do IPCA em 2023.

Alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde o início da pandemia do coronavírus no Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão
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Quanto aos preços administrados, o destaque é a retomada de impostos estaduais sobre combustíveis, que promete pressionar o IPCA, especialmente em junho. É possível que a queda do dólar (se persistir) amenize essa pressão, mas só um pouco.

E, no caso dos serviços, a redução nas restrições de circulação vem, já há algum tempo, dando vazão ao grande volume de demanda que foi “represada” no longo período de maior isolamento social, o que tem chancelado aumentos de preços.

Mas o IPCA de março apurou aumentos inferiores aos do mesmo mês de 2022, movimento que pode estar ligado à perda de tração da atividade econômica.

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O resultado desta equação, projetamos, é um IPCA de 6,0% em 2023 – ou seja, próximo do fechamento de 2022 (5,8%) – e rumando para perto de 4,0% em 2024./Fábio Romão é economista sênior da LCA

Não está fácil identificar em que direção caminha a inflação no varejo: hoje, observam-se sinais de moderação dos preços industriais e dos alimentos, mas aumentos de preços administrados e de serviços podem impedir uma desaceleração do IPCA como um todo.

Comecemos pelos preços industriais: a gradual reorganização das cadeias produtivas, num cenário de baixo crescimento global, já tem trazido alívio tanto nos índices de atacado como no varejo: tendo subido 9,5% em 2022, projetamos que o IPCA-bens industriais vá desacelerar para 4,2% em 2023. O IPCA de março reforçou essa perspectiva.

Já os alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde que a pandemia do coronavírus desembarcou no Brasil. Nesses 36 meses, a alimentação no domicílio subiu 43,1%, muito mais do que o IPCA como um todo (+23,6%).

Contudo, desde meados de 2022 – na esteira da moderação (em alguns casos, queda) de preços agropecuários –, observa-se uma perda de fôlego dos aumentos no varejo: no 1º trimestre de 2023, eles acumularam alta de apenas +0,5%, ante +6,3% de período homólogo de 2022. Não se trata de uma “devolução” da forte alta pós-pandemia, mas dá para dizer que “parou de piorar” e que a alimentação poderá ajudar a moderar a alta do IPCA em 2023.

Alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde o início da pandemia do coronavírus no Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão

Quanto aos preços administrados, o destaque é a retomada de impostos estaduais sobre combustíveis, que promete pressionar o IPCA, especialmente em junho. É possível que a queda do dólar (se persistir) amenize essa pressão, mas só um pouco.

E, no caso dos serviços, a redução nas restrições de circulação vem, já há algum tempo, dando vazão ao grande volume de demanda que foi “represada” no longo período de maior isolamento social, o que tem chancelado aumentos de preços.

Mas o IPCA de março apurou aumentos inferiores aos do mesmo mês de 2022, movimento que pode estar ligado à perda de tração da atividade econômica.

O resultado desta equação, projetamos, é um IPCA de 6,0% em 2023 – ou seja, próximo do fechamento de 2022 (5,8%) – e rumando para perto de 4,0% em 2024./Fábio Romão é economista sênior da LCA

Não está fácil identificar em que direção caminha a inflação no varejo: hoje, observam-se sinais de moderação dos preços industriais e dos alimentos, mas aumentos de preços administrados e de serviços podem impedir uma desaceleração do IPCA como um todo.

Comecemos pelos preços industriais: a gradual reorganização das cadeias produtivas, num cenário de baixo crescimento global, já tem trazido alívio tanto nos índices de atacado como no varejo: tendo subido 9,5% em 2022, projetamos que o IPCA-bens industriais vá desacelerar para 4,2% em 2023. O IPCA de março reforçou essa perspectiva.

Já os alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde que a pandemia do coronavírus desembarcou no Brasil. Nesses 36 meses, a alimentação no domicílio subiu 43,1%, muito mais do que o IPCA como um todo (+23,6%).

Contudo, desde meados de 2022 – na esteira da moderação (em alguns casos, queda) de preços agropecuários –, observa-se uma perda de fôlego dos aumentos no varejo: no 1º trimestre de 2023, eles acumularam alta de apenas +0,5%, ante +6,3% de período homólogo de 2022. Não se trata de uma “devolução” da forte alta pós-pandemia, mas dá para dizer que “parou de piorar” e que a alimentação poderá ajudar a moderar a alta do IPCA em 2023.

Alimentos são um dos maiores vilões da inflação desde o início da pandemia do coronavírus no Brasil Foto: Wilton Junior/Estadão

Quanto aos preços administrados, o destaque é a retomada de impostos estaduais sobre combustíveis, que promete pressionar o IPCA, especialmente em junho. É possível que a queda do dólar (se persistir) amenize essa pressão, mas só um pouco.

E, no caso dos serviços, a redução nas restrições de circulação vem, já há algum tempo, dando vazão ao grande volume de demanda que foi “represada” no longo período de maior isolamento social, o que tem chancelado aumentos de preços.

Mas o IPCA de março apurou aumentos inferiores aos do mesmo mês de 2022, movimento que pode estar ligado à perda de tração da atividade econômica.

O resultado desta equação, projetamos, é um IPCA de 6,0% em 2023 – ou seja, próximo do fechamento de 2022 (5,8%) – e rumando para perto de 4,0% em 2024./Fábio Romão é economista sênior da LCA

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