Alto custo de vida é maior risco no curto prazo; mudanças climáticas preocupam para os próximos anos


Estudo ouviu 1.200 pessoas no mundo, entre líderes empresariais, políticos, acadêmicos, consultores e lideranças comunitárias

Por Matheus Piovesana

Nos próximos dois anos, a crise do custo de vida deve ser o maior risco aos negócios das empresas, enquanto em um horizonte de dez anos, a falha no combate às mudanças climáticas deve assumir essa posição. Há ainda um risco alto de interação entre os diferentes riscos, o que deve gerar “policrises”, escassez de recursos e o primeiro retrocesso no desenvolvimento humano em décadas. A solução seria a cooperação entre países e, principalmente, entre os setores público e privado.

As conclusões são do estudo Global Risks Report 2023, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em conjunto com a seguradora Zurich e com a corretora de seguros Marsh. Foram entrevistadas 1.200 pessoas no mundo, entre líderes empresariais, políticos, acadêmicos, consultores e lideranças comunitárias, durante o segundo semestre do ano passado.

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No prazo mais curto, os maiores riscos estão relacionados a fatores como a inflação, desastres naturais e conflitos geopolíticos. “O relatório anterior já previa essa parte inflacionária, de custo de vida, mas não nessa magnitude”, disse ao Estadão/Broadcast o CEO da corretora e consultoria de riscos Marsh Brasil, Eugenio Paschoal.

O contexto atual inclui não só a inflação como também outros efeitos da Guerra da Ucrânia, que gera preocupações com o suprimento de energia em especial na Europa. A solução tem passado pela volta ao uso de fontes fósseis - o que adiciona riscos às visões de longo prazo.

Guerra da Ucrânia gera preocupações com o suprimento de energia na Europa, segundo o estudo Foto: Kostiantyn Liberov / AP
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“Estamos tolerando um atraso no combate à mudança climática que pode ser muito perigoso”, afirmou o CEO da Zurich no Brasil, Edson Franco.

Nos próximos dois anos, dois dos cinco maiores riscos apontados no levantamento são sociais (a crise do custo de vida e a erosão do tecido social), e outros dois, de caráter ambiental (desastres naturais e eventos extremos e a falha em mitigar a mudança climática). No horizonte de dez anos, os quatro primeiros são de caráter climático, da mudança climática à perda de biodiversidade.

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Policrises

O CEO da Zurich considera que apenas a cooperação entre os países ajudará a superar as diferentes crises, assim como o diálogo entre governos e empresas, que em muitos casos, dão pesos diferentes aos mesmos problemas. Do contrário, considera ele, os vários choques podem gerar um cenário de crises simultâneas - e mais frequentes.

“Essa falta de cooperação global pode ter um efeito cascata porque a questão ambiental, combinada com a questão geopolítica e questões socioeconômicas afetam a oferta e demanda de recursos”, disse.

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Segundo o relatório, a falta de cooperação geopolítica tende a gerar policrises ambientais, geopolíticas e socioeconômicas, relacionadas à oferta e à demanda de recursos naturais. Isso levaria a diferentes cenários em potencial de falta de alimentos, água, minerais e metais, o que causaria uma crise humanitária e também ecológica.

A expectativa é de que esses e outros temas, como os riscos cibernéticos em um mundo mais digital, ganhem espaço nas reuniões do Fórum Econômico de Davos, que começam na próxima semana. “Há uma tendência muito forte em entender esses riscos, como eles se conectam, é o compromisso desses líderes todos com o planeta”, diz Paschoal, da Marsh. “Realmente as respostas não são claras.”

Nos próximos dois anos, a crise do custo de vida deve ser o maior risco aos negócios das empresas, enquanto em um horizonte de dez anos, a falha no combate às mudanças climáticas deve assumir essa posição. Há ainda um risco alto de interação entre os diferentes riscos, o que deve gerar “policrises”, escassez de recursos e o primeiro retrocesso no desenvolvimento humano em décadas. A solução seria a cooperação entre países e, principalmente, entre os setores público e privado.

As conclusões são do estudo Global Risks Report 2023, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em conjunto com a seguradora Zurich e com a corretora de seguros Marsh. Foram entrevistadas 1.200 pessoas no mundo, entre líderes empresariais, políticos, acadêmicos, consultores e lideranças comunitárias, durante o segundo semestre do ano passado.

No prazo mais curto, os maiores riscos estão relacionados a fatores como a inflação, desastres naturais e conflitos geopolíticos. “O relatório anterior já previa essa parte inflacionária, de custo de vida, mas não nessa magnitude”, disse ao Estadão/Broadcast o CEO da corretora e consultoria de riscos Marsh Brasil, Eugenio Paschoal.

O contexto atual inclui não só a inflação como também outros efeitos da Guerra da Ucrânia, que gera preocupações com o suprimento de energia em especial na Europa. A solução tem passado pela volta ao uso de fontes fósseis - o que adiciona riscos às visões de longo prazo.

Guerra da Ucrânia gera preocupações com o suprimento de energia na Europa, segundo o estudo Foto: Kostiantyn Liberov / AP

“Estamos tolerando um atraso no combate à mudança climática que pode ser muito perigoso”, afirmou o CEO da Zurich no Brasil, Edson Franco.

Nos próximos dois anos, dois dos cinco maiores riscos apontados no levantamento são sociais (a crise do custo de vida e a erosão do tecido social), e outros dois, de caráter ambiental (desastres naturais e eventos extremos e a falha em mitigar a mudança climática). No horizonte de dez anos, os quatro primeiros são de caráter climático, da mudança climática à perda de biodiversidade.

Policrises

O CEO da Zurich considera que apenas a cooperação entre os países ajudará a superar as diferentes crises, assim como o diálogo entre governos e empresas, que em muitos casos, dão pesos diferentes aos mesmos problemas. Do contrário, considera ele, os vários choques podem gerar um cenário de crises simultâneas - e mais frequentes.

“Essa falta de cooperação global pode ter um efeito cascata porque a questão ambiental, combinada com a questão geopolítica e questões socioeconômicas afetam a oferta e demanda de recursos”, disse.

Segundo o relatório, a falta de cooperação geopolítica tende a gerar policrises ambientais, geopolíticas e socioeconômicas, relacionadas à oferta e à demanda de recursos naturais. Isso levaria a diferentes cenários em potencial de falta de alimentos, água, minerais e metais, o que causaria uma crise humanitária e também ecológica.

A expectativa é de que esses e outros temas, como os riscos cibernéticos em um mundo mais digital, ganhem espaço nas reuniões do Fórum Econômico de Davos, que começam na próxima semana. “Há uma tendência muito forte em entender esses riscos, como eles se conectam, é o compromisso desses líderes todos com o planeta”, diz Paschoal, da Marsh. “Realmente as respostas não são claras.”

Nos próximos dois anos, a crise do custo de vida deve ser o maior risco aos negócios das empresas, enquanto em um horizonte de dez anos, a falha no combate às mudanças climáticas deve assumir essa posição. Há ainda um risco alto de interação entre os diferentes riscos, o que deve gerar “policrises”, escassez de recursos e o primeiro retrocesso no desenvolvimento humano em décadas. A solução seria a cooperação entre países e, principalmente, entre os setores público e privado.

As conclusões são do estudo Global Risks Report 2023, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em conjunto com a seguradora Zurich e com a corretora de seguros Marsh. Foram entrevistadas 1.200 pessoas no mundo, entre líderes empresariais, políticos, acadêmicos, consultores e lideranças comunitárias, durante o segundo semestre do ano passado.

No prazo mais curto, os maiores riscos estão relacionados a fatores como a inflação, desastres naturais e conflitos geopolíticos. “O relatório anterior já previa essa parte inflacionária, de custo de vida, mas não nessa magnitude”, disse ao Estadão/Broadcast o CEO da corretora e consultoria de riscos Marsh Brasil, Eugenio Paschoal.

O contexto atual inclui não só a inflação como também outros efeitos da Guerra da Ucrânia, que gera preocupações com o suprimento de energia em especial na Europa. A solução tem passado pela volta ao uso de fontes fósseis - o que adiciona riscos às visões de longo prazo.

Guerra da Ucrânia gera preocupações com o suprimento de energia na Europa, segundo o estudo Foto: Kostiantyn Liberov / AP

“Estamos tolerando um atraso no combate à mudança climática que pode ser muito perigoso”, afirmou o CEO da Zurich no Brasil, Edson Franco.

Nos próximos dois anos, dois dos cinco maiores riscos apontados no levantamento são sociais (a crise do custo de vida e a erosão do tecido social), e outros dois, de caráter ambiental (desastres naturais e eventos extremos e a falha em mitigar a mudança climática). No horizonte de dez anos, os quatro primeiros são de caráter climático, da mudança climática à perda de biodiversidade.

Policrises

O CEO da Zurich considera que apenas a cooperação entre os países ajudará a superar as diferentes crises, assim como o diálogo entre governos e empresas, que em muitos casos, dão pesos diferentes aos mesmos problemas. Do contrário, considera ele, os vários choques podem gerar um cenário de crises simultâneas - e mais frequentes.

“Essa falta de cooperação global pode ter um efeito cascata porque a questão ambiental, combinada com a questão geopolítica e questões socioeconômicas afetam a oferta e demanda de recursos”, disse.

Segundo o relatório, a falta de cooperação geopolítica tende a gerar policrises ambientais, geopolíticas e socioeconômicas, relacionadas à oferta e à demanda de recursos naturais. Isso levaria a diferentes cenários em potencial de falta de alimentos, água, minerais e metais, o que causaria uma crise humanitária e também ecológica.

A expectativa é de que esses e outros temas, como os riscos cibernéticos em um mundo mais digital, ganhem espaço nas reuniões do Fórum Econômico de Davos, que começam na próxima semana. “Há uma tendência muito forte em entender esses riscos, como eles se conectam, é o compromisso desses líderes todos com o planeta”, diz Paschoal, da Marsh. “Realmente as respostas não são claras.”

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