Opinião|Com mais um ‘pibão’ na conta, governo Lula perde chance de fazer ajuste em uma economia embalada


Consumo e investimentos puxam a alta do PIB, mas queda da taxa de poupança ao menor nível desde 2019 coloca em xeque sustentabilidade do crescimento

Por Alvaro Gribel
Atualização:

A economia brasileira teve mais um trimestre de forte crescimento: 0,9% de alta em relação ao segundo trimestre e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Para melhorar ainda mais os indicadores de crescimento da gestão Lula, o PIB do ano passado foi revisto, de 2,9% para 3,2%.

Os números mostram que o governo perdeu uma grande oportunidade de anunciar um ajuste fiscal sólido e crível, em um bom momento da economia. Como diz o ditado popular, “é melhor consertar o telhado quando não está chovendo”.

Se por um lado houve aumento da taxa de investimento, que subiu de 16,4%, no terceiro trimestre de 2023, para 17,6%, por outro, houve uma nova queda na taxa de poupança, a terceira seguida nessa comparação anual: saiu de 15,4% para 14,9%.

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Esse é o menor patamar desde 2019 e acende um forte sinal de alerta. Como o setor público permanece aumentando o consumo, e também há estímulos ao consumo das famílias, a economia queima a taxa de poupança, o que drena recursos para o financiamento de longo prazo dos investimentos. Por isso, o ajuste fiscal é tão importante, não só para reequilibrar as contas públicas, mas para ‘liberar’ poupança para o setor privado.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresce há 15 trimestres seguidos, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o consumo do governo sobe há 14 trimestres consecutivos. Os investimentos, por sua vez, tiveram três quedas no ano passado, e este ano sobem por três períodos consecutivos. Não têm a mesma consistência.

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“Esse resultado (do consumo das família) foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho”, disse o instituto.

Um dos reflexos dessa queda da poupança interna é o aumento do déficit em conta corrente, que nada mais é do que o uso de poupança “externa” pelo Brasil. Quanto maior o déficit, maior a demanda por dólares, um componente a mais para impulsionar a cotação da moeda americana.

Segundo dados do Banco Central, o déficit saltou de 1,24% do PIB em outubro de 2023, para 2,23% em outubro de 2024. Ou seja, praticamente dobrou em um ano, na taxa acumulada em 12 meses.

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O crescimento do PIB mais forte no passado, pela revisão feita pelo IBGE (o que sempre acontece no terceiro trimestre de cada ano), aumenta também a necessidade de o governo conseguir aprovar este ano a regra que estabelece o teto de 2,5% para o crescimento do salário mínimo. Sem isso, o gasto em 2026 será ainda maior, colocando pressão sobre o arcabouço fiscal.

Os números “correntes” da atividade vão bem, com PIB em alta e desemprego em baixa. Mas a inflação está acima do teto da meta, as expectativas estão elevadas, e o dólar passou de R$ 6,00. O Banco Central também começou um ciclo de alta dos juros, o que vai encarecer o crédito e desaquecer a atividade.

O melhor momento para o governo fazer o ajuste fiscal é agora, porque será menos doloroso para o País. Ao deixar para depois, tornará tudo mais caro e colocará o próprio ritmo de crescimento sob risco.

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O presidente Lula durante reunião com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li  Foto: Ricardo Stuckert / PR

A economia brasileira teve mais um trimestre de forte crescimento: 0,9% de alta em relação ao segundo trimestre e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Para melhorar ainda mais os indicadores de crescimento da gestão Lula, o PIB do ano passado foi revisto, de 2,9% para 3,2%.

Os números mostram que o governo perdeu uma grande oportunidade de anunciar um ajuste fiscal sólido e crível, em um bom momento da economia. Como diz o ditado popular, “é melhor consertar o telhado quando não está chovendo”.

Se por um lado houve aumento da taxa de investimento, que subiu de 16,4%, no terceiro trimestre de 2023, para 17,6%, por outro, houve uma nova queda na taxa de poupança, a terceira seguida nessa comparação anual: saiu de 15,4% para 14,9%.

Esse é o menor patamar desde 2019 e acende um forte sinal de alerta. Como o setor público permanece aumentando o consumo, e também há estímulos ao consumo das famílias, a economia queima a taxa de poupança, o que drena recursos para o financiamento de longo prazo dos investimentos. Por isso, o ajuste fiscal é tão importante, não só para reequilibrar as contas públicas, mas para ‘liberar’ poupança para o setor privado.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresce há 15 trimestres seguidos, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o consumo do governo sobe há 14 trimestres consecutivos. Os investimentos, por sua vez, tiveram três quedas no ano passado, e este ano sobem por três períodos consecutivos. Não têm a mesma consistência.

“Esse resultado (do consumo das família) foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho”, disse o instituto.

Um dos reflexos dessa queda da poupança interna é o aumento do déficit em conta corrente, que nada mais é do que o uso de poupança “externa” pelo Brasil. Quanto maior o déficit, maior a demanda por dólares, um componente a mais para impulsionar a cotação da moeda americana.

Segundo dados do Banco Central, o déficit saltou de 1,24% do PIB em outubro de 2023, para 2,23% em outubro de 2024. Ou seja, praticamente dobrou em um ano, na taxa acumulada em 12 meses.

O crescimento do PIB mais forte no passado, pela revisão feita pelo IBGE (o que sempre acontece no terceiro trimestre de cada ano), aumenta também a necessidade de o governo conseguir aprovar este ano a regra que estabelece o teto de 2,5% para o crescimento do salário mínimo. Sem isso, o gasto em 2026 será ainda maior, colocando pressão sobre o arcabouço fiscal.

Os números “correntes” da atividade vão bem, com PIB em alta e desemprego em baixa. Mas a inflação está acima do teto da meta, as expectativas estão elevadas, e o dólar passou de R$ 6,00. O Banco Central também começou um ciclo de alta dos juros, o que vai encarecer o crédito e desaquecer a atividade.

O melhor momento para o governo fazer o ajuste fiscal é agora, porque será menos doloroso para o País. Ao deixar para depois, tornará tudo mais caro e colocará o próprio ritmo de crescimento sob risco.

O presidente Lula durante reunião com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li  Foto: Ricardo Stuckert / PR

A economia brasileira teve mais um trimestre de forte crescimento: 0,9% de alta em relação ao segundo trimestre e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Para melhorar ainda mais os indicadores de crescimento da gestão Lula, o PIB do ano passado foi revisto, de 2,9% para 3,2%.

Os números mostram que o governo perdeu uma grande oportunidade de anunciar um ajuste fiscal sólido e crível, em um bom momento da economia. Como diz o ditado popular, “é melhor consertar o telhado quando não está chovendo”.

Se por um lado houve aumento da taxa de investimento, que subiu de 16,4%, no terceiro trimestre de 2023, para 17,6%, por outro, houve uma nova queda na taxa de poupança, a terceira seguida nessa comparação anual: saiu de 15,4% para 14,9%.

Esse é o menor patamar desde 2019 e acende um forte sinal de alerta. Como o setor público permanece aumentando o consumo, e também há estímulos ao consumo das famílias, a economia queima a taxa de poupança, o que drena recursos para o financiamento de longo prazo dos investimentos. Por isso, o ajuste fiscal é tão importante, não só para reequilibrar as contas públicas, mas para ‘liberar’ poupança para o setor privado.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresce há 15 trimestres seguidos, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o consumo do governo sobe há 14 trimestres consecutivos. Os investimentos, por sua vez, tiveram três quedas no ano passado, e este ano sobem por três períodos consecutivos. Não têm a mesma consistência.

“Esse resultado (do consumo das família) foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho”, disse o instituto.

Um dos reflexos dessa queda da poupança interna é o aumento do déficit em conta corrente, que nada mais é do que o uso de poupança “externa” pelo Brasil. Quanto maior o déficit, maior a demanda por dólares, um componente a mais para impulsionar a cotação da moeda americana.

Segundo dados do Banco Central, o déficit saltou de 1,24% do PIB em outubro de 2023, para 2,23% em outubro de 2024. Ou seja, praticamente dobrou em um ano, na taxa acumulada em 12 meses.

O crescimento do PIB mais forte no passado, pela revisão feita pelo IBGE (o que sempre acontece no terceiro trimestre de cada ano), aumenta também a necessidade de o governo conseguir aprovar este ano a regra que estabelece o teto de 2,5% para o crescimento do salário mínimo. Sem isso, o gasto em 2026 será ainda maior, colocando pressão sobre o arcabouço fiscal.

Os números “correntes” da atividade vão bem, com PIB em alta e desemprego em baixa. Mas a inflação está acima do teto da meta, as expectativas estão elevadas, e o dólar passou de R$ 6,00. O Banco Central também começou um ciclo de alta dos juros, o que vai encarecer o crédito e desaquecer a atividade.

O melhor momento para o governo fazer o ajuste fiscal é agora, porque será menos doloroso para o País. Ao deixar para depois, tornará tudo mais caro e colocará o próprio ritmo de crescimento sob risco.

O presidente Lula durante reunião com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li  Foto: Ricardo Stuckert / PR

A economia brasileira teve mais um trimestre de forte crescimento: 0,9% de alta em relação ao segundo trimestre e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Para melhorar ainda mais os indicadores de crescimento da gestão Lula, o PIB do ano passado foi revisto, de 2,9% para 3,2%.

Os números mostram que o governo perdeu uma grande oportunidade de anunciar um ajuste fiscal sólido e crível, em um bom momento da economia. Como diz o ditado popular, “é melhor consertar o telhado quando não está chovendo”.

Se por um lado houve aumento da taxa de investimento, que subiu de 16,4%, no terceiro trimestre de 2023, para 17,6%, por outro, houve uma nova queda na taxa de poupança, a terceira seguida nessa comparação anual: saiu de 15,4% para 14,9%.

Esse é o menor patamar desde 2019 e acende um forte sinal de alerta. Como o setor público permanece aumentando o consumo, e também há estímulos ao consumo das famílias, a economia queima a taxa de poupança, o que drena recursos para o financiamento de longo prazo dos investimentos. Por isso, o ajuste fiscal é tão importante, não só para reequilibrar as contas públicas, mas para ‘liberar’ poupança para o setor privado.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresce há 15 trimestres seguidos, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o consumo do governo sobe há 14 trimestres consecutivos. Os investimentos, por sua vez, tiveram três quedas no ano passado, e este ano sobem por três períodos consecutivos. Não têm a mesma consistência.

“Esse resultado (do consumo das família) foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho”, disse o instituto.

Um dos reflexos dessa queda da poupança interna é o aumento do déficit em conta corrente, que nada mais é do que o uso de poupança “externa” pelo Brasil. Quanto maior o déficit, maior a demanda por dólares, um componente a mais para impulsionar a cotação da moeda americana.

Segundo dados do Banco Central, o déficit saltou de 1,24% do PIB em outubro de 2023, para 2,23% em outubro de 2024. Ou seja, praticamente dobrou em um ano, na taxa acumulada em 12 meses.

O crescimento do PIB mais forte no passado, pela revisão feita pelo IBGE (o que sempre acontece no terceiro trimestre de cada ano), aumenta também a necessidade de o governo conseguir aprovar este ano a regra que estabelece o teto de 2,5% para o crescimento do salário mínimo. Sem isso, o gasto em 2026 será ainda maior, colocando pressão sobre o arcabouço fiscal.

Os números “correntes” da atividade vão bem, com PIB em alta e desemprego em baixa. Mas a inflação está acima do teto da meta, as expectativas estão elevadas, e o dólar passou de R$ 6,00. O Banco Central também começou um ciclo de alta dos juros, o que vai encarecer o crédito e desaquecer a atividade.

O melhor momento para o governo fazer o ajuste fiscal é agora, porque será menos doloroso para o País. Ao deixar para depois, tornará tudo mais caro e colocará o próprio ritmo de crescimento sob risco.

O presidente Lula durante reunião com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li  Foto: Ricardo Stuckert / PR

A economia brasileira teve mais um trimestre de forte crescimento: 0,9% de alta em relação ao segundo trimestre e alta de 4% em relação ao terceiro trimestre de 2023. Para melhorar ainda mais os indicadores de crescimento da gestão Lula, o PIB do ano passado foi revisto, de 2,9% para 3,2%.

Os números mostram que o governo perdeu uma grande oportunidade de anunciar um ajuste fiscal sólido e crível, em um bom momento da economia. Como diz o ditado popular, “é melhor consertar o telhado quando não está chovendo”.

Se por um lado houve aumento da taxa de investimento, que subiu de 16,4%, no terceiro trimestre de 2023, para 17,6%, por outro, houve uma nova queda na taxa de poupança, a terceira seguida nessa comparação anual: saiu de 15,4% para 14,9%.

Esse é o menor patamar desde 2019 e acende um forte sinal de alerta. Como o setor público permanece aumentando o consumo, e também há estímulos ao consumo das famílias, a economia queima a taxa de poupança, o que drena recursos para o financiamento de longo prazo dos investimentos. Por isso, o ajuste fiscal é tão importante, não só para reequilibrar as contas públicas, mas para ‘liberar’ poupança para o setor privado.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresce há 15 trimestres seguidos, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o consumo do governo sobe há 14 trimestres consecutivos. Os investimentos, por sua vez, tiveram três quedas no ano passado, e este ano sobem por três períodos consecutivos. Não têm a mesma consistência.

“Esse resultado (do consumo das família) foi influenciado, principalmente, pelos programas governamentais e melhora no mercado de trabalho”, disse o instituto.

Um dos reflexos dessa queda da poupança interna é o aumento do déficit em conta corrente, que nada mais é do que o uso de poupança “externa” pelo Brasil. Quanto maior o déficit, maior a demanda por dólares, um componente a mais para impulsionar a cotação da moeda americana.

Segundo dados do Banco Central, o déficit saltou de 1,24% do PIB em outubro de 2023, para 2,23% em outubro de 2024. Ou seja, praticamente dobrou em um ano, na taxa acumulada em 12 meses.

O crescimento do PIB mais forte no passado, pela revisão feita pelo IBGE (o que sempre acontece no terceiro trimestre de cada ano), aumenta também a necessidade de o governo conseguir aprovar este ano a regra que estabelece o teto de 2,5% para o crescimento do salário mínimo. Sem isso, o gasto em 2026 será ainda maior, colocando pressão sobre o arcabouço fiscal.

Os números “correntes” da atividade vão bem, com PIB em alta e desemprego em baixa. Mas a inflação está acima do teto da meta, as expectativas estão elevadas, e o dólar passou de R$ 6,00. O Banco Central também começou um ciclo de alta dos juros, o que vai encarecer o crédito e desaquecer a atividade.

O melhor momento para o governo fazer o ajuste fiscal é agora, porque será menos doloroso para o País. Ao deixar para depois, tornará tudo mais caro e colocará o próprio ritmo de crescimento sob risco.

O presidente Lula durante reunião com a vice-presidente executiva da BYD e CEO da BYD nas Américas, Stella Li  Foto: Ricardo Stuckert / PR
Opinião por Alvaro Gribel

Repórter especial e colunista do Estadão em Brasília. Há mais de 15 anos acompanha os principais assuntos macroeconômicos no Brasil e no mundo. Foi colunista e coordenador de economia no Globo.

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