Análise|Inflação acima do esperado mostra que BC precisa da ajuda da Fazenda para evitar disparada nos juros


Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas

Por Alvaro Gribel
Atualização:

O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).

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Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.

“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.

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Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).

Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.

“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.

Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).

Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.

“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.

Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).

Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.

“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.

Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O IPCA-15 de novembro veio acima do esperado pelo mercado financeiro e acionou uma série de revisões para cima nas projeções de inflação por parte de bancos e consultorias. A inflação mais alta neste final de ano coloca forte pressão não só sobre o Banco Central, mas principalmente sobre o Ministério da Fazenda, que precisa entregar um pacote de corte de gastos robusto para tentar acalmar o dólar e evitar novos repasses da alta da moeda americana para os preços. O resultado, se nada for feito, seria uma taxa de juros ainda mais alta por parte do Comitê de Política Monetária (Copom).

Como explicou ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, em um primeiro momento, a alta do dólar não é repassada para vários produtos, porque há sempre a expectativa de que a moeda volte para o patamar onde estava. O problema, diz, é quando empresários perdem essa confiança e passam a enxergar a alta como algo permanente – exatamente o que começa a acontecer agora.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, revisou de 4,2% para 4,9% a sua estimativa para o IPCA deste ano. Para o ano que vem, a projeção é de 4,85%. Em ambos os casos, o IPCA ficaria acima de 4,5% – limite de tolerância da meta de inflação (3%, com 1,5 ponto de margem para mais ou para menos).

Sem um pacote fiscal ‘consistente’, Banco Central terá que subir a Selic para evitar nova piora das expectativas. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eduardo Velho, sócio da Equador Investimentos, explica que a alta do dólar começou a ser repassada para os alimentos e outros produtos no atacado. Ele diz que há um componente externo para a valorização da moeda americana, pela eleição de Donald Trump nos EUA, mas outro interno, que é justamente o risco fiscal. Com o mercado de trabalho aquecido no Brasil, os repasses tendem a ser mais intensos, já que a demanda por produtos permanece forte.

“A dinâmica do dólar está vinculada ao cenário externo, mas o peso preponderante tem sido o fator doméstico: percepção de aumento da dívida bruta, do déficit nominal estimado de 8% do PIB tanto em 2024 como em 2025”, afirmou.

Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de acelerar o ritmo de alta dos juros, de 0,5 ponto para 0,75 ponto, no encontro de dezembro. O BC também alertou sobre a necessidade de estabilização da dívida pública, por meio de “aspectos mais estruturais do orçamento público”, em um recado indireto para os Ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Sem a ajuda da Fazenda, não haverá alternativa para o Banco Central que não seja subir ainda mais a taxa Selic. Isso colocará a economia em um círculo vicioso, com aumento das despesas com juros, do déficit nominal e da dívida bruta. Essa é a razão para o pacote ser visto como decisivo para o restante do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Análise por Alvaro Gribel

Repórter especial e colunista do Estadão em Brasília. Há mais de 15 anos acompanha os principais assuntos macroeconômicos no Brasil e no mundo. Foi colunista e coordenador de economia no Globo.

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