Americanas avalia fechamento de mais 80 lojas e novos cortes de funcionários


Empresa analisa possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal; quadro de funcionários passou de 43.167 para 32.688 no último ano

Por Matheus Piovesana

A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.

“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.

A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.

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O outro caminho se parece com o chamado orçamento base zero, um mantra nas empresas que têm como acionistas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da Americanas. Segundo o executivo, a companhia está analisando como ficariam as operações caso o orçamento disponível para cada área equivalesse a 60% do que foi executado no ano passado.

Unidade das Lojas Americanas na zona sul do Rio de Janeiro; rede passa por grave crise Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo 

“Com base na comparação dos dois exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, afirma. Os números ainda serão definidos.

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No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.

Essa frente de ajuste se esgotou, segundo o executivo. A Americanas tem contratado funcionários para as lojas por entender que a redução do quadro que cuida do dia a dia das vendas foi excessiva.

Sob análise

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Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.

Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”

Depois dessa etapa, Coelho não antevê um volume relevante de fechamentos de unidades. No plano estratégico que sua gestão desenhou para a Americanas, a loja física é o grande pilar, substituindo a corrida que a companhia disputou por uma década e meia para se tornar a campeã do varejo online no País.

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Os números embasam a crença da administração da rede de que o mundo físico será resiliente. Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda bruta das lojas da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que no digital, em que a redução foi de 77,1%, para R$ 4,801 bilhões. A crise de credibilidade que afastou os clientes dos sites do grupo se refletiu menos nas unidades físicas.

Uma Páscoa melhor

Diante dessa aposta, a companhia se prepara para as vendas da Páscoa, que neste ano acontece no final de março, e que tradicionalmente uma das datas de maior venda para a empresa ao longo do ano. Em 2023, após a descoberta da fraude e a recuperação judicial, a Americanas teve de pagar os fornecedores à vista, pressionando ainda mais o caixa já reduzido diante da crise.

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Essa modalidade de venda continua sendo majoritária, mas os primeiros sinais de volta da confiança começam a aparecer. “A preparação para este ano teve muito pagamento à vista, muito embora, nos últimos dois, três meses, especialmente após a aprovação do plano de recuperação judicial, alguns fornecedores importantes tenham começado a nos dar prazo”, diz Coelho.

Os antecedentes são animadores. Segundo ele, na chamada semana do cinema, com ingressos mais baratos nas redes do País, a Americanas reforçou o sortimento de biscoitos, bebidas e doces nas lojas de shoppings, e o resultado foi um crescimento de 25% nas vendas em relação ao ano passado.

A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.

“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.

A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.

O outro caminho se parece com o chamado orçamento base zero, um mantra nas empresas que têm como acionistas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da Americanas. Segundo o executivo, a companhia está analisando como ficariam as operações caso o orçamento disponível para cada área equivalesse a 60% do que foi executado no ano passado.

Unidade das Lojas Americanas na zona sul do Rio de Janeiro; rede passa por grave crise Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo 

“Com base na comparação dos dois exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, afirma. Os números ainda serão definidos.

No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.

Essa frente de ajuste se esgotou, segundo o executivo. A Americanas tem contratado funcionários para as lojas por entender que a redução do quadro que cuida do dia a dia das vendas foi excessiva.

Sob análise

Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.

Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”

Depois dessa etapa, Coelho não antevê um volume relevante de fechamentos de unidades. No plano estratégico que sua gestão desenhou para a Americanas, a loja física é o grande pilar, substituindo a corrida que a companhia disputou por uma década e meia para se tornar a campeã do varejo online no País.

Os números embasam a crença da administração da rede de que o mundo físico será resiliente. Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda bruta das lojas da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que no digital, em que a redução foi de 77,1%, para R$ 4,801 bilhões. A crise de credibilidade que afastou os clientes dos sites do grupo se refletiu menos nas unidades físicas.

Uma Páscoa melhor

Diante dessa aposta, a companhia se prepara para as vendas da Páscoa, que neste ano acontece no final de março, e que tradicionalmente uma das datas de maior venda para a empresa ao longo do ano. Em 2023, após a descoberta da fraude e a recuperação judicial, a Americanas teve de pagar os fornecedores à vista, pressionando ainda mais o caixa já reduzido diante da crise.

Essa modalidade de venda continua sendo majoritária, mas os primeiros sinais de volta da confiança começam a aparecer. “A preparação para este ano teve muito pagamento à vista, muito embora, nos últimos dois, três meses, especialmente após a aprovação do plano de recuperação judicial, alguns fornecedores importantes tenham começado a nos dar prazo”, diz Coelho.

Os antecedentes são animadores. Segundo ele, na chamada semana do cinema, com ingressos mais baratos nas redes do País, a Americanas reforçou o sortimento de biscoitos, bebidas e doces nas lojas de shoppings, e o resultado foi um crescimento de 25% nas vendas em relação ao ano passado.

A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.

“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.

A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.

O outro caminho se parece com o chamado orçamento base zero, um mantra nas empresas que têm como acionistas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da Americanas. Segundo o executivo, a companhia está analisando como ficariam as operações caso o orçamento disponível para cada área equivalesse a 60% do que foi executado no ano passado.

Unidade das Lojas Americanas na zona sul do Rio de Janeiro; rede passa por grave crise Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo 

“Com base na comparação dos dois exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, afirma. Os números ainda serão definidos.

No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.

Essa frente de ajuste se esgotou, segundo o executivo. A Americanas tem contratado funcionários para as lojas por entender que a redução do quadro que cuida do dia a dia das vendas foi excessiva.

Sob análise

Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.

Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”

Depois dessa etapa, Coelho não antevê um volume relevante de fechamentos de unidades. No plano estratégico que sua gestão desenhou para a Americanas, a loja física é o grande pilar, substituindo a corrida que a companhia disputou por uma década e meia para se tornar a campeã do varejo online no País.

Os números embasam a crença da administração da rede de que o mundo físico será resiliente. Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda bruta das lojas da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que no digital, em que a redução foi de 77,1%, para R$ 4,801 bilhões. A crise de credibilidade que afastou os clientes dos sites do grupo se refletiu menos nas unidades físicas.

Uma Páscoa melhor

Diante dessa aposta, a companhia se prepara para as vendas da Páscoa, que neste ano acontece no final de março, e que tradicionalmente uma das datas de maior venda para a empresa ao longo do ano. Em 2023, após a descoberta da fraude e a recuperação judicial, a Americanas teve de pagar os fornecedores à vista, pressionando ainda mais o caixa já reduzido diante da crise.

Essa modalidade de venda continua sendo majoritária, mas os primeiros sinais de volta da confiança começam a aparecer. “A preparação para este ano teve muito pagamento à vista, muito embora, nos últimos dois, três meses, especialmente após a aprovação do plano de recuperação judicial, alguns fornecedores importantes tenham começado a nos dar prazo”, diz Coelho.

Os antecedentes são animadores. Segundo ele, na chamada semana do cinema, com ingressos mais baratos nas redes do País, a Americanas reforçou o sortimento de biscoitos, bebidas e doces nas lojas de shoppings, e o resultado foi um crescimento de 25% nas vendas em relação ao ano passado.

A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.

“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.

A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.

O outro caminho se parece com o chamado orçamento base zero, um mantra nas empresas que têm como acionistas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da Americanas. Segundo o executivo, a companhia está analisando como ficariam as operações caso o orçamento disponível para cada área equivalesse a 60% do que foi executado no ano passado.

Unidade das Lojas Americanas na zona sul do Rio de Janeiro; rede passa por grave crise Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo 

“Com base na comparação dos dois exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, afirma. Os números ainda serão definidos.

No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.

Essa frente de ajuste se esgotou, segundo o executivo. A Americanas tem contratado funcionários para as lojas por entender que a redução do quadro que cuida do dia a dia das vendas foi excessiva.

Sob análise

Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.

Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”

Depois dessa etapa, Coelho não antevê um volume relevante de fechamentos de unidades. No plano estratégico que sua gestão desenhou para a Americanas, a loja física é o grande pilar, substituindo a corrida que a companhia disputou por uma década e meia para se tornar a campeã do varejo online no País.

Os números embasam a crença da administração da rede de que o mundo físico será resiliente. Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda bruta das lojas da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que no digital, em que a redução foi de 77,1%, para R$ 4,801 bilhões. A crise de credibilidade que afastou os clientes dos sites do grupo se refletiu menos nas unidades físicas.

Uma Páscoa melhor

Diante dessa aposta, a companhia se prepara para as vendas da Páscoa, que neste ano acontece no final de março, e que tradicionalmente uma das datas de maior venda para a empresa ao longo do ano. Em 2023, após a descoberta da fraude e a recuperação judicial, a Americanas teve de pagar os fornecedores à vista, pressionando ainda mais o caixa já reduzido diante da crise.

Essa modalidade de venda continua sendo majoritária, mas os primeiros sinais de volta da confiança começam a aparecer. “A preparação para este ano teve muito pagamento à vista, muito embora, nos últimos dois, três meses, especialmente após a aprovação do plano de recuperação judicial, alguns fornecedores importantes tenham começado a nos dar prazo”, diz Coelho.

Os antecedentes são animadores. Segundo ele, na chamada semana do cinema, com ingressos mais baratos nas redes do País, a Americanas reforçou o sortimento de biscoitos, bebidas e doces nas lojas de shoppings, e o resultado foi um crescimento de 25% nas vendas em relação ao ano passado.

A Americanas deve fazer uma nova reestruturação neste ano, reduzindo o tamanho da empresa, em especial nos bastidores, em áreas administrativas e de chefia. A empresa tem dois caminhos possíveis para definir o tamanho da redução do quadro de funcionários, que desde o pedido de recuperação judicial, em janeiro do ano passado, encolheu em cerca de 10,5 mil postos.

“Dentro da proposta de valor de deixar a Americanas cada vez mais simples e de chegar à rentabilidade mencionada, tem uma lição de casa que ainda não foi feita de estrutura administrativa”, afirma ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Leonardo Coelho.

A rede analisa dois possíveis caminhos para reduzir os custos de pessoal. O primeiro é aumentar a quantidade de subordinados ligados a cada gerente da empresa, o que levaria à extinção de parte dos postos desse patamar hierárquico. Na prática, um gerente deixaria de ter dois supervisores respondendo a ele para ter de cinco a sete, diz Coelho, em um exemplo.

O outro caminho se parece com o chamado orçamento base zero, um mantra nas empresas que têm como acionistas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os principais acionistas da Americanas. Segundo o executivo, a companhia está analisando como ficariam as operações caso o orçamento disponível para cada área equivalesse a 60% do que foi executado no ano passado.

Unidade das Lojas Americanas na zona sul do Rio de Janeiro; rede passa por grave crise Foto: PEDRO KIRILOS / Estadão Conteúdo 

“Com base na comparação dos dois exercícios, vamos escolher. Em algumas áreas, pode ser que a gente vá para o base zero e aceite entregas diferentes das que existem hoje, e em outras, pode ser que a gente vá para o desenho do orçado, mantendo a otimização das estruturas existentes”, afirma. Os números ainda serão definidos.

No último ano, a Americanas teve uma redução relevante do quadro de funcionários, que passou de 43.167 em 12 de janeiro de 2023 para 32.688 no último dia 18. Boa parte dessa redução veio do fechamento de 130 lojas, e também do fechamento de vagas de funcionários das unidades que pediram demissão.

Essa frente de ajuste se esgotou, segundo o executivo. A Americanas tem contratado funcionários para as lojas por entender que a redução do quadro que cuida do dia a dia das vendas foi excessiva.

Sob análise

Com 1.748 lojas físicas no País, a rede deve fechar mais unidades nos próximos meses. Hoje, 80 unidades que têm números negativos estão em uma lista de observação, e serão monitoradas nos próximos três meses. “Nessas 80 lojas, já buscamos o primeiro e o segundo níveis de performance, e não foram suficientes para reverter a contribuição negativa que têm para o negócio como um todo”, diz Coelho.

Antes de decidir se serão ou não fechadas, a Americanas buscará alternativas. Uma delas é negociar com os donos dos imóveis; outra é mudar a variedade de produtos à venda. Segundo o presidente, não serão esforços homogêneos. Nas lojas em que houver uma reação, o “risco de fechamento” cairá. “Todos os testes estão sendo feitos em tempo real, e as decisões, tomadas com celeridade.”

Depois dessa etapa, Coelho não antevê um volume relevante de fechamentos de unidades. No plano estratégico que sua gestão desenhou para a Americanas, a loja física é o grande pilar, substituindo a corrida que a companhia disputou por uma década e meia para se tornar a campeã do varejo online no País.

Os números embasam a crença da administração da rede de que o mundo físico será resiliente. Nos nove primeiros meses do ano passado, a venda bruta das lojas da Americanas caiu 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, bem menos que no digital, em que a redução foi de 77,1%, para R$ 4,801 bilhões. A crise de credibilidade que afastou os clientes dos sites do grupo se refletiu menos nas unidades físicas.

Uma Páscoa melhor

Diante dessa aposta, a companhia se prepara para as vendas da Páscoa, que neste ano acontece no final de março, e que tradicionalmente uma das datas de maior venda para a empresa ao longo do ano. Em 2023, após a descoberta da fraude e a recuperação judicial, a Americanas teve de pagar os fornecedores à vista, pressionando ainda mais o caixa já reduzido diante da crise.

Essa modalidade de venda continua sendo majoritária, mas os primeiros sinais de volta da confiança começam a aparecer. “A preparação para este ano teve muito pagamento à vista, muito embora, nos últimos dois, três meses, especialmente após a aprovação do plano de recuperação judicial, alguns fornecedores importantes tenham começado a nos dar prazo”, diz Coelho.

Os antecedentes são animadores. Segundo ele, na chamada semana do cinema, com ingressos mais baratos nas redes do País, a Americanas reforçou o sortimento de biscoitos, bebidas e doces nas lojas de shoppings, e o resultado foi um crescimento de 25% nas vendas em relação ao ano passado.

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