Americanas: Bradesco pede que Justiça ouça Sicupira e Lemann; Itaú quer informações contábeis


Assim como fez Santander, Bradesco também quer que o ex-CEO Miguel Gutierrez seja ouvido

Por Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior
Atualização:

Bradesco e Itaú Unibanco foram à Justiça contra a Americanas para pedir que sejam ouvidos executivos e membros do conselho da companhia incluindo os maiores acionistas, e que a varejista forneça informações contábeis sobre o rombo que levou ao pedido de recuperação judicial.

Assim como o Santander fez ontem, o Bradesco pediu que a Justiça ouça em depoimentos membros do conselho de administração da Americanas, incluindo o ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez. Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da companhia e que tinha participação ativa no comando da rede de lojas, e Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, também são citados, segundo fontes.

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A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial – que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo – divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

O ponto central que deflagrou a crise foi o chamado “risco sacado”, uma linha de crédito que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e bancos. Ao contratar o risco sacado, a companhia pede ao seu banco que ele realize o pagamento de uma compra com o fornecedor. Assim, o banco quita o contrato em nome da companhia, que passa a dever para o banco com a cobrança de juros. Pelo que se sabe até o momento, a Americanas fez contratação de risco sacado, mas as operações não foram registradas devidamente nos balanços contábeis.

Fachada de unidade das Lojas Americanas, na Av. Paulista, região central de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão
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A argumentação dos bancos é de que os documentos e pessoas fundamentais para o esclarecimento dos fatos que levaram ao rombo contábil de R$ 20 bilhões estão com a varejista ou já estiveram com ela. Por isso, é necessário que as provas sejam produzidas antecipadamente. Também pedem que se tenha acesso a e-mails e a mensagens de WhatsApp e Telegram trocadas pelos executivos nos últimos dez anos, bem como mensagens trocadas com os acionistas de referência.

O Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da Americanas, é seu maior credor. O Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.

Informações contábeis

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O Itaú, por sua vez, foi à Justiça para requerer que a Americanas apresente informações contábeis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nesta quarta-feira, 25, em decisão referente ao pedido do banco, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. O Itaú Unibanco havia solicitado um prazo de apenas 48 horas para que a companhia fornecesse os documentos e informações, mas o pedido de urgência foi negado.

A companhia terá de fornecer demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos. A Americanas também terá de enviar à Justiça cópias de todos os e-mails trocados por Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Fábio Abrate, ex-CFO, nos últimos cinco anos, e que tratem do endividamento da companhia ou de suas demonstrações contábeis.

O TJ-SP negou o pedido do Itaú para que “controladores e outros executivos ligados à gestão da Americanas” fossem ouvidos. Por outro lado, considerou correto o ajuizamento do processo em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da varejista, porque os contratos entre banco e companhia têm São Paulo como foro de eventuais ações.

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Após a Americanas informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, pedir proteção contra credores e, finalmente, uma recuperação judicial, os bancos credores têm argumentado não saber ao certo qual é o tamanho da dívida.

Nos bastidores, considera-se que a Americanas é hoje uma empresa sem balanço, ou seja, operar com ela é operar no escuro. A apresentação da lista de credores, inclusive, foi alvo de manifestações de dois bancos, o Deutsche Bank e o BV, que por motivos diferentes apresentaram correções aos números apresentados ou à classificação dos mesmos.

Bradesco e Itaú Unibanco foram à Justiça contra a Americanas para pedir que sejam ouvidos executivos e membros do conselho da companhia incluindo os maiores acionistas, e que a varejista forneça informações contábeis sobre o rombo que levou ao pedido de recuperação judicial.

Assim como o Santander fez ontem, o Bradesco pediu que a Justiça ouça em depoimentos membros do conselho de administração da Americanas, incluindo o ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez. Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da companhia e que tinha participação ativa no comando da rede de lojas, e Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, também são citados, segundo fontes.

A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial – que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo – divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

O ponto central que deflagrou a crise foi o chamado “risco sacado”, uma linha de crédito que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e bancos. Ao contratar o risco sacado, a companhia pede ao seu banco que ele realize o pagamento de uma compra com o fornecedor. Assim, o banco quita o contrato em nome da companhia, que passa a dever para o banco com a cobrança de juros. Pelo que se sabe até o momento, a Americanas fez contratação de risco sacado, mas as operações não foram registradas devidamente nos balanços contábeis.

Fachada de unidade das Lojas Americanas, na Av. Paulista, região central de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

A argumentação dos bancos é de que os documentos e pessoas fundamentais para o esclarecimento dos fatos que levaram ao rombo contábil de R$ 20 bilhões estão com a varejista ou já estiveram com ela. Por isso, é necessário que as provas sejam produzidas antecipadamente. Também pedem que se tenha acesso a e-mails e a mensagens de WhatsApp e Telegram trocadas pelos executivos nos últimos dez anos, bem como mensagens trocadas com os acionistas de referência.

O Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da Americanas, é seu maior credor. O Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.

Informações contábeis

O Itaú, por sua vez, foi à Justiça para requerer que a Americanas apresente informações contábeis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nesta quarta-feira, 25, em decisão referente ao pedido do banco, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. O Itaú Unibanco havia solicitado um prazo de apenas 48 horas para que a companhia fornecesse os documentos e informações, mas o pedido de urgência foi negado.

A companhia terá de fornecer demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos. A Americanas também terá de enviar à Justiça cópias de todos os e-mails trocados por Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Fábio Abrate, ex-CFO, nos últimos cinco anos, e que tratem do endividamento da companhia ou de suas demonstrações contábeis.

O TJ-SP negou o pedido do Itaú para que “controladores e outros executivos ligados à gestão da Americanas” fossem ouvidos. Por outro lado, considerou correto o ajuizamento do processo em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da varejista, porque os contratos entre banco e companhia têm São Paulo como foro de eventuais ações.

Após a Americanas informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, pedir proteção contra credores e, finalmente, uma recuperação judicial, os bancos credores têm argumentado não saber ao certo qual é o tamanho da dívida.

Nos bastidores, considera-se que a Americanas é hoje uma empresa sem balanço, ou seja, operar com ela é operar no escuro. A apresentação da lista de credores, inclusive, foi alvo de manifestações de dois bancos, o Deutsche Bank e o BV, que por motivos diferentes apresentaram correções aos números apresentados ou à classificação dos mesmos.

Bradesco e Itaú Unibanco foram à Justiça contra a Americanas para pedir que sejam ouvidos executivos e membros do conselho da companhia incluindo os maiores acionistas, e que a varejista forneça informações contábeis sobre o rombo que levou ao pedido de recuperação judicial.

Assim como o Santander fez ontem, o Bradesco pediu que a Justiça ouça em depoimentos membros do conselho de administração da Americanas, incluindo o ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez. Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da companhia e que tinha participação ativa no comando da rede de lojas, e Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, também são citados, segundo fontes.

A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial – que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo – divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

O ponto central que deflagrou a crise foi o chamado “risco sacado”, uma linha de crédito que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e bancos. Ao contratar o risco sacado, a companhia pede ao seu banco que ele realize o pagamento de uma compra com o fornecedor. Assim, o banco quita o contrato em nome da companhia, que passa a dever para o banco com a cobrança de juros. Pelo que se sabe até o momento, a Americanas fez contratação de risco sacado, mas as operações não foram registradas devidamente nos balanços contábeis.

Fachada de unidade das Lojas Americanas, na Av. Paulista, região central de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

A argumentação dos bancos é de que os documentos e pessoas fundamentais para o esclarecimento dos fatos que levaram ao rombo contábil de R$ 20 bilhões estão com a varejista ou já estiveram com ela. Por isso, é necessário que as provas sejam produzidas antecipadamente. Também pedem que se tenha acesso a e-mails e a mensagens de WhatsApp e Telegram trocadas pelos executivos nos últimos dez anos, bem como mensagens trocadas com os acionistas de referência.

O Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da Americanas, é seu maior credor. O Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.

Informações contábeis

O Itaú, por sua vez, foi à Justiça para requerer que a Americanas apresente informações contábeis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nesta quarta-feira, 25, em decisão referente ao pedido do banco, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. O Itaú Unibanco havia solicitado um prazo de apenas 48 horas para que a companhia fornecesse os documentos e informações, mas o pedido de urgência foi negado.

A companhia terá de fornecer demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos. A Americanas também terá de enviar à Justiça cópias de todos os e-mails trocados por Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Fábio Abrate, ex-CFO, nos últimos cinco anos, e que tratem do endividamento da companhia ou de suas demonstrações contábeis.

O TJ-SP negou o pedido do Itaú para que “controladores e outros executivos ligados à gestão da Americanas” fossem ouvidos. Por outro lado, considerou correto o ajuizamento do processo em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da varejista, porque os contratos entre banco e companhia têm São Paulo como foro de eventuais ações.

Após a Americanas informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, pedir proteção contra credores e, finalmente, uma recuperação judicial, os bancos credores têm argumentado não saber ao certo qual é o tamanho da dívida.

Nos bastidores, considera-se que a Americanas é hoje uma empresa sem balanço, ou seja, operar com ela é operar no escuro. A apresentação da lista de credores, inclusive, foi alvo de manifestações de dois bancos, o Deutsche Bank e o BV, que por motivos diferentes apresentaram correções aos números apresentados ou à classificação dos mesmos.

Bradesco e Itaú Unibanco foram à Justiça contra a Americanas para pedir que sejam ouvidos executivos e membros do conselho da companhia incluindo os maiores acionistas, e que a varejista forneça informações contábeis sobre o rombo que levou ao pedido de recuperação judicial.

Assim como o Santander fez ontem, o Bradesco pediu que a Justiça ouça em depoimentos membros do conselho de administração da Americanas, incluindo o ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez. Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da companhia e que tinha participação ativa no comando da rede de lojas, e Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, também são citados, segundo fontes.

A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial – que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo – divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

O ponto central que deflagrou a crise foi o chamado “risco sacado”, uma linha de crédito que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e bancos. Ao contratar o risco sacado, a companhia pede ao seu banco que ele realize o pagamento de uma compra com o fornecedor. Assim, o banco quita o contrato em nome da companhia, que passa a dever para o banco com a cobrança de juros. Pelo que se sabe até o momento, a Americanas fez contratação de risco sacado, mas as operações não foram registradas devidamente nos balanços contábeis.

Fachada de unidade das Lojas Americanas, na Av. Paulista, região central de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

A argumentação dos bancos é de que os documentos e pessoas fundamentais para o esclarecimento dos fatos que levaram ao rombo contábil de R$ 20 bilhões estão com a varejista ou já estiveram com ela. Por isso, é necessário que as provas sejam produzidas antecipadamente. Também pedem que se tenha acesso a e-mails e a mensagens de WhatsApp e Telegram trocadas pelos executivos nos últimos dez anos, bem como mensagens trocadas com os acionistas de referência.

O Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da Americanas, é seu maior credor. O Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.

Informações contábeis

O Itaú, por sua vez, foi à Justiça para requerer que a Americanas apresente informações contábeis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nesta quarta-feira, 25, em decisão referente ao pedido do banco, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. O Itaú Unibanco havia solicitado um prazo de apenas 48 horas para que a companhia fornecesse os documentos e informações, mas o pedido de urgência foi negado.

A companhia terá de fornecer demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos. A Americanas também terá de enviar à Justiça cópias de todos os e-mails trocados por Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Fábio Abrate, ex-CFO, nos últimos cinco anos, e que tratem do endividamento da companhia ou de suas demonstrações contábeis.

O TJ-SP negou o pedido do Itaú para que “controladores e outros executivos ligados à gestão da Americanas” fossem ouvidos. Por outro lado, considerou correto o ajuizamento do processo em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da varejista, porque os contratos entre banco e companhia têm São Paulo como foro de eventuais ações.

Após a Americanas informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, pedir proteção contra credores e, finalmente, uma recuperação judicial, os bancos credores têm argumentado não saber ao certo qual é o tamanho da dívida.

Nos bastidores, considera-se que a Americanas é hoje uma empresa sem balanço, ou seja, operar com ela é operar no escuro. A apresentação da lista de credores, inclusive, foi alvo de manifestações de dois bancos, o Deutsche Bank e o BV, que por motivos diferentes apresentaram correções aos números apresentados ou à classificação dos mesmos.

Bradesco e Itaú Unibanco foram à Justiça contra a Americanas para pedir que sejam ouvidos executivos e membros do conselho da companhia incluindo os maiores acionistas, e que a varejista forneça informações contábeis sobre o rombo que levou ao pedido de recuperação judicial.

Assim como o Santander fez ontem, o Bradesco pediu que a Justiça ouça em depoimentos membros do conselho de administração da Americanas, incluindo o ex-CEO da varejista Miguel Gutierrez. Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da companhia e que tinha participação ativa no comando da rede de lojas, e Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Paulo Lemann no conselho, também são citados, segundo fontes.

A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial – que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo – divulgou que foram identificadas “inconsistências” nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

O ponto central que deflagrou a crise foi o chamado “risco sacado”, uma linha de crédito que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e bancos. Ao contratar o risco sacado, a companhia pede ao seu banco que ele realize o pagamento de uma compra com o fornecedor. Assim, o banco quita o contrato em nome da companhia, que passa a dever para o banco com a cobrança de juros. Pelo que se sabe até o momento, a Americanas fez contratação de risco sacado, mas as operações não foram registradas devidamente nos balanços contábeis.

Fachada de unidade das Lojas Americanas, na Av. Paulista, região central de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

A argumentação dos bancos é de que os documentos e pessoas fundamentais para o esclarecimento dos fatos que levaram ao rombo contábil de R$ 20 bilhões estão com a varejista ou já estiveram com ela. Por isso, é necessário que as provas sejam produzidas antecipadamente. Também pedem que se tenha acesso a e-mails e a mensagens de WhatsApp e Telegram trocadas pelos executivos nos últimos dez anos, bem como mensagens trocadas com os acionistas de referência.

O Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da Americanas, é seu maior credor. O Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões, e o Itaú, R$ 2,9 bilhões.

Informações contábeis

O Itaú, por sua vez, foi à Justiça para requerer que a Americanas apresente informações contábeis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Nesta quarta-feira, 25, em decisão referente ao pedido do banco, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. O Itaú Unibanco havia solicitado um prazo de apenas 48 horas para que a companhia fornecesse os documentos e informações, mas o pedido de urgência foi negado.

A companhia terá de fornecer demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos. A Americanas também terá de enviar à Justiça cópias de todos os e-mails trocados por Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Fábio Abrate, ex-CFO, nos últimos cinco anos, e que tratem do endividamento da companhia ou de suas demonstrações contábeis.

O TJ-SP negou o pedido do Itaú para que “controladores e outros executivos ligados à gestão da Americanas” fossem ouvidos. Por outro lado, considerou correto o ajuizamento do processo em São Paulo, e não no Rio de Janeiro, onde tramita a recuperação judicial da varejista, porque os contratos entre banco e companhia têm São Paulo como foro de eventuais ações.

Após a Americanas informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, pedir proteção contra credores e, finalmente, uma recuperação judicial, os bancos credores têm argumentado não saber ao certo qual é o tamanho da dívida.

Nos bastidores, considera-se que a Americanas é hoje uma empresa sem balanço, ou seja, operar com ela é operar no escuro. A apresentação da lista de credores, inclusive, foi alvo de manifestações de dois bancos, o Deutsche Bank e o BV, que por motivos diferentes apresentaram correções aos números apresentados ou à classificação dos mesmos.

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