Americanas: Funcionários denunciam demissões e dizem temer perda de direitos trabalhistas


Reunidos em ato em frente à loja da empresa na Rua do Passeio, perto da Cinelândia, manifestantes afirmam que empregados estão apreensivos e se sentem enganados; em nota, empresa garante que seguirá cumprindo as obrigações impostas pelas leis do trabalho

Por Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - Funcionários da Americanas e sindicatos que protestam nesta sexta, 6, em frente a uma loja da empresa no Centro do Rio de Janeiro, reclamam de demissões e dizem temer perda de direitos trabalhistas em meio ao turbilhão judicial do caso. O ato precede reunião de lideranças sindicais com representantes da empresa, marcada para o início da tarde. Em nota, a varejista negou demissões e afirmou que seguirá cumprindo suas obrigações trabalhistas.

Entre faixas e bandeiras de sindicatos estava Darlana Santiago, de 29 anos, funcionária liberada da empresa para atuar como diretora de Promoção de Igualdade Racial no Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio. Até julho de 2021, ela trabalhava com assistente comercial de uma loja situado em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Darlana tem vínculo com a empresa há 10 anos.

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Segundo ela, terceirizados e funcionários contratados como extras já começaram a ser dispensados. Também explica que demissões no início do ano são comuns, em função do fim do períodos de festas. Mesmo assim, garante que o volume de desligamentos no Rio está acima da média histórica.

“Nós ainda não temos uma relação detalhada das demissões, mas estão acima do normal. Nessa época, normalmente, há cinco desligamentos por loja. Estimamos que esse ano esteja na casa dos oito desligamentos por unidade”, disse Darlana.

Darlana Santiago denunciou demissões e lojas fechadas Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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Outra funcionária que foi ao ato, a baiana Taina de Jesus, de 39 anos, trabalha hoje em uma loja da Americanas no Salvador Shopping, em Salvador (BA). Ela veio ao Rio junto com um sindicato local.

Taina afirma que as demissões ainda são sentidas em Salvador. Disse desconfiar que isso aconteça porque a empresa estava impedida de desligar pessoal devido à convenção trabalhista. A data base do reajuste salarial é 1º de março e, portanto, a empresa não pode demitir até 30 dias antes, sob a pena de receber multas. O temor é que as demissões comecem e se estendam pelo mês de março, diz a funcionária.

“As pessoas (funcionários) estão apreensivos. Ninguém sabe o que vai acontecer com o emprego, e nem se vão conseguir receber a multa de 40% do FGTS em caso de demissão”, declarou.

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Fechamento de lojas

Darlana, do Rio, disse que a empresa vem fechando lojas no estado desde outubro, a exemplo da unidade da Rua do Riachuelo, na Lapa.

“Os funcionários têm se sentido enganados. O rombo foi divulgado só em janeiro, mas os fechamentos de loja começaram antes”, afirmou Darlana.

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Antes de qualquer coisa, declarou, os manifestantes exigem uma posição objetiva e clara da direção da empresa, sobre quantas lojas serão fechadas e quantos empregados devem ser demitidos. Darlana íntegra a comissão designada para se reunir com representantes da Americanas ainda hoje.

Taina de Jesus teme demissões na Americanas na Bahia em março Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Eles exigem esclarecimentos sobre o futuro da recuperação judicial da empresa e defendem a preservação dos empregos e a proteção de direitos trabalhistas, resume Márcio Ayer, presidente do sindicato dos comerciários do Rio.

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O ato ocupou as duas calçadas em frente a calçada da loja da Americanas na Rua do Passeio, próxima à Cinelândia. O local abrigava uma grande loja da varejista Mesbla, que faliu na virada dos anos 2000. Centenas ocupavam toda a extensão do lado esquerdo do gradeado do Passeio Público. O Sindicato dos Comerciários fala em mil pessoas.

Americanas diz que cumprirá obrigações

Em sua nota, a Americanas reafirmou que honrará suas obrigaçoes trabalhistas, embora admtisse a possibilidade de “reestruutraçóes”:

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A Americanas reafirma seu compromisso em seguir cumprindo com todas as suas obrigações trabalhistas e com seu propósito de preservar sua reconhecida posição como uma referência no mercado varejista e na sociedade. A Companhia mantém relacionamento próximo com os sindicatos e segue comprometida com um diálogo produtivo e recorrente sobre questões trabalhistas.

A Companhia informa também que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. Até o momento, a Americanas apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados.

A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo objetivo é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado. Como parte do processo, acredita que pode haver reestruturações, mas reitera que manterá o canal de comunicação aberto com todos os seus colaboradores e públicos de interesse e seu compromisso com todas as obrigações trabalhistas.

Homologações

O presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que participou da reunião com a direção da empresa após o ato na Cinelândia, contou que os dirigentes sindicais solicitaram a Americanas que, em caso de demissões, elas sejam feitas no sindicato. A intenção é que os sindicatos tenham mais controle sobre os cortes. Depois da reforma trabalhista, deixou de ser obrigatória a homologação no sindicato.

De acordo com o sindicalista, esse pleito das centrais foi visto com bons olhos pela empresa. “É uma demonstração de transparência e boa vontade”, disse Patah. No entanto, a empresa ficou de dar uma resposta a respeito do pedido na próxima semana./ Colaborou Márcia De Chiara

RIO - Funcionários da Americanas e sindicatos que protestam nesta sexta, 6, em frente a uma loja da empresa no Centro do Rio de Janeiro, reclamam de demissões e dizem temer perda de direitos trabalhistas em meio ao turbilhão judicial do caso. O ato precede reunião de lideranças sindicais com representantes da empresa, marcada para o início da tarde. Em nota, a varejista negou demissões e afirmou que seguirá cumprindo suas obrigações trabalhistas.

Entre faixas e bandeiras de sindicatos estava Darlana Santiago, de 29 anos, funcionária liberada da empresa para atuar como diretora de Promoção de Igualdade Racial no Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio. Até julho de 2021, ela trabalhava com assistente comercial de uma loja situado em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Darlana tem vínculo com a empresa há 10 anos.

Segundo ela, terceirizados e funcionários contratados como extras já começaram a ser dispensados. Também explica que demissões no início do ano são comuns, em função do fim do períodos de festas. Mesmo assim, garante que o volume de desligamentos no Rio está acima da média histórica.

“Nós ainda não temos uma relação detalhada das demissões, mas estão acima do normal. Nessa época, normalmente, há cinco desligamentos por loja. Estimamos que esse ano esteja na casa dos oito desligamentos por unidade”, disse Darlana.

Darlana Santiago denunciou demissões e lojas fechadas Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Outra funcionária que foi ao ato, a baiana Taina de Jesus, de 39 anos, trabalha hoje em uma loja da Americanas no Salvador Shopping, em Salvador (BA). Ela veio ao Rio junto com um sindicato local.

Taina afirma que as demissões ainda são sentidas em Salvador. Disse desconfiar que isso aconteça porque a empresa estava impedida de desligar pessoal devido à convenção trabalhista. A data base do reajuste salarial é 1º de março e, portanto, a empresa não pode demitir até 30 dias antes, sob a pena de receber multas. O temor é que as demissões comecem e se estendam pelo mês de março, diz a funcionária.

“As pessoas (funcionários) estão apreensivos. Ninguém sabe o que vai acontecer com o emprego, e nem se vão conseguir receber a multa de 40% do FGTS em caso de demissão”, declarou.

Fechamento de lojas

Darlana, do Rio, disse que a empresa vem fechando lojas no estado desde outubro, a exemplo da unidade da Rua do Riachuelo, na Lapa.

“Os funcionários têm se sentido enganados. O rombo foi divulgado só em janeiro, mas os fechamentos de loja começaram antes”, afirmou Darlana.

Antes de qualquer coisa, declarou, os manifestantes exigem uma posição objetiva e clara da direção da empresa, sobre quantas lojas serão fechadas e quantos empregados devem ser demitidos. Darlana íntegra a comissão designada para se reunir com representantes da Americanas ainda hoje.

Taina de Jesus teme demissões na Americanas na Bahia em março Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Eles exigem esclarecimentos sobre o futuro da recuperação judicial da empresa e defendem a preservação dos empregos e a proteção de direitos trabalhistas, resume Márcio Ayer, presidente do sindicato dos comerciários do Rio.

O ato ocupou as duas calçadas em frente a calçada da loja da Americanas na Rua do Passeio, próxima à Cinelândia. O local abrigava uma grande loja da varejista Mesbla, que faliu na virada dos anos 2000. Centenas ocupavam toda a extensão do lado esquerdo do gradeado do Passeio Público. O Sindicato dos Comerciários fala em mil pessoas.

Americanas diz que cumprirá obrigações

Em sua nota, a Americanas reafirmou que honrará suas obrigaçoes trabalhistas, embora admtisse a possibilidade de “reestruutraçóes”:

A Americanas reafirma seu compromisso em seguir cumprindo com todas as suas obrigações trabalhistas e com seu propósito de preservar sua reconhecida posição como uma referência no mercado varejista e na sociedade. A Companhia mantém relacionamento próximo com os sindicatos e segue comprometida com um diálogo produtivo e recorrente sobre questões trabalhistas.

A Companhia informa também que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. Até o momento, a Americanas apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados.

A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo objetivo é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado. Como parte do processo, acredita que pode haver reestruturações, mas reitera que manterá o canal de comunicação aberto com todos os seus colaboradores e públicos de interesse e seu compromisso com todas as obrigações trabalhistas.

Homologações

O presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que participou da reunião com a direção da empresa após o ato na Cinelândia, contou que os dirigentes sindicais solicitaram a Americanas que, em caso de demissões, elas sejam feitas no sindicato. A intenção é que os sindicatos tenham mais controle sobre os cortes. Depois da reforma trabalhista, deixou de ser obrigatória a homologação no sindicato.

De acordo com o sindicalista, esse pleito das centrais foi visto com bons olhos pela empresa. “É uma demonstração de transparência e boa vontade”, disse Patah. No entanto, a empresa ficou de dar uma resposta a respeito do pedido na próxima semana./ Colaborou Márcia De Chiara

RIO - Funcionários da Americanas e sindicatos que protestam nesta sexta, 6, em frente a uma loja da empresa no Centro do Rio de Janeiro, reclamam de demissões e dizem temer perda de direitos trabalhistas em meio ao turbilhão judicial do caso. O ato precede reunião de lideranças sindicais com representantes da empresa, marcada para o início da tarde. Em nota, a varejista negou demissões e afirmou que seguirá cumprindo suas obrigações trabalhistas.

Entre faixas e bandeiras de sindicatos estava Darlana Santiago, de 29 anos, funcionária liberada da empresa para atuar como diretora de Promoção de Igualdade Racial no Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio. Até julho de 2021, ela trabalhava com assistente comercial de uma loja situado em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Darlana tem vínculo com a empresa há 10 anos.

Segundo ela, terceirizados e funcionários contratados como extras já começaram a ser dispensados. Também explica que demissões no início do ano são comuns, em função do fim do períodos de festas. Mesmo assim, garante que o volume de desligamentos no Rio está acima da média histórica.

“Nós ainda não temos uma relação detalhada das demissões, mas estão acima do normal. Nessa época, normalmente, há cinco desligamentos por loja. Estimamos que esse ano esteja na casa dos oito desligamentos por unidade”, disse Darlana.

Darlana Santiago denunciou demissões e lojas fechadas Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Outra funcionária que foi ao ato, a baiana Taina de Jesus, de 39 anos, trabalha hoje em uma loja da Americanas no Salvador Shopping, em Salvador (BA). Ela veio ao Rio junto com um sindicato local.

Taina afirma que as demissões ainda são sentidas em Salvador. Disse desconfiar que isso aconteça porque a empresa estava impedida de desligar pessoal devido à convenção trabalhista. A data base do reajuste salarial é 1º de março e, portanto, a empresa não pode demitir até 30 dias antes, sob a pena de receber multas. O temor é que as demissões comecem e se estendam pelo mês de março, diz a funcionária.

“As pessoas (funcionários) estão apreensivos. Ninguém sabe o que vai acontecer com o emprego, e nem se vão conseguir receber a multa de 40% do FGTS em caso de demissão”, declarou.

Fechamento de lojas

Darlana, do Rio, disse que a empresa vem fechando lojas no estado desde outubro, a exemplo da unidade da Rua do Riachuelo, na Lapa.

“Os funcionários têm se sentido enganados. O rombo foi divulgado só em janeiro, mas os fechamentos de loja começaram antes”, afirmou Darlana.

Antes de qualquer coisa, declarou, os manifestantes exigem uma posição objetiva e clara da direção da empresa, sobre quantas lojas serão fechadas e quantos empregados devem ser demitidos. Darlana íntegra a comissão designada para se reunir com representantes da Americanas ainda hoje.

Taina de Jesus teme demissões na Americanas na Bahia em março Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Eles exigem esclarecimentos sobre o futuro da recuperação judicial da empresa e defendem a preservação dos empregos e a proteção de direitos trabalhistas, resume Márcio Ayer, presidente do sindicato dos comerciários do Rio.

O ato ocupou as duas calçadas em frente a calçada da loja da Americanas na Rua do Passeio, próxima à Cinelândia. O local abrigava uma grande loja da varejista Mesbla, que faliu na virada dos anos 2000. Centenas ocupavam toda a extensão do lado esquerdo do gradeado do Passeio Público. O Sindicato dos Comerciários fala em mil pessoas.

Americanas diz que cumprirá obrigações

Em sua nota, a Americanas reafirmou que honrará suas obrigaçoes trabalhistas, embora admtisse a possibilidade de “reestruutraçóes”:

A Americanas reafirma seu compromisso em seguir cumprindo com todas as suas obrigações trabalhistas e com seu propósito de preservar sua reconhecida posição como uma referência no mercado varejista e na sociedade. A Companhia mantém relacionamento próximo com os sindicatos e segue comprometida com um diálogo produtivo e recorrente sobre questões trabalhistas.

A Companhia informa também que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários. Até o momento, a Americanas apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados.

A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo objetivo é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado. Como parte do processo, acredita que pode haver reestruturações, mas reitera que manterá o canal de comunicação aberto com todos os seus colaboradores e públicos de interesse e seu compromisso com todas as obrigações trabalhistas.

Homologações

O presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT) e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, que participou da reunião com a direção da empresa após o ato na Cinelândia, contou que os dirigentes sindicais solicitaram a Americanas que, em caso de demissões, elas sejam feitas no sindicato. A intenção é que os sindicatos tenham mais controle sobre os cortes. Depois da reforma trabalhista, deixou de ser obrigatória a homologação no sindicato.

De acordo com o sindicalista, esse pleito das centrais foi visto com bons olhos pela empresa. “É uma demonstração de transparência e boa vontade”, disse Patah. No entanto, a empresa ficou de dar uma resposta a respeito do pedido na próxima semana./ Colaborou Márcia De Chiara

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