Visões diferentes


A visão de que é o investimento o disparador do crescimento não é sólida

Por Amir Khair

As análises econômicas vêm apresentando avaliações positivas sobre as perspectivas de saneamento fiscal e retomada do crescimento. Os últimos fatos têm corroborado essas avaliações. Na política, as eleições para o comando da Câmara e do Senado dos candidatos fiéis ao governo, esvaziamento do Centrão, divisão na já frágil oposição, bem como a perspectiva para aprovação no Congresso para as reformas previdenciária e trabalhista. Na economia a queda da inflação favorecida pelos preços dos alimentos e valorização cambial, rumo à meta de 4,5% neste ano e redução da Selic. No campo oposto a essas avaliações tem-se o elevado nível de endividamento das famílias e das empresas e o alto desemprego em tendência crescente. Diante desse cenário o que esperar? As análises correntes apontam para uma retomada lenta da economia com crescimento entre 0,5% e 1,0% neste ano e superior a 2,0% em 2018. Uma vez aprovadas as reformas seria dado um paradeiro à sangria fiscal com ânimo aos empresários para retomada do investimento, considerado a nova mola do crescimento. Não creio que esse cenário atenda anseio coletivo nem parcela significativa do empresariado afogada em dívidas, com perda de faturamento e custos crescentes de insumos. Convém avaliar o real disparador do crescimento. A visão de que são os investimentos não me parece sólida. A elevada capacidade ociosa, a fragilidade do consumo por causa do desemprego e a queda real de salários apontam em sentido contrário à retomada da expansão. Os investimentos em infraestrutura não vão compensar a perda de investimentos do setor público onde a contenção de despesas voluntárias atinge principalmente os investimentos. Considero o crediário o disparador principal da retomada do crescimento por três razões: a) tem impacto de cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto, que é o consumo das famílias; b) tem largo espaço de queda, uma vez que se encontra em 157% ao ano ante uma média dos países emergentes de 10% e; c) vir ao encontro dos anseios da sociedade que se vê tolhida em seu poder aquisitivo pela carga de juros. A redução do custo do crediário tem o mesmo efeito que um aumento do poder aquisitivo sem envolver alteração na massa salarial. Um bem cujo preço à vista é 100, no crediário só pode ser adquirido por 257 (100 mais 157 de juros). Num país emergente poderia ser adquirido por 110, ou seja, por menos da metade. O problema reside em como fazer refluir o custo do crediário uma vez que convivemos há décadas com essa anomalia. Vejamos. Os bancos apresentam em balanço três fontes principais de lucros: a) aplicações em títulos do governo (ganhos de tesouraria); b) tarifas bancárias cobradas dos correntistas pelos serviços bancários e; c) empréstimos. As duas primeiras fontes (títulos e tarifas) já garantem parte expressiva dos lucros, permitindo posição de conforto para a prática de empréstimos sem disputa no mercado. A redução do lucro com essas duas fontes é que pode levar o sistema bancário a compensar essa redução com a ampliação da terceira fonte: os empréstimos. Para isso, terão de ampliar seus mercados e disputá-los com seus concorrentes, levando-os a uma posição concorrencial mais intensa. Assim, por ação de mercado, as elevadas taxas de juros vão refluir para níveis mais baixos à semelhança do que ocorre internacionalmente, onde a atividade principal do sistema bancário é a oferta de crédito. A queda da Selic ao nível da inflação reduz os ganhos de tesouraria e, o tabelamento com redução das tarifas bancárias, os ganhos tarifários. São medidas ao alcance do Banco Central que não dependem do Congresso. Para complementar essas medidas, duas ações são fundamentais: a) dar o exemplo dentro de casa, com a prática de redução dos spreads no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e; b) campanha de esclarecimento à população, antecedendo as medidas e seguindo a implementação das mesmas para reforçar o apoio na sociedade sobre os benefícios para todos.  Com este artigo fica encerrada minha coluna. Agradeço ao Estadão e aos leitores a atenção e as contribuições recebidas. Até uma próxima oportunidade. * É MESTRE EM FINANÇAS PÚBLICAS PELA FGV E CONSULTOR

As análises econômicas vêm apresentando avaliações positivas sobre as perspectivas de saneamento fiscal e retomada do crescimento. Os últimos fatos têm corroborado essas avaliações. Na política, as eleições para o comando da Câmara e do Senado dos candidatos fiéis ao governo, esvaziamento do Centrão, divisão na já frágil oposição, bem como a perspectiva para aprovação no Congresso para as reformas previdenciária e trabalhista. Na economia a queda da inflação favorecida pelos preços dos alimentos e valorização cambial, rumo à meta de 4,5% neste ano e redução da Selic. No campo oposto a essas avaliações tem-se o elevado nível de endividamento das famílias e das empresas e o alto desemprego em tendência crescente. Diante desse cenário o que esperar? As análises correntes apontam para uma retomada lenta da economia com crescimento entre 0,5% e 1,0% neste ano e superior a 2,0% em 2018. Uma vez aprovadas as reformas seria dado um paradeiro à sangria fiscal com ânimo aos empresários para retomada do investimento, considerado a nova mola do crescimento. Não creio que esse cenário atenda anseio coletivo nem parcela significativa do empresariado afogada em dívidas, com perda de faturamento e custos crescentes de insumos. Convém avaliar o real disparador do crescimento. A visão de que são os investimentos não me parece sólida. A elevada capacidade ociosa, a fragilidade do consumo por causa do desemprego e a queda real de salários apontam em sentido contrário à retomada da expansão. Os investimentos em infraestrutura não vão compensar a perda de investimentos do setor público onde a contenção de despesas voluntárias atinge principalmente os investimentos. Considero o crediário o disparador principal da retomada do crescimento por três razões: a) tem impacto de cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto, que é o consumo das famílias; b) tem largo espaço de queda, uma vez que se encontra em 157% ao ano ante uma média dos países emergentes de 10% e; c) vir ao encontro dos anseios da sociedade que se vê tolhida em seu poder aquisitivo pela carga de juros. A redução do custo do crediário tem o mesmo efeito que um aumento do poder aquisitivo sem envolver alteração na massa salarial. Um bem cujo preço à vista é 100, no crediário só pode ser adquirido por 257 (100 mais 157 de juros). Num país emergente poderia ser adquirido por 110, ou seja, por menos da metade. O problema reside em como fazer refluir o custo do crediário uma vez que convivemos há décadas com essa anomalia. Vejamos. Os bancos apresentam em balanço três fontes principais de lucros: a) aplicações em títulos do governo (ganhos de tesouraria); b) tarifas bancárias cobradas dos correntistas pelos serviços bancários e; c) empréstimos. As duas primeiras fontes (títulos e tarifas) já garantem parte expressiva dos lucros, permitindo posição de conforto para a prática de empréstimos sem disputa no mercado. A redução do lucro com essas duas fontes é que pode levar o sistema bancário a compensar essa redução com a ampliação da terceira fonte: os empréstimos. Para isso, terão de ampliar seus mercados e disputá-los com seus concorrentes, levando-os a uma posição concorrencial mais intensa. Assim, por ação de mercado, as elevadas taxas de juros vão refluir para níveis mais baixos à semelhança do que ocorre internacionalmente, onde a atividade principal do sistema bancário é a oferta de crédito. A queda da Selic ao nível da inflação reduz os ganhos de tesouraria e, o tabelamento com redução das tarifas bancárias, os ganhos tarifários. São medidas ao alcance do Banco Central que não dependem do Congresso. Para complementar essas medidas, duas ações são fundamentais: a) dar o exemplo dentro de casa, com a prática de redução dos spreads no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e; b) campanha de esclarecimento à população, antecedendo as medidas e seguindo a implementação das mesmas para reforçar o apoio na sociedade sobre os benefícios para todos.  Com este artigo fica encerrada minha coluna. Agradeço ao Estadão e aos leitores a atenção e as contribuições recebidas. Até uma próxima oportunidade. * É MESTRE EM FINANÇAS PÚBLICAS PELA FGV E CONSULTOR

As análises econômicas vêm apresentando avaliações positivas sobre as perspectivas de saneamento fiscal e retomada do crescimento. Os últimos fatos têm corroborado essas avaliações. Na política, as eleições para o comando da Câmara e do Senado dos candidatos fiéis ao governo, esvaziamento do Centrão, divisão na já frágil oposição, bem como a perspectiva para aprovação no Congresso para as reformas previdenciária e trabalhista. Na economia a queda da inflação favorecida pelos preços dos alimentos e valorização cambial, rumo à meta de 4,5% neste ano e redução da Selic. No campo oposto a essas avaliações tem-se o elevado nível de endividamento das famílias e das empresas e o alto desemprego em tendência crescente. Diante desse cenário o que esperar? As análises correntes apontam para uma retomada lenta da economia com crescimento entre 0,5% e 1,0% neste ano e superior a 2,0% em 2018. Uma vez aprovadas as reformas seria dado um paradeiro à sangria fiscal com ânimo aos empresários para retomada do investimento, considerado a nova mola do crescimento. Não creio que esse cenário atenda anseio coletivo nem parcela significativa do empresariado afogada em dívidas, com perda de faturamento e custos crescentes de insumos. Convém avaliar o real disparador do crescimento. A visão de que são os investimentos não me parece sólida. A elevada capacidade ociosa, a fragilidade do consumo por causa do desemprego e a queda real de salários apontam em sentido contrário à retomada da expansão. Os investimentos em infraestrutura não vão compensar a perda de investimentos do setor público onde a contenção de despesas voluntárias atinge principalmente os investimentos. Considero o crediário o disparador principal da retomada do crescimento por três razões: a) tem impacto de cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto, que é o consumo das famílias; b) tem largo espaço de queda, uma vez que se encontra em 157% ao ano ante uma média dos países emergentes de 10% e; c) vir ao encontro dos anseios da sociedade que se vê tolhida em seu poder aquisitivo pela carga de juros. A redução do custo do crediário tem o mesmo efeito que um aumento do poder aquisitivo sem envolver alteração na massa salarial. Um bem cujo preço à vista é 100, no crediário só pode ser adquirido por 257 (100 mais 157 de juros). Num país emergente poderia ser adquirido por 110, ou seja, por menos da metade. O problema reside em como fazer refluir o custo do crediário uma vez que convivemos há décadas com essa anomalia. Vejamos. Os bancos apresentam em balanço três fontes principais de lucros: a) aplicações em títulos do governo (ganhos de tesouraria); b) tarifas bancárias cobradas dos correntistas pelos serviços bancários e; c) empréstimos. As duas primeiras fontes (títulos e tarifas) já garantem parte expressiva dos lucros, permitindo posição de conforto para a prática de empréstimos sem disputa no mercado. A redução do lucro com essas duas fontes é que pode levar o sistema bancário a compensar essa redução com a ampliação da terceira fonte: os empréstimos. Para isso, terão de ampliar seus mercados e disputá-los com seus concorrentes, levando-os a uma posição concorrencial mais intensa. Assim, por ação de mercado, as elevadas taxas de juros vão refluir para níveis mais baixos à semelhança do que ocorre internacionalmente, onde a atividade principal do sistema bancário é a oferta de crédito. A queda da Selic ao nível da inflação reduz os ganhos de tesouraria e, o tabelamento com redução das tarifas bancárias, os ganhos tarifários. São medidas ao alcance do Banco Central que não dependem do Congresso. Para complementar essas medidas, duas ações são fundamentais: a) dar o exemplo dentro de casa, com a prática de redução dos spreads no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e; b) campanha de esclarecimento à população, antecedendo as medidas e seguindo a implementação das mesmas para reforçar o apoio na sociedade sobre os benefícios para todos.  Com este artigo fica encerrada minha coluna. Agradeço ao Estadão e aos leitores a atenção e as contribuições recebidas. Até uma próxima oportunidade. * É MESTRE EM FINANÇAS PÚBLICAS PELA FGV E CONSULTOR

As análises econômicas vêm apresentando avaliações positivas sobre as perspectivas de saneamento fiscal e retomada do crescimento. Os últimos fatos têm corroborado essas avaliações. Na política, as eleições para o comando da Câmara e do Senado dos candidatos fiéis ao governo, esvaziamento do Centrão, divisão na já frágil oposição, bem como a perspectiva para aprovação no Congresso para as reformas previdenciária e trabalhista. Na economia a queda da inflação favorecida pelos preços dos alimentos e valorização cambial, rumo à meta de 4,5% neste ano e redução da Selic. No campo oposto a essas avaliações tem-se o elevado nível de endividamento das famílias e das empresas e o alto desemprego em tendência crescente. Diante desse cenário o que esperar? As análises correntes apontam para uma retomada lenta da economia com crescimento entre 0,5% e 1,0% neste ano e superior a 2,0% em 2018. Uma vez aprovadas as reformas seria dado um paradeiro à sangria fiscal com ânimo aos empresários para retomada do investimento, considerado a nova mola do crescimento. Não creio que esse cenário atenda anseio coletivo nem parcela significativa do empresariado afogada em dívidas, com perda de faturamento e custos crescentes de insumos. Convém avaliar o real disparador do crescimento. A visão de que são os investimentos não me parece sólida. A elevada capacidade ociosa, a fragilidade do consumo por causa do desemprego e a queda real de salários apontam em sentido contrário à retomada da expansão. Os investimentos em infraestrutura não vão compensar a perda de investimentos do setor público onde a contenção de despesas voluntárias atinge principalmente os investimentos. Considero o crediário o disparador principal da retomada do crescimento por três razões: a) tem impacto de cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto, que é o consumo das famílias; b) tem largo espaço de queda, uma vez que se encontra em 157% ao ano ante uma média dos países emergentes de 10% e; c) vir ao encontro dos anseios da sociedade que se vê tolhida em seu poder aquisitivo pela carga de juros. A redução do custo do crediário tem o mesmo efeito que um aumento do poder aquisitivo sem envolver alteração na massa salarial. Um bem cujo preço à vista é 100, no crediário só pode ser adquirido por 257 (100 mais 157 de juros). Num país emergente poderia ser adquirido por 110, ou seja, por menos da metade. O problema reside em como fazer refluir o custo do crediário uma vez que convivemos há décadas com essa anomalia. Vejamos. Os bancos apresentam em balanço três fontes principais de lucros: a) aplicações em títulos do governo (ganhos de tesouraria); b) tarifas bancárias cobradas dos correntistas pelos serviços bancários e; c) empréstimos. As duas primeiras fontes (títulos e tarifas) já garantem parte expressiva dos lucros, permitindo posição de conforto para a prática de empréstimos sem disputa no mercado. A redução do lucro com essas duas fontes é que pode levar o sistema bancário a compensar essa redução com a ampliação da terceira fonte: os empréstimos. Para isso, terão de ampliar seus mercados e disputá-los com seus concorrentes, levando-os a uma posição concorrencial mais intensa. Assim, por ação de mercado, as elevadas taxas de juros vão refluir para níveis mais baixos à semelhança do que ocorre internacionalmente, onde a atividade principal do sistema bancário é a oferta de crédito. A queda da Selic ao nível da inflação reduz os ganhos de tesouraria e, o tabelamento com redução das tarifas bancárias, os ganhos tarifários. São medidas ao alcance do Banco Central que não dependem do Congresso. Para complementar essas medidas, duas ações são fundamentais: a) dar o exemplo dentro de casa, com a prática de redução dos spreads no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e; b) campanha de esclarecimento à população, antecedendo as medidas e seguindo a implementação das mesmas para reforçar o apoio na sociedade sobre os benefícios para todos.  Com este artigo fica encerrada minha coluna. Agradeço ao Estadão e aos leitores a atenção e as contribuições recebidas. Até uma próxima oportunidade. * É MESTRE EM FINANÇAS PÚBLICAS PELA FGV E CONSULTOR

As análises econômicas vêm apresentando avaliações positivas sobre as perspectivas de saneamento fiscal e retomada do crescimento. Os últimos fatos têm corroborado essas avaliações. Na política, as eleições para o comando da Câmara e do Senado dos candidatos fiéis ao governo, esvaziamento do Centrão, divisão na já frágil oposição, bem como a perspectiva para aprovação no Congresso para as reformas previdenciária e trabalhista. Na economia a queda da inflação favorecida pelos preços dos alimentos e valorização cambial, rumo à meta de 4,5% neste ano e redução da Selic. No campo oposto a essas avaliações tem-se o elevado nível de endividamento das famílias e das empresas e o alto desemprego em tendência crescente. Diante desse cenário o que esperar? As análises correntes apontam para uma retomada lenta da economia com crescimento entre 0,5% e 1,0% neste ano e superior a 2,0% em 2018. Uma vez aprovadas as reformas seria dado um paradeiro à sangria fiscal com ânimo aos empresários para retomada do investimento, considerado a nova mola do crescimento. Não creio que esse cenário atenda anseio coletivo nem parcela significativa do empresariado afogada em dívidas, com perda de faturamento e custos crescentes de insumos. Convém avaliar o real disparador do crescimento. A visão de que são os investimentos não me parece sólida. A elevada capacidade ociosa, a fragilidade do consumo por causa do desemprego e a queda real de salários apontam em sentido contrário à retomada da expansão. Os investimentos em infraestrutura não vão compensar a perda de investimentos do setor público onde a contenção de despesas voluntárias atinge principalmente os investimentos. Considero o crediário o disparador principal da retomada do crescimento por três razões: a) tem impacto de cerca de 2/3 do Produto Interno Bruto, que é o consumo das famílias; b) tem largo espaço de queda, uma vez que se encontra em 157% ao ano ante uma média dos países emergentes de 10% e; c) vir ao encontro dos anseios da sociedade que se vê tolhida em seu poder aquisitivo pela carga de juros. A redução do custo do crediário tem o mesmo efeito que um aumento do poder aquisitivo sem envolver alteração na massa salarial. Um bem cujo preço à vista é 100, no crediário só pode ser adquirido por 257 (100 mais 157 de juros). Num país emergente poderia ser adquirido por 110, ou seja, por menos da metade. O problema reside em como fazer refluir o custo do crediário uma vez que convivemos há décadas com essa anomalia. Vejamos. Os bancos apresentam em balanço três fontes principais de lucros: a) aplicações em títulos do governo (ganhos de tesouraria); b) tarifas bancárias cobradas dos correntistas pelos serviços bancários e; c) empréstimos. As duas primeiras fontes (títulos e tarifas) já garantem parte expressiva dos lucros, permitindo posição de conforto para a prática de empréstimos sem disputa no mercado. A redução do lucro com essas duas fontes é que pode levar o sistema bancário a compensar essa redução com a ampliação da terceira fonte: os empréstimos. Para isso, terão de ampliar seus mercados e disputá-los com seus concorrentes, levando-os a uma posição concorrencial mais intensa. Assim, por ação de mercado, as elevadas taxas de juros vão refluir para níveis mais baixos à semelhança do que ocorre internacionalmente, onde a atividade principal do sistema bancário é a oferta de crédito. A queda da Selic ao nível da inflação reduz os ganhos de tesouraria e, o tabelamento com redução das tarifas bancárias, os ganhos tarifários. São medidas ao alcance do Banco Central que não dependem do Congresso. Para complementar essas medidas, duas ações são fundamentais: a) dar o exemplo dentro de casa, com a prática de redução dos spreads no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal e; b) campanha de esclarecimento à população, antecedendo as medidas e seguindo a implementação das mesmas para reforçar o apoio na sociedade sobre os benefícios para todos.  Com este artigo fica encerrada minha coluna. Agradeço ao Estadão e aos leitores a atenção e as contribuições recebidas. Até uma próxima oportunidade. * É MESTRE EM FINANÇAS PÚBLICAS PELA FGV E CONSULTOR

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