Análise|Os investimentos são a chave para o Brasil sustentar taxa de crescimento de 3%


No ano passado, País teve um dos menores investimentos da história; é preciso melhorar esses números para apoiar o crescimento econômico

Por Fernando Honorato*
Atualização:

Com a expansão de 2,9% do PIB no ano passado, a economia brasileira cresceu 3,6% no triênio encerrado em 2023, algo que não ocorria desde o ano de 2012. Esse crescimento também é bastante superior à nossa média histórica, de 2,2% desde os anos 80. As razões para essa performance são bastante conhecidas: reabertura pós-covid, estímulos fiscais e monetários, força do agro. Mas e agora, será possível o Brasil sustentar essa velocidade de expansão?

A resposta depende de duas frentes que interagem entre elas: o manejo de riscos e a retomada dos investimentos. Ao longo dos últimos 45 anos, o que derrubou o crescimento médio do Brasil foram crises políticas, de escassez de dólares, racionamento de energia ou descontroles inflacionários. Essa instabilidade do ambiente macro é fatal para os negócios.

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Na outra frente, se o Brasil quiser sustentar taxas de expansão mais próximas a 3%, os investimentos precisam acelerar. Tendo encerrado o ano passado em 16,5% do PIB, essa é uma das menores taxas da nossa história e é preciso que ela se recupere para apoiar o PIB. Se o consumo seguir se expandindo sem a contrapartida dos investimentos, teremos mais inflação ou déficit externo, o filme é conhecido.

Sem investimento, País terá crescimento menor e pressão inflacionária Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há duas boas notícias, olhando adiante. A primeira é que o Brasil não parece fadado a produzir ou vir a sofrer, nos próximos anos, nenhuma dessas crises que nos afetaram historicamente. A matriz elétrica está diversificada e integrada, as contas externas estão muito sólidas e apesar da polarização política, não há sinais de ruptura ou fricção relevante. As contas públicas, que seguem sendo nosso calcanhar de Aquiles, não devem produzir crises se o arcabouço fiscal for respeitado.

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A segunda é que as empresas brasileiras listadas na bolsa estão pouco endividadas e a taxa de juros está caindo. Com desemprego baixo, consumo forte e redução da ociosidade na indústria, essas são senhas importantes para que as empresas voltem a investir. Mesmo as pequenas e médias empresas, mais endividadas, se beneficiarão da queda de juros e do ciclo de retomada do crédito.

Crescer é o caminho mais sólido para reduzir desigualdades e a distância de renda per capita para nossos pares. Essa deveria ser a grande ambição do País. Evitar crises e preservar um ambiente favorável à retomada dos investimentos são dois passos absolutamente interligados e fundamentais dessa jornada.

* Economista-chefe do Bradesco

Com a expansão de 2,9% do PIB no ano passado, a economia brasileira cresceu 3,6% no triênio encerrado em 2023, algo que não ocorria desde o ano de 2012. Esse crescimento também é bastante superior à nossa média histórica, de 2,2% desde os anos 80. As razões para essa performance são bastante conhecidas: reabertura pós-covid, estímulos fiscais e monetários, força do agro. Mas e agora, será possível o Brasil sustentar essa velocidade de expansão?

A resposta depende de duas frentes que interagem entre elas: o manejo de riscos e a retomada dos investimentos. Ao longo dos últimos 45 anos, o que derrubou o crescimento médio do Brasil foram crises políticas, de escassez de dólares, racionamento de energia ou descontroles inflacionários. Essa instabilidade do ambiente macro é fatal para os negócios.

Na outra frente, se o Brasil quiser sustentar taxas de expansão mais próximas a 3%, os investimentos precisam acelerar. Tendo encerrado o ano passado em 16,5% do PIB, essa é uma das menores taxas da nossa história e é preciso que ela se recupere para apoiar o PIB. Se o consumo seguir se expandindo sem a contrapartida dos investimentos, teremos mais inflação ou déficit externo, o filme é conhecido.

Sem investimento, País terá crescimento menor e pressão inflacionária Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há duas boas notícias, olhando adiante. A primeira é que o Brasil não parece fadado a produzir ou vir a sofrer, nos próximos anos, nenhuma dessas crises que nos afetaram historicamente. A matriz elétrica está diversificada e integrada, as contas externas estão muito sólidas e apesar da polarização política, não há sinais de ruptura ou fricção relevante. As contas públicas, que seguem sendo nosso calcanhar de Aquiles, não devem produzir crises se o arcabouço fiscal for respeitado.

A segunda é que as empresas brasileiras listadas na bolsa estão pouco endividadas e a taxa de juros está caindo. Com desemprego baixo, consumo forte e redução da ociosidade na indústria, essas são senhas importantes para que as empresas voltem a investir. Mesmo as pequenas e médias empresas, mais endividadas, se beneficiarão da queda de juros e do ciclo de retomada do crédito.

Crescer é o caminho mais sólido para reduzir desigualdades e a distância de renda per capita para nossos pares. Essa deveria ser a grande ambição do País. Evitar crises e preservar um ambiente favorável à retomada dos investimentos são dois passos absolutamente interligados e fundamentais dessa jornada.

* Economista-chefe do Bradesco

Com a expansão de 2,9% do PIB no ano passado, a economia brasileira cresceu 3,6% no triênio encerrado em 2023, algo que não ocorria desde o ano de 2012. Esse crescimento também é bastante superior à nossa média histórica, de 2,2% desde os anos 80. As razões para essa performance são bastante conhecidas: reabertura pós-covid, estímulos fiscais e monetários, força do agro. Mas e agora, será possível o Brasil sustentar essa velocidade de expansão?

A resposta depende de duas frentes que interagem entre elas: o manejo de riscos e a retomada dos investimentos. Ao longo dos últimos 45 anos, o que derrubou o crescimento médio do Brasil foram crises políticas, de escassez de dólares, racionamento de energia ou descontroles inflacionários. Essa instabilidade do ambiente macro é fatal para os negócios.

Na outra frente, se o Brasil quiser sustentar taxas de expansão mais próximas a 3%, os investimentos precisam acelerar. Tendo encerrado o ano passado em 16,5% do PIB, essa é uma das menores taxas da nossa história e é preciso que ela se recupere para apoiar o PIB. Se o consumo seguir se expandindo sem a contrapartida dos investimentos, teremos mais inflação ou déficit externo, o filme é conhecido.

Sem investimento, País terá crescimento menor e pressão inflacionária Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há duas boas notícias, olhando adiante. A primeira é que o Brasil não parece fadado a produzir ou vir a sofrer, nos próximos anos, nenhuma dessas crises que nos afetaram historicamente. A matriz elétrica está diversificada e integrada, as contas externas estão muito sólidas e apesar da polarização política, não há sinais de ruptura ou fricção relevante. As contas públicas, que seguem sendo nosso calcanhar de Aquiles, não devem produzir crises se o arcabouço fiscal for respeitado.

A segunda é que as empresas brasileiras listadas na bolsa estão pouco endividadas e a taxa de juros está caindo. Com desemprego baixo, consumo forte e redução da ociosidade na indústria, essas são senhas importantes para que as empresas voltem a investir. Mesmo as pequenas e médias empresas, mais endividadas, se beneficiarão da queda de juros e do ciclo de retomada do crédito.

Crescer é o caminho mais sólido para reduzir desigualdades e a distância de renda per capita para nossos pares. Essa deveria ser a grande ambição do País. Evitar crises e preservar um ambiente favorável à retomada dos investimentos são dois passos absolutamente interligados e fundamentais dessa jornada.

* Economista-chefe do Bradesco

Com a expansão de 2,9% do PIB no ano passado, a economia brasileira cresceu 3,6% no triênio encerrado em 2023, algo que não ocorria desde o ano de 2012. Esse crescimento também é bastante superior à nossa média histórica, de 2,2% desde os anos 80. As razões para essa performance são bastante conhecidas: reabertura pós-covid, estímulos fiscais e monetários, força do agro. Mas e agora, será possível o Brasil sustentar essa velocidade de expansão?

A resposta depende de duas frentes que interagem entre elas: o manejo de riscos e a retomada dos investimentos. Ao longo dos últimos 45 anos, o que derrubou o crescimento médio do Brasil foram crises políticas, de escassez de dólares, racionamento de energia ou descontroles inflacionários. Essa instabilidade do ambiente macro é fatal para os negócios.

Na outra frente, se o Brasil quiser sustentar taxas de expansão mais próximas a 3%, os investimentos precisam acelerar. Tendo encerrado o ano passado em 16,5% do PIB, essa é uma das menores taxas da nossa história e é preciso que ela se recupere para apoiar o PIB. Se o consumo seguir se expandindo sem a contrapartida dos investimentos, teremos mais inflação ou déficit externo, o filme é conhecido.

Sem investimento, País terá crescimento menor e pressão inflacionária Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

Há duas boas notícias, olhando adiante. A primeira é que o Brasil não parece fadado a produzir ou vir a sofrer, nos próximos anos, nenhuma dessas crises que nos afetaram historicamente. A matriz elétrica está diversificada e integrada, as contas externas estão muito sólidas e apesar da polarização política, não há sinais de ruptura ou fricção relevante. As contas públicas, que seguem sendo nosso calcanhar de Aquiles, não devem produzir crises se o arcabouço fiscal for respeitado.

A segunda é que as empresas brasileiras listadas na bolsa estão pouco endividadas e a taxa de juros está caindo. Com desemprego baixo, consumo forte e redução da ociosidade na indústria, essas são senhas importantes para que as empresas voltem a investir. Mesmo as pequenas e médias empresas, mais endividadas, se beneficiarão da queda de juros e do ciclo de retomada do crédito.

Crescer é o caminho mais sólido para reduzir desigualdades e a distância de renda per capita para nossos pares. Essa deveria ser a grande ambição do País. Evitar crises e preservar um ambiente favorável à retomada dos investimentos são dois passos absolutamente interligados e fundamentais dessa jornada.

* Economista-chefe do Bradesco

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