Novo superciclo de commodities explica surpresas no PIB desde 2020; leia análise


Após frustrações consecutivas entre 2015 e 2019, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020

Por Bráulio Borges

Mais uma vez, os analistas foram surpreendidos pelo desempenho do PIB brasileiro. É bem provável que as projeções de consenso para 2023 caminhem para uma alta de cerca de 3% após a divulgação do resultado do 2º trimestre, variação significativamente mais alta do que se esperava no começo deste ano, entre +0,5% e +1%.

Após frustrações consecutivas em 2015-19, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020. Alguns vêm apontando que isso refletiria a maturação de diversas reformas implementadas desde 2015/16, ignorando, no entanto, o fato de que a economia brasileira tinha excesso relevante de ociosidade durante boa parte do período 2015-22 – ou seja, seu desempenho não era limitado pela capacidade de oferta e sim por um déficit de demanda agregada. Tais análises também minimizam os efeitos de algumas contrarreformas no período e ignoram o fato de que a política fiscal e parafiscal doméstica tem sido bastante expansionista desde meados de 2020 até agora.

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Mas o que parece explicar melhor essas oscilações de nosso PIB é o comportamento da renda gerada pelos setores produtores de commodities no Brasil, agropecuária e indústria extrativa mineral (ver figura abaixo). Tanto os efeitos diretos como os transbordamentos associados a esses choques de renda ligada a recursos naturais explicam parte relevante das frustrações e surpresas do PIB brasileiro nas últimas décadas, segundo diversos exercícios econométricos.

Renda gerada pela exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis. Elaboração Bráulio Borges Foto: Bráulio Borges/Reprodução

Desde o final de 2020, tivemos um novo superciclo de commodities, mais intenso e concentrado no tempo do que aquele observado em 1999-2011. O ciclo mais recente foi impulsionado tanto por uma alta expressiva das cotações internacionais até meados de 2022 como pela forte depreciação do R$/US$ em meados de 2020 (de menos de 4,00 para algo entre 5,00 e 5,50).

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Contudo, isso não vai durar para sempre: os preços das commodities já vêm recuando desde o final do ano passado e deverão continuar caindo em 2024 e nossa cotação cambial vem ensaiando alguma valorização. Assim, do mesmo jeito que ajudou bastante nosso PIB nos últimos anos, essa renda, em boa medida “exógena” à política monetária doméstica, deverá gerar ventos contrários relevantes para o PIB, sobretudo no ano que vem. / ECONOMISTA-SÊNIOR DA LCA E PESQUISADOR ASSOCIADO DO FGV IBRE

Mais uma vez, os analistas foram surpreendidos pelo desempenho do PIB brasileiro. É bem provável que as projeções de consenso para 2023 caminhem para uma alta de cerca de 3% após a divulgação do resultado do 2º trimestre, variação significativamente mais alta do que se esperava no começo deste ano, entre +0,5% e +1%.

Após frustrações consecutivas em 2015-19, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020. Alguns vêm apontando que isso refletiria a maturação de diversas reformas implementadas desde 2015/16, ignorando, no entanto, o fato de que a economia brasileira tinha excesso relevante de ociosidade durante boa parte do período 2015-22 – ou seja, seu desempenho não era limitado pela capacidade de oferta e sim por um déficit de demanda agregada. Tais análises também minimizam os efeitos de algumas contrarreformas no período e ignoram o fato de que a política fiscal e parafiscal doméstica tem sido bastante expansionista desde meados de 2020 até agora.

Mas o que parece explicar melhor essas oscilações de nosso PIB é o comportamento da renda gerada pelos setores produtores de commodities no Brasil, agropecuária e indústria extrativa mineral (ver figura abaixo). Tanto os efeitos diretos como os transbordamentos associados a esses choques de renda ligada a recursos naturais explicam parte relevante das frustrações e surpresas do PIB brasileiro nas últimas décadas, segundo diversos exercícios econométricos.

Renda gerada pela exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis. Elaboração Bráulio Borges Foto: Bráulio Borges/Reprodução

Desde o final de 2020, tivemos um novo superciclo de commodities, mais intenso e concentrado no tempo do que aquele observado em 1999-2011. O ciclo mais recente foi impulsionado tanto por uma alta expressiva das cotações internacionais até meados de 2022 como pela forte depreciação do R$/US$ em meados de 2020 (de menos de 4,00 para algo entre 5,00 e 5,50).

Contudo, isso não vai durar para sempre: os preços das commodities já vêm recuando desde o final do ano passado e deverão continuar caindo em 2024 e nossa cotação cambial vem ensaiando alguma valorização. Assim, do mesmo jeito que ajudou bastante nosso PIB nos últimos anos, essa renda, em boa medida “exógena” à política monetária doméstica, deverá gerar ventos contrários relevantes para o PIB, sobretudo no ano que vem. / ECONOMISTA-SÊNIOR DA LCA E PESQUISADOR ASSOCIADO DO FGV IBRE

Mais uma vez, os analistas foram surpreendidos pelo desempenho do PIB brasileiro. É bem provável que as projeções de consenso para 2023 caminhem para uma alta de cerca de 3% após a divulgação do resultado do 2º trimestre, variação significativamente mais alta do que se esperava no começo deste ano, entre +0,5% e +1%.

Após frustrações consecutivas em 2015-19, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020. Alguns vêm apontando que isso refletiria a maturação de diversas reformas implementadas desde 2015/16, ignorando, no entanto, o fato de que a economia brasileira tinha excesso relevante de ociosidade durante boa parte do período 2015-22 – ou seja, seu desempenho não era limitado pela capacidade de oferta e sim por um déficit de demanda agregada. Tais análises também minimizam os efeitos de algumas contrarreformas no período e ignoram o fato de que a política fiscal e parafiscal doméstica tem sido bastante expansionista desde meados de 2020 até agora.

Mas o que parece explicar melhor essas oscilações de nosso PIB é o comportamento da renda gerada pelos setores produtores de commodities no Brasil, agropecuária e indústria extrativa mineral (ver figura abaixo). Tanto os efeitos diretos como os transbordamentos associados a esses choques de renda ligada a recursos naturais explicam parte relevante das frustrações e surpresas do PIB brasileiro nas últimas décadas, segundo diversos exercícios econométricos.

Renda gerada pela exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis. Elaboração Bráulio Borges Foto: Bráulio Borges/Reprodução

Desde o final de 2020, tivemos um novo superciclo de commodities, mais intenso e concentrado no tempo do que aquele observado em 1999-2011. O ciclo mais recente foi impulsionado tanto por uma alta expressiva das cotações internacionais até meados de 2022 como pela forte depreciação do R$/US$ em meados de 2020 (de menos de 4,00 para algo entre 5,00 e 5,50).

Contudo, isso não vai durar para sempre: os preços das commodities já vêm recuando desde o final do ano passado e deverão continuar caindo em 2024 e nossa cotação cambial vem ensaiando alguma valorização. Assim, do mesmo jeito que ajudou bastante nosso PIB nos últimos anos, essa renda, em boa medida “exógena” à política monetária doméstica, deverá gerar ventos contrários relevantes para o PIB, sobretudo no ano que vem. / ECONOMISTA-SÊNIOR DA LCA E PESQUISADOR ASSOCIADO DO FGV IBRE

Mais uma vez, os analistas foram surpreendidos pelo desempenho do PIB brasileiro. É bem provável que as projeções de consenso para 2023 caminhem para uma alta de cerca de 3% após a divulgação do resultado do 2º trimestre, variação significativamente mais alta do que se esperava no começo deste ano, entre +0,5% e +1%.

Após frustrações consecutivas em 2015-19, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020. Alguns vêm apontando que isso refletiria a maturação de diversas reformas implementadas desde 2015/16, ignorando, no entanto, o fato de que a economia brasileira tinha excesso relevante de ociosidade durante boa parte do período 2015-22 – ou seja, seu desempenho não era limitado pela capacidade de oferta e sim por um déficit de demanda agregada. Tais análises também minimizam os efeitos de algumas contrarreformas no período e ignoram o fato de que a política fiscal e parafiscal doméstica tem sido bastante expansionista desde meados de 2020 até agora.

Mas o que parece explicar melhor essas oscilações de nosso PIB é o comportamento da renda gerada pelos setores produtores de commodities no Brasil, agropecuária e indústria extrativa mineral (ver figura abaixo). Tanto os efeitos diretos como os transbordamentos associados a esses choques de renda ligada a recursos naturais explicam parte relevante das frustrações e surpresas do PIB brasileiro nas últimas décadas, segundo diversos exercícios econométricos.

Renda gerada pela exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis. Elaboração Bráulio Borges Foto: Bráulio Borges/Reprodução

Desde o final de 2020, tivemos um novo superciclo de commodities, mais intenso e concentrado no tempo do que aquele observado em 1999-2011. O ciclo mais recente foi impulsionado tanto por uma alta expressiva das cotações internacionais até meados de 2022 como pela forte depreciação do R$/US$ em meados de 2020 (de menos de 4,00 para algo entre 5,00 e 5,50).

Contudo, isso não vai durar para sempre: os preços das commodities já vêm recuando desde o final do ano passado e deverão continuar caindo em 2024 e nossa cotação cambial vem ensaiando alguma valorização. Assim, do mesmo jeito que ajudou bastante nosso PIB nos últimos anos, essa renda, em boa medida “exógena” à política monetária doméstica, deverá gerar ventos contrários relevantes para o PIB, sobretudo no ano que vem. / ECONOMISTA-SÊNIOR DA LCA E PESQUISADOR ASSOCIADO DO FGV IBRE

Mais uma vez, os analistas foram surpreendidos pelo desempenho do PIB brasileiro. É bem provável que as projeções de consenso para 2023 caminhem para uma alta de cerca de 3% após a divulgação do resultado do 2º trimestre, variação significativamente mais alta do que se esperava no começo deste ano, entre +0,5% e +1%.

Após frustrações consecutivas em 2015-19, o PIB brasileiro tem surpreendido favoravelmente as expectativas desde 2020. Alguns vêm apontando que isso refletiria a maturação de diversas reformas implementadas desde 2015/16, ignorando, no entanto, o fato de que a economia brasileira tinha excesso relevante de ociosidade durante boa parte do período 2015-22 – ou seja, seu desempenho não era limitado pela capacidade de oferta e sim por um déficit de demanda agregada. Tais análises também minimizam os efeitos de algumas contrarreformas no período e ignoram o fato de que a política fiscal e parafiscal doméstica tem sido bastante expansionista desde meados de 2020 até agora.

Mas o que parece explicar melhor essas oscilações de nosso PIB é o comportamento da renda gerada pelos setores produtores de commodities no Brasil, agropecuária e indústria extrativa mineral (ver figura abaixo). Tanto os efeitos diretos como os transbordamentos associados a esses choques de renda ligada a recursos naturais explicam parte relevante das frustrações e surpresas do PIB brasileiro nas últimas décadas, segundo diversos exercícios econométricos.

Renda gerada pela exploração de recursos naturais renováveis e não-renováveis. Elaboração Bráulio Borges Foto: Bráulio Borges/Reprodução

Desde o final de 2020, tivemos um novo superciclo de commodities, mais intenso e concentrado no tempo do que aquele observado em 1999-2011. O ciclo mais recente foi impulsionado tanto por uma alta expressiva das cotações internacionais até meados de 2022 como pela forte depreciação do R$/US$ em meados de 2020 (de menos de 4,00 para algo entre 5,00 e 5,50).

Contudo, isso não vai durar para sempre: os preços das commodities já vêm recuando desde o final do ano passado e deverão continuar caindo em 2024 e nossa cotação cambial vem ensaiando alguma valorização. Assim, do mesmo jeito que ajudou bastante nosso PIB nos últimos anos, essa renda, em boa medida “exógena” à política monetária doméstica, deverá gerar ventos contrários relevantes para o PIB, sobretudo no ano que vem. / ECONOMISTA-SÊNIOR DA LCA E PESQUISADOR ASSOCIADO DO FGV IBRE

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