Análise|PIB: economia cresce acima do seu potencial, e os efeitos disso podem custar caro


Crescimento da economia, impulsionada pelo expansão fiscal, já fez a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudar de direção

Por Silvia Matos
Atualização:

Conforme esperado pelo Boletim Macro FGV IBRE e pelo mercado, a economia brasileira mostrou um crescimento robusto no terceiro trimestre, com todos os grandes setores contribuindo positivamente para o resultado de 0,9% (trimestre ante trimestre). Mesmo com a moderada retração do agro, o destaque positivo pelo lado da oferta é o crescimento da indústria de transformação, após um péssimo desempenho no ano passado. Diferente de 2023, quando apenas os setores mais relacionados às commodities se destacaram, neste ano há um crescimento espalhado entre os setores.

O que chamou mais a atenção neste terceiro trimestre foi novamente um expressivo crescimento da demanda interna e uma contribuição negativa da demanda externa para o crescimento. Diferente do ano passado, as importações cresceram muito acima das exportações, e o principal motor para o crescimento deste ano será a demanda interna.

E aqui temos aspectos positivos e negativos.

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Pelo lado positivo temos o expressivo crescimento do investimento, que tem superado as perdas do ano passado. Entre os motivos para o resultado negativo de 2023 tivemos a contração da indústria de transformação, que é uma atividade intensiva em capital, e a queda da produção de caminhões de quase 40%, pelos dados da Anfavea.

Pelo lado negativo, o que chamou mais a atenção foi o elevado crescimento do consumo das famílias que avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre e 5,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ou seja, o consumo cresceu em torno de 1,1% por trimestre desde o segundo semestre de 2021, ritmo superior ao crescimento do PIB, que foi de 0,8%.

Consumo das famílias avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre  Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 28/11/2019
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O forte crescimento do consumo das famílias é explicado, em grande medida, pelo aumento real da renda bruta disponível. Além do expressivo impulso fiscal, através do aumento real do salário mínimo, bem como o de benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, entre outros, houve uma forte expansão da concessão de crédito para as famílias. A esses fatores soma-se o desempenho surpreendente do mercado de trabalho. Tudo isso contribui para um crescimento ainda bem elevado do consumo das famílias no trimestre.

E por que isso é uma notícia negativa? Como a economia está crescendo acima do seu potencial, impulsionada pelo consumo, a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudou de direção. Choques de oferta, como a disparada dos preços de alimentação, em um contexto de demanda aquecida e de expectativas de inflação para horizontes mais longos que não estão apenas acima da meta, mas continuam divergindo, tornam o processo inflacionário muito mais difícil de ser combatido. Não há outra saída a não ser intensificar o aperto monetário.

Como sabemos, uma política fiscal expansionista em uma economia sem ociosidade, com um setor público deficitário e uma dívida pública elevada, tem efeitos líquidos deletérios: mais inflação, taxa de juros real mais elevada e mais risco na economia. Não compensa.

Conforme esperado pelo Boletim Macro FGV IBRE e pelo mercado, a economia brasileira mostrou um crescimento robusto no terceiro trimestre, com todos os grandes setores contribuindo positivamente para o resultado de 0,9% (trimestre ante trimestre). Mesmo com a moderada retração do agro, o destaque positivo pelo lado da oferta é o crescimento da indústria de transformação, após um péssimo desempenho no ano passado. Diferente de 2023, quando apenas os setores mais relacionados às commodities se destacaram, neste ano há um crescimento espalhado entre os setores.

O que chamou mais a atenção neste terceiro trimestre foi novamente um expressivo crescimento da demanda interna e uma contribuição negativa da demanda externa para o crescimento. Diferente do ano passado, as importações cresceram muito acima das exportações, e o principal motor para o crescimento deste ano será a demanda interna.

E aqui temos aspectos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos o expressivo crescimento do investimento, que tem superado as perdas do ano passado. Entre os motivos para o resultado negativo de 2023 tivemos a contração da indústria de transformação, que é uma atividade intensiva em capital, e a queda da produção de caminhões de quase 40%, pelos dados da Anfavea.

Pelo lado negativo, o que chamou mais a atenção foi o elevado crescimento do consumo das famílias que avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre e 5,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ou seja, o consumo cresceu em torno de 1,1% por trimestre desde o segundo semestre de 2021, ritmo superior ao crescimento do PIB, que foi de 0,8%.

Consumo das famílias avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre  Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 28/11/2019

O forte crescimento do consumo das famílias é explicado, em grande medida, pelo aumento real da renda bruta disponível. Além do expressivo impulso fiscal, através do aumento real do salário mínimo, bem como o de benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, entre outros, houve uma forte expansão da concessão de crédito para as famílias. A esses fatores soma-se o desempenho surpreendente do mercado de trabalho. Tudo isso contribui para um crescimento ainda bem elevado do consumo das famílias no trimestre.

E por que isso é uma notícia negativa? Como a economia está crescendo acima do seu potencial, impulsionada pelo consumo, a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudou de direção. Choques de oferta, como a disparada dos preços de alimentação, em um contexto de demanda aquecida e de expectativas de inflação para horizontes mais longos que não estão apenas acima da meta, mas continuam divergindo, tornam o processo inflacionário muito mais difícil de ser combatido. Não há outra saída a não ser intensificar o aperto monetário.

Como sabemos, uma política fiscal expansionista em uma economia sem ociosidade, com um setor público deficitário e uma dívida pública elevada, tem efeitos líquidos deletérios: mais inflação, taxa de juros real mais elevada e mais risco na economia. Não compensa.

Conforme esperado pelo Boletim Macro FGV IBRE e pelo mercado, a economia brasileira mostrou um crescimento robusto no terceiro trimestre, com todos os grandes setores contribuindo positivamente para o resultado de 0,9% (trimestre ante trimestre). Mesmo com a moderada retração do agro, o destaque positivo pelo lado da oferta é o crescimento da indústria de transformação, após um péssimo desempenho no ano passado. Diferente de 2023, quando apenas os setores mais relacionados às commodities se destacaram, neste ano há um crescimento espalhado entre os setores.

O que chamou mais a atenção neste terceiro trimestre foi novamente um expressivo crescimento da demanda interna e uma contribuição negativa da demanda externa para o crescimento. Diferente do ano passado, as importações cresceram muito acima das exportações, e o principal motor para o crescimento deste ano será a demanda interna.

E aqui temos aspectos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos o expressivo crescimento do investimento, que tem superado as perdas do ano passado. Entre os motivos para o resultado negativo de 2023 tivemos a contração da indústria de transformação, que é uma atividade intensiva em capital, e a queda da produção de caminhões de quase 40%, pelos dados da Anfavea.

Pelo lado negativo, o que chamou mais a atenção foi o elevado crescimento do consumo das famílias que avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre e 5,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ou seja, o consumo cresceu em torno de 1,1% por trimestre desde o segundo semestre de 2021, ritmo superior ao crescimento do PIB, que foi de 0,8%.

Consumo das famílias avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre  Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 28/11/2019

O forte crescimento do consumo das famílias é explicado, em grande medida, pelo aumento real da renda bruta disponível. Além do expressivo impulso fiscal, através do aumento real do salário mínimo, bem como o de benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, entre outros, houve uma forte expansão da concessão de crédito para as famílias. A esses fatores soma-se o desempenho surpreendente do mercado de trabalho. Tudo isso contribui para um crescimento ainda bem elevado do consumo das famílias no trimestre.

E por que isso é uma notícia negativa? Como a economia está crescendo acima do seu potencial, impulsionada pelo consumo, a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudou de direção. Choques de oferta, como a disparada dos preços de alimentação, em um contexto de demanda aquecida e de expectativas de inflação para horizontes mais longos que não estão apenas acima da meta, mas continuam divergindo, tornam o processo inflacionário muito mais difícil de ser combatido. Não há outra saída a não ser intensificar o aperto monetário.

Como sabemos, uma política fiscal expansionista em uma economia sem ociosidade, com um setor público deficitário e uma dívida pública elevada, tem efeitos líquidos deletérios: mais inflação, taxa de juros real mais elevada e mais risco na economia. Não compensa.

Conforme esperado pelo Boletim Macro FGV IBRE e pelo mercado, a economia brasileira mostrou um crescimento robusto no terceiro trimestre, com todos os grandes setores contribuindo positivamente para o resultado de 0,9% (trimestre ante trimestre). Mesmo com a moderada retração do agro, o destaque positivo pelo lado da oferta é o crescimento da indústria de transformação, após um péssimo desempenho no ano passado. Diferente de 2023, quando apenas os setores mais relacionados às commodities se destacaram, neste ano há um crescimento espalhado entre os setores.

O que chamou mais a atenção neste terceiro trimestre foi novamente um expressivo crescimento da demanda interna e uma contribuição negativa da demanda externa para o crescimento. Diferente do ano passado, as importações cresceram muito acima das exportações, e o principal motor para o crescimento deste ano será a demanda interna.

E aqui temos aspectos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos o expressivo crescimento do investimento, que tem superado as perdas do ano passado. Entre os motivos para o resultado negativo de 2023 tivemos a contração da indústria de transformação, que é uma atividade intensiva em capital, e a queda da produção de caminhões de quase 40%, pelos dados da Anfavea.

Pelo lado negativo, o que chamou mais a atenção foi o elevado crescimento do consumo das famílias que avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre e 5,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ou seja, o consumo cresceu em torno de 1,1% por trimestre desde o segundo semestre de 2021, ritmo superior ao crescimento do PIB, que foi de 0,8%.

Consumo das famílias avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre  Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 28/11/2019

O forte crescimento do consumo das famílias é explicado, em grande medida, pelo aumento real da renda bruta disponível. Além do expressivo impulso fiscal, através do aumento real do salário mínimo, bem como o de benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, entre outros, houve uma forte expansão da concessão de crédito para as famílias. A esses fatores soma-se o desempenho surpreendente do mercado de trabalho. Tudo isso contribui para um crescimento ainda bem elevado do consumo das famílias no trimestre.

E por que isso é uma notícia negativa? Como a economia está crescendo acima do seu potencial, impulsionada pelo consumo, a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudou de direção. Choques de oferta, como a disparada dos preços de alimentação, em um contexto de demanda aquecida e de expectativas de inflação para horizontes mais longos que não estão apenas acima da meta, mas continuam divergindo, tornam o processo inflacionário muito mais difícil de ser combatido. Não há outra saída a não ser intensificar o aperto monetário.

Como sabemos, uma política fiscal expansionista em uma economia sem ociosidade, com um setor público deficitário e uma dívida pública elevada, tem efeitos líquidos deletérios: mais inflação, taxa de juros real mais elevada e mais risco na economia. Não compensa.

Conforme esperado pelo Boletim Macro FGV IBRE e pelo mercado, a economia brasileira mostrou um crescimento robusto no terceiro trimestre, com todos os grandes setores contribuindo positivamente para o resultado de 0,9% (trimestre ante trimestre). Mesmo com a moderada retração do agro, o destaque positivo pelo lado da oferta é o crescimento da indústria de transformação, após um péssimo desempenho no ano passado. Diferente de 2023, quando apenas os setores mais relacionados às commodities se destacaram, neste ano há um crescimento espalhado entre os setores.

O que chamou mais a atenção neste terceiro trimestre foi novamente um expressivo crescimento da demanda interna e uma contribuição negativa da demanda externa para o crescimento. Diferente do ano passado, as importações cresceram muito acima das exportações, e o principal motor para o crescimento deste ano será a demanda interna.

E aqui temos aspectos positivos e negativos.

Pelo lado positivo temos o expressivo crescimento do investimento, que tem superado as perdas do ano passado. Entre os motivos para o resultado negativo de 2023 tivemos a contração da indústria de transformação, que é uma atividade intensiva em capital, e a queda da produção de caminhões de quase 40%, pelos dados da Anfavea.

Pelo lado negativo, o que chamou mais a atenção foi o elevado crescimento do consumo das famílias que avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre e 5,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Ou seja, o consumo cresceu em torno de 1,1% por trimestre desde o segundo semestre de 2021, ritmo superior ao crescimento do PIB, que foi de 0,8%.

Consumo das famílias avançou 1,5% em relação ao segundo trimestre  Foto: Nilton Fukuda/Estadão - 28/11/2019

O forte crescimento do consumo das famílias é explicado, em grande medida, pelo aumento real da renda bruta disponível. Além do expressivo impulso fiscal, através do aumento real do salário mínimo, bem como o de benefícios sociais e aposentadorias vinculados ao salário mínimo, entre outros, houve uma forte expansão da concessão de crédito para as famílias. A esses fatores soma-se o desempenho surpreendente do mercado de trabalho. Tudo isso contribui para um crescimento ainda bem elevado do consumo das famílias no trimestre.

E por que isso é uma notícia negativa? Como a economia está crescendo acima do seu potencial, impulsionada pelo consumo, a inflação, que estava em seu lento processo de convergência para a meta, mudou de direção. Choques de oferta, como a disparada dos preços de alimentação, em um contexto de demanda aquecida e de expectativas de inflação para horizontes mais longos que não estão apenas acima da meta, mas continuam divergindo, tornam o processo inflacionário muito mais difícil de ser combatido. Não há outra saída a não ser intensificar o aperto monetário.

Como sabemos, uma política fiscal expansionista em uma economia sem ociosidade, com um setor público deficitário e uma dívida pública elevada, tem efeitos líquidos deletérios: mais inflação, taxa de juros real mais elevada e mais risco na economia. Não compensa.

Análise por Silvia Matos

Economista, pesquisadora e coordenadora do Boletim Macro FGV IBRE

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