O Brasil é um dos campeões mundiais em produção de alimentos. Ano após ano, as safras batem recordes, contribuindo de forma fundamental para o sucesso de nossas exportações e para o superavit da balança comercial.
O nosso agronegócio é extremamente eficiente e não é verdade que precisa aumentar o desmatamento para aumentar a capacidade de produção. Temos terra e tecnologia de sobra para dobrar o que é produzido atualmente, sem precisar desmatar um único hectare. Este quadro é fruto da exitosa parceria entre o governo e a inciativa privada, com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, Instituto Agronômico de Campinas e outras instituições produzindo conhecimento e tecnologia, e os produtores rurais aplicando-os em suas propriedades.
O resultado é o desenvolvimento de novas espécies de sementes, mais resistentes a pragas e adaptadas ao solo brasileiro, novas formas de uso do solo e o aumento exponencial da produtividade por hectare, em todas as regiões do país.
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Mas este desenho está incompleto. Para ele ganhar mais eficiência falta incrementar a terceira perna do tripé, o seguro rural, que garante a renda do produtor, liberando-o para investir mais, protegido pelo seguro, no caso de sua produção ser atingida por um evento que quebre a safra. Atualmente, menos de 20% dos agricultores brasileiros têm a proteção do seguro. E, mesmo assim, o produtor rural desafia a sorte e planta, seja nas grandes propriedades, seja nas propriedades familiares, indispensáveis para garantir o alimento da sociedade.
O grande agricultor costuma ter mais de uma propriedade, em diferentes regiões. Então, se um evento atinge uma delas, as outras seguem produzindo porque estão distantes do local afetado. Já a produtor familiar costuma ter uma única gleba, que, se for atingida, pode significar até o fim do seu negócio, pela quebra da safra e pela perda do capital investido nela.
É aí que o Brasil precisa repensar a política de seguro rural. A imensa maioria dos pequenos produtores não tem qualquer tipo de proteção para o seu negócio. E os grandes agricultores necessitam do seguro para serem mais competitivos no mercado internacional.
O País gasta fortunas com emendas de todos os tipos e para todos os fins, especialmente os eleitoreiros, feitas por políticos e burocratas de todos os Poderes. Se parte desses recursos fosse investida no aumento do total do valor destinado ao subsídio de 50% do preço do seguro rural, feito pelo governo federal, para custear o seguro rural, um número exponencialmente maior de agricultores seria contemplado com apólices que lhes garantiriam a segurança necessária para investir mais no próprio negócio.
O objetivo do seguro rural é garantir a manutenção da renda do produtor em caso de quebra da safra. Em outras palavras, um evento, como uma seca, se abate sobre sua propriedade e ele tem uma quebra de 50% na safra. A função do seguro é garantir ao produtor a parte da renda que ele deixa de auferir e assim integralizar seu capital para que possa seguir plantando, produzindo e ganhando dinheiro.
Quanto mais produtores forem protegidos pelo seguro, maior a produção brasileira.