Ao contrário do que volta e meia é mostrado pela imprensa, o setor de seguros tem um nível baixo de judicialização, ou seja, seu ecossistema é mais azeitado do que parece e a relação seguradora/segurado flui de maneira harmoniosa em mais de 95% das relações.
O setor de seguros não tem 200 mil processos judiciais envolvendo seguradoras e menos ainda cobrando indenizações não pagas. Se levarmos em conta o número de contratos de seguros existentes, veremos que os problemas não chegam a 3% do total dos pedidos de indenização.
E esse número cai mais ainda se incluirmos na conta a prestação de serviços de assistência, que integram os contratos de seguros e têm papel importante na vida de dezenas de milhares de segurados que, mais do que ter suas perdas cobertas, utilizam suas apólices para trocar a fechadura, consertar o ralo, limpar a caixa d’água, fazer funcionar o computador, dar suporte ao pet etc.
Como o negócio funciona no automático, a imensa maioria dos segurados com indenizações para receber das seguradoras não percebe que elas são pagas sem problemas e rapidamente, normalmente em prazos mais curtos do que a média internacional. Feito o aviso do acidente e entregue a documentação necessária, principalmente nos seguros de veículos, os processos fluem, tanto para os segurados, como para os terceiros, em mais de 97% dos casos, sem sequer chamar a atenção, com os reparos ou o pagamento acontecendo naturalmente, como a consequência lógica do negócio de seguro.
É aí que eu quero fazer uma ressalva pertinente. Muitos segurados querem que a seguradora seja “boazinha” e o ajude em situações de todas as naturezas, nas quais ele imagina que podem surgir problemas ou dificuldades. Quem sabe seja uma herança do “jeitinho brasileiro”, mas é uma forma equivocada de se posicionar na relação entre ele e sua seguradora, passando pelo corretor de seguros.
Começando pelo corretor de seguros, que é o responsável pela contratação de mais de 80% dos seguros brasileiros, e terminando na seguradora, com o pagamento da indenização, ninguém tem que ser “bonzinho”. Tanto o corretor de seguros como a seguradora têm que ser profissionais. Eles não têm que “quebrar galhos”, eles têm que atuar com competência para executar de forma correta, transparente e adequada sua parte na relação contratual representada pelas apólices de seguros. Nem mais nem menos. Se fizerem isso – e a maioria faz – o contrato de seguro flui naturalmente para um final feliz e sua renovação sem qualquer tipo de problema ou reclamação, no vencimento da apólice.
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A maioria dos segurados não vai acionar seus seguros ao longo da vida. Por conta disso, alguns até questionam se não seria o caso de receberem parte dos pagamentos feitos de volta. Mas isso não significa que não estão protegidos ou que, se precisarem, não serão atendidos. É obrigação da seguradora pagar as indenizações devidas, mas sua principal missão é dar tranquilidade e garantir o funcionamento da sociedade.