Após 16 anos, Romero Rodrigues anuncia saída do Buscapé


Empresário foi um dos fundadores do site de comparação de preços, que foi vendido para a Naspers em 2009

Por Redação
Buscapé virou holding de negócios Foto: José Patrício/Estadão

Em uma longa carta publicada na rede social profissional LinkedIn, o presidente da Buscapé Company, Romero Rodrigues, 37 anos, anunciou ontem que está deixando o dia a dia do negócio que ajudou a fundar há 16 anos. O executivo continuou à frente da operação da empresa mesmo depois da compra pelo grupo de mídia sul-africano Naspers, em 2009. Rodrigues afirmou que seguirá empreendendo e que continuará a presidir do conselho de administração da companhia. O Buscapé foi fundado por Rodrigues e ex-colegas de universidade da USP em uma época que, segundo ele, os varejistas sequer forneciam cotações de preços pelo telefone. O Buscapé, embora tenha se transformado numa holding que abriga vários negócios, surgiu com uma proposta simples e que continua a ser seu "carro-chefe": fornecer comparações de preços para que o cliente saiba qual varejista tem o melhor preço para o produto que está procurando. "Nossos familiares não entendiam o que fazíamos, os amigos nos olhavam com um misto de pena e curiosidade e, um tanto ressabiados, conseguiam no máximo desejar um boa sorte", lembrou ontem Rodrigues, em carta de despedida publicada no LinkedIn. "O Buscapé foi tão disruptivo para o comércio como o Uber está sendo para o transporte público." O negócio, fundado em 1999, acabou sendo comprado pela Naspers ao completar dez anos. Foi a partir daí que começou uma corrida para transformar o Buscapé em uma plataforma de empresas de internet. Em quatro anos, a empresa virou uma colcha de retalhos de companhias que não necessariamente conversavam entre si, segundo fontes de mercado. Até 2013, o Buscapé fez nada menos do que 18 aquisições. Junto com o crescimento veio também uma prática que contraria a lógica de rapidez de decisões das empresas pontocom. Em 2012, a companhia contabilizava 14 vice-presidências. Entre os negócios da companhia estavam comparação de preços, e-commerce, clubes de compras e processamento de pagamentos. Isso obrigou a companhia a fazer uma faxina profunda no portfólio (hoje, o site da Buscapé Company cita dez negócios). No meio do caminho, os sócios-fundadores deixaram o negócio. Sobrou apenas Rodrigues, que fechou operações como o BrandsClub, que se propunha a ser o maior outlet de luxo do País, mas jamais decolou. Só o encerramento deste negócio resultou na demissão de cerca de 300 funcionários.'Virando a chave'. Toda a reorganização promovida por Rodrigues tinha um objetivo claro traçado pelo controlador sul-africano: em vez de só crescer e ganhar mercado , a Buscapé Company precisaria também que suas operações dessem lucro - objetivo que, segundo disse Rodrigues ao Estado no fim de 2014, foi atingido. Segundo fontes de mercado, a mudança de direcionamento priorizando o resultado final reduziu bastante a autonomia da operação local para decidir os rumos da companhia.

Buscapé virou holding de negócios Foto: José Patrício/Estadão

Em uma longa carta publicada na rede social profissional LinkedIn, o presidente da Buscapé Company, Romero Rodrigues, 37 anos, anunciou ontem que está deixando o dia a dia do negócio que ajudou a fundar há 16 anos. O executivo continuou à frente da operação da empresa mesmo depois da compra pelo grupo de mídia sul-africano Naspers, em 2009. Rodrigues afirmou que seguirá empreendendo e que continuará a presidir do conselho de administração da companhia. O Buscapé foi fundado por Rodrigues e ex-colegas de universidade da USP em uma época que, segundo ele, os varejistas sequer forneciam cotações de preços pelo telefone. O Buscapé, embora tenha se transformado numa holding que abriga vários negócios, surgiu com uma proposta simples e que continua a ser seu "carro-chefe": fornecer comparações de preços para que o cliente saiba qual varejista tem o melhor preço para o produto que está procurando. "Nossos familiares não entendiam o que fazíamos, os amigos nos olhavam com um misto de pena e curiosidade e, um tanto ressabiados, conseguiam no máximo desejar um boa sorte", lembrou ontem Rodrigues, em carta de despedida publicada no LinkedIn. "O Buscapé foi tão disruptivo para o comércio como o Uber está sendo para o transporte público." O negócio, fundado em 1999, acabou sendo comprado pela Naspers ao completar dez anos. Foi a partir daí que começou uma corrida para transformar o Buscapé em uma plataforma de empresas de internet. Em quatro anos, a empresa virou uma colcha de retalhos de companhias que não necessariamente conversavam entre si, segundo fontes de mercado. Até 2013, o Buscapé fez nada menos do que 18 aquisições. Junto com o crescimento veio também uma prática que contraria a lógica de rapidez de decisões das empresas pontocom. Em 2012, a companhia contabilizava 14 vice-presidências. Entre os negócios da companhia estavam comparação de preços, e-commerce, clubes de compras e processamento de pagamentos. Isso obrigou a companhia a fazer uma faxina profunda no portfólio (hoje, o site da Buscapé Company cita dez negócios). No meio do caminho, os sócios-fundadores deixaram o negócio. Sobrou apenas Rodrigues, que fechou operações como o BrandsClub, que se propunha a ser o maior outlet de luxo do País, mas jamais decolou. Só o encerramento deste negócio resultou na demissão de cerca de 300 funcionários.'Virando a chave'. Toda a reorganização promovida por Rodrigues tinha um objetivo claro traçado pelo controlador sul-africano: em vez de só crescer e ganhar mercado , a Buscapé Company precisaria também que suas operações dessem lucro - objetivo que, segundo disse Rodrigues ao Estado no fim de 2014, foi atingido. Segundo fontes de mercado, a mudança de direcionamento priorizando o resultado final reduziu bastante a autonomia da operação local para decidir os rumos da companhia.

Buscapé virou holding de negócios Foto: José Patrício/Estadão

Em uma longa carta publicada na rede social profissional LinkedIn, o presidente da Buscapé Company, Romero Rodrigues, 37 anos, anunciou ontem que está deixando o dia a dia do negócio que ajudou a fundar há 16 anos. O executivo continuou à frente da operação da empresa mesmo depois da compra pelo grupo de mídia sul-africano Naspers, em 2009. Rodrigues afirmou que seguirá empreendendo e que continuará a presidir do conselho de administração da companhia. O Buscapé foi fundado por Rodrigues e ex-colegas de universidade da USP em uma época que, segundo ele, os varejistas sequer forneciam cotações de preços pelo telefone. O Buscapé, embora tenha se transformado numa holding que abriga vários negócios, surgiu com uma proposta simples e que continua a ser seu "carro-chefe": fornecer comparações de preços para que o cliente saiba qual varejista tem o melhor preço para o produto que está procurando. "Nossos familiares não entendiam o que fazíamos, os amigos nos olhavam com um misto de pena e curiosidade e, um tanto ressabiados, conseguiam no máximo desejar um boa sorte", lembrou ontem Rodrigues, em carta de despedida publicada no LinkedIn. "O Buscapé foi tão disruptivo para o comércio como o Uber está sendo para o transporte público." O negócio, fundado em 1999, acabou sendo comprado pela Naspers ao completar dez anos. Foi a partir daí que começou uma corrida para transformar o Buscapé em uma plataforma de empresas de internet. Em quatro anos, a empresa virou uma colcha de retalhos de companhias que não necessariamente conversavam entre si, segundo fontes de mercado. Até 2013, o Buscapé fez nada menos do que 18 aquisições. Junto com o crescimento veio também uma prática que contraria a lógica de rapidez de decisões das empresas pontocom. Em 2012, a companhia contabilizava 14 vice-presidências. Entre os negócios da companhia estavam comparação de preços, e-commerce, clubes de compras e processamento de pagamentos. Isso obrigou a companhia a fazer uma faxina profunda no portfólio (hoje, o site da Buscapé Company cita dez negócios). No meio do caminho, os sócios-fundadores deixaram o negócio. Sobrou apenas Rodrigues, que fechou operações como o BrandsClub, que se propunha a ser o maior outlet de luxo do País, mas jamais decolou. Só o encerramento deste negócio resultou na demissão de cerca de 300 funcionários.'Virando a chave'. Toda a reorganização promovida por Rodrigues tinha um objetivo claro traçado pelo controlador sul-africano: em vez de só crescer e ganhar mercado , a Buscapé Company precisaria também que suas operações dessem lucro - objetivo que, segundo disse Rodrigues ao Estado no fim de 2014, foi atingido. Segundo fontes de mercado, a mudança de direcionamento priorizando o resultado final reduziu bastante a autonomia da operação local para decidir os rumos da companhia.

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