Apostas esportivas: Fazenda recebe pedidos de 108 empresas e quase quintuplica projeção de receita


Equipe econômica agora estima arrecadação de até R$ 3,4 bilhões com o pagamento das outorgas ainda em 2024; subsidiária da Caixa está na lista de companhias interessadas nesse mercado

Por Bianca Lima
Atualização:

BRASÍLIA – O Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização, de um total de 108 empresas, para atuar no mercado de apostas esportivas no País. Nessa lista, está a Caixa Loterias, subsidiária da Caixa Econômica Federal. O número de solicitações superou as estimativas da equipe econômica, que quase quintuplicou a projeção de arrecadação com o setor neste ano.

No Orçamento de 2024, a estimativa de receita com a regulação dessas apostas é de R$ 728 milhões. Agora, a Fazenda projeta até R$ 3,4 bilhões, caso todas as interessadas atendam às regras estabelecidas na regulamentação. Em dezembro, o Estadão já havia antecipado que a cifra poderia ultrapassar os R$ 3 bilhões em 2024. Na ocasião, 134 empresas haviam solicitado autorização prévia.

O montante estimado virá apenas do pagamento, pelas chamadas “bets”, das outorgas do setor, que têm vigência de cinco anos e custam R$ 30 milhões.

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A partir de janeiro de 2025, o governo começará a recolher impostos em cima das operações. Estima-se que a União poderá arrecadar cerca de R$ 12 bilhões anuais em um mercado totalmente regulado, devido à expansão meteórica do segmento no País.

A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 - todas com o domínio 'bet.br'. Foto: Adobe Stock

O movimento preocupa os profissionais de saúde, que comparam os jogos online ao crack, devido ao risco de dependência. A ascensão vertiginosa também colocou em alerta as entidades do varejo, que apontam o redirecionamento de parte da renda das famílias aos sites de azar, impactando o consumo.

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Além das apostas esportivas, a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regulamentou a atividade dos cassinos online – dentre eles, a do chamado “Jogo do Tigrinho”. Como mostrou o Estadão, o jogo já viciou famílias, atraiu golpistas e tornou-se alvo da polícia.

Em postagem nas redes sociais nesta terça-feira, 20, o Banco Central (BC) tratou do tema de forma crítica. No vídeo, é feita a seguinte pergunta: “Você prefere guardar um pouco do salário para viajar com a galera no carnaval ou gastar tudo no jogo do Tigrinho?”. Um interlocutor responde que o melhor é focar no carnaval. Na sequência, a representante do BC fala: “Ótima escolha, até porque, no jogo do Tigrinho, você nunca ganha”.

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A regulamentação do setor já conta com uma vertente chamada de “jogo responsável”, que prevê mecanismos de proteção dos apostadores contra problemas associados ao vício, superendividamento e fraudes. Há também a previsão de punição para propaganda abusiva ou enganosa, promovida por influenciadores. Mas cresce a cobrança por ações mais efetivas.

‘Imposto do pecado’

Nesse cenário, e em meio à necessidade arrecadatória do governo, o setor entrou na mira do Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado”, que incidirá sobre itens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. A taxação foi aprovada na Câmara, no âmbito da reforma tributária, e agora está em discussão no Senado.

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A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 – todas com o domínio “.bet.br”. Isso porque cada empresa poderá oferecer até três marcas, a depender da opção comercial da companhia. O período de solicitações de outorgas continua aberto, mas os novos pedidos serão analisados no prazo de 180 dias.

Esse mercado bilionário que se abre ao Fisco brasileiro – o terceiro maior do mundo, atrás de Estados Unidos e Reino Unido, de acordo com números das “bets” repassados ao governo – será monitorado e fiscalizado pela secretaria de Apostas e Loterias, que integra o Ministério da Fazenda.

Para as empresas, a alíquota será de 12% sobre a receita bruta dos jogos, subtraídos os prêmios pagos aos apostadores – o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). Já os apostadores terão de recolher 15% sobre ganhos superiores a R$ 2.112, mas esse recolhimento será feito de forma anualizada, e não prêmio a prêmio – como previa o texto original.

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Da fatia que irá para o Tesouro Nacional, a maior parte, mais de um terço, será destinada ao Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca (PP-MA), nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já o Turismo, chefiado pelo deputado Celso Sabino (União-PA), também ligado a Lira, ficará com o segundo maior porcentual.

A divisão das verbas públicas, que foi alvo de intensas negociações no Congresso, ficou assim:

  • 36%: Esporte
  • 28% Turismo
  • 13,6%: Segurança pública
  • 10% Educação
  • 1%: Saúde
  • 0,5%: Entidades da sociedade civil
  • 0,5%: Fundo da Polícia Federal
  • 0,4%: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

BRASÍLIA – O Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização, de um total de 108 empresas, para atuar no mercado de apostas esportivas no País. Nessa lista, está a Caixa Loterias, subsidiária da Caixa Econômica Federal. O número de solicitações superou as estimativas da equipe econômica, que quase quintuplicou a projeção de arrecadação com o setor neste ano.

No Orçamento de 2024, a estimativa de receita com a regulação dessas apostas é de R$ 728 milhões. Agora, a Fazenda projeta até R$ 3,4 bilhões, caso todas as interessadas atendam às regras estabelecidas na regulamentação. Em dezembro, o Estadão já havia antecipado que a cifra poderia ultrapassar os R$ 3 bilhões em 2024. Na ocasião, 134 empresas haviam solicitado autorização prévia.

O montante estimado virá apenas do pagamento, pelas chamadas “bets”, das outorgas do setor, que têm vigência de cinco anos e custam R$ 30 milhões.

A partir de janeiro de 2025, o governo começará a recolher impostos em cima das operações. Estima-se que a União poderá arrecadar cerca de R$ 12 bilhões anuais em um mercado totalmente regulado, devido à expansão meteórica do segmento no País.

A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 - todas com o domínio 'bet.br'. Foto: Adobe Stock

O movimento preocupa os profissionais de saúde, que comparam os jogos online ao crack, devido ao risco de dependência. A ascensão vertiginosa também colocou em alerta as entidades do varejo, que apontam o redirecionamento de parte da renda das famílias aos sites de azar, impactando o consumo.

Além das apostas esportivas, a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regulamentou a atividade dos cassinos online – dentre eles, a do chamado “Jogo do Tigrinho”. Como mostrou o Estadão, o jogo já viciou famílias, atraiu golpistas e tornou-se alvo da polícia.

Em postagem nas redes sociais nesta terça-feira, 20, o Banco Central (BC) tratou do tema de forma crítica. No vídeo, é feita a seguinte pergunta: “Você prefere guardar um pouco do salário para viajar com a galera no carnaval ou gastar tudo no jogo do Tigrinho?”. Um interlocutor responde que o melhor é focar no carnaval. Na sequência, a representante do BC fala: “Ótima escolha, até porque, no jogo do Tigrinho, você nunca ganha”.

A regulamentação do setor já conta com uma vertente chamada de “jogo responsável”, que prevê mecanismos de proteção dos apostadores contra problemas associados ao vício, superendividamento e fraudes. Há também a previsão de punição para propaganda abusiva ou enganosa, promovida por influenciadores. Mas cresce a cobrança por ações mais efetivas.

‘Imposto do pecado’

Nesse cenário, e em meio à necessidade arrecadatória do governo, o setor entrou na mira do Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado”, que incidirá sobre itens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. A taxação foi aprovada na Câmara, no âmbito da reforma tributária, e agora está em discussão no Senado.

A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 – todas com o domínio “.bet.br”. Isso porque cada empresa poderá oferecer até três marcas, a depender da opção comercial da companhia. O período de solicitações de outorgas continua aberto, mas os novos pedidos serão analisados no prazo de 180 dias.

Esse mercado bilionário que se abre ao Fisco brasileiro – o terceiro maior do mundo, atrás de Estados Unidos e Reino Unido, de acordo com números das “bets” repassados ao governo – será monitorado e fiscalizado pela secretaria de Apostas e Loterias, que integra o Ministério da Fazenda.

Para as empresas, a alíquota será de 12% sobre a receita bruta dos jogos, subtraídos os prêmios pagos aos apostadores – o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). Já os apostadores terão de recolher 15% sobre ganhos superiores a R$ 2.112, mas esse recolhimento será feito de forma anualizada, e não prêmio a prêmio – como previa o texto original.

Da fatia que irá para o Tesouro Nacional, a maior parte, mais de um terço, será destinada ao Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca (PP-MA), nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já o Turismo, chefiado pelo deputado Celso Sabino (União-PA), também ligado a Lira, ficará com o segundo maior porcentual.

A divisão das verbas públicas, que foi alvo de intensas negociações no Congresso, ficou assim:

  • 36%: Esporte
  • 28% Turismo
  • 13,6%: Segurança pública
  • 10% Educação
  • 1%: Saúde
  • 0,5%: Entidades da sociedade civil
  • 0,5%: Fundo da Polícia Federal
  • 0,4%: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

BRASÍLIA – O Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de autorização, de um total de 108 empresas, para atuar no mercado de apostas esportivas no País. Nessa lista, está a Caixa Loterias, subsidiária da Caixa Econômica Federal. O número de solicitações superou as estimativas da equipe econômica, que quase quintuplicou a projeção de arrecadação com o setor neste ano.

No Orçamento de 2024, a estimativa de receita com a regulação dessas apostas é de R$ 728 milhões. Agora, a Fazenda projeta até R$ 3,4 bilhões, caso todas as interessadas atendam às regras estabelecidas na regulamentação. Em dezembro, o Estadão já havia antecipado que a cifra poderia ultrapassar os R$ 3 bilhões em 2024. Na ocasião, 134 empresas haviam solicitado autorização prévia.

O montante estimado virá apenas do pagamento, pelas chamadas “bets”, das outorgas do setor, que têm vigência de cinco anos e custam R$ 30 milhões.

A partir de janeiro de 2025, o governo começará a recolher impostos em cima das operações. Estima-se que a União poderá arrecadar cerca de R$ 12 bilhões anuais em um mercado totalmente regulado, devido à expansão meteórica do segmento no País.

A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 - todas com o domínio 'bet.br'. Foto: Adobe Stock

O movimento preocupa os profissionais de saúde, que comparam os jogos online ao crack, devido ao risco de dependência. A ascensão vertiginosa também colocou em alerta as entidades do varejo, que apontam o redirecionamento de parte da renda das famílias aos sites de azar, impactando o consumo.

Além das apostas esportivas, a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regulamentou a atividade dos cassinos online – dentre eles, a do chamado “Jogo do Tigrinho”. Como mostrou o Estadão, o jogo já viciou famílias, atraiu golpistas e tornou-se alvo da polícia.

Em postagem nas redes sociais nesta terça-feira, 20, o Banco Central (BC) tratou do tema de forma crítica. No vídeo, é feita a seguinte pergunta: “Você prefere guardar um pouco do salário para viajar com a galera no carnaval ou gastar tudo no jogo do Tigrinho?”. Um interlocutor responde que o melhor é focar no carnaval. Na sequência, a representante do BC fala: “Ótima escolha, até porque, no jogo do Tigrinho, você nunca ganha”.

A regulamentação do setor já conta com uma vertente chamada de “jogo responsável”, que prevê mecanismos de proteção dos apostadores contra problemas associados ao vício, superendividamento e fraudes. Há também a previsão de punição para propaganda abusiva ou enganosa, promovida por influenciadores. Mas cresce a cobrança por ações mais efetivas.

‘Imposto do pecado’

Nesse cenário, e em meio à necessidade arrecadatória do governo, o setor entrou na mira do Imposto Seletivo, o chamado “imposto do pecado”, que incidirá sobre itens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. A taxação foi aprovada na Câmara, no âmbito da reforma tributária, e agora está em discussão no Senado.

A Fazenda estima que cerca de 220 sites poderão oferecer apostas de forma autorizada e regulada a partir de 2025 – todas com o domínio “.bet.br”. Isso porque cada empresa poderá oferecer até três marcas, a depender da opção comercial da companhia. O período de solicitações de outorgas continua aberto, mas os novos pedidos serão analisados no prazo de 180 dias.

Esse mercado bilionário que se abre ao Fisco brasileiro – o terceiro maior do mundo, atrás de Estados Unidos e Reino Unido, de acordo com números das “bets” repassados ao governo – será monitorado e fiscalizado pela secretaria de Apostas e Loterias, que integra o Ministério da Fazenda.

Para as empresas, a alíquota será de 12% sobre a receita bruta dos jogos, subtraídos os prêmios pagos aos apostadores – o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). Já os apostadores terão de recolher 15% sobre ganhos superiores a R$ 2.112, mas esse recolhimento será feito de forma anualizada, e não prêmio a prêmio – como previa o texto original.

Da fatia que irá para o Tesouro Nacional, a maior parte, mais de um terço, será destinada ao Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca (PP-MA), nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Já o Turismo, chefiado pelo deputado Celso Sabino (União-PA), também ligado a Lira, ficará com o segundo maior porcentual.

A divisão das verbas públicas, que foi alvo de intensas negociações no Congresso, ficou assim:

  • 36%: Esporte
  • 28% Turismo
  • 13,6%: Segurança pública
  • 10% Educação
  • 1%: Saúde
  • 0,5%: Entidades da sociedade civil
  • 0,5%: Fundo da Polícia Federal
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