O Banco Central da República Argentina (BCRA) decidiu manter os juros básicos no país em 69,5%, após considerar que o aumento anual de 5,5% no núcleo do índice de preços ao consumidor em setembro sinalizou “progresso” na luta contra a hiperinflação - segundo economistas locais, a inflação no país deve ficar em 100,3% ao fim deste ano. Desta forma, a entidade monetária encerra um ciclo de elevações na taxa referencial que durava desde janeiro deste ano, quando o juro básico subiu de 38% a 40%.
O BCRA “considera que a taxa de referência contribuiu para consolidar a estabilidade financeira e cambiária” na Argentina, e seguirá “monitorando a evolução dos preços” em meio à normalização monetária local, diz o comunicado do BC argentino, divulgado nesta sexta-feira, 21.
O comitê da entidade “presta atenção especial à evolução passada e perspectiva do nível geral de preços e à dinâmica do mercado cambial”, complementa.
A decisão desta sexta responde ainda à coordenação do Ministério da Economia do país para que os juros básicos “apresentem uma relação razoável” com os rendimentos de títulos do Tesouro argentino, segundo o BCRA.
Além dos juros, o BCRA se dispõem a utilizar outras ferramentas monetárias, entre eles o “intervenções destinadas a evitar uma volatilidade financeira excessiva que possa ter um impacto negativo na formação de preços”, ressalta.
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