Argentina troca ministra da Economia que estava no cargo havia menos de um mês; Sergio Massa assume


Silvina Batakis deixará o ministério, que agora será comandado por Sergio Massa, atual presidente da Câmara dos Deputados

Por Gabriel Caldeira e Luciana Dyniewicz
Atualização:

Em mais um capítulo da crise econômica e política na Argentina, o governo do presidente Alberto Fernández anunciou nesta quinta-feira, 28, a saída de Silvina Batakis do Ministério da Economia, menos de um mês depois de ela ter assumido a titularidade da pasta.

Em comunicado, o governo de Alberto Fernández anunciou ainda uma reestruturação de seu gabinete, com a criação de um ministério único que inclui as pastas de Economia, Agricultura, Pesca e Pecuária e Desenvolvimento Produtivo. O superministério será chefiado por Sergio Massa, atual presidente da Câmara dos Deputados. O atual ministro de Desenvolvimento Produtivo por 44 dias, Daniel Scioli, deixará o cargo e retorna à embaixada do país no Brasil, posto que ocupava antes.

“O presidente Alberto Fernández decidiu reorganizar as áreas econômicas de seu gabinete para melhor funcionamento, coordenação e gestão”, diz a nota, que esclarece que as “relações com organizações de crédito internacionais, bilaterais e multilaterais” ligadas aos ministérios unificados também serão transferidas para a nova pasta.

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Sergio Massa assume Ministério da Economia da Argentina após Silvina Batakis sair do cargo  Foto: Juan Mabromata/AFP

Massa, que foi chefe de gabinete no primeiro governo de Cristina Kirchner, chegou a se posicionar contra o kirchnerismo em 2015, quando concorreu ao cargo de presidente. O político terminou a disputa em terceiro lugar, atrás de Mauricio Macri e de Daniel Scioli (então candidato de Cristina). Em 2019, depois de aparar as arestas com Cristina Kirchner, Massa decidiu se juntar à aliança política formada por Alberto Fernández e Cristina, e desde dezembro daquele ano é presidente da Câmara.

Hoje, Massa é um dos nomes mais fortes do peronismo, e o o governo não pode abrir mão de seu apoio. Apesar de não ser economista, é visto pelo mercado financeiro como alguém com maior poder de negociação para tentar tirar o país da crise.

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A mudança no gabinete já era dada como certa desde ontem à noite, quando a então ministra, Silvina Batakis, ainda regressava dos Estados Unidos. Ela esteve em Washington na terça-feira para se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Gerogieva. No encontro, a ministra se comprometeu a cumprir o acordo firmado entre o órgão e a Argentina. Alguns economistas, porém, viam Silvina já como uma ministra “tampão”.

Agravamento da crise

A crise econômica na Argentina vem se arrastando há anos, mas se agravou no último mês depois da renúncia, em 2 de julho, de Martín Guzmán, que vinha comandando o Ministério da Economia desde o início do governo Alberto Fernández. Guzmán havia fechado um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar a dívida de US$ 44 bilhões entre 2026 e 2034. Como contrapartida, o órgão pediu para que o país reduzisse o déficit fiscal de 3% do PIB neste ano para 0,9% em 2024. A vice-presidente, Cristina Kirchner, porém, se posicionou contra esse acordo, gerando uma crise no governo.

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A incerteza no país vem crescendo desde o começo do ano, conforme aparecem sinais de que o governo não vai conseguir cumprir o acordo fechado com o FMI, considerado um programa de ajuste relativamente leve para os padrões do órgão internacional. Como resultado, a cotação do dólar no mercado paralelo (314 pesos) já supera o dobro da do mercado oficial (138 pesos) e a inflação, que já era alta, tende a subir ainda mais.

A Argentina registrou em junho - antes dos fortes choques cambiais das últimas semanas e da renúncia de Martín Guzmán - uma inflação de 5,3% em 30 dias e de 64% nos últimos 12 meses. Nos primeiros seis meses do ano, a inflação acumulada foi de 36,2%, um pouco abaixo da projeção que o governo do presidente Alberto Fernández havia feito para todo o ano em seu acordo firmado com o FMI.

Em março, o governo e o FMI aceitaram refinanciar a alta dívida contraída em 2018 pelo governo do liberal Mauricio Macri (2015-2019), mas os investidores continuam desconfiando de uma economia impactada pela escassez de moeda estrangeira.

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Em meio à crise e para tentar conter a alta nos preços, o Banco Central da Argentina (BCRA) decidiu nesta quinta-feira aumentar a taxa de juros de referência no país (Lelig) de 52% para 60% ao ano. “A economia enfrenta um aumento na volatilidade dos preços em um contexto de flutuação financeira sem relação com os fundamentos macroeconômicos do país”, disse a instituição em comunicado.

O BCRA ainda deixou em aberto a possibilidade de novos aumentos e acrescentou que “continuará a calibrar a taxa de juros como parte do processo de normalização da política monetária em andamento, prestando especial atenção aos desenvolvimentos passados e futuros no nível geral de preços e na dinâmica do mercado de câmbio”. / COM INFORMAÇÕES DA EFE

Em mais um capítulo da crise econômica e política na Argentina, o governo do presidente Alberto Fernández anunciou nesta quinta-feira, 28, a saída de Silvina Batakis do Ministério da Economia, menos de um mês depois de ela ter assumido a titularidade da pasta.

Em comunicado, o governo de Alberto Fernández anunciou ainda uma reestruturação de seu gabinete, com a criação de um ministério único que inclui as pastas de Economia, Agricultura, Pesca e Pecuária e Desenvolvimento Produtivo. O superministério será chefiado por Sergio Massa, atual presidente da Câmara dos Deputados. O atual ministro de Desenvolvimento Produtivo por 44 dias, Daniel Scioli, deixará o cargo e retorna à embaixada do país no Brasil, posto que ocupava antes.

“O presidente Alberto Fernández decidiu reorganizar as áreas econômicas de seu gabinete para melhor funcionamento, coordenação e gestão”, diz a nota, que esclarece que as “relações com organizações de crédito internacionais, bilaterais e multilaterais” ligadas aos ministérios unificados também serão transferidas para a nova pasta.

Sergio Massa assume Ministério da Economia da Argentina após Silvina Batakis sair do cargo  Foto: Juan Mabromata/AFP

Massa, que foi chefe de gabinete no primeiro governo de Cristina Kirchner, chegou a se posicionar contra o kirchnerismo em 2015, quando concorreu ao cargo de presidente. O político terminou a disputa em terceiro lugar, atrás de Mauricio Macri e de Daniel Scioli (então candidato de Cristina). Em 2019, depois de aparar as arestas com Cristina Kirchner, Massa decidiu se juntar à aliança política formada por Alberto Fernández e Cristina, e desde dezembro daquele ano é presidente da Câmara.

Hoje, Massa é um dos nomes mais fortes do peronismo, e o o governo não pode abrir mão de seu apoio. Apesar de não ser economista, é visto pelo mercado financeiro como alguém com maior poder de negociação para tentar tirar o país da crise.

A mudança no gabinete já era dada como certa desde ontem à noite, quando a então ministra, Silvina Batakis, ainda regressava dos Estados Unidos. Ela esteve em Washington na terça-feira para se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Gerogieva. No encontro, a ministra se comprometeu a cumprir o acordo firmado entre o órgão e a Argentina. Alguns economistas, porém, viam Silvina já como uma ministra “tampão”.

Agravamento da crise

A crise econômica na Argentina vem se arrastando há anos, mas se agravou no último mês depois da renúncia, em 2 de julho, de Martín Guzmán, que vinha comandando o Ministério da Economia desde o início do governo Alberto Fernández. Guzmán havia fechado um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar a dívida de US$ 44 bilhões entre 2026 e 2034. Como contrapartida, o órgão pediu para que o país reduzisse o déficit fiscal de 3% do PIB neste ano para 0,9% em 2024. A vice-presidente, Cristina Kirchner, porém, se posicionou contra esse acordo, gerando uma crise no governo.

A incerteza no país vem crescendo desde o começo do ano, conforme aparecem sinais de que o governo não vai conseguir cumprir o acordo fechado com o FMI, considerado um programa de ajuste relativamente leve para os padrões do órgão internacional. Como resultado, a cotação do dólar no mercado paralelo (314 pesos) já supera o dobro da do mercado oficial (138 pesos) e a inflação, que já era alta, tende a subir ainda mais.

A Argentina registrou em junho - antes dos fortes choques cambiais das últimas semanas e da renúncia de Martín Guzmán - uma inflação de 5,3% em 30 dias e de 64% nos últimos 12 meses. Nos primeiros seis meses do ano, a inflação acumulada foi de 36,2%, um pouco abaixo da projeção que o governo do presidente Alberto Fernández havia feito para todo o ano em seu acordo firmado com o FMI.

Em março, o governo e o FMI aceitaram refinanciar a alta dívida contraída em 2018 pelo governo do liberal Mauricio Macri (2015-2019), mas os investidores continuam desconfiando de uma economia impactada pela escassez de moeda estrangeira.

Em meio à crise e para tentar conter a alta nos preços, o Banco Central da Argentina (BCRA) decidiu nesta quinta-feira aumentar a taxa de juros de referência no país (Lelig) de 52% para 60% ao ano. “A economia enfrenta um aumento na volatilidade dos preços em um contexto de flutuação financeira sem relação com os fundamentos macroeconômicos do país”, disse a instituição em comunicado.

O BCRA ainda deixou em aberto a possibilidade de novos aumentos e acrescentou que “continuará a calibrar a taxa de juros como parte do processo de normalização da política monetária em andamento, prestando especial atenção aos desenvolvimentos passados e futuros no nível geral de preços e na dinâmica do mercado de câmbio”. / COM INFORMAÇÕES DA EFE

Em mais um capítulo da crise econômica e política na Argentina, o governo do presidente Alberto Fernández anunciou nesta quinta-feira, 28, a saída de Silvina Batakis do Ministério da Economia, menos de um mês depois de ela ter assumido a titularidade da pasta.

Em comunicado, o governo de Alberto Fernández anunciou ainda uma reestruturação de seu gabinete, com a criação de um ministério único que inclui as pastas de Economia, Agricultura, Pesca e Pecuária e Desenvolvimento Produtivo. O superministério será chefiado por Sergio Massa, atual presidente da Câmara dos Deputados. O atual ministro de Desenvolvimento Produtivo por 44 dias, Daniel Scioli, deixará o cargo e retorna à embaixada do país no Brasil, posto que ocupava antes.

“O presidente Alberto Fernández decidiu reorganizar as áreas econômicas de seu gabinete para melhor funcionamento, coordenação e gestão”, diz a nota, que esclarece que as “relações com organizações de crédito internacionais, bilaterais e multilaterais” ligadas aos ministérios unificados também serão transferidas para a nova pasta.

Sergio Massa assume Ministério da Economia da Argentina após Silvina Batakis sair do cargo  Foto: Juan Mabromata/AFP

Massa, que foi chefe de gabinete no primeiro governo de Cristina Kirchner, chegou a se posicionar contra o kirchnerismo em 2015, quando concorreu ao cargo de presidente. O político terminou a disputa em terceiro lugar, atrás de Mauricio Macri e de Daniel Scioli (então candidato de Cristina). Em 2019, depois de aparar as arestas com Cristina Kirchner, Massa decidiu se juntar à aliança política formada por Alberto Fernández e Cristina, e desde dezembro daquele ano é presidente da Câmara.

Hoje, Massa é um dos nomes mais fortes do peronismo, e o o governo não pode abrir mão de seu apoio. Apesar de não ser economista, é visto pelo mercado financeiro como alguém com maior poder de negociação para tentar tirar o país da crise.

A mudança no gabinete já era dada como certa desde ontem à noite, quando a então ministra, Silvina Batakis, ainda regressava dos Estados Unidos. Ela esteve em Washington na terça-feira para se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Gerogieva. No encontro, a ministra se comprometeu a cumprir o acordo firmado entre o órgão e a Argentina. Alguns economistas, porém, viam Silvina já como uma ministra “tampão”.

Agravamento da crise

A crise econômica na Argentina vem se arrastando há anos, mas se agravou no último mês depois da renúncia, em 2 de julho, de Martín Guzmán, que vinha comandando o Ministério da Economia desde o início do governo Alberto Fernández. Guzmán havia fechado um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar a dívida de US$ 44 bilhões entre 2026 e 2034. Como contrapartida, o órgão pediu para que o país reduzisse o déficit fiscal de 3% do PIB neste ano para 0,9% em 2024. A vice-presidente, Cristina Kirchner, porém, se posicionou contra esse acordo, gerando uma crise no governo.

A incerteza no país vem crescendo desde o começo do ano, conforme aparecem sinais de que o governo não vai conseguir cumprir o acordo fechado com o FMI, considerado um programa de ajuste relativamente leve para os padrões do órgão internacional. Como resultado, a cotação do dólar no mercado paralelo (314 pesos) já supera o dobro da do mercado oficial (138 pesos) e a inflação, que já era alta, tende a subir ainda mais.

A Argentina registrou em junho - antes dos fortes choques cambiais das últimas semanas e da renúncia de Martín Guzmán - uma inflação de 5,3% em 30 dias e de 64% nos últimos 12 meses. Nos primeiros seis meses do ano, a inflação acumulada foi de 36,2%, um pouco abaixo da projeção que o governo do presidente Alberto Fernández havia feito para todo o ano em seu acordo firmado com o FMI.

Em março, o governo e o FMI aceitaram refinanciar a alta dívida contraída em 2018 pelo governo do liberal Mauricio Macri (2015-2019), mas os investidores continuam desconfiando de uma economia impactada pela escassez de moeda estrangeira.

Em meio à crise e para tentar conter a alta nos preços, o Banco Central da Argentina (BCRA) decidiu nesta quinta-feira aumentar a taxa de juros de referência no país (Lelig) de 52% para 60% ao ano. “A economia enfrenta um aumento na volatilidade dos preços em um contexto de flutuação financeira sem relação com os fundamentos macroeconômicos do país”, disse a instituição em comunicado.

O BCRA ainda deixou em aberto a possibilidade de novos aumentos e acrescentou que “continuará a calibrar a taxa de juros como parte do processo de normalização da política monetária em andamento, prestando especial atenção aos desenvolvimentos passados e futuros no nível geral de preços e na dinâmica do mercado de câmbio”. / COM INFORMAÇÕES DA EFE

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