Os ativos da Argentina voltaram a ter um dia de forte recuperação, após o anúncio de que o país vai receber um financiamento de US$ 8,8 bilhões do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O valor será destinado a impulsionar o crescimento econômico do país.
O risco-país medido pelo índice EMBI, calculado pelo banco americano JPMorgan, cedeu 67 pontos, a 1.036 pontos, nesta quinta-feira, 24, segundo o jornal Ámbito Financiero. O dólar blue (uma das referências de cotação paralela, a mais utilizada) caiu pelo segundo dia consecutivo nesta quinta-feira, 24, e fechou em 1.195 pesos na compra e 1.215 pesos na venda, segundo pesquisa do jornal Ámbito nas casas de câmbio de dólar paralelo. O dólar informal caiu 15 pesos no dia e, dessa forma, perdeu 30 pesos em dois dias, após três altas consecutivas. Assim, até agora esta semana acumulou uma queda de 10 pesos.
O índice S&P Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, saltou 4,3%. Os American Depositary Receipts (ADRs) de empresas argentinas avançaram. O ADR do Banco Macro disparou 8,30% e o da Telecom Argentina avançou 4,76%, na Nasdaq, em Nova York. O Índice ADR Argentina do Bank of New York Mellon subiu 5,14%.
O mercado monitorava ainda fala do ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, que disse que a nação sul-americana, que deverá pagar mais de US$ 14 bilhões aos detentores de títulos e credores multilaterais em 2025, não pretende escolher novamente o caminho do default, segundo entrevista ao Financial Times.
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Segundo o governo argentino, US$ 2,4 bilhões dos fundos enviados pelo BID vão ser voltados ao setor público, para aperfeiçoar a proteção social, a educação primária, a gestão fiscal e o acesso a serviços essenciais. Enquanto isso, outros US$ 1,4 bilhões vão ser voltados ao investimento privado para impulsionar setores cruciais à economia argentina.
Dos recursos originários do Banco Mundial, US$ 2 bilhões se destinam a garantir a proteção social, e US$ 3 bilhões, a financiar setores privados como energia renovável, descarbonização e mineração. O anúncio ocorre após uma rodada de reuniões do ministro da Economia do país, Luis Caputo, com autoridades nos EUA.
A Argentina tenta realizar um ajuste econômico profundo sob o comando de Javier Milei, que tomou posse como presidente em dezembro de 2023. A intenção é baixar a inflação, que chegou aos três dígitos, e ganhar novamente a confiança dos investidores internacionais.