BRASÍLIA - Com inflação e juros em alta, a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 205,5 bilhões em outubro. O resultado representa um aumento real (descontada a inflação) de quase 8% na comparação com o mesmo mês de 2021.
O valor arrecadado no mês passado foi o maior para meses de outubro desde o início da série histórica, em 1995. Trata-se do maior resultado já registrado para meses de outubro desde o início da série histórica da Receita Federal, que tem início em 1995.
No acumulado do ano, a arrecadação federal somou R$ 1,836 trilhão, o maior volume para o período desde o início da série histórica, em 1995. O montante representa um avanço real de 9,35% na comparação com os primeiros 10 meses do ano passado.
A Receita explica o desempenho de outubro pelo recolhimento atípico de R$ 3 bilhões em Imposto de Renda e CSLL por empresas ligadas a commodities, produtos básicos com cotação internacional, como petróleo, minério e alimentos. No acumulado do ano, esse recolhimento atípico atingiu a marca dos R$ 40 bilhões, contra R$ 36 bilhões no mesmo período do ano passado.
Em contrapartida, o governo lembrou que foram reduzidos tributos sobre combustíveis e sobre produtos industriais neste ano. Somente em outubro, o corte de impostos sobre combustíveis gerou uma perda de R$ 3,75 bilhões. Já a redução do IPI, perda de R$ 1,9 bilhão. No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, entretanto, a perda de receita dos cortes de tributos sobre combustíveis e produtos industriais somou R$ 31,75 bilhões.
Ainda de acordo com a Receita, o aumento dos juros básicos da economia nos últimos meses, atingindo o atual patamar de 13,75% ao ano, maior em seis anos, também impulsionou a arrecadação. De janeiro a outubro, o IRRF sobre Rendimentos de Capital teve arrecadação de R$ 69,5 bilhões, com alta real de 62,2%.