BC tem feito ‘copia e cola’ dos juros básicos para preservar moeda da incerteza fiscal; leia artigo


Diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais

Por Rolf Kuntz
Atualização:

Copiar e colar tem sido uma das atividades principais do Banco Central (BC), no esforço de preservar a moeda num cenário de risco permanente para as contas públicas. Em sua primeira reunião no terceiro governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou-se tão cauteloso quanto no mandato do presidente Jair Bolsonaro, marcado pelo voluntarismo, pelas decisões improvisadas e pelas violações do teto de gastos.

Ao anunciar a manutenção dos juros básicos em 13,75%, o Copom mencionou uma “incerteza maior que a usual” em torno de suas premissas e projeções. Essa frase, usada no informe divulgado no começo da noite de quarta-feira, apareceu em todos os comunicados a partir de maio do ano passado, quando a taxa básica foi aumentada para 12,75%. As diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, a concepção das funções e obrigações do poder público podem ter mudado, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão Foto: Wilton Junior/Estadão
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Outro agourento lugar comum nos comunicados do Copom tem sido a “incerteza” em relação ao “arcabouço fiscal”. Essas palavras apareceram no comunicado emitido há um ano, em 2 de fevereiro de 2022, e têm-se repetido com regularidade. Mas as notas têm ressaltado também a insegurança percebida pelos mercados, um fator importante para a evolução dos preços e dos juros. Os “questionamentos em relação ao arcabouço fiscal” são apontados como sinais de perigo. Alguns efeitos desses “questionamentos”, como a instabilidade cambial, são facilmente percebidos no dia a dia.

O dólar caro foi um permanente sinal de alerta no últimos anos, mesmo depois da fase mais perigosa da pandemia. O dólar tende a valorizar-se, em tempos incertos, mesmo quando o comércio externo permanece no azul, como tem ocorrido no Brasil, e o superávit comercial facilita a manutenção de um volume seguro de reservas. Contas externas saudáveis são insuficientes para a estabilidade cambial, quando Brasília torna pouco previsível a evolução das contas oficiais, incluída, naturalmente, a dívida pública.

Ninguém contribuiu mais para esse tipo de insegurança, neste ano, do que o presidente Lula. Seu primeiro mês foi marcado por falas desastradas sobre gastos públicos, juros e inflação. O presidente contrastou responsabilidade social e responsabilidade fiscal, como se fossem antagônicas. Contestou a meta de inflação, reclamou dos juros e falou contra a autonomia do BC.

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Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perguntou por que os juros são tão altos, como se ignorasse os desafios impostos à política monetária e como se as perspectivas fiscais, no Brasil, fossem tranquilas como em países com tradição de contas públicas seguras. Além disso, o governo deve o projeto, prometido para abril, de uma nova âncora fiscal. Em 22 de março, o Copom anunciará mais uma decisão sobre juros. O presidente Lula tem mais de um mês para reduzir a incerteza mencionada no próximo comunicado. / ROLF KUNTZ É JORNALISTA

Copiar e colar tem sido uma das atividades principais do Banco Central (BC), no esforço de preservar a moeda num cenário de risco permanente para as contas públicas. Em sua primeira reunião no terceiro governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou-se tão cauteloso quanto no mandato do presidente Jair Bolsonaro, marcado pelo voluntarismo, pelas decisões improvisadas e pelas violações do teto de gastos.

Ao anunciar a manutenção dos juros básicos em 13,75%, o Copom mencionou uma “incerteza maior que a usual” em torno de suas premissas e projeções. Essa frase, usada no informe divulgado no começo da noite de quarta-feira, apareceu em todos os comunicados a partir de maio do ano passado, quando a taxa básica foi aumentada para 12,75%. As diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, a concepção das funções e obrigações do poder público podem ter mudado, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão Foto: Wilton Junior/Estadão

Outro agourento lugar comum nos comunicados do Copom tem sido a “incerteza” em relação ao “arcabouço fiscal”. Essas palavras apareceram no comunicado emitido há um ano, em 2 de fevereiro de 2022, e têm-se repetido com regularidade. Mas as notas têm ressaltado também a insegurança percebida pelos mercados, um fator importante para a evolução dos preços e dos juros. Os “questionamentos em relação ao arcabouço fiscal” são apontados como sinais de perigo. Alguns efeitos desses “questionamentos”, como a instabilidade cambial, são facilmente percebidos no dia a dia.

O dólar caro foi um permanente sinal de alerta no últimos anos, mesmo depois da fase mais perigosa da pandemia. O dólar tende a valorizar-se, em tempos incertos, mesmo quando o comércio externo permanece no azul, como tem ocorrido no Brasil, e o superávit comercial facilita a manutenção de um volume seguro de reservas. Contas externas saudáveis são insuficientes para a estabilidade cambial, quando Brasília torna pouco previsível a evolução das contas oficiais, incluída, naturalmente, a dívida pública.

Ninguém contribuiu mais para esse tipo de insegurança, neste ano, do que o presidente Lula. Seu primeiro mês foi marcado por falas desastradas sobre gastos públicos, juros e inflação. O presidente contrastou responsabilidade social e responsabilidade fiscal, como se fossem antagônicas. Contestou a meta de inflação, reclamou dos juros e falou contra a autonomia do BC.

Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perguntou por que os juros são tão altos, como se ignorasse os desafios impostos à política monetária e como se as perspectivas fiscais, no Brasil, fossem tranquilas como em países com tradição de contas públicas seguras. Além disso, o governo deve o projeto, prometido para abril, de uma nova âncora fiscal. Em 22 de março, o Copom anunciará mais uma decisão sobre juros. O presidente Lula tem mais de um mês para reduzir a incerteza mencionada no próximo comunicado. / ROLF KUNTZ É JORNALISTA

Copiar e colar tem sido uma das atividades principais do Banco Central (BC), no esforço de preservar a moeda num cenário de risco permanente para as contas públicas. Em sua primeira reunião no terceiro governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou-se tão cauteloso quanto no mandato do presidente Jair Bolsonaro, marcado pelo voluntarismo, pelas decisões improvisadas e pelas violações do teto de gastos.

Ao anunciar a manutenção dos juros básicos em 13,75%, o Copom mencionou uma “incerteza maior que a usual” em torno de suas premissas e projeções. Essa frase, usada no informe divulgado no começo da noite de quarta-feira, apareceu em todos os comunicados a partir de maio do ano passado, quando a taxa básica foi aumentada para 12,75%. As diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, a concepção das funções e obrigações do poder público podem ter mudado, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão Foto: Wilton Junior/Estadão

Outro agourento lugar comum nos comunicados do Copom tem sido a “incerteza” em relação ao “arcabouço fiscal”. Essas palavras apareceram no comunicado emitido há um ano, em 2 de fevereiro de 2022, e têm-se repetido com regularidade. Mas as notas têm ressaltado também a insegurança percebida pelos mercados, um fator importante para a evolução dos preços e dos juros. Os “questionamentos em relação ao arcabouço fiscal” são apontados como sinais de perigo. Alguns efeitos desses “questionamentos”, como a instabilidade cambial, são facilmente percebidos no dia a dia.

O dólar caro foi um permanente sinal de alerta no últimos anos, mesmo depois da fase mais perigosa da pandemia. O dólar tende a valorizar-se, em tempos incertos, mesmo quando o comércio externo permanece no azul, como tem ocorrido no Brasil, e o superávit comercial facilita a manutenção de um volume seguro de reservas. Contas externas saudáveis são insuficientes para a estabilidade cambial, quando Brasília torna pouco previsível a evolução das contas oficiais, incluída, naturalmente, a dívida pública.

Ninguém contribuiu mais para esse tipo de insegurança, neste ano, do que o presidente Lula. Seu primeiro mês foi marcado por falas desastradas sobre gastos públicos, juros e inflação. O presidente contrastou responsabilidade social e responsabilidade fiscal, como se fossem antagônicas. Contestou a meta de inflação, reclamou dos juros e falou contra a autonomia do BC.

Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perguntou por que os juros são tão altos, como se ignorasse os desafios impostos à política monetária e como se as perspectivas fiscais, no Brasil, fossem tranquilas como em países com tradição de contas públicas seguras. Além disso, o governo deve o projeto, prometido para abril, de uma nova âncora fiscal. Em 22 de março, o Copom anunciará mais uma decisão sobre juros. O presidente Lula tem mais de um mês para reduzir a incerteza mencionada no próximo comunicado. / ROLF KUNTZ É JORNALISTA

Copiar e colar tem sido uma das atividades principais do Banco Central (BC), no esforço de preservar a moeda num cenário de risco permanente para as contas públicas. Em sua primeira reunião no terceiro governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou-se tão cauteloso quanto no mandato do presidente Jair Bolsonaro, marcado pelo voluntarismo, pelas decisões improvisadas e pelas violações do teto de gastos.

Ao anunciar a manutenção dos juros básicos em 13,75%, o Copom mencionou uma “incerteza maior que a usual” em torno de suas premissas e projeções. Essa frase, usada no informe divulgado no começo da noite de quarta-feira, apareceu em todos os comunicados a partir de maio do ano passado, quando a taxa básica foi aumentada para 12,75%. As diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, a concepção das funções e obrigações do poder público podem ter mudado, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão Foto: Wilton Junior/Estadão

Outro agourento lugar comum nos comunicados do Copom tem sido a “incerteza” em relação ao “arcabouço fiscal”. Essas palavras apareceram no comunicado emitido há um ano, em 2 de fevereiro de 2022, e têm-se repetido com regularidade. Mas as notas têm ressaltado também a insegurança percebida pelos mercados, um fator importante para a evolução dos preços e dos juros. Os “questionamentos em relação ao arcabouço fiscal” são apontados como sinais de perigo. Alguns efeitos desses “questionamentos”, como a instabilidade cambial, são facilmente percebidos no dia a dia.

O dólar caro foi um permanente sinal de alerta no últimos anos, mesmo depois da fase mais perigosa da pandemia. O dólar tende a valorizar-se, em tempos incertos, mesmo quando o comércio externo permanece no azul, como tem ocorrido no Brasil, e o superávit comercial facilita a manutenção de um volume seguro de reservas. Contas externas saudáveis são insuficientes para a estabilidade cambial, quando Brasília torna pouco previsível a evolução das contas oficiais, incluída, naturalmente, a dívida pública.

Ninguém contribuiu mais para esse tipo de insegurança, neste ano, do que o presidente Lula. Seu primeiro mês foi marcado por falas desastradas sobre gastos públicos, juros e inflação. O presidente contrastou responsabilidade social e responsabilidade fiscal, como se fossem antagônicas. Contestou a meta de inflação, reclamou dos juros e falou contra a autonomia do BC.

Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perguntou por que os juros são tão altos, como se ignorasse os desafios impostos à política monetária e como se as perspectivas fiscais, no Brasil, fossem tranquilas como em países com tradição de contas públicas seguras. Além disso, o governo deve o projeto, prometido para abril, de uma nova âncora fiscal. Em 22 de março, o Copom anunciará mais uma decisão sobre juros. O presidente Lula tem mais de um mês para reduzir a incerteza mencionada no próximo comunicado. / ROLF KUNTZ É JORNALISTA

Copiar e colar tem sido uma das atividades principais do Banco Central (BC), no esforço de preservar a moeda num cenário de risco permanente para as contas públicas. Em sua primeira reunião no terceiro governo Lula, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou-se tão cauteloso quanto no mandato do presidente Jair Bolsonaro, marcado pelo voluntarismo, pelas decisões improvisadas e pelas violações do teto de gastos.

Ao anunciar a manutenção dos juros básicos em 13,75%, o Copom mencionou uma “incerteza maior que a usual” em torno de suas premissas e projeções. Essa frase, usada no informe divulgado no começo da noite de quarta-feira, apareceu em todos os comunicados a partir de maio do ano passado, quando a taxa básica foi aumentada para 12,75%. As diferenças entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva podem ser enormes, a concepção das funções e obrigações do poder público podem ter mudado, mas as mudanças parecem pouco perceptíveis, por enquanto, quando se trata de riscos fiscais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão Foto: Wilton Junior/Estadão

Outro agourento lugar comum nos comunicados do Copom tem sido a “incerteza” em relação ao “arcabouço fiscal”. Essas palavras apareceram no comunicado emitido há um ano, em 2 de fevereiro de 2022, e têm-se repetido com regularidade. Mas as notas têm ressaltado também a insegurança percebida pelos mercados, um fator importante para a evolução dos preços e dos juros. Os “questionamentos em relação ao arcabouço fiscal” são apontados como sinais de perigo. Alguns efeitos desses “questionamentos”, como a instabilidade cambial, são facilmente percebidos no dia a dia.

O dólar caro foi um permanente sinal de alerta no últimos anos, mesmo depois da fase mais perigosa da pandemia. O dólar tende a valorizar-se, em tempos incertos, mesmo quando o comércio externo permanece no azul, como tem ocorrido no Brasil, e o superávit comercial facilita a manutenção de um volume seguro de reservas. Contas externas saudáveis são insuficientes para a estabilidade cambial, quando Brasília torna pouco previsível a evolução das contas oficiais, incluída, naturalmente, a dívida pública.

Ninguém contribuiu mais para esse tipo de insegurança, neste ano, do que o presidente Lula. Seu primeiro mês foi marcado por falas desastradas sobre gastos públicos, juros e inflação. O presidente contrastou responsabilidade social e responsabilidade fiscal, como se fossem antagônicas. Contestou a meta de inflação, reclamou dos juros e falou contra a autonomia do BC.

Seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, perguntou por que os juros são tão altos, como se ignorasse os desafios impostos à política monetária e como se as perspectivas fiscais, no Brasil, fossem tranquilas como em países com tradição de contas públicas seguras. Além disso, o governo deve o projeto, prometido para abril, de uma nova âncora fiscal. Em 22 de março, o Copom anunciará mais uma decisão sobre juros. O presidente Lula tem mais de um mês para reduzir a incerteza mencionada no próximo comunicado. / ROLF KUNTZ É JORNALISTA

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