Como o atentado a Trump deve mexer com os mercados? Bitcoin volta a superar US$ 60 mil


Economistas apostam que evento deve acelerar processo de precificação de uma vitória republicana no mercado, com impacto no dólar e nos juros

Por André Marinho, Cícero Cotrim e Wilian Miron
Atualização:

Os mercados internacionais começam a abrir a partir da noite deste domingo, 14, e devem absorver os impactos do atentado ao ex-presidente dos Estados Unidos e provável candidato republicano, Donald Trump, neste final de semana. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast apostam que o evento deve acelerar o processo de precificação de uma vitória republicana no mercado, com impacto no dólar e nos juros.

Um dos raros ativos de risco com funcionamento ininterrupto, as principais criptomoedas do mundo avançaram após os primeiros relatos de tiros no comício de Trump na Pensilvânia. Neste domingo, o bitcoin voltou a superar a marca de US$ 60 mil, subindo quase 3%.

Bitcoin voltou a superar a marca dos US$ 60 mil após atentado de Trump. Foto: Ozan Kose/AFP
continua após a publicidade

O dólar também se fortalece na comparação com outras moedas globais. Às 19h15 (de Brasília), o índice DXY (US Dollar Index), que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, subia 0,16%, a 104,257 pontos. O euro recuava a US$ 1,0888, a libra cedia a US$ 1,2966 e o dólar avançava a 158,118 ienes. Entre emergentes, o dólar marcava alta a 17,7052 pesos mexicanos.

O economista-feche da G5 Partners, Luiz Otávio de Souza Leal, avalia que a tônica do mercado norte-americano será a “aversão ao risco”, mas ele pondera que será difícil prever a intensidade, a duração e os impactos dessa reação.

“Em condições normais, uma situação dessas deveria enfraquecer o dólar, porque foi um tiro no coração da sociedade americana. Mas a aversão ao risco pode fazer com que haja uma corrida para os ativos americanos, que são mais seguros. E a aversão ao risco nos Estados Unidos nunca é boa para países emergentes”, destaca.

continua após a publicidade

Já o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, acredita que a tendência é de aumento das taxas longas de juros dos Estados Unidos diante das incertezas sobre o futuro da política fiscal do país. “O juro americano deve começar a cair no segundo semestre, porque estamos vendo a inflação em queda, mas a taxa longa de juros deve sentir o impacto dessa chance de um fiscal mais complicado”, diz o economista.

“Vai ter uma grande preocupação sobre qual vai ser a política fiscal, e isso cobra um preço a mais nos juros”, disse ele, ao lembrar que os Estados Unidos já têm um cenário fiscal complexo, com déficit na casa de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma perspectiva de aumento dos gastos com previdência no futuro.

continua após a publicidade

Em relação ao dólar, ele diz que não deve haver, automaticamente, um cenário de fortalecimento global da moeda. Ele destaca que, se a elevação das taxas de juros ocorrer na esteira de uma perspectiva de maior risco para a política fiscal, o impacto direto pode ser de desvalorização da moeda americana.

Atentado a Trump vai mexer com os mercados internacionais nesta semana. Foto: Gene J. Puskar/AP

Por outro lado, o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, avalia que o incidente pode levar a uma alta da moeda norte-americana, especialmente contra moedas que sofrem com a influência de um aperto do comércio exterior, como o euro, e daquelas que podem sentir um efeito indireto de uma guerra comercial com a China, como o peso mexicano.

continua após a publicidade

Sobre os juros, ele destaca que dois efeitos se impõem. Em primeiro lugar, a percepção de que a política fiscal seria deficitária em um governo Trump deve levar a um aumento do juro longo. Em segundo, Chermont vê um possível efeito baixista no juro curto, uma vez que, durante seu mandato, Trump criticou diversas vezes o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por manter as taxas elevadas.

“No meio do novo mandato presidencial, acabaria o mandato do presidente do Fed, Jerome Powell, e é possível que Trump indicasse pessoas que se alinhem mais a uma postura mais dovish”, diz Chermont.

Para o presidente do conselho de administração da Jive Mauá e ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, os preços de ativos devem refletir o fortalecimento de Trump Diante do ocorrido. “Os ativos tendem a melhorar mais com o ganho de potencial dele”, afirma. Mesmo assim, Figueiredo vê impactos apenas de curto prazo e limitados no Brasil.

continua após a publicidade

Criptomoedas

Além do bitcoin, que voltou a superar a marca de US$ 60 mil, por volta das 14h10 (de Brasília), o ethereum ganhava 1,77%, a US$ 3.167,06, de acordo com cotações da Binance.

Já a memecoin MAGA disparava 47,27%, a US$ 9,338 - o acrônimo é uma referência ao slogan Make America Great Again (Faça a América Grande Outra Vez, em tradução livre).

continua após a publicidade

Durante a campanha, Trump tem adotado discurso favorável aos criptoativos e chegou a dizer que pretende acabar com a “guerra” deflagrada pelo atual presidente americano, Joe Biden, contra o setor. Após a notícia, o bitcoin liderou o rali e quebrou importantes barreiras técnicas.

O popular trader Rekt Capital escreveu no X (antigo Twitter) que, agora, a principal criptomoeda do mundo mira a marca de US$ 60,6 mil, que representa um importante nível de resistência.

Os mercados internacionais começam a abrir a partir da noite deste domingo, 14, e devem absorver os impactos do atentado ao ex-presidente dos Estados Unidos e provável candidato republicano, Donald Trump, neste final de semana. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast apostam que o evento deve acelerar o processo de precificação de uma vitória republicana no mercado, com impacto no dólar e nos juros.

Um dos raros ativos de risco com funcionamento ininterrupto, as principais criptomoedas do mundo avançaram após os primeiros relatos de tiros no comício de Trump na Pensilvânia. Neste domingo, o bitcoin voltou a superar a marca de US$ 60 mil, subindo quase 3%.

Bitcoin voltou a superar a marca dos US$ 60 mil após atentado de Trump. Foto: Ozan Kose/AFP

O dólar também se fortalece na comparação com outras moedas globais. Às 19h15 (de Brasília), o índice DXY (US Dollar Index), que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, subia 0,16%, a 104,257 pontos. O euro recuava a US$ 1,0888, a libra cedia a US$ 1,2966 e o dólar avançava a 158,118 ienes. Entre emergentes, o dólar marcava alta a 17,7052 pesos mexicanos.

O economista-feche da G5 Partners, Luiz Otávio de Souza Leal, avalia que a tônica do mercado norte-americano será a “aversão ao risco”, mas ele pondera que será difícil prever a intensidade, a duração e os impactos dessa reação.

“Em condições normais, uma situação dessas deveria enfraquecer o dólar, porque foi um tiro no coração da sociedade americana. Mas a aversão ao risco pode fazer com que haja uma corrida para os ativos americanos, que são mais seguros. E a aversão ao risco nos Estados Unidos nunca é boa para países emergentes”, destaca.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, acredita que a tendência é de aumento das taxas longas de juros dos Estados Unidos diante das incertezas sobre o futuro da política fiscal do país. “O juro americano deve começar a cair no segundo semestre, porque estamos vendo a inflação em queda, mas a taxa longa de juros deve sentir o impacto dessa chance de um fiscal mais complicado”, diz o economista.

“Vai ter uma grande preocupação sobre qual vai ser a política fiscal, e isso cobra um preço a mais nos juros”, disse ele, ao lembrar que os Estados Unidos já têm um cenário fiscal complexo, com déficit na casa de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma perspectiva de aumento dos gastos com previdência no futuro.

Em relação ao dólar, ele diz que não deve haver, automaticamente, um cenário de fortalecimento global da moeda. Ele destaca que, se a elevação das taxas de juros ocorrer na esteira de uma perspectiva de maior risco para a política fiscal, o impacto direto pode ser de desvalorização da moeda americana.

Atentado a Trump vai mexer com os mercados internacionais nesta semana. Foto: Gene J. Puskar/AP

Por outro lado, o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, avalia que o incidente pode levar a uma alta da moeda norte-americana, especialmente contra moedas que sofrem com a influência de um aperto do comércio exterior, como o euro, e daquelas que podem sentir um efeito indireto de uma guerra comercial com a China, como o peso mexicano.

Sobre os juros, ele destaca que dois efeitos se impõem. Em primeiro lugar, a percepção de que a política fiscal seria deficitária em um governo Trump deve levar a um aumento do juro longo. Em segundo, Chermont vê um possível efeito baixista no juro curto, uma vez que, durante seu mandato, Trump criticou diversas vezes o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por manter as taxas elevadas.

“No meio do novo mandato presidencial, acabaria o mandato do presidente do Fed, Jerome Powell, e é possível que Trump indicasse pessoas que se alinhem mais a uma postura mais dovish”, diz Chermont.

Para o presidente do conselho de administração da Jive Mauá e ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, os preços de ativos devem refletir o fortalecimento de Trump Diante do ocorrido. “Os ativos tendem a melhorar mais com o ganho de potencial dele”, afirma. Mesmo assim, Figueiredo vê impactos apenas de curto prazo e limitados no Brasil.

Criptomoedas

Além do bitcoin, que voltou a superar a marca de US$ 60 mil, por volta das 14h10 (de Brasília), o ethereum ganhava 1,77%, a US$ 3.167,06, de acordo com cotações da Binance.

Já a memecoin MAGA disparava 47,27%, a US$ 9,338 - o acrônimo é uma referência ao slogan Make America Great Again (Faça a América Grande Outra Vez, em tradução livre).

Durante a campanha, Trump tem adotado discurso favorável aos criptoativos e chegou a dizer que pretende acabar com a “guerra” deflagrada pelo atual presidente americano, Joe Biden, contra o setor. Após a notícia, o bitcoin liderou o rali e quebrou importantes barreiras técnicas.

O popular trader Rekt Capital escreveu no X (antigo Twitter) que, agora, a principal criptomoeda do mundo mira a marca de US$ 60,6 mil, que representa um importante nível de resistência.

Os mercados internacionais começam a abrir a partir da noite deste domingo, 14, e devem absorver os impactos do atentado ao ex-presidente dos Estados Unidos e provável candidato republicano, Donald Trump, neste final de semana. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast apostam que o evento deve acelerar o processo de precificação de uma vitória republicana no mercado, com impacto no dólar e nos juros.

Um dos raros ativos de risco com funcionamento ininterrupto, as principais criptomoedas do mundo avançaram após os primeiros relatos de tiros no comício de Trump na Pensilvânia. Neste domingo, o bitcoin voltou a superar a marca de US$ 60 mil, subindo quase 3%.

Bitcoin voltou a superar a marca dos US$ 60 mil após atentado de Trump. Foto: Ozan Kose/AFP

O dólar também se fortalece na comparação com outras moedas globais. Às 19h15 (de Brasília), o índice DXY (US Dollar Index), que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, subia 0,16%, a 104,257 pontos. O euro recuava a US$ 1,0888, a libra cedia a US$ 1,2966 e o dólar avançava a 158,118 ienes. Entre emergentes, o dólar marcava alta a 17,7052 pesos mexicanos.

O economista-feche da G5 Partners, Luiz Otávio de Souza Leal, avalia que a tônica do mercado norte-americano será a “aversão ao risco”, mas ele pondera que será difícil prever a intensidade, a duração e os impactos dessa reação.

“Em condições normais, uma situação dessas deveria enfraquecer o dólar, porque foi um tiro no coração da sociedade americana. Mas a aversão ao risco pode fazer com que haja uma corrida para os ativos americanos, que são mais seguros. E a aversão ao risco nos Estados Unidos nunca é boa para países emergentes”, destaca.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle, acredita que a tendência é de aumento das taxas longas de juros dos Estados Unidos diante das incertezas sobre o futuro da política fiscal do país. “O juro americano deve começar a cair no segundo semestre, porque estamos vendo a inflação em queda, mas a taxa longa de juros deve sentir o impacto dessa chance de um fiscal mais complicado”, diz o economista.

“Vai ter uma grande preocupação sobre qual vai ser a política fiscal, e isso cobra um preço a mais nos juros”, disse ele, ao lembrar que os Estados Unidos já têm um cenário fiscal complexo, com déficit na casa de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma perspectiva de aumento dos gastos com previdência no futuro.

Em relação ao dólar, ele diz que não deve haver, automaticamente, um cenário de fortalecimento global da moeda. Ele destaca que, se a elevação das taxas de juros ocorrer na esteira de uma perspectiva de maior risco para a política fiscal, o impacto direto pode ser de desvalorização da moeda americana.

Atentado a Trump vai mexer com os mercados internacionais nesta semana. Foto: Gene J. Puskar/AP

Por outro lado, o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, avalia que o incidente pode levar a uma alta da moeda norte-americana, especialmente contra moedas que sofrem com a influência de um aperto do comércio exterior, como o euro, e daquelas que podem sentir um efeito indireto de uma guerra comercial com a China, como o peso mexicano.

Sobre os juros, ele destaca que dois efeitos se impõem. Em primeiro lugar, a percepção de que a política fiscal seria deficitária em um governo Trump deve levar a um aumento do juro longo. Em segundo, Chermont vê um possível efeito baixista no juro curto, uma vez que, durante seu mandato, Trump criticou diversas vezes o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) por manter as taxas elevadas.

“No meio do novo mandato presidencial, acabaria o mandato do presidente do Fed, Jerome Powell, e é possível que Trump indicasse pessoas que se alinhem mais a uma postura mais dovish”, diz Chermont.

Para o presidente do conselho de administração da Jive Mauá e ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, os preços de ativos devem refletir o fortalecimento de Trump Diante do ocorrido. “Os ativos tendem a melhorar mais com o ganho de potencial dele”, afirma. Mesmo assim, Figueiredo vê impactos apenas de curto prazo e limitados no Brasil.

Criptomoedas

Além do bitcoin, que voltou a superar a marca de US$ 60 mil, por volta das 14h10 (de Brasília), o ethereum ganhava 1,77%, a US$ 3.167,06, de acordo com cotações da Binance.

Já a memecoin MAGA disparava 47,27%, a US$ 9,338 - o acrônimo é uma referência ao slogan Make America Great Again (Faça a América Grande Outra Vez, em tradução livre).

Durante a campanha, Trump tem adotado discurso favorável aos criptoativos e chegou a dizer que pretende acabar com a “guerra” deflagrada pelo atual presidente americano, Joe Biden, contra o setor. Após a notícia, o bitcoin liderou o rali e quebrou importantes barreiras técnicas.

O popular trader Rekt Capital escreveu no X (antigo Twitter) que, agora, a principal criptomoeda do mundo mira a marca de US$ 60,6 mil, que representa um importante nível de resistência.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.