BRASÍLIA - A presidente da Caixa, Daniella Marques, atualizou nesta segunda-feira, 17, os números do consignado do Auxílio Brasil, linha de crédito lançada oficialmente pelo banco na semana passada. Segundo a presidente, 700 mil pessoas já procuraram a modalidade, com liberação de R$ 1,8 bilhão.
A linha de crédito tem juro de 3,45% ao mês, beirando o limite de 3,5% estabelecido pelo Ministério da Cidadania. A prestação máxima é de 40% do valor do Auxílio Brasil; já a parcela mínima é de R$ 15 reais. A duração do empréstimo é de até 24 meses.
O teto de 3,50% ao ano estipulado para a modalidade é maior do que o imposto pelos bancos ao consignado do INSS: 2,14%. Além disso, segundo os dados do Banco Central, está acima do que é cobrado, em média, nos vários tipos de consignado: para trabalhadores do setor privado (2,61%), para trabalhadores do setor público (1,70%), para aposentados e pensionistas do INSS (1,97%) e consignado pessoal total (1,85%).
A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. Como antecipou o Estadão, grandes bancos resolveram ficar de fora da oferta do consignado. A modalidade é vista por analistas como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias.
Renegociação de dívidas
A presidente da Caixa também atualizou os números sobre o programa Você no Azul, lançado no último dia 6. O banco já renegociou quase R$ 80 milhões em créditos na edição deste ano do programa de renegociação de dívidas.
“Já são 41 mil contratos e R$ 78 milhões em dívidas renegociadas no Você no Azul”, disse a presidente da Caixa, Daniella Marques, em coletiva de imprensa para detalhar um novo programa de crédito para estimular a formalização de mulheres empreendedoras.
A expectativa da Caixa é de renegociar até R$ 1 bilhão em dívidas, com contratos de 4 milhões de clientes pessoas físicas e de 396 mil pessoas jurídicas. Marques voltou a afirmar que 70% das dívidas de pessoas físicas na Caixa têm valores de até R$ 5.000.
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Anúncios na campanha eleitoral
Daniella Marques afirmou mais uma vez que os anúncios de programas do banco neste mês de outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais, têm razões técnicas. Desde o fim do primeiro turno, a Caixa já fez quatro coletivas de imprensa para anunciar programas e iniciativas, voltadas especialmente para as classes mais baixas e para mulheres, públicos em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem desvantagem em relação ao seu adversário na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além do programa de apoio ao empreendedorismo feminino, houve eventos para detalhar o pagamento antecipado do Auxílio Brasil este mês, o consignado ligado ao benefício social e a campanha anual de renegociação de dívidas.
Segundo Daniella Marques, ela tem autonomia técnica para decidir sobre os anúncios do banco. Marques afirmou que o mês de outubro foi escolhido para focar nas ações de empreendedorismo do Caixa para Elas porque o banco queria aproveitar o “simbolismo” das datas comemorativas de 5 de outubro, dia Nacional das Micro e Pequenas Empresas, e 19 de novembro, dia mundial do empreendedorismo feminino.