BRASÍLIA - Os empréstimos consignados para quem recebe o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda, chegaram a R$ 5 bilhões em outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 28, pelo Banco Central.
Os números referem-se a menos de um mês em que a modalidade, criticada por especialistas, está em vigor, já que os desembolsos começaram no dia 10 de outubro, na véspera do segundo turno das eleições.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, as concessões de consignado pelos bancos cresceram 328,6% em outubro, impulsionado pela linha criada para beneficiários do programa que substituiu o Bolsa Família.
Segundo ele, os desembolsos de consignado privado saltaram de R$ 1,5 bilhão para R$ 6,7 bilhões em um mês. A alta das concessões, entretanto, foi acompanhada da alta dos juros. Segundo Rocha, a taxa do consignado privado subiu de 37,5% para 45,6% em outubro, maior taxa da série histórica.
O consignado do Auxílio tem juro de 3,45% ao mês, beirando o limite de 3,5% estabelecido pelo Ministério da Cidadania. A prestação máxima é de 40% do valor do Auxílio Brasil; já a parcela mínima é de R$ 15 reais. A duração do empréstimo é de até 24 meses.
O teto de 3,50% ao ano é maior do que o imposto pelos bancos ao consignado do INSS: 2,14%. Além disso, segundo os dados do Banco Central, está acima do que é cobrado, em média, nos vários tipos de consignado: para trabalhadores do setor privado (2,61%), para trabalhadores do setor público (1,70%), para aposentados e pensionistas do INSS (1,97%) e consignado pessoal total (1,85%).
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A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. Como antecipou o Estadão, grandes bancos resolveram ficar de fora da oferta do consignado. A modalidade é vista por analistas como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias.
O banco público lançou a linha oficialmente no dia 11 de outubro, depois do primeiro turno das eleições. A modalidade foi classificada por analistas como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias
Rocha disse que o avanço do consignado dos beneficiários do Auxílio Brasil considera os empréstimos feitos pela Caixa e por outras instituições financeiras. Entretanto, ele não detalhou quantos bancos estão ofertando a linha de crédito. Além disso, o chefe do Departamento de Estatísticas do BC afirmou que, sem o consignado, a concessão de crédito para as famílias cresce em ritmo moderado.