BC acelera ritmo e aumenta juros em 0,5 ponto em decisão unânime; Selic vai a 11,25% ao ano


Resultado ocorre em meio à expectativa de um pacote de cortes de gastos, ainda não anunciado; BC destaca necessidade de ‘apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal’

Por Cícero Cotrim, Célia Froufe e Sandra Manfrini
Atualização:

BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

A decisão, que foi unânime, confirma a expectativa de aceleração do ritmo do aperto monetário frente à última reunião, em setembro, quando teve início o ciclo de alta. Na ocasião, primeiro aumento da taxa no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colegiado subiu a Selic em 0,25 ponto.

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O aumento em magnitude maior (0,5 ponto) nesta quarta-feira era esperada por 71 de 73 instituições ouvidas na mais recente pesquisa Projeções Broadcast.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas (fora da meta), o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justificou o Copom no comunicado.

De olho no fiscal

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A decisão ocorre em meio à expectativa pelo mercado de um pacote de cortes de gastos – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para depois das eleições municipais, mas ainda não anunciado. O temor fiscal levou a uma piora nas variáveis observadas pelo Copom desde a última reunião, em 18 de setembro, como a alta do dólar – que fechou a última sexta-feira no segundo maior nível da história, em R$ 5,86.

Nesta quarta-feira pela manhã, o dólar chegou a bater o mesmo patamar diante da projeção da vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, mas desacelerou e depois fechou em queda, cotado a R$ 5,72.

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No comunicado da decisão, o comitê informou que “monitora com atenção” como desenvolvimentos recentes da política fiscal têm impactado a política monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, diz o comunicado.

O BC voltou a mencionar a necessidade de uma política fiscal crível e acrescentou a necessidade de “apresentação e execução de medidas estruturais para orçamento fiscal”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.

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Resultado confirma expectativa de aceleração no ritmo de aperto frente à última reunião, em setembro Foto: Winton Junior/Estadão

O Copom destacou ainda que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA)”.

O aumento da Selic em 0,5 ponto leva a taxa de juros real ex-ante – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

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Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% – demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, diz o comunicado.

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O texto destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

A decisão, que foi unânime, confirma a expectativa de aceleração do ritmo do aperto monetário frente à última reunião, em setembro, quando teve início o ciclo de alta. Na ocasião, primeiro aumento da taxa no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colegiado subiu a Selic em 0,25 ponto.

O aumento em magnitude maior (0,5 ponto) nesta quarta-feira era esperada por 71 de 73 instituições ouvidas na mais recente pesquisa Projeções Broadcast.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas (fora da meta), o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justificou o Copom no comunicado.

De olho no fiscal

A decisão ocorre em meio à expectativa pelo mercado de um pacote de cortes de gastos – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para depois das eleições municipais, mas ainda não anunciado. O temor fiscal levou a uma piora nas variáveis observadas pelo Copom desde a última reunião, em 18 de setembro, como a alta do dólar – que fechou a última sexta-feira no segundo maior nível da história, em R$ 5,86.

Nesta quarta-feira pela manhã, o dólar chegou a bater o mesmo patamar diante da projeção da vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, mas desacelerou e depois fechou em queda, cotado a R$ 5,72.

No comunicado da decisão, o comitê informou que “monitora com atenção” como desenvolvimentos recentes da política fiscal têm impactado a política monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, diz o comunicado.

O BC voltou a mencionar a necessidade de uma política fiscal crível e acrescentou a necessidade de “apresentação e execução de medidas estruturais para orçamento fiscal”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.

Resultado confirma expectativa de aceleração no ritmo de aperto frente à última reunião, em setembro Foto: Winton Junior/Estadão

O Copom destacou ainda que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA)”.

O aumento da Selic em 0,5 ponto leva a taxa de juros real ex-ante – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% – demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, diz o comunicado.

O texto destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

A decisão, que foi unânime, confirma a expectativa de aceleração do ritmo do aperto monetário frente à última reunião, em setembro, quando teve início o ciclo de alta. Na ocasião, primeiro aumento da taxa no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colegiado subiu a Selic em 0,25 ponto.

O aumento em magnitude maior (0,5 ponto) nesta quarta-feira era esperada por 71 de 73 instituições ouvidas na mais recente pesquisa Projeções Broadcast.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas (fora da meta), o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justificou o Copom no comunicado.

De olho no fiscal

A decisão ocorre em meio à expectativa pelo mercado de um pacote de cortes de gastos – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para depois das eleições municipais, mas ainda não anunciado. O temor fiscal levou a uma piora nas variáveis observadas pelo Copom desde a última reunião, em 18 de setembro, como a alta do dólar – que fechou a última sexta-feira no segundo maior nível da história, em R$ 5,86.

Nesta quarta-feira pela manhã, o dólar chegou a bater o mesmo patamar diante da projeção da vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, mas desacelerou e depois fechou em queda, cotado a R$ 5,72.

No comunicado da decisão, o comitê informou que “monitora com atenção” como desenvolvimentos recentes da política fiscal têm impactado a política monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, diz o comunicado.

O BC voltou a mencionar a necessidade de uma política fiscal crível e acrescentou a necessidade de “apresentação e execução de medidas estruturais para orçamento fiscal”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.

Resultado confirma expectativa de aceleração no ritmo de aperto frente à última reunião, em setembro Foto: Winton Junior/Estadão

O Copom destacou ainda que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA)”.

O aumento da Selic em 0,5 ponto leva a taxa de juros real ex-ante – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% – demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, diz o comunicado.

O texto destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

A decisão, que foi unânime, confirma a expectativa de aceleração do ritmo do aperto monetário frente à última reunião, em setembro, quando teve início o ciclo de alta. Na ocasião, primeiro aumento da taxa no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colegiado subiu a Selic em 0,25 ponto.

O aumento em magnitude maior (0,5 ponto) nesta quarta-feira era esperada por 71 de 73 instituições ouvidas na mais recente pesquisa Projeções Broadcast.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas (fora da meta), o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justificou o Copom no comunicado.

De olho no fiscal

A decisão ocorre em meio à expectativa pelo mercado de um pacote de cortes de gastos – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para depois das eleições municipais, mas ainda não anunciado. O temor fiscal levou a uma piora nas variáveis observadas pelo Copom desde a última reunião, em 18 de setembro, como a alta do dólar – que fechou a última sexta-feira no segundo maior nível da história, em R$ 5,86.

Nesta quarta-feira pela manhã, o dólar chegou a bater o mesmo patamar diante da projeção da vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, mas desacelerou e depois fechou em queda, cotado a R$ 5,72.

No comunicado da decisão, o comitê informou que “monitora com atenção” como desenvolvimentos recentes da política fiscal têm impactado a política monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, diz o comunicado.

O BC voltou a mencionar a necessidade de uma política fiscal crível e acrescentou a necessidade de “apresentação e execução de medidas estruturais para orçamento fiscal”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.

Resultado confirma expectativa de aceleração no ritmo de aperto frente à última reunião, em setembro Foto: Winton Junior/Estadão

O Copom destacou ainda que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA)”.

O aumento da Selic em 0,5 ponto leva a taxa de juros real ex-ante – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% – demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, diz o comunicado.

O texto destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

BRASÍLIA – O Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

A decisão, que foi unânime, confirma a expectativa de aceleração do ritmo do aperto monetário frente à última reunião, em setembro, quando teve início o ciclo de alta. Na ocasião, primeiro aumento da taxa no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o colegiado subiu a Selic em 0,25 ponto.

O aumento em magnitude maior (0,5 ponto) nesta quarta-feira era esperada por 71 de 73 instituições ouvidas na mais recente pesquisa Projeções Broadcast.

“O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas (fora da meta), o que demanda uma política monetária mais contracionista”, justificou o Copom no comunicado.

De olho no fiscal

A decisão ocorre em meio à expectativa pelo mercado de um pacote de cortes de gastos – prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para depois das eleições municipais, mas ainda não anunciado. O temor fiscal levou a uma piora nas variáveis observadas pelo Copom desde a última reunião, em 18 de setembro, como a alta do dólar – que fechou a última sexta-feira no segundo maior nível da história, em R$ 5,86.

Nesta quarta-feira pela manhã, o dólar chegou a bater o mesmo patamar diante da projeção da vitória de Donald Trump à presidência dos EUA, mas desacelerou e depois fechou em queda, cotado a R$ 5,72.

No comunicado da decisão, o comitê informou que “monitora com atenção” como desenvolvimentos recentes da política fiscal têm impactado a política monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio”, diz o comunicado.

O BC voltou a mencionar a necessidade de uma política fiscal crível e acrescentou a necessidade de “apresentação e execução de medidas estruturais para orçamento fiscal”.

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.

Resultado confirma expectativa de aceleração no ritmo de aperto frente à última reunião, em setembro Foto: Winton Junior/Estadão

O Copom destacou ainda que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA)”.

O aumento da Selic em 0,5 ponto leva a taxa de juros real ex-ante – descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses – do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

Inflação

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% – demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

“O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação”, diz o comunicado.

O texto destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

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