O Banco do Brasil destinará um total de R$ 24,4 bilhões para o Pronaf (programa com foco na agricultura familiar) na safra 2022/23, de uma oferta total de R$ 200 bilhões na atual temporada de plantio, segundo informações repassadas nesta terça-feira, 5, pelo banco ao Estadão/Broadcast. O Pronaf terá um volume de recursos 43,5% superior ao da safra anterior.
Dos R$ 200 bilhões, R$ 21,1 bilhões serão aplicados em empréstimos para médios produtores pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), R$ 110 bilhões para a agricultura empresarial, R$ 24,5 bilhões em títulos agro e giro (linhas BB Giro agronegócio e Crédito Agroindustrial), além de outros R$ 20 bilhões para a cadeia de valor do setor.
As taxas cobradas no ciclo 2022/23 já foram anunciadas. As linhas do Pronaf terão juros de 5% e 6% ao ano. Médios produtores pagarão juros de 8% ao ano, no âmbito do Pronamp, e grandes produtores rurais terão taxas entre 12% e 12,5% ao ano. Esses últimos, portanto, pagam taxas mais próximas à Selic.
Apesar do dado sobre o total de recursos para o agronegócio ter sido divulgado na semana passada, o governo não havia definido o montante de recursos do Tesouro Nacional para equalização de juros. Por isso, o BB ainda não tinha o detalhamento dos recursos previstos para Pronaf, Pronamp e demais produtores.
Dados do ano passado
Na safra 2021/22, o BB anunciou R$ 17 bilhões para o Pronaf, R$ 17,2 bilhões para Pronamp e R$ 87,3 bilhões para demais produtores. Dos R$ 135 bilhões anunciados para a safra 2021/22, R$ 121,5 bilhões tiveram taxas de juros controladas, como o Pronaf.
Na safra 2021/22, o Banco do Brasil desembolsou R$ 153 bilhões, mais do que os R$ 135 bilhões anunciados, superando em 34% os R$ 115 bilhões aplicados pelo BB na safra 2020/21.
Em março deste ano, o banco atingiu R$ 254,6 bilhões de carteira de crédito agro, o que corresponde a 53,4% de todo o crédito rural no Sistema Financeiro Nacional.