Rotativo do cartão: bancos dizem que proposta do BC não resolve e limite do parcelado é simbólico


Para instituições, no entanto, medida é o pontapé das discussões para chegar a um entendimento

Por Matheus Piovesana
Atualização:

Os bancos veem um efeito simbólico, mas não financeiro, na proposta do Banco Central de limitar a 12 prestações o parcelamento máximo de compras divididas sem juros no cartão de crédito. Segundo as instituições, esse teto não resolve totalmente a equação econômica do cartão, que de acordo com os bancos, tem hoje um subsídio cruzado do crédito rotativo ao parcelamento de compras sem taxas.

A proposta foi feita pelo BC aos bancos na última semana, durante reunião com representantes das instituições, de empresas de maquininhas e do comércio, e revelada pelo Estadão/Broadcast. Os bancos vêm defendendo a limitação ao parcelado desde o começo do ano, quando o governo chamou as instituições e o regulador para buscar alternativas que reduzam os juros do rotativo, que se anualizados, ultrapassam os 440%.

Ontem, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre, o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, disse que essa é uma solução parcial. “Temos dito ao BC que limitar parcelado em 12 vezes é muito pouco”, afirmou ele.

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Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que os bancos veem na proposta um ponto de partida. “Considerando que o Banco Central disse que a limitação em 12 meses das compras parceladas no cartão era ponto de partida, a Febraban avalia que, com essa premissa, a proposta se mostrou bem-vinda para iniciarmos a construção de um entendimento”, afirmou.

Isaac Sidney diz que proposta é bem-vinda para iniciar as discussões Foto: Celso Doni/Febraban

Ainda de acordo com ele, o BC mostrou estar “na direção correta” para combater os juros altos do rotativo, mas não pode parar na proposta feita na semana passada. “Entendemos que uma limitação em 12 vezes terá efeito muito contido e continuaremos a defender uma limitação maior do parcelado sem juros, para termos um reequilíbrio de médio e longo prazos na arquitetura do produto do cartão, pois 90% das compras no parcelado sem juros são em menos de 12 vezes.”

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As empresas de maquininhas independentes são contrárias a limitar o parcelado, e rejeitam a argumentação dos bancos de que o instrumento tem a conta paga pelo rotativo. Após a reunião com o BC, a Associação Brasileira de Internet (Abranet), que representa nomes como o PagBank (ex-PagSeguro) se colocou contrária à proposta. O mesmo fez a Proteste, de defesa do consumidor.

Minoritário

A argumentação dos bancos parte de dados do próprio BC que mostram que o parcelamento de compras acima de 12 vezes é minoritário no mercado de cartões. No ano passado, apenas 1,4% das transações feitas com cartão no País era dividida em sete parcelas ou mais. Ao todo, elas representavam 15,7% do volume financeiro da indústria.

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“Pelos dados do BC, transações com sete ou mais parcelas são apenas 15% do volume total do cartão de crédito, e acreditamos que parcelamentos entre sete e 12 vezes são a maior parte disso”, afirmou em relatório enviado a clientes o analista Gabriel Gusan, do Citi.

A proposta do regulador incluía ainda uma limitação, de tamanho e formato indefinidos, à tarifa de intercâmbio dos cartões de crédito. Essa tarifa é paga pelas maquininhas aos bancos emissores a cada transação que um cliente faz. Ou seja: limitá-la aumentaria a rentabilidade das credenciadoras, e reduziria a dos bancos.

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Leão, do Santander, disse ontem que os bancos têm feito um debate técnico sobre a medida, porque como vários deles também controlam credenciadoras, não há o interesse em jogar os ganhos para um lado ou outro do negócio. “Os quatro maiores bancos têm adquirentes, não queremos enviesar debate do cartão.”

Segundo ele, a enorme oferta de cartões de crédito pelo setor financeiro nos últimos anos ampliou o desequilíbrio do setor, que já existia desde a instituição do parcelado sem juros. O executivo afirmou que os bancos defendem que, em paralelo a uma “limitação gradual” do parcelamento sem taxas, o setor amplie a oferta do parcelado com juros através do cartão.

Os bancos veem um efeito simbólico, mas não financeiro, na proposta do Banco Central de limitar a 12 prestações o parcelamento máximo de compras divididas sem juros no cartão de crédito. Segundo as instituições, esse teto não resolve totalmente a equação econômica do cartão, que de acordo com os bancos, tem hoje um subsídio cruzado do crédito rotativo ao parcelamento de compras sem taxas.

A proposta foi feita pelo BC aos bancos na última semana, durante reunião com representantes das instituições, de empresas de maquininhas e do comércio, e revelada pelo Estadão/Broadcast. Os bancos vêm defendendo a limitação ao parcelado desde o começo do ano, quando o governo chamou as instituições e o regulador para buscar alternativas que reduzam os juros do rotativo, que se anualizados, ultrapassam os 440%.

Ontem, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre, o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, disse que essa é uma solução parcial. “Temos dito ao BC que limitar parcelado em 12 vezes é muito pouco”, afirmou ele.

Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que os bancos veem na proposta um ponto de partida. “Considerando que o Banco Central disse que a limitação em 12 meses das compras parceladas no cartão era ponto de partida, a Febraban avalia que, com essa premissa, a proposta se mostrou bem-vinda para iniciarmos a construção de um entendimento”, afirmou.

Isaac Sidney diz que proposta é bem-vinda para iniciar as discussões Foto: Celso Doni/Febraban

Ainda de acordo com ele, o BC mostrou estar “na direção correta” para combater os juros altos do rotativo, mas não pode parar na proposta feita na semana passada. “Entendemos que uma limitação em 12 vezes terá efeito muito contido e continuaremos a defender uma limitação maior do parcelado sem juros, para termos um reequilíbrio de médio e longo prazos na arquitetura do produto do cartão, pois 90% das compras no parcelado sem juros são em menos de 12 vezes.”

As empresas de maquininhas independentes são contrárias a limitar o parcelado, e rejeitam a argumentação dos bancos de que o instrumento tem a conta paga pelo rotativo. Após a reunião com o BC, a Associação Brasileira de Internet (Abranet), que representa nomes como o PagBank (ex-PagSeguro) se colocou contrária à proposta. O mesmo fez a Proteste, de defesa do consumidor.

Minoritário

A argumentação dos bancos parte de dados do próprio BC que mostram que o parcelamento de compras acima de 12 vezes é minoritário no mercado de cartões. No ano passado, apenas 1,4% das transações feitas com cartão no País era dividida em sete parcelas ou mais. Ao todo, elas representavam 15,7% do volume financeiro da indústria.

“Pelos dados do BC, transações com sete ou mais parcelas são apenas 15% do volume total do cartão de crédito, e acreditamos que parcelamentos entre sete e 12 vezes são a maior parte disso”, afirmou em relatório enviado a clientes o analista Gabriel Gusan, do Citi.

A proposta do regulador incluía ainda uma limitação, de tamanho e formato indefinidos, à tarifa de intercâmbio dos cartões de crédito. Essa tarifa é paga pelas maquininhas aos bancos emissores a cada transação que um cliente faz. Ou seja: limitá-la aumentaria a rentabilidade das credenciadoras, e reduziria a dos bancos.

Leão, do Santander, disse ontem que os bancos têm feito um debate técnico sobre a medida, porque como vários deles também controlam credenciadoras, não há o interesse em jogar os ganhos para um lado ou outro do negócio. “Os quatro maiores bancos têm adquirentes, não queremos enviesar debate do cartão.”

Segundo ele, a enorme oferta de cartões de crédito pelo setor financeiro nos últimos anos ampliou o desequilíbrio do setor, que já existia desde a instituição do parcelado sem juros. O executivo afirmou que os bancos defendem que, em paralelo a uma “limitação gradual” do parcelamento sem taxas, o setor amplie a oferta do parcelado com juros através do cartão.

Os bancos veem um efeito simbólico, mas não financeiro, na proposta do Banco Central de limitar a 12 prestações o parcelamento máximo de compras divididas sem juros no cartão de crédito. Segundo as instituições, esse teto não resolve totalmente a equação econômica do cartão, que de acordo com os bancos, tem hoje um subsídio cruzado do crédito rotativo ao parcelamento de compras sem taxas.

A proposta foi feita pelo BC aos bancos na última semana, durante reunião com representantes das instituições, de empresas de maquininhas e do comércio, e revelada pelo Estadão/Broadcast. Os bancos vêm defendendo a limitação ao parcelado desde o começo do ano, quando o governo chamou as instituições e o regulador para buscar alternativas que reduzam os juros do rotativo, que se anualizados, ultrapassam os 440%.

Ontem, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre, o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, disse que essa é uma solução parcial. “Temos dito ao BC que limitar parcelado em 12 vezes é muito pouco”, afirmou ele.

Ao Estadão/Broadcast, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que os bancos veem na proposta um ponto de partida. “Considerando que o Banco Central disse que a limitação em 12 meses das compras parceladas no cartão era ponto de partida, a Febraban avalia que, com essa premissa, a proposta se mostrou bem-vinda para iniciarmos a construção de um entendimento”, afirmou.

Isaac Sidney diz que proposta é bem-vinda para iniciar as discussões Foto: Celso Doni/Febraban

Ainda de acordo com ele, o BC mostrou estar “na direção correta” para combater os juros altos do rotativo, mas não pode parar na proposta feita na semana passada. “Entendemos que uma limitação em 12 vezes terá efeito muito contido e continuaremos a defender uma limitação maior do parcelado sem juros, para termos um reequilíbrio de médio e longo prazos na arquitetura do produto do cartão, pois 90% das compras no parcelado sem juros são em menos de 12 vezes.”

As empresas de maquininhas independentes são contrárias a limitar o parcelado, e rejeitam a argumentação dos bancos de que o instrumento tem a conta paga pelo rotativo. Após a reunião com o BC, a Associação Brasileira de Internet (Abranet), que representa nomes como o PagBank (ex-PagSeguro) se colocou contrária à proposta. O mesmo fez a Proteste, de defesa do consumidor.

Minoritário

A argumentação dos bancos parte de dados do próprio BC que mostram que o parcelamento de compras acima de 12 vezes é minoritário no mercado de cartões. No ano passado, apenas 1,4% das transações feitas com cartão no País era dividida em sete parcelas ou mais. Ao todo, elas representavam 15,7% do volume financeiro da indústria.

“Pelos dados do BC, transações com sete ou mais parcelas são apenas 15% do volume total do cartão de crédito, e acreditamos que parcelamentos entre sete e 12 vezes são a maior parte disso”, afirmou em relatório enviado a clientes o analista Gabriel Gusan, do Citi.

A proposta do regulador incluía ainda uma limitação, de tamanho e formato indefinidos, à tarifa de intercâmbio dos cartões de crédito. Essa tarifa é paga pelas maquininhas aos bancos emissores a cada transação que um cliente faz. Ou seja: limitá-la aumentaria a rentabilidade das credenciadoras, e reduziria a dos bancos.

Leão, do Santander, disse ontem que os bancos têm feito um debate técnico sobre a medida, porque como vários deles também controlam credenciadoras, não há o interesse em jogar os ganhos para um lado ou outro do negócio. “Os quatro maiores bancos têm adquirentes, não queremos enviesar debate do cartão.”

Segundo ele, a enorme oferta de cartões de crédito pelo setor financeiro nos últimos anos ampliou o desequilíbrio do setor, que já existia desde a instituição do parcelado sem juros. O executivo afirmou que os bancos defendem que, em paralelo a uma “limitação gradual” do parcelamento sem taxas, o setor amplie a oferta do parcelado com juros através do cartão.

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