BB vê maior apetite por crédito na safra 2024/25 e expansão no Norte e Nordeste


Volume é R$ 30 bilhões superior destinado ao setor no ano passado; carteira de agro responde por 33% da carteira total do banco

Por Isadora Duarte

BRASÍLIA - Com uma cifra de R$ 260 bilhões previstos para o financiamento do agronegócio na safra 2024/25, o Banco do Brasil (BB) está otimista com o maior apetite por crédito rural nesta temporada. O valor é superior em R$ 30 bilhões, ou 13% mais, ao recorde registrado pelo banco na temporada passada, quando desembolsou R$ 230 bilhões em recursos ao agro e reportou 635 mil operações de crédito rural.

“Vemos um cenário de recuperação nesta safra, passadas as questões de clima adverso que foram o maior desafio na temporada 2023/24 para os produtores rurais”, avalia o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Luiz Gustavo Braz Lage, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast Agro.

Até a última sexta-feira, 5, R$ 1,4 bilhão já havia sido contratado em operações para crédito rural na safra 2024/25, que começou dia 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2025. “As agências estão focadas no recebimento e acolhimento das propostas, conforme as novas condições do Plano Safra 2024/25, e já temos operações liberadas”, relatou o executivo.

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Do montante total ofertado pelo banco na safra, R$ 120 bilhões vão para custeio, R$ 30 bilhões serão direcionados à comercialização e industrialização, R$ 44 bilhões para linhas de investimentos e R$ 66 bilhões serão distribuídos por títulos, crédito agroindustrial, recursos para giro e financiamentos à exportação.

Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agro e Agricultura Familiar do Banco do Brasil Foto: BANCO DO BRASIL

A demanda para a safra, observa Braz Lage, foi estudada com base nas projeções do banco para o setor e pelos reportes recebidos da rede de agências. “Pelas expectativas dos segmentos que atendemos, desde os pequenos produtores ao private e corporate, acreditamos que é um Plano Safra bastante factível”, pontuou o executivo.

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“Vemos, de maneira geral, um cenário mais positivo tanto na agricultura quanto na pecuária. Temos também a indicação do Tesouro de que o volume de recursos equalizados que será direcionado ao Banco do Brasil supera de maneira importante o obtido na temporada passada, o que nos dá maior robustez em recursos para atendimento aos produtores”, acrescentou.

A nova safra deve contribuir para alavancar a carteira de agro do banco, que responde por 33% da carteira total. Ao fim do primeiro trimestre deste ano, o saldo da carteira ampliada de agronegócio do banco somava R$ 372,5 bilhões, incremento de 15,5% em 12 meses, em linha com o teto do guidance (orientação) do banco. Conforme o seu guidance anual, o BB espera encerrar o ano com crescimento de 11% a 15% na carteira ampliada do agro, mantendo a participação de cerca de um terço do resultado total.

Líder em crédito rural no País, com cerca de 50% do mercado e mais de 2,5 milhões de clientes, o BB quer fortalecer nesta safra a atuação nas regiões Norte e Nordeste. A estratégia já ganhou tração no ciclo passado. O desembolso em crédito rural do banco no Nordeste avançou 40% da temporada 2022/23 para a 2023/24, enquanto no Norte aumentou 10% na mesma base comparativa.

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“Nessas regiões, atuamos, além das agências, com correspondentes bancários e com o apoio da rede técnica com uma rede de mais de 230 profissionais de ciências agrárias espalhados por todo o País. O banco é o que mais cresce nessas regiões, mas não deixaremos de ampliar nossa posição também nas outras”, observou o vice-presidente de Agro.

Médios produtores

Entre os públicos, os financiamentos para produtores de médio porte serão reforçados pelo banco. Dos R$ 260 bilhões ofertados pelo banco, R$ 24 bilhões serão para médios produtores e R$ 26 bilhões para a agricultura familiar que, juntos, representam incremento de 44% em recursos.

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“Vemos oportunidade até para a reconquista de clientes de médio porte, que eventualmente tiveram a sua demanda atendida parcialmente”, apontou Braz Lage. Outros R$ 66 bilhões serão direcionados em títulos do agro e cadeia de valor do setor e R$ 144 bilhões serão destinados a grandes produtores, cooperativas e agroindústrias.

Para fazer frente à distribuição desse volume maior de recursos, atrelada às estratégias de expansão no Norte e Nordeste e junto aos médios produtores, o BB prevê crescer em torno de 10% em convênios com correspondentes bancários na safra 2024/25. O número atual é de 4,4 mil correspondentes parceiros ante 4 mil há um ano.

“Queremos continuar crescendo e especializando esses parceiros, inclusive para atuar em nichos alinhados ao novo Plano Safra. Queremos explorar mais as modalidades específicas voltadas à sociobiodiversidade, à bioeconomia, à transição agroecológica, à mecanização do campo e a todo o arranjo que envolve a agricultura familiar”, adiantou Braz Lage.

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Fachada do Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, em Brasília Foto: DIV

A ideia do banco é que os correspondentes estejam estruturados a atuar com maior ênfase em modelos diferentes de crédito rural, atuando com segmentos que até então tinham menor acesso ao financiamento, como quilombolas e povos tradicionais - públicos que recentemente foram incluídos nas linhas de crédito oficiais do governo.

Em outra ponta, o Banco do Brasil vem expandindo as carteiras especializadas de atendimento ao agro, como, por exemplo, em regiões como o Tocantins e o Distrito Federal, que passaram de 1,067 mil para 1,124 mil. O número de clientes sob esse atendimento especializado subiu de 285 mil para 312 mil, tanto na rede private quanto no alto varejo.

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Cada carteira agro tem, ao menos, um gerente e um assistente especialmente treinados para atender com todas as soluções específicas do agronegócio. “Ampliamos essas carteiras para, cada vez mais, termos essa especialização e equipes técnicas que possam prestar o melhor apoio aos negócios e aos produtores, do Pronaf ao agro empresarial”, apontou o executivo, citando ainda o vetor de incrementar o volume de negócios feito com os clientes agro para além do crédito rural.

Outra frente que está no foco do banco para a safra é avançar no financiamento das linhas voltadas à sustentabilidade. Na safra 2023/24, o BB liberou R$ 2,2 bilhões por meio do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis do Plano Safra (Renovagro).

Segundo Braz Lage, a intenção é atuar não somente nas linhas específicas com essa finalidade de pegada ambiental, mas também no financiamento com carimbo ESG de forma transversal abrangendo a sustentabilidade social, o que inclui as novas modalidades do Pronaf e financiamentos a projetos com fontes renováveis de energia, reciclagem de resíduos animais, entre outros. Atualmente, mais de 40% da carteira de agro do BB tem chancela de crédito sustentável.

BRASÍLIA - Com uma cifra de R$ 260 bilhões previstos para o financiamento do agronegócio na safra 2024/25, o Banco do Brasil (BB) está otimista com o maior apetite por crédito rural nesta temporada. O valor é superior em R$ 30 bilhões, ou 13% mais, ao recorde registrado pelo banco na temporada passada, quando desembolsou R$ 230 bilhões em recursos ao agro e reportou 635 mil operações de crédito rural.

“Vemos um cenário de recuperação nesta safra, passadas as questões de clima adverso que foram o maior desafio na temporada 2023/24 para os produtores rurais”, avalia o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Luiz Gustavo Braz Lage, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast Agro.

Até a última sexta-feira, 5, R$ 1,4 bilhão já havia sido contratado em operações para crédito rural na safra 2024/25, que começou dia 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2025. “As agências estão focadas no recebimento e acolhimento das propostas, conforme as novas condições do Plano Safra 2024/25, e já temos operações liberadas”, relatou o executivo.

Do montante total ofertado pelo banco na safra, R$ 120 bilhões vão para custeio, R$ 30 bilhões serão direcionados à comercialização e industrialização, R$ 44 bilhões para linhas de investimentos e R$ 66 bilhões serão distribuídos por títulos, crédito agroindustrial, recursos para giro e financiamentos à exportação.

Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agro e Agricultura Familiar do Banco do Brasil Foto: BANCO DO BRASIL

A demanda para a safra, observa Braz Lage, foi estudada com base nas projeções do banco para o setor e pelos reportes recebidos da rede de agências. “Pelas expectativas dos segmentos que atendemos, desde os pequenos produtores ao private e corporate, acreditamos que é um Plano Safra bastante factível”, pontuou o executivo.

“Vemos, de maneira geral, um cenário mais positivo tanto na agricultura quanto na pecuária. Temos também a indicação do Tesouro de que o volume de recursos equalizados que será direcionado ao Banco do Brasil supera de maneira importante o obtido na temporada passada, o que nos dá maior robustez em recursos para atendimento aos produtores”, acrescentou.

A nova safra deve contribuir para alavancar a carteira de agro do banco, que responde por 33% da carteira total. Ao fim do primeiro trimestre deste ano, o saldo da carteira ampliada de agronegócio do banco somava R$ 372,5 bilhões, incremento de 15,5% em 12 meses, em linha com o teto do guidance (orientação) do banco. Conforme o seu guidance anual, o BB espera encerrar o ano com crescimento de 11% a 15% na carteira ampliada do agro, mantendo a participação de cerca de um terço do resultado total.

Líder em crédito rural no País, com cerca de 50% do mercado e mais de 2,5 milhões de clientes, o BB quer fortalecer nesta safra a atuação nas regiões Norte e Nordeste. A estratégia já ganhou tração no ciclo passado. O desembolso em crédito rural do banco no Nordeste avançou 40% da temporada 2022/23 para a 2023/24, enquanto no Norte aumentou 10% na mesma base comparativa.

“Nessas regiões, atuamos, além das agências, com correspondentes bancários e com o apoio da rede técnica com uma rede de mais de 230 profissionais de ciências agrárias espalhados por todo o País. O banco é o que mais cresce nessas regiões, mas não deixaremos de ampliar nossa posição também nas outras”, observou o vice-presidente de Agro.

Médios produtores

Entre os públicos, os financiamentos para produtores de médio porte serão reforçados pelo banco. Dos R$ 260 bilhões ofertados pelo banco, R$ 24 bilhões serão para médios produtores e R$ 26 bilhões para a agricultura familiar que, juntos, representam incremento de 44% em recursos.

“Vemos oportunidade até para a reconquista de clientes de médio porte, que eventualmente tiveram a sua demanda atendida parcialmente”, apontou Braz Lage. Outros R$ 66 bilhões serão direcionados em títulos do agro e cadeia de valor do setor e R$ 144 bilhões serão destinados a grandes produtores, cooperativas e agroindústrias.

Para fazer frente à distribuição desse volume maior de recursos, atrelada às estratégias de expansão no Norte e Nordeste e junto aos médios produtores, o BB prevê crescer em torno de 10% em convênios com correspondentes bancários na safra 2024/25. O número atual é de 4,4 mil correspondentes parceiros ante 4 mil há um ano.

“Queremos continuar crescendo e especializando esses parceiros, inclusive para atuar em nichos alinhados ao novo Plano Safra. Queremos explorar mais as modalidades específicas voltadas à sociobiodiversidade, à bioeconomia, à transição agroecológica, à mecanização do campo e a todo o arranjo que envolve a agricultura familiar”, adiantou Braz Lage.

Fachada do Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, em Brasília Foto: DIV

A ideia do banco é que os correspondentes estejam estruturados a atuar com maior ênfase em modelos diferentes de crédito rural, atuando com segmentos que até então tinham menor acesso ao financiamento, como quilombolas e povos tradicionais - públicos que recentemente foram incluídos nas linhas de crédito oficiais do governo.

Em outra ponta, o Banco do Brasil vem expandindo as carteiras especializadas de atendimento ao agro, como, por exemplo, em regiões como o Tocantins e o Distrito Federal, que passaram de 1,067 mil para 1,124 mil. O número de clientes sob esse atendimento especializado subiu de 285 mil para 312 mil, tanto na rede private quanto no alto varejo.

Cada carteira agro tem, ao menos, um gerente e um assistente especialmente treinados para atender com todas as soluções específicas do agronegócio. “Ampliamos essas carteiras para, cada vez mais, termos essa especialização e equipes técnicas que possam prestar o melhor apoio aos negócios e aos produtores, do Pronaf ao agro empresarial”, apontou o executivo, citando ainda o vetor de incrementar o volume de negócios feito com os clientes agro para além do crédito rural.

Outra frente que está no foco do banco para a safra é avançar no financiamento das linhas voltadas à sustentabilidade. Na safra 2023/24, o BB liberou R$ 2,2 bilhões por meio do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis do Plano Safra (Renovagro).

Segundo Braz Lage, a intenção é atuar não somente nas linhas específicas com essa finalidade de pegada ambiental, mas também no financiamento com carimbo ESG de forma transversal abrangendo a sustentabilidade social, o que inclui as novas modalidades do Pronaf e financiamentos a projetos com fontes renováveis de energia, reciclagem de resíduos animais, entre outros. Atualmente, mais de 40% da carteira de agro do BB tem chancela de crédito sustentável.

BRASÍLIA - Com uma cifra de R$ 260 bilhões previstos para o financiamento do agronegócio na safra 2024/25, o Banco do Brasil (BB) está otimista com o maior apetite por crédito rural nesta temporada. O valor é superior em R$ 30 bilhões, ou 13% mais, ao recorde registrado pelo banco na temporada passada, quando desembolsou R$ 230 bilhões em recursos ao agro e reportou 635 mil operações de crédito rural.

“Vemos um cenário de recuperação nesta safra, passadas as questões de clima adverso que foram o maior desafio na temporada 2023/24 para os produtores rurais”, avalia o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Luiz Gustavo Braz Lage, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast Agro.

Até a última sexta-feira, 5, R$ 1,4 bilhão já havia sido contratado em operações para crédito rural na safra 2024/25, que começou dia 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2025. “As agências estão focadas no recebimento e acolhimento das propostas, conforme as novas condições do Plano Safra 2024/25, e já temos operações liberadas”, relatou o executivo.

Do montante total ofertado pelo banco na safra, R$ 120 bilhões vão para custeio, R$ 30 bilhões serão direcionados à comercialização e industrialização, R$ 44 bilhões para linhas de investimentos e R$ 66 bilhões serão distribuídos por títulos, crédito agroindustrial, recursos para giro e financiamentos à exportação.

Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agro e Agricultura Familiar do Banco do Brasil Foto: BANCO DO BRASIL

A demanda para a safra, observa Braz Lage, foi estudada com base nas projeções do banco para o setor e pelos reportes recebidos da rede de agências. “Pelas expectativas dos segmentos que atendemos, desde os pequenos produtores ao private e corporate, acreditamos que é um Plano Safra bastante factível”, pontuou o executivo.

“Vemos, de maneira geral, um cenário mais positivo tanto na agricultura quanto na pecuária. Temos também a indicação do Tesouro de que o volume de recursos equalizados que será direcionado ao Banco do Brasil supera de maneira importante o obtido na temporada passada, o que nos dá maior robustez em recursos para atendimento aos produtores”, acrescentou.

A nova safra deve contribuir para alavancar a carteira de agro do banco, que responde por 33% da carteira total. Ao fim do primeiro trimestre deste ano, o saldo da carteira ampliada de agronegócio do banco somava R$ 372,5 bilhões, incremento de 15,5% em 12 meses, em linha com o teto do guidance (orientação) do banco. Conforme o seu guidance anual, o BB espera encerrar o ano com crescimento de 11% a 15% na carteira ampliada do agro, mantendo a participação de cerca de um terço do resultado total.

Líder em crédito rural no País, com cerca de 50% do mercado e mais de 2,5 milhões de clientes, o BB quer fortalecer nesta safra a atuação nas regiões Norte e Nordeste. A estratégia já ganhou tração no ciclo passado. O desembolso em crédito rural do banco no Nordeste avançou 40% da temporada 2022/23 para a 2023/24, enquanto no Norte aumentou 10% na mesma base comparativa.

“Nessas regiões, atuamos, além das agências, com correspondentes bancários e com o apoio da rede técnica com uma rede de mais de 230 profissionais de ciências agrárias espalhados por todo o País. O banco é o que mais cresce nessas regiões, mas não deixaremos de ampliar nossa posição também nas outras”, observou o vice-presidente de Agro.

Médios produtores

Entre os públicos, os financiamentos para produtores de médio porte serão reforçados pelo banco. Dos R$ 260 bilhões ofertados pelo banco, R$ 24 bilhões serão para médios produtores e R$ 26 bilhões para a agricultura familiar que, juntos, representam incremento de 44% em recursos.

“Vemos oportunidade até para a reconquista de clientes de médio porte, que eventualmente tiveram a sua demanda atendida parcialmente”, apontou Braz Lage. Outros R$ 66 bilhões serão direcionados em títulos do agro e cadeia de valor do setor e R$ 144 bilhões serão destinados a grandes produtores, cooperativas e agroindústrias.

Para fazer frente à distribuição desse volume maior de recursos, atrelada às estratégias de expansão no Norte e Nordeste e junto aos médios produtores, o BB prevê crescer em torno de 10% em convênios com correspondentes bancários na safra 2024/25. O número atual é de 4,4 mil correspondentes parceiros ante 4 mil há um ano.

“Queremos continuar crescendo e especializando esses parceiros, inclusive para atuar em nichos alinhados ao novo Plano Safra. Queremos explorar mais as modalidades específicas voltadas à sociobiodiversidade, à bioeconomia, à transição agroecológica, à mecanização do campo e a todo o arranjo que envolve a agricultura familiar”, adiantou Braz Lage.

Fachada do Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, em Brasília Foto: DIV

A ideia do banco é que os correspondentes estejam estruturados a atuar com maior ênfase em modelos diferentes de crédito rural, atuando com segmentos que até então tinham menor acesso ao financiamento, como quilombolas e povos tradicionais - públicos que recentemente foram incluídos nas linhas de crédito oficiais do governo.

Em outra ponta, o Banco do Brasil vem expandindo as carteiras especializadas de atendimento ao agro, como, por exemplo, em regiões como o Tocantins e o Distrito Federal, que passaram de 1,067 mil para 1,124 mil. O número de clientes sob esse atendimento especializado subiu de 285 mil para 312 mil, tanto na rede private quanto no alto varejo.

Cada carteira agro tem, ao menos, um gerente e um assistente especialmente treinados para atender com todas as soluções específicas do agronegócio. “Ampliamos essas carteiras para, cada vez mais, termos essa especialização e equipes técnicas que possam prestar o melhor apoio aos negócios e aos produtores, do Pronaf ao agro empresarial”, apontou o executivo, citando ainda o vetor de incrementar o volume de negócios feito com os clientes agro para além do crédito rural.

Outra frente que está no foco do banco para a safra é avançar no financiamento das linhas voltadas à sustentabilidade. Na safra 2023/24, o BB liberou R$ 2,2 bilhões por meio do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis do Plano Safra (Renovagro).

Segundo Braz Lage, a intenção é atuar não somente nas linhas específicas com essa finalidade de pegada ambiental, mas também no financiamento com carimbo ESG de forma transversal abrangendo a sustentabilidade social, o que inclui as novas modalidades do Pronaf e financiamentos a projetos com fontes renováveis de energia, reciclagem de resíduos animais, entre outros. Atualmente, mais de 40% da carteira de agro do BB tem chancela de crédito sustentável.

BRASÍLIA - Com uma cifra de R$ 260 bilhões previstos para o financiamento do agronegócio na safra 2024/25, o Banco do Brasil (BB) está otimista com o maior apetite por crédito rural nesta temporada. O valor é superior em R$ 30 bilhões, ou 13% mais, ao recorde registrado pelo banco na temporada passada, quando desembolsou R$ 230 bilhões em recursos ao agro e reportou 635 mil operações de crédito rural.

“Vemos um cenário de recuperação nesta safra, passadas as questões de clima adverso que foram o maior desafio na temporada 2023/24 para os produtores rurais”, avalia o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Luiz Gustavo Braz Lage, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast Agro.

Até a última sexta-feira, 5, R$ 1,4 bilhão já havia sido contratado em operações para crédito rural na safra 2024/25, que começou dia 1º de julho e se estende até 30 de junho de 2025. “As agências estão focadas no recebimento e acolhimento das propostas, conforme as novas condições do Plano Safra 2024/25, e já temos operações liberadas”, relatou o executivo.

Do montante total ofertado pelo banco na safra, R$ 120 bilhões vão para custeio, R$ 30 bilhões serão direcionados à comercialização e industrialização, R$ 44 bilhões para linhas de investimentos e R$ 66 bilhões serão distribuídos por títulos, crédito agroindustrial, recursos para giro e financiamentos à exportação.

Luiz Gustavo Braz Lage, vice-presidente de Agro e Agricultura Familiar do Banco do Brasil Foto: BANCO DO BRASIL

A demanda para a safra, observa Braz Lage, foi estudada com base nas projeções do banco para o setor e pelos reportes recebidos da rede de agências. “Pelas expectativas dos segmentos que atendemos, desde os pequenos produtores ao private e corporate, acreditamos que é um Plano Safra bastante factível”, pontuou o executivo.

“Vemos, de maneira geral, um cenário mais positivo tanto na agricultura quanto na pecuária. Temos também a indicação do Tesouro de que o volume de recursos equalizados que será direcionado ao Banco do Brasil supera de maneira importante o obtido na temporada passada, o que nos dá maior robustez em recursos para atendimento aos produtores”, acrescentou.

A nova safra deve contribuir para alavancar a carteira de agro do banco, que responde por 33% da carteira total. Ao fim do primeiro trimestre deste ano, o saldo da carteira ampliada de agronegócio do banco somava R$ 372,5 bilhões, incremento de 15,5% em 12 meses, em linha com o teto do guidance (orientação) do banco. Conforme o seu guidance anual, o BB espera encerrar o ano com crescimento de 11% a 15% na carteira ampliada do agro, mantendo a participação de cerca de um terço do resultado total.

Líder em crédito rural no País, com cerca de 50% do mercado e mais de 2,5 milhões de clientes, o BB quer fortalecer nesta safra a atuação nas regiões Norte e Nordeste. A estratégia já ganhou tração no ciclo passado. O desembolso em crédito rural do banco no Nordeste avançou 40% da temporada 2022/23 para a 2023/24, enquanto no Norte aumentou 10% na mesma base comparativa.

“Nessas regiões, atuamos, além das agências, com correspondentes bancários e com o apoio da rede técnica com uma rede de mais de 230 profissionais de ciências agrárias espalhados por todo o País. O banco é o que mais cresce nessas regiões, mas não deixaremos de ampliar nossa posição também nas outras”, observou o vice-presidente de Agro.

Médios produtores

Entre os públicos, os financiamentos para produtores de médio porte serão reforçados pelo banco. Dos R$ 260 bilhões ofertados pelo banco, R$ 24 bilhões serão para médios produtores e R$ 26 bilhões para a agricultura familiar que, juntos, representam incremento de 44% em recursos.

“Vemos oportunidade até para a reconquista de clientes de médio porte, que eventualmente tiveram a sua demanda atendida parcialmente”, apontou Braz Lage. Outros R$ 66 bilhões serão direcionados em títulos do agro e cadeia de valor do setor e R$ 144 bilhões serão destinados a grandes produtores, cooperativas e agroindústrias.

Para fazer frente à distribuição desse volume maior de recursos, atrelada às estratégias de expansão no Norte e Nordeste e junto aos médios produtores, o BB prevê crescer em torno de 10% em convênios com correspondentes bancários na safra 2024/25. O número atual é de 4,4 mil correspondentes parceiros ante 4 mil há um ano.

“Queremos continuar crescendo e especializando esses parceiros, inclusive para atuar em nichos alinhados ao novo Plano Safra. Queremos explorar mais as modalidades específicas voltadas à sociobiodiversidade, à bioeconomia, à transição agroecológica, à mecanização do campo e a todo o arranjo que envolve a agricultura familiar”, adiantou Braz Lage.

Fachada do Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, em Brasília Foto: DIV

A ideia do banco é que os correspondentes estejam estruturados a atuar com maior ênfase em modelos diferentes de crédito rural, atuando com segmentos que até então tinham menor acesso ao financiamento, como quilombolas e povos tradicionais - públicos que recentemente foram incluídos nas linhas de crédito oficiais do governo.

Em outra ponta, o Banco do Brasil vem expandindo as carteiras especializadas de atendimento ao agro, como, por exemplo, em regiões como o Tocantins e o Distrito Federal, que passaram de 1,067 mil para 1,124 mil. O número de clientes sob esse atendimento especializado subiu de 285 mil para 312 mil, tanto na rede private quanto no alto varejo.

Cada carteira agro tem, ao menos, um gerente e um assistente especialmente treinados para atender com todas as soluções específicas do agronegócio. “Ampliamos essas carteiras para, cada vez mais, termos essa especialização e equipes técnicas que possam prestar o melhor apoio aos negócios e aos produtores, do Pronaf ao agro empresarial”, apontou o executivo, citando ainda o vetor de incrementar o volume de negócios feito com os clientes agro para além do crédito rural.

Outra frente que está no foco do banco para a safra é avançar no financiamento das linhas voltadas à sustentabilidade. Na safra 2023/24, o BB liberou R$ 2,2 bilhões por meio do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis do Plano Safra (Renovagro).

Segundo Braz Lage, a intenção é atuar não somente nas linhas específicas com essa finalidade de pegada ambiental, mas também no financiamento com carimbo ESG de forma transversal abrangendo a sustentabilidade social, o que inclui as novas modalidades do Pronaf e financiamentos a projetos com fontes renováveis de energia, reciclagem de resíduos animais, entre outros. Atualmente, mais de 40% da carteira de agro do BB tem chancela de crédito sustentável.

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