BC admite que inflação só vai ceder em 2016


Na ata divulgada ontem, diretores retiraram expectativa de desaceleração para este ano

Por Célia Froufe, Adriana Fernandes, Victor Martins e BRASÍLIA

O Banco Central jogou de uma vez por todas a toalha em relação à alta da inflação deste ano. Desde o fim de 2014, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, alertava para a forte pressão sobre os preços no início de 2015. Como alento, previa um longo período de declínio do IPCA ainda este ano. Ontem, no entanto, o BC admitiu que a inflação só vai ceder em 2016. O cenário mais realista foi demonstrado na ata divulgada ontem sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorreu semana passada e elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano. Os diretores da instituição retiraram do documento a expectativa de desaceleração dos preços ainda este ano. Ao mesmo tempo, o colegiado informou que a projeção para o IPCA de 2015 subiu e continua acima do centro da meta de 4,5%. Para 2016, espera-se um refresco, apesar de o cálculo também estar mais alto que o objetivo da autarquia. A ata é até mais amena ao se referir ao caminho que a inflação percorrerá para atingir a meta no ano que vem. O documento substitui a avaliação de que decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência "no próximo ano" para "ao longo" de 2016 - possibilidade que não está nas contas dos analistas do mercado financeiro. Os números exatos só serão revelados no fim deste mês, mas, no setor privado, a expectativa é de que o IPCA suba 7,77% em 2015 e 5,51% em 2016. Com essa postura mais escancarada da instituição, economistas contam com mais uma alta da Selic, em abril. A dúvida é se será de 0,5 ponto porcentual (para 13,25% ao ano) ou mais branda, de 0,25 ponto (para 13%). Até porque o BC mantém a promessa de que continuará a trabalhar para conter uma contaminação da alta do dólar e dos preços administrados. Essa admissão do BC sobre o comportamento da inflação engrossa as apostas de que, pela primeira vez em 11 anos, o presidente terá de escrever uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos que o levaram a descumprir sua missão. Além disso, alimenta o debate de que a autoridade monetária poderia voltar a adotar uma meta ajustada, com mais folga para 2015, como ocorreu justamente numa carta aberta de 2003 e que valeu para aquele ano e o seguinte.Centro do debate. A correção atual dos preços administrados é o centro do debate. Na ata, o tema é abordado em vários trechos. O BC projeta 10,7% este ano e atribui a esses itens a culpa de parte importante da alta da inflação de agora. Também enfatiza que são fundamentais para a decisão sobre os próximos passos do Copom. Tão vilão para o IPCA quanto os preços administrados é o dólar, que ficou relegado a segundo plano na ata. Apesar de no dia da reunião a moeda ter fechado em R$ 2,979, os diretores escolheram uma cotação bem inferior, de R$ 2,85, para usar em seus exercícios para balizar a inflação. Essa postura alimenta as incertezas em relação ao cenário previsto pelo BC e reforça as expectativas para o Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado no fim deste mês. No documento, o BC também aproveitará para detalhar sua avaliação da atividade econômica. Na ata de ontem, a instituição mostrou uma perspectiva mais pessimista em relação ao crescimento do País - no mercado, as projeções rondam uma retração de 0,6%. Para o Banco Central, a expansão da atividade ficará aquém de seu potencial.

O Banco Central jogou de uma vez por todas a toalha em relação à alta da inflação deste ano. Desde o fim de 2014, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, alertava para a forte pressão sobre os preços no início de 2015. Como alento, previa um longo período de declínio do IPCA ainda este ano. Ontem, no entanto, o BC admitiu que a inflação só vai ceder em 2016. O cenário mais realista foi demonstrado na ata divulgada ontem sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorreu semana passada e elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano. Os diretores da instituição retiraram do documento a expectativa de desaceleração dos preços ainda este ano. Ao mesmo tempo, o colegiado informou que a projeção para o IPCA de 2015 subiu e continua acima do centro da meta de 4,5%. Para 2016, espera-se um refresco, apesar de o cálculo também estar mais alto que o objetivo da autarquia. A ata é até mais amena ao se referir ao caminho que a inflação percorrerá para atingir a meta no ano que vem. O documento substitui a avaliação de que decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência "no próximo ano" para "ao longo" de 2016 - possibilidade que não está nas contas dos analistas do mercado financeiro. Os números exatos só serão revelados no fim deste mês, mas, no setor privado, a expectativa é de que o IPCA suba 7,77% em 2015 e 5,51% em 2016. Com essa postura mais escancarada da instituição, economistas contam com mais uma alta da Selic, em abril. A dúvida é se será de 0,5 ponto porcentual (para 13,25% ao ano) ou mais branda, de 0,25 ponto (para 13%). Até porque o BC mantém a promessa de que continuará a trabalhar para conter uma contaminação da alta do dólar e dos preços administrados. Essa admissão do BC sobre o comportamento da inflação engrossa as apostas de que, pela primeira vez em 11 anos, o presidente terá de escrever uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos que o levaram a descumprir sua missão. Além disso, alimenta o debate de que a autoridade monetária poderia voltar a adotar uma meta ajustada, com mais folga para 2015, como ocorreu justamente numa carta aberta de 2003 e que valeu para aquele ano e o seguinte.Centro do debate. A correção atual dos preços administrados é o centro do debate. Na ata, o tema é abordado em vários trechos. O BC projeta 10,7% este ano e atribui a esses itens a culpa de parte importante da alta da inflação de agora. Também enfatiza que são fundamentais para a decisão sobre os próximos passos do Copom. Tão vilão para o IPCA quanto os preços administrados é o dólar, que ficou relegado a segundo plano na ata. Apesar de no dia da reunião a moeda ter fechado em R$ 2,979, os diretores escolheram uma cotação bem inferior, de R$ 2,85, para usar em seus exercícios para balizar a inflação. Essa postura alimenta as incertezas em relação ao cenário previsto pelo BC e reforça as expectativas para o Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado no fim deste mês. No documento, o BC também aproveitará para detalhar sua avaliação da atividade econômica. Na ata de ontem, a instituição mostrou uma perspectiva mais pessimista em relação ao crescimento do País - no mercado, as projeções rondam uma retração de 0,6%. Para o Banco Central, a expansão da atividade ficará aquém de seu potencial.

O Banco Central jogou de uma vez por todas a toalha em relação à alta da inflação deste ano. Desde o fim de 2014, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, alertava para a forte pressão sobre os preços no início de 2015. Como alento, previa um longo período de declínio do IPCA ainda este ano. Ontem, no entanto, o BC admitiu que a inflação só vai ceder em 2016. O cenário mais realista foi demonstrado na ata divulgada ontem sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorreu semana passada e elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano. Os diretores da instituição retiraram do documento a expectativa de desaceleração dos preços ainda este ano. Ao mesmo tempo, o colegiado informou que a projeção para o IPCA de 2015 subiu e continua acima do centro da meta de 4,5%. Para 2016, espera-se um refresco, apesar de o cálculo também estar mais alto que o objetivo da autarquia. A ata é até mais amena ao se referir ao caminho que a inflação percorrerá para atingir a meta no ano que vem. O documento substitui a avaliação de que decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência "no próximo ano" para "ao longo" de 2016 - possibilidade que não está nas contas dos analistas do mercado financeiro. Os números exatos só serão revelados no fim deste mês, mas, no setor privado, a expectativa é de que o IPCA suba 7,77% em 2015 e 5,51% em 2016. Com essa postura mais escancarada da instituição, economistas contam com mais uma alta da Selic, em abril. A dúvida é se será de 0,5 ponto porcentual (para 13,25% ao ano) ou mais branda, de 0,25 ponto (para 13%). Até porque o BC mantém a promessa de que continuará a trabalhar para conter uma contaminação da alta do dólar e dos preços administrados. Essa admissão do BC sobre o comportamento da inflação engrossa as apostas de que, pela primeira vez em 11 anos, o presidente terá de escrever uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos que o levaram a descumprir sua missão. Além disso, alimenta o debate de que a autoridade monetária poderia voltar a adotar uma meta ajustada, com mais folga para 2015, como ocorreu justamente numa carta aberta de 2003 e que valeu para aquele ano e o seguinte.Centro do debate. A correção atual dos preços administrados é o centro do debate. Na ata, o tema é abordado em vários trechos. O BC projeta 10,7% este ano e atribui a esses itens a culpa de parte importante da alta da inflação de agora. Também enfatiza que são fundamentais para a decisão sobre os próximos passos do Copom. Tão vilão para o IPCA quanto os preços administrados é o dólar, que ficou relegado a segundo plano na ata. Apesar de no dia da reunião a moeda ter fechado em R$ 2,979, os diretores escolheram uma cotação bem inferior, de R$ 2,85, para usar em seus exercícios para balizar a inflação. Essa postura alimenta as incertezas em relação ao cenário previsto pelo BC e reforça as expectativas para o Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado no fim deste mês. No documento, o BC também aproveitará para detalhar sua avaliação da atividade econômica. Na ata de ontem, a instituição mostrou uma perspectiva mais pessimista em relação ao crescimento do País - no mercado, as projeções rondam uma retração de 0,6%. Para o Banco Central, a expansão da atividade ficará aquém de seu potencial.

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