Selic: como o mercado avaliou a decisão do BC sobre os juros e o que esperar das próximas reuniões


Para analistas, Copom deixou claro que não há ainda condições para um início da queda dos juros no curto prazo

Por Redação
Atualização:

São Paulo - O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a decisão desta quarta-feira, 3, que manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano deixou no mercado praticamente uma certeza: a Selic deve continuar neste patamar ainda por algum tempo. O mais provável, na avaliação dos analistas, é que o ciclo de queda se inicie somente a partir das reuniões de setembro ou até novembro (haverá ainda reuniões em junho e agosto). Mas, também, a hipótese contrária, de uma alta dos juros, que chegou a constar das últimas atas do Copom, está cada vez mais afastada.

Para a equipe de economistas do banco Santander, o comunicado do Copom reforçou a expectativa de que a Selic só volta a cair a partir do quarto trimestre. “A ata do Copom, que sai na próxima terça-feira, pode trazer novos elementos, mas, a julgar pelo comunicado, o Copom parece manter o plano de voo de juros estáveis por período prolongado”, escreveu o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do banco, Mauricio Oreng. O cenário do Santander prevê cortes graduais da Selic a partir de novembro, com a taxa caindo dos atuais 13,75% ao ano para 13% até a reunião de dezembro e 11% ao fim de 2024.

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O economista destaca que, embora tenham deixado de piorar, as projeções de inflação, atualizadas no cenário de referência do BC, sugerem não haver espaço para corte de juros no curto prazo. A autoridade monetária, segundo Oreng, evita celebrações ao indicar que a inflação ao consumidor segue acima do intervalo compatível com a meta de inflação.

O Citi também espera que o ciclo de queda dos juros só tenha início em novembro. Em relatório, o banco informou que o Copom mantém em seu comunicado a indicação de que não há espaço para uma redução dos juros no curto prazo.

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“Vemos o Copom um pouco mais confiante em sua estratégica de ficar mais tempo parado, dando suporte à nossa projeção de que o ciclo de afrouxamento monetário no quarto trimestre de 2023″, dizem os economistas do banco, que reiteraram expectativa de início de ciclo de cortes nos juros em novembro e taxa básica em 12,25% no fim do ano.

Para o Citi, o Copom manteve o tom “hawkish” (mais duro, sinalizando possibilidade de alta dos juros) em seu comunicado, mas acrescentou que a possibilidade de retomada do ciclo de aperto caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado” passou a ser um cenário “menos provável”.

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Na mesma linha, a avaliação dos economistas do banco Barclays é que o comunicado suavizou o risco de uma retomada do ciclo de aperto monetário, mas sinaliza que não há espaço para uma redução da taxa Selic em junho ou agosto. O banco manteve a expectativa de início do ciclo de cortes em setembro, com queda dos juros a 12,5% no fim de 2023.

Em relatório, o economista para Brasil do banco, Roberto Secemski, destaca o trecho no qual o Copom defende “paciência e serenidade na condução da política monetária” como um sinal de que não há espaço para redução dos juros no curto prazo, mesmo após o colegiado reconhecer como um “cenário menos provável” a possibilidade de retomar o ciclo de aperto.

Para o economista, a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso, a discussão sobre propostas do governo para aumentar a arrecadação, possíveis mudanças das metas de inflação e a evolução do cenário externo serão fatores decisivos para determinar os próximos passos da política monetária no Brasil. O Barclays espera redução da Selic a 10,5% até meados de 2024.

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Paciência e serenidade

O Bank of America (BofA) aumentou a sua projeção de Selic no fim de 2023, de 11% para 11,75%, após a decisão de ontem do Copom. O banco - que esperava cortes dos juros já nesta reunião - postergou a previsão de início do ciclo de afrouxamento monetário para agosto.

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“Dada nossa percepção sobre o estado da economia, efeitos defasados cumulativos do aperto monetário e deterioração do mercado de crédito, postergamos nossa projeção para o início de um ciclo de afrouxamento de 425 pontos-base (0,425 ponto porcentual) para agosto (após a reunião do Conselho Monetário Nacional, que pode mudar as metas de inflação)”, diz o BofA, em relatório.

A expectativa do banco, agora, é de que o ciclo comece com um corte de 0,5 ponto porcentual dos juros e, ao todo, leve a taxa Selic a 9,5% no fim de 2024, conforme o texto assinado pelo chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do banco, David Beker, e pela economista Natacha Perez.

O Itaú, por sua vez, avaliou que o comunicado do Copom trouxe algumas mudanças cautelosas “em uma direção baixista”. Embora esteja pronto para subir a taxa de juros, se necessário, “esse risco se tornou menos provável”, ponderam os economistas do banco. Para a instituição, o Copom indica que a situação exige “paciência e serenidade”.

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O Itaú mantém a projeção de início de um ciclo cauteloso de flexibilização na reunião dos dias 31 de outubro e 1.º de novembro, levando a taxa Selic para 12,5% ao final do ano. / Eduardo Laguna, Antonio Perez, Cícero Cotrim e Renata Pedini

São Paulo - O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a decisão desta quarta-feira, 3, que manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano deixou no mercado praticamente uma certeza: a Selic deve continuar neste patamar ainda por algum tempo. O mais provável, na avaliação dos analistas, é que o ciclo de queda se inicie somente a partir das reuniões de setembro ou até novembro (haverá ainda reuniões em junho e agosto). Mas, também, a hipótese contrária, de uma alta dos juros, que chegou a constar das últimas atas do Copom, está cada vez mais afastada.

Para a equipe de economistas do banco Santander, o comunicado do Copom reforçou a expectativa de que a Selic só volta a cair a partir do quarto trimestre. “A ata do Copom, que sai na próxima terça-feira, pode trazer novos elementos, mas, a julgar pelo comunicado, o Copom parece manter o plano de voo de juros estáveis por período prolongado”, escreveu o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do banco, Mauricio Oreng. O cenário do Santander prevê cortes graduais da Selic a partir de novembro, com a taxa caindo dos atuais 13,75% ao ano para 13% até a reunião de dezembro e 11% ao fim de 2024.

O economista destaca que, embora tenham deixado de piorar, as projeções de inflação, atualizadas no cenário de referência do BC, sugerem não haver espaço para corte de juros no curto prazo. A autoridade monetária, segundo Oreng, evita celebrações ao indicar que a inflação ao consumidor segue acima do intervalo compatível com a meta de inflação.

O Citi também espera que o ciclo de queda dos juros só tenha início em novembro. Em relatório, o banco informou que o Copom mantém em seu comunicado a indicação de que não há espaço para uma redução dos juros no curto prazo.

“Vemos o Copom um pouco mais confiante em sua estratégica de ficar mais tempo parado, dando suporte à nossa projeção de que o ciclo de afrouxamento monetário no quarto trimestre de 2023″, dizem os economistas do banco, que reiteraram expectativa de início de ciclo de cortes nos juros em novembro e taxa básica em 12,25% no fim do ano.

Para o Citi, o Copom manteve o tom “hawkish” (mais duro, sinalizando possibilidade de alta dos juros) em seu comunicado, mas acrescentou que a possibilidade de retomada do ciclo de aperto caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado” passou a ser um cenário “menos provável”.

Na mesma linha, a avaliação dos economistas do banco Barclays é que o comunicado suavizou o risco de uma retomada do ciclo de aperto monetário, mas sinaliza que não há espaço para uma redução da taxa Selic em junho ou agosto. O banco manteve a expectativa de início do ciclo de cortes em setembro, com queda dos juros a 12,5% no fim de 2023.

Em relatório, o economista para Brasil do banco, Roberto Secemski, destaca o trecho no qual o Copom defende “paciência e serenidade na condução da política monetária” como um sinal de que não há espaço para redução dos juros no curto prazo, mesmo após o colegiado reconhecer como um “cenário menos provável” a possibilidade de retomar o ciclo de aperto.

Para o economista, a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso, a discussão sobre propostas do governo para aumentar a arrecadação, possíveis mudanças das metas de inflação e a evolução do cenário externo serão fatores decisivos para determinar os próximos passos da política monetária no Brasil. O Barclays espera redução da Selic a 10,5% até meados de 2024.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Paciência e serenidade

O Bank of America (BofA) aumentou a sua projeção de Selic no fim de 2023, de 11% para 11,75%, após a decisão de ontem do Copom. O banco - que esperava cortes dos juros já nesta reunião - postergou a previsão de início do ciclo de afrouxamento monetário para agosto.

“Dada nossa percepção sobre o estado da economia, efeitos defasados cumulativos do aperto monetário e deterioração do mercado de crédito, postergamos nossa projeção para o início de um ciclo de afrouxamento de 425 pontos-base (0,425 ponto porcentual) para agosto (após a reunião do Conselho Monetário Nacional, que pode mudar as metas de inflação)”, diz o BofA, em relatório.

A expectativa do banco, agora, é de que o ciclo comece com um corte de 0,5 ponto porcentual dos juros e, ao todo, leve a taxa Selic a 9,5% no fim de 2024, conforme o texto assinado pelo chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do banco, David Beker, e pela economista Natacha Perez.

O Itaú, por sua vez, avaliou que o comunicado do Copom trouxe algumas mudanças cautelosas “em uma direção baixista”. Embora esteja pronto para subir a taxa de juros, se necessário, “esse risco se tornou menos provável”, ponderam os economistas do banco. Para a instituição, o Copom indica que a situação exige “paciência e serenidade”.

O Itaú mantém a projeção de início de um ciclo cauteloso de flexibilização na reunião dos dias 31 de outubro e 1.º de novembro, levando a taxa Selic para 12,5% ao final do ano. / Eduardo Laguna, Antonio Perez, Cícero Cotrim e Renata Pedini

São Paulo - O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a decisão desta quarta-feira, 3, que manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano deixou no mercado praticamente uma certeza: a Selic deve continuar neste patamar ainda por algum tempo. O mais provável, na avaliação dos analistas, é que o ciclo de queda se inicie somente a partir das reuniões de setembro ou até novembro (haverá ainda reuniões em junho e agosto). Mas, também, a hipótese contrária, de uma alta dos juros, que chegou a constar das últimas atas do Copom, está cada vez mais afastada.

Para a equipe de economistas do banco Santander, o comunicado do Copom reforçou a expectativa de que a Selic só volta a cair a partir do quarto trimestre. “A ata do Copom, que sai na próxima terça-feira, pode trazer novos elementos, mas, a julgar pelo comunicado, o Copom parece manter o plano de voo de juros estáveis por período prolongado”, escreveu o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do banco, Mauricio Oreng. O cenário do Santander prevê cortes graduais da Selic a partir de novembro, com a taxa caindo dos atuais 13,75% ao ano para 13% até a reunião de dezembro e 11% ao fim de 2024.

O economista destaca que, embora tenham deixado de piorar, as projeções de inflação, atualizadas no cenário de referência do BC, sugerem não haver espaço para corte de juros no curto prazo. A autoridade monetária, segundo Oreng, evita celebrações ao indicar que a inflação ao consumidor segue acima do intervalo compatível com a meta de inflação.

O Citi também espera que o ciclo de queda dos juros só tenha início em novembro. Em relatório, o banco informou que o Copom mantém em seu comunicado a indicação de que não há espaço para uma redução dos juros no curto prazo.

“Vemos o Copom um pouco mais confiante em sua estratégica de ficar mais tempo parado, dando suporte à nossa projeção de que o ciclo de afrouxamento monetário no quarto trimestre de 2023″, dizem os economistas do banco, que reiteraram expectativa de início de ciclo de cortes nos juros em novembro e taxa básica em 12,25% no fim do ano.

Para o Citi, o Copom manteve o tom “hawkish” (mais duro, sinalizando possibilidade de alta dos juros) em seu comunicado, mas acrescentou que a possibilidade de retomada do ciclo de aperto caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado” passou a ser um cenário “menos provável”.

Na mesma linha, a avaliação dos economistas do banco Barclays é que o comunicado suavizou o risco de uma retomada do ciclo de aperto monetário, mas sinaliza que não há espaço para uma redução da taxa Selic em junho ou agosto. O banco manteve a expectativa de início do ciclo de cortes em setembro, com queda dos juros a 12,5% no fim de 2023.

Em relatório, o economista para Brasil do banco, Roberto Secemski, destaca o trecho no qual o Copom defende “paciência e serenidade na condução da política monetária” como um sinal de que não há espaço para redução dos juros no curto prazo, mesmo após o colegiado reconhecer como um “cenário menos provável” a possibilidade de retomar o ciclo de aperto.

Para o economista, a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso, a discussão sobre propostas do governo para aumentar a arrecadação, possíveis mudanças das metas de inflação e a evolução do cenário externo serão fatores decisivos para determinar os próximos passos da política monetária no Brasil. O Barclays espera redução da Selic a 10,5% até meados de 2024.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Paciência e serenidade

O Bank of America (BofA) aumentou a sua projeção de Selic no fim de 2023, de 11% para 11,75%, após a decisão de ontem do Copom. O banco - que esperava cortes dos juros já nesta reunião - postergou a previsão de início do ciclo de afrouxamento monetário para agosto.

“Dada nossa percepção sobre o estado da economia, efeitos defasados cumulativos do aperto monetário e deterioração do mercado de crédito, postergamos nossa projeção para o início de um ciclo de afrouxamento de 425 pontos-base (0,425 ponto porcentual) para agosto (após a reunião do Conselho Monetário Nacional, que pode mudar as metas de inflação)”, diz o BofA, em relatório.

A expectativa do banco, agora, é de que o ciclo comece com um corte de 0,5 ponto porcentual dos juros e, ao todo, leve a taxa Selic a 9,5% no fim de 2024, conforme o texto assinado pelo chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do banco, David Beker, e pela economista Natacha Perez.

O Itaú, por sua vez, avaliou que o comunicado do Copom trouxe algumas mudanças cautelosas “em uma direção baixista”. Embora esteja pronto para subir a taxa de juros, se necessário, “esse risco se tornou menos provável”, ponderam os economistas do banco. Para a instituição, o Copom indica que a situação exige “paciência e serenidade”.

O Itaú mantém a projeção de início de um ciclo cauteloso de flexibilização na reunião dos dias 31 de outubro e 1.º de novembro, levando a taxa Selic para 12,5% ao final do ano. / Eduardo Laguna, Antonio Perez, Cícero Cotrim e Renata Pedini

São Paulo - O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a decisão desta quarta-feira, 3, que manteve a taxa de juros em 13,75% ao ano deixou no mercado praticamente uma certeza: a Selic deve continuar neste patamar ainda por algum tempo. O mais provável, na avaliação dos analistas, é que o ciclo de queda se inicie somente a partir das reuniões de setembro ou até novembro (haverá ainda reuniões em junho e agosto). Mas, também, a hipótese contrária, de uma alta dos juros, que chegou a constar das últimas atas do Copom, está cada vez mais afastada.

Para a equipe de economistas do banco Santander, o comunicado do Copom reforçou a expectativa de que a Selic só volta a cair a partir do quarto trimestre. “A ata do Copom, que sai na próxima terça-feira, pode trazer novos elementos, mas, a julgar pelo comunicado, o Copom parece manter o plano de voo de juros estáveis por período prolongado”, escreveu o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do banco, Mauricio Oreng. O cenário do Santander prevê cortes graduais da Selic a partir de novembro, com a taxa caindo dos atuais 13,75% ao ano para 13% até a reunião de dezembro e 11% ao fim de 2024.

O economista destaca que, embora tenham deixado de piorar, as projeções de inflação, atualizadas no cenário de referência do BC, sugerem não haver espaço para corte de juros no curto prazo. A autoridade monetária, segundo Oreng, evita celebrações ao indicar que a inflação ao consumidor segue acima do intervalo compatível com a meta de inflação.

O Citi também espera que o ciclo de queda dos juros só tenha início em novembro. Em relatório, o banco informou que o Copom mantém em seu comunicado a indicação de que não há espaço para uma redução dos juros no curto prazo.

“Vemos o Copom um pouco mais confiante em sua estratégica de ficar mais tempo parado, dando suporte à nossa projeção de que o ciclo de afrouxamento monetário no quarto trimestre de 2023″, dizem os economistas do banco, que reiteraram expectativa de início de ciclo de cortes nos juros em novembro e taxa básica em 12,25% no fim do ano.

Para o Citi, o Copom manteve o tom “hawkish” (mais duro, sinalizando possibilidade de alta dos juros) em seu comunicado, mas acrescentou que a possibilidade de retomada do ciclo de aperto caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado” passou a ser um cenário “menos provável”.

Na mesma linha, a avaliação dos economistas do banco Barclays é que o comunicado suavizou o risco de uma retomada do ciclo de aperto monetário, mas sinaliza que não há espaço para uma redução da taxa Selic em junho ou agosto. O banco manteve a expectativa de início do ciclo de cortes em setembro, com queda dos juros a 12,5% no fim de 2023.

Em relatório, o economista para Brasil do banco, Roberto Secemski, destaca o trecho no qual o Copom defende “paciência e serenidade na condução da política monetária” como um sinal de que não há espaço para redução dos juros no curto prazo, mesmo após o colegiado reconhecer como um “cenário menos provável” a possibilidade de retomar o ciclo de aperto.

Para o economista, a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso, a discussão sobre propostas do governo para aumentar a arrecadação, possíveis mudanças das metas de inflação e a evolução do cenário externo serão fatores decisivos para determinar os próximos passos da política monetária no Brasil. O Barclays espera redução da Selic a 10,5% até meados de 2024.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Paciência e serenidade

O Bank of America (BofA) aumentou a sua projeção de Selic no fim de 2023, de 11% para 11,75%, após a decisão de ontem do Copom. O banco - que esperava cortes dos juros já nesta reunião - postergou a previsão de início do ciclo de afrouxamento monetário para agosto.

“Dada nossa percepção sobre o estado da economia, efeitos defasados cumulativos do aperto monetário e deterioração do mercado de crédito, postergamos nossa projeção para o início de um ciclo de afrouxamento de 425 pontos-base (0,425 ponto porcentual) para agosto (após a reunião do Conselho Monetário Nacional, que pode mudar as metas de inflação)”, diz o BofA, em relatório.

A expectativa do banco, agora, é de que o ciclo comece com um corte de 0,5 ponto porcentual dos juros e, ao todo, leve a taxa Selic a 9,5% no fim de 2024, conforme o texto assinado pelo chefe de Economia para Brasil e Estratégia para América Latina do banco, David Beker, e pela economista Natacha Perez.

O Itaú, por sua vez, avaliou que o comunicado do Copom trouxe algumas mudanças cautelosas “em uma direção baixista”. Embora esteja pronto para subir a taxa de juros, se necessário, “esse risco se tornou menos provável”, ponderam os economistas do banco. Para a instituição, o Copom indica que a situação exige “paciência e serenidade”.

O Itaú mantém a projeção de início de um ciclo cauteloso de flexibilização na reunião dos dias 31 de outubro e 1.º de novembro, levando a taxa Selic para 12,5% ao final do ano. / Eduardo Laguna, Antonio Perez, Cícero Cotrim e Renata Pedini

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