O BC é zagueiro, dele ‘a bola não pode passar’, diz Galípolo


Em evento em Belo Horizonte, o diretor de Política Monetária, cotado para presidir o Banco Central, rebate críticas à gestão do juro e aponta ‘razão estrutural’ para a taxa básica maior do que a dos demais emergentes

Por Cícero Cotrim e Aline Reskalla
Atualização:

BRASÍLIA E BELO HORIZONTE - O Banco Central serve como o “zagueiro” da política econômica e, por isso, não pode tomar riscos desnecessários, afirmou o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. “Do Banco Central a bola não pode passar. O Banco Central é o defensor do valor da moeda”, afirmou, nesta segunda-feira, 19, em evento em Belo Horizonte.

A afirmação é uma resposta a críticas à política monetária. De um lado, segundo Galípolo, há quem questione a razão pela qual o BC não eleva os juros, mesmo diante de uma economia mais aquecida. Do outro, a autarquia também enfrenta críticas por manter a Selic (a taxa básica da economia, que serve de referência para os juros no mercado) alta mesmo com um País com alta desigualdade econômica, ele disse.

No mesmo evento, o diretor afirmou que existe uma razão estrutural para os juros do Brasil serem maiores do que os de pares emergentes.

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Galípolo lembrou que a gestão da dívida pública é atribuição do Tesouro Nacional, e não da autoridade monetária. Indagado sobre estratégias “mais sustentáveis” para o problema do endividamento, ele afirmou que o trabalho do Executivo tem sido “fantástico” na gestão da dívida.

Galípolo elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas de que dispõe para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco Foto: Wilton Junior/Estadão

‘Todas as opções na mesa’

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Galípolo, afirmou que houve uma interpretação equivocada de uma fala anterior dele, de que o balanço de riscos é assimétrico hoje, com mais riscos de alta do que de baixa. “De maneira nenhuma isso vai na contramão ou fere ou provoca uma dissonância com aquilo que está escrito na ata. Existem alguns membros que veem o balanço como assimétrico. A minha intenção foi fornecer mais informação à sociedade e que eu sou um dos que entende que o balanço está assimétrico”.

Ele acrescentou: “Porém, desde a minha primeira fala, eu venho falando que o fato de o balanço estar assimétrico não é qualquer tipo de guidance (tendência), uma sinalização do que o BC pode dar do que ele pode fazer na próxima reunião. Eu não quero cruzar uma linha daquilo que foi estabelecido e comunicado na ata”, disse, reafimando a dependência de dados. “Vamos com todas as possibilidades em cima da mesa para próxima reunião”.

Por outro lado, ele elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas que estão dentro do arcabouço da política monetária para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco.

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“Eu acho que também foi bastante importante esse ciclo de comunicação para ficar bem claro que toda a diretoria que está aí hoje se colocou à disposição e disponível para elevar a taxa de juros sempre que for necessário. Sempre que for necessário, vai-se recorrer as ferramentas que são necessárias para cumprir a meta do Banco Central para perseguir a meta de 3%.”

Inflação dentro da meta

Galípolo, disse que a autarquia tem as ferramentas necessárias para garantir a convergência da inflação ao centro da meta, de 3%, independentemente da razão que esteja por trás da desancoragem das expectativas.

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“Em função de uma série de variáveis que não são controladas pela política monetária, você pode fazer essa persecução da meta com mais custo ou menos custo”, disse. “Mas, do ponto de vista do mandato, cabe ao BC botar a taxa em um patamar restritivo o suficiente pelo tempo que for necessário para atingir a meta.”

A afirmação veio em resposta a uma pergunta sobre se a desancoragem das expectativas (o desalinhamento da inflação em relação à meta) está mais relacionada ao risco fiscal ou a ruídos políticos. Galípolo evitou discorrer sobre o tema, mas disse que o ideal é não usar variáveis que não podem ser controladas pelo BC para explicar o movimento das projeções.

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“Eu só não gosto de ficar utilizando muito essas falas daquelas variáveis que a gente não tem tanto controle como uma justificativa para a desancoragem das expectativas, para não passar uma ideia de que qualquer uma delas possa ser eventualmente usada como um amuleto, uma desculpa, para você não perseguir a meta”, disse.

BRASÍLIA E BELO HORIZONTE - O Banco Central serve como o “zagueiro” da política econômica e, por isso, não pode tomar riscos desnecessários, afirmou o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. “Do Banco Central a bola não pode passar. O Banco Central é o defensor do valor da moeda”, afirmou, nesta segunda-feira, 19, em evento em Belo Horizonte.

A afirmação é uma resposta a críticas à política monetária. De um lado, segundo Galípolo, há quem questione a razão pela qual o BC não eleva os juros, mesmo diante de uma economia mais aquecida. Do outro, a autarquia também enfrenta críticas por manter a Selic (a taxa básica da economia, que serve de referência para os juros no mercado) alta mesmo com um País com alta desigualdade econômica, ele disse.

No mesmo evento, o diretor afirmou que existe uma razão estrutural para os juros do Brasil serem maiores do que os de pares emergentes.

Galípolo lembrou que a gestão da dívida pública é atribuição do Tesouro Nacional, e não da autoridade monetária. Indagado sobre estratégias “mais sustentáveis” para o problema do endividamento, ele afirmou que o trabalho do Executivo tem sido “fantástico” na gestão da dívida.

Galípolo elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas de que dispõe para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco Foto: Wilton Junior/Estadão

‘Todas as opções na mesa’

Galípolo, afirmou que houve uma interpretação equivocada de uma fala anterior dele, de que o balanço de riscos é assimétrico hoje, com mais riscos de alta do que de baixa. “De maneira nenhuma isso vai na contramão ou fere ou provoca uma dissonância com aquilo que está escrito na ata. Existem alguns membros que veem o balanço como assimétrico. A minha intenção foi fornecer mais informação à sociedade e que eu sou um dos que entende que o balanço está assimétrico”.

Ele acrescentou: “Porém, desde a minha primeira fala, eu venho falando que o fato de o balanço estar assimétrico não é qualquer tipo de guidance (tendência), uma sinalização do que o BC pode dar do que ele pode fazer na próxima reunião. Eu não quero cruzar uma linha daquilo que foi estabelecido e comunicado na ata”, disse, reafimando a dependência de dados. “Vamos com todas as possibilidades em cima da mesa para próxima reunião”.

Por outro lado, ele elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas que estão dentro do arcabouço da política monetária para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco.

“Eu acho que também foi bastante importante esse ciclo de comunicação para ficar bem claro que toda a diretoria que está aí hoje se colocou à disposição e disponível para elevar a taxa de juros sempre que for necessário. Sempre que for necessário, vai-se recorrer as ferramentas que são necessárias para cumprir a meta do Banco Central para perseguir a meta de 3%.”

Inflação dentro da meta

Galípolo, disse que a autarquia tem as ferramentas necessárias para garantir a convergência da inflação ao centro da meta, de 3%, independentemente da razão que esteja por trás da desancoragem das expectativas.

“Em função de uma série de variáveis que não são controladas pela política monetária, você pode fazer essa persecução da meta com mais custo ou menos custo”, disse. “Mas, do ponto de vista do mandato, cabe ao BC botar a taxa em um patamar restritivo o suficiente pelo tempo que for necessário para atingir a meta.”

A afirmação veio em resposta a uma pergunta sobre se a desancoragem das expectativas (o desalinhamento da inflação em relação à meta) está mais relacionada ao risco fiscal ou a ruídos políticos. Galípolo evitou discorrer sobre o tema, mas disse que o ideal é não usar variáveis que não podem ser controladas pelo BC para explicar o movimento das projeções.

“Eu só não gosto de ficar utilizando muito essas falas daquelas variáveis que a gente não tem tanto controle como uma justificativa para a desancoragem das expectativas, para não passar uma ideia de que qualquer uma delas possa ser eventualmente usada como um amuleto, uma desculpa, para você não perseguir a meta”, disse.

BRASÍLIA E BELO HORIZONTE - O Banco Central serve como o “zagueiro” da política econômica e, por isso, não pode tomar riscos desnecessários, afirmou o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. “Do Banco Central a bola não pode passar. O Banco Central é o defensor do valor da moeda”, afirmou, nesta segunda-feira, 19, em evento em Belo Horizonte.

A afirmação é uma resposta a críticas à política monetária. De um lado, segundo Galípolo, há quem questione a razão pela qual o BC não eleva os juros, mesmo diante de uma economia mais aquecida. Do outro, a autarquia também enfrenta críticas por manter a Selic (a taxa básica da economia, que serve de referência para os juros no mercado) alta mesmo com um País com alta desigualdade econômica, ele disse.

No mesmo evento, o diretor afirmou que existe uma razão estrutural para os juros do Brasil serem maiores do que os de pares emergentes.

Galípolo lembrou que a gestão da dívida pública é atribuição do Tesouro Nacional, e não da autoridade monetária. Indagado sobre estratégias “mais sustentáveis” para o problema do endividamento, ele afirmou que o trabalho do Executivo tem sido “fantástico” na gestão da dívida.

Galípolo elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas de que dispõe para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco Foto: Wilton Junior/Estadão

‘Todas as opções na mesa’

Galípolo, afirmou que houve uma interpretação equivocada de uma fala anterior dele, de que o balanço de riscos é assimétrico hoje, com mais riscos de alta do que de baixa. “De maneira nenhuma isso vai na contramão ou fere ou provoca uma dissonância com aquilo que está escrito na ata. Existem alguns membros que veem o balanço como assimétrico. A minha intenção foi fornecer mais informação à sociedade e que eu sou um dos que entende que o balanço está assimétrico”.

Ele acrescentou: “Porém, desde a minha primeira fala, eu venho falando que o fato de o balanço estar assimétrico não é qualquer tipo de guidance (tendência), uma sinalização do que o BC pode dar do que ele pode fazer na próxima reunião. Eu não quero cruzar uma linha daquilo que foi estabelecido e comunicado na ata”, disse, reafimando a dependência de dados. “Vamos com todas as possibilidades em cima da mesa para próxima reunião”.

Por outro lado, ele elogiou o entendimento por parte do mercado de que o BC vai utilizar todas as ferramentas que estão dentro do arcabouço da política monetária para levar a inflação para a meta, independentemente de quem seja o indicado para presidir o banco.

“Eu acho que também foi bastante importante esse ciclo de comunicação para ficar bem claro que toda a diretoria que está aí hoje se colocou à disposição e disponível para elevar a taxa de juros sempre que for necessário. Sempre que for necessário, vai-se recorrer as ferramentas que são necessárias para cumprir a meta do Banco Central para perseguir a meta de 3%.”

Inflação dentro da meta

Galípolo, disse que a autarquia tem as ferramentas necessárias para garantir a convergência da inflação ao centro da meta, de 3%, independentemente da razão que esteja por trás da desancoragem das expectativas.

“Em função de uma série de variáveis que não são controladas pela política monetária, você pode fazer essa persecução da meta com mais custo ou menos custo”, disse. “Mas, do ponto de vista do mandato, cabe ao BC botar a taxa em um patamar restritivo o suficiente pelo tempo que for necessário para atingir a meta.”

A afirmação veio em resposta a uma pergunta sobre se a desancoragem das expectativas (o desalinhamento da inflação em relação à meta) está mais relacionada ao risco fiscal ou a ruídos políticos. Galípolo evitou discorrer sobre o tema, mas disse que o ideal é não usar variáveis que não podem ser controladas pelo BC para explicar o movimento das projeções.

“Eu só não gosto de ficar utilizando muito essas falas daquelas variáveis que a gente não tem tanto controle como uma justificativa para a desancoragem das expectativas, para não passar uma ideia de que qualquer uma delas possa ser eventualmente usada como um amuleto, uma desculpa, para você não perseguir a meta”, disse.

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