O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a decisão de divulgar agora, antes do que se esperava, as medidas de ajuste no Orçamento de 2008, com elevação de impostos e corte de despesas, foi tomada com base na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que era preciso dar uma sinalização clara do que o governo pretendia fazer diante do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Bernardo explicou que as incertezas sobre o que o governo iria fazer prejudicavam a formação de expectativa dos agentes econômicos, que, por sua vez, influenciavam indicadores como inflação e taxa de juros. Outro ponto é que o governo achou que deveria anunciar junto com o aumento de tributos os cortes de gastos, que ainda serão negociados com o Congresso, e assim apresentar um conjunto de medidas para a sociedade. Bernardo destacou ainda que o governo também aposta que o crescimento da economia vai ajudar a compensar parte das perdas com o fim da CPMF, conhecida como "imposto do cheque". O ministro disse que embora preferisse reenviar a proposta de Orçamento ao Congresso, o governo não o fará e negociará a peça que lá está com os congressistas a partir da próxima semana.