BID estima PIB do Brasil em 1,5% e crescimento abaixo da América Latina em 2024


Segundo relatório, um movimento de recuperação na região deve ocorrer em 2025, quando o PIB brasileiro deve avançar 2%

Por Aline Bronzati

NOVA YORK - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere o ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. O organismo, com sede em Washington DC, estima avanço de 1,5% em 2024 contra alta de 2,9% no exercício passado, conforme projeções divulgadas nesta segunda-feira, 11.

Caso se concretize, o Brasil deve crescer abaixo da América Latina e Caribe e também desacelerar de forma mais intensa. O BID estima que a região deve apontar crescimento de 1,6% neste ano, após ter apresentado expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de economistas e analistas.

“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca, no estudo “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, publicado nesta segunda. No geral, a região da América Latina e Caribe demonstrou uma “força econômica inesperada” em 2023, avalia o BID.

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BID é presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn Foto: Glennis Montás / EFE

O México, por sua vez, deve crescer 2,1% em 2024. No ano passado, a economia mexicana, que tem se beneficiado do comércio com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, avançou 3,1%.

Como pano de fundo, as expectativas de crescimento da região da América Latina e Caribe para 2024 são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, segundo o relatório.

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“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em nota à imprensa, no domingo, após o encerramento da assembleia do organismo, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.

Para 2025, o BID vê, porém, um movimento de recuperação na América Latina. O PIB brasileiro deve avançar 2,0%. Já a economia latina e do Caribe deve acelerar o passo e crescer 2,3%. O México, por sua vez, tende a repetir o mesmo desempenho esperado para este ano.

O BID destaca ainda que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região se reduzisse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve uma redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório.

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O BID prevê em seu cenário-base uma redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.

Além disso, nesse cenário de choques internacionais, a região enfrentaria dois anos de recessão. O Brasil também seria afetado, podendo ver o seu PIB encolher 0,2% neste ano e 0,4% no próximo, recuperando-se apenas em 2026, conforme o organismo.

Em seu relatório, o BID faz um alerta sobre a continuidade dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado por temperaturas elevadas do mar, nas economias da região. Nos seus cálculos, o evento pode levar a um aumento de 3% na dívida como porcentagem do PIB da região da América Latina em três anos, em relação ao cenário-base de 60%. “Em relação ao PIB em 2024, Peru e Equador deverão ser os mais afetados, com desvios de crescimento entre 1,3 e 4,4 pontos porcentuais para o El Niño moderado e o extraordinário, respectivamente”, segundo o documento.

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O organismo também chama atenção para a importância da implementação de reformas na região, o que lhe ajudaria a aproveitar oportunidades econômicas ainda inexploradas e permitiria desempenhar um papel fundamental no cenário econômico global.

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, no estudo do organismo.

O relatório recomenda que os países melhorem o acesso à educação de qualidade, incentivem a formalização e crescimento das pequenas empresas, facilitem o acesso aos mercados globais para todas as empresas, aproveitem a reorganização das mudanças nas cadeias de valor globais para atrair fluxos de investimento estrangeiro direto e promovam um mercado de crédito mais competitivo para as empresas.

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Alerta ainda para a necessidade de uma resolução rápida das lacunas fiscais na região para uma trajetória sustentável e de complementação à política monetária adotada nos países latinos, em um ambiente de baixo crescimento e os desafios da agenda de combate às mudanças climáticas.

NOVA YORK - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere o ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. O organismo, com sede em Washington DC, estima avanço de 1,5% em 2024 contra alta de 2,9% no exercício passado, conforme projeções divulgadas nesta segunda-feira, 11.

Caso se concretize, o Brasil deve crescer abaixo da América Latina e Caribe e também desacelerar de forma mais intensa. O BID estima que a região deve apontar crescimento de 1,6% neste ano, após ter apresentado expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de economistas e analistas.

“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca, no estudo “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, publicado nesta segunda. No geral, a região da América Latina e Caribe demonstrou uma “força econômica inesperada” em 2023, avalia o BID.

BID é presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn Foto: Glennis Montás / EFE

O México, por sua vez, deve crescer 2,1% em 2024. No ano passado, a economia mexicana, que tem se beneficiado do comércio com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, avançou 3,1%.

Como pano de fundo, as expectativas de crescimento da região da América Latina e Caribe para 2024 são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, segundo o relatório.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em nota à imprensa, no domingo, após o encerramento da assembleia do organismo, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.

Para 2025, o BID vê, porém, um movimento de recuperação na América Latina. O PIB brasileiro deve avançar 2,0%. Já a economia latina e do Caribe deve acelerar o passo e crescer 2,3%. O México, por sua vez, tende a repetir o mesmo desempenho esperado para este ano.

O BID destaca ainda que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região se reduzisse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve uma redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório.

O BID prevê em seu cenário-base uma redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.

Além disso, nesse cenário de choques internacionais, a região enfrentaria dois anos de recessão. O Brasil também seria afetado, podendo ver o seu PIB encolher 0,2% neste ano e 0,4% no próximo, recuperando-se apenas em 2026, conforme o organismo.

Em seu relatório, o BID faz um alerta sobre a continuidade dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado por temperaturas elevadas do mar, nas economias da região. Nos seus cálculos, o evento pode levar a um aumento de 3% na dívida como porcentagem do PIB da região da América Latina em três anos, em relação ao cenário-base de 60%. “Em relação ao PIB em 2024, Peru e Equador deverão ser os mais afetados, com desvios de crescimento entre 1,3 e 4,4 pontos porcentuais para o El Niño moderado e o extraordinário, respectivamente”, segundo o documento.

O organismo também chama atenção para a importância da implementação de reformas na região, o que lhe ajudaria a aproveitar oportunidades econômicas ainda inexploradas e permitiria desempenhar um papel fundamental no cenário econômico global.

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, no estudo do organismo.

O relatório recomenda que os países melhorem o acesso à educação de qualidade, incentivem a formalização e crescimento das pequenas empresas, facilitem o acesso aos mercados globais para todas as empresas, aproveitem a reorganização das mudanças nas cadeias de valor globais para atrair fluxos de investimento estrangeiro direto e promovam um mercado de crédito mais competitivo para as empresas.

Alerta ainda para a necessidade de uma resolução rápida das lacunas fiscais na região para uma trajetória sustentável e de complementação à política monetária adotada nos países latinos, em um ambiente de baixo crescimento e os desafios da agenda de combate às mudanças climáticas.

NOVA YORK - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere o ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. O organismo, com sede em Washington DC, estima avanço de 1,5% em 2024 contra alta de 2,9% no exercício passado, conforme projeções divulgadas nesta segunda-feira, 11.

Caso se concretize, o Brasil deve crescer abaixo da América Latina e Caribe e também desacelerar de forma mais intensa. O BID estima que a região deve apontar crescimento de 1,6% neste ano, após ter apresentado expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de economistas e analistas.

“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca, no estudo “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, publicado nesta segunda. No geral, a região da América Latina e Caribe demonstrou uma “força econômica inesperada” em 2023, avalia o BID.

BID é presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn Foto: Glennis Montás / EFE

O México, por sua vez, deve crescer 2,1% em 2024. No ano passado, a economia mexicana, que tem se beneficiado do comércio com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, avançou 3,1%.

Como pano de fundo, as expectativas de crescimento da região da América Latina e Caribe para 2024 são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, segundo o relatório.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em nota à imprensa, no domingo, após o encerramento da assembleia do organismo, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.

Para 2025, o BID vê, porém, um movimento de recuperação na América Latina. O PIB brasileiro deve avançar 2,0%. Já a economia latina e do Caribe deve acelerar o passo e crescer 2,3%. O México, por sua vez, tende a repetir o mesmo desempenho esperado para este ano.

O BID destaca ainda que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região se reduzisse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve uma redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório.

O BID prevê em seu cenário-base uma redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.

Além disso, nesse cenário de choques internacionais, a região enfrentaria dois anos de recessão. O Brasil também seria afetado, podendo ver o seu PIB encolher 0,2% neste ano e 0,4% no próximo, recuperando-se apenas em 2026, conforme o organismo.

Em seu relatório, o BID faz um alerta sobre a continuidade dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado por temperaturas elevadas do mar, nas economias da região. Nos seus cálculos, o evento pode levar a um aumento de 3% na dívida como porcentagem do PIB da região da América Latina em três anos, em relação ao cenário-base de 60%. “Em relação ao PIB em 2024, Peru e Equador deverão ser os mais afetados, com desvios de crescimento entre 1,3 e 4,4 pontos porcentuais para o El Niño moderado e o extraordinário, respectivamente”, segundo o documento.

O organismo também chama atenção para a importância da implementação de reformas na região, o que lhe ajudaria a aproveitar oportunidades econômicas ainda inexploradas e permitiria desempenhar um papel fundamental no cenário econômico global.

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, no estudo do organismo.

O relatório recomenda que os países melhorem o acesso à educação de qualidade, incentivem a formalização e crescimento das pequenas empresas, facilitem o acesso aos mercados globais para todas as empresas, aproveitem a reorganização das mudanças nas cadeias de valor globais para atrair fluxos de investimento estrangeiro direto e promovam um mercado de crédito mais competitivo para as empresas.

Alerta ainda para a necessidade de uma resolução rápida das lacunas fiscais na região para uma trajetória sustentável e de complementação à política monetária adotada nos países latinos, em um ambiente de baixo crescimento e os desafios da agenda de combate às mudanças climáticas.

NOVA YORK - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere o ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. O organismo, com sede em Washington DC, estima avanço de 1,5% em 2024 contra alta de 2,9% no exercício passado, conforme projeções divulgadas nesta segunda-feira, 11.

Caso se concretize, o Brasil deve crescer abaixo da América Latina e Caribe e também desacelerar de forma mais intensa. O BID estima que a região deve apontar crescimento de 1,6% neste ano, após ter apresentado expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de economistas e analistas.

“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca, no estudo “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, publicado nesta segunda. No geral, a região da América Latina e Caribe demonstrou uma “força econômica inesperada” em 2023, avalia o BID.

BID é presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn Foto: Glennis Montás / EFE

O México, por sua vez, deve crescer 2,1% em 2024. No ano passado, a economia mexicana, que tem se beneficiado do comércio com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, avançou 3,1%.

Como pano de fundo, as expectativas de crescimento da região da América Latina e Caribe para 2024 são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, segundo o relatório.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em nota à imprensa, no domingo, após o encerramento da assembleia do organismo, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.

Para 2025, o BID vê, porém, um movimento de recuperação na América Latina. O PIB brasileiro deve avançar 2,0%. Já a economia latina e do Caribe deve acelerar o passo e crescer 2,3%. O México, por sua vez, tende a repetir o mesmo desempenho esperado para este ano.

O BID destaca ainda que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região se reduzisse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve uma redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório.

O BID prevê em seu cenário-base uma redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.

Além disso, nesse cenário de choques internacionais, a região enfrentaria dois anos de recessão. O Brasil também seria afetado, podendo ver o seu PIB encolher 0,2% neste ano e 0,4% no próximo, recuperando-se apenas em 2026, conforme o organismo.

Em seu relatório, o BID faz um alerta sobre a continuidade dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado por temperaturas elevadas do mar, nas economias da região. Nos seus cálculos, o evento pode levar a um aumento de 3% na dívida como porcentagem do PIB da região da América Latina em três anos, em relação ao cenário-base de 60%. “Em relação ao PIB em 2024, Peru e Equador deverão ser os mais afetados, com desvios de crescimento entre 1,3 e 4,4 pontos porcentuais para o El Niño moderado e o extraordinário, respectivamente”, segundo o documento.

O organismo também chama atenção para a importância da implementação de reformas na região, o que lhe ajudaria a aproveitar oportunidades econômicas ainda inexploradas e permitiria desempenhar um papel fundamental no cenário econômico global.

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, no estudo do organismo.

O relatório recomenda que os países melhorem o acesso à educação de qualidade, incentivem a formalização e crescimento das pequenas empresas, facilitem o acesso aos mercados globais para todas as empresas, aproveitem a reorganização das mudanças nas cadeias de valor globais para atrair fluxos de investimento estrangeiro direto e promovam um mercado de crédito mais competitivo para as empresas.

Alerta ainda para a necessidade de uma resolução rápida das lacunas fiscais na região para uma trajetória sustentável e de complementação à política monetária adotada nos países latinos, em um ambiente de baixo crescimento e os desafios da agenda de combate às mudanças climáticas.

NOVA YORK - O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere o ritmo de crescimento quase pela metade em 2024. O organismo, com sede em Washington DC, estima avanço de 1,5% em 2024 contra alta de 2,9% no exercício passado, conforme projeções divulgadas nesta segunda-feira, 11.

Caso se concretize, o Brasil deve crescer abaixo da América Latina e Caribe e também desacelerar de forma mais intensa. O BID estima que a região deve apontar crescimento de 1,6% neste ano, após ter apresentado expansão de 2,1% em 2023, superando as expectativas de economistas e analistas.

“Países de grande porte como Brasil e México propiciaram melhorias relevantes para o crescimento regional”, destaca, no estudo “Pronto para decolar? Aproveitando a estabilidade macroeconômica para o crescimento”, publicado nesta segunda. No geral, a região da América Latina e Caribe demonstrou uma “força econômica inesperada” em 2023, avalia o BID.

BID é presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn Foto: Glennis Montás / EFE

O México, por sua vez, deve crescer 2,1% em 2024. No ano passado, a economia mexicana, que tem se beneficiado do comércio com países vizinhos, o chamado “nearshoring”, avançou 3,1%.

Como pano de fundo, as expectativas de crescimento da região da América Latina e Caribe para 2024 são influenciadas por um crescimento global mais baixo, taxas de juro ainda elevadas, preços estáveis das commodities, consolidação fiscal gradual e níveis da dívida relativamente altos, segundo o relatório.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas”, alertou o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em nota à imprensa, no domingo, após o encerramento da assembleia do organismo, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.

Para 2025, o BID vê, porém, um movimento de recuperação na América Latina. O PIB brasileiro deve avançar 2,0%. Já a economia latina e do Caribe deve acelerar o passo e crescer 2,3%. O México, por sua vez, tende a repetir o mesmo desempenho esperado para este ano.

O BID destaca ainda que a subida de juros por parte dos bancos centrais da América Latina contribuiu para que a inflação anual média na região se reduzisse para 3,8% em dezembro de 2023. Já a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe teve uma redução de 11 pontos porcentuais entre 2020 e 2023, embora essa trajetória tenha exibido desaceleração no ano passado, conforme o relatório.

O BID prevê em seu cenário-base uma redução de 3 pontos porcentuais na relação dívida/PIB para a média dos países, para 56% até 2026. Em paralelo, o organismo traça um cenário de choques intensificados. Nessas circunstâncias, a dívida pública média dos países da América Latina e Caribe poderia chegar a 62% até 2026.

Além disso, nesse cenário de choques internacionais, a região enfrentaria dois anos de recessão. O Brasil também seria afetado, podendo ver o seu PIB encolher 0,2% neste ano e 0,4% no próximo, recuperando-se apenas em 2026, conforme o organismo.

Em seu relatório, o BID faz um alerta sobre a continuidade dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado por temperaturas elevadas do mar, nas economias da região. Nos seus cálculos, o evento pode levar a um aumento de 3% na dívida como porcentagem do PIB da região da América Latina em três anos, em relação ao cenário-base de 60%. “Em relação ao PIB em 2024, Peru e Equador deverão ser os mais afetados, com desvios de crescimento entre 1,3 e 4,4 pontos porcentuais para o El Niño moderado e o extraordinário, respectivamente”, segundo o documento.

O organismo também chama atenção para a importância da implementação de reformas na região, o que lhe ajudaria a aproveitar oportunidades econômicas ainda inexploradas e permitiria desempenhar um papel fundamental no cenário econômico global.

“Embora os países da América Latina e do Caribe estejam prontos para contribuir para a demanda mundial em setores críticos como segurança alimentar, energias renováveis e mudanças climáticas, ainda precisam avançar nas reformas para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência econômica e promover o crescimento sustentável”, disse Eric Parrado, economista-chefe e gerente geral do Departamento de Pesquisa do BID, no estudo do organismo.

O relatório recomenda que os países melhorem o acesso à educação de qualidade, incentivem a formalização e crescimento das pequenas empresas, facilitem o acesso aos mercados globais para todas as empresas, aproveitem a reorganização das mudanças nas cadeias de valor globais para atrair fluxos de investimento estrangeiro direto e promovam um mercado de crédito mais competitivo para as empresas.

Alerta ainda para a necessidade de uma resolução rápida das lacunas fiscais na região para uma trajetória sustentável e de complementação à política monetária adotada nos países latinos, em um ambiente de baixo crescimento e os desafios da agenda de combate às mudanças climáticas.

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