Black Friday: diferença de preço de um mesmo produto na internet pode passar de 100%, diz pesquisa


Levantamento da consultoria Ponto Map mostra que a variação é suficiente para comprar a segunda unidade do mesmo item; 80% dos brasileiros pesquisam preços antecipadamente

Por Márcia De Chiara
Atualização:

O brasileiro está coberto de razão ao desconfiar das promoções da Black Friday e começar a pesquisar com antecedência os preços dos itens que deseja comprar na megaliquidação.

Nas últimas cinco semanas, entre 3 de setembro e 8 de outubro, o preço de um mesmo produto entre seis diferentes marketplaces chegou a variar mais 100%, revela uma pesquisa realizada pela Ponto Map, consultoria de inteligência em dados, mídias e comportamento do consumidor.

A intenção do estudo, segundo a CEO da consultoria, Giovanna Masullo, foi aferir o comportamento semanal das cotações de 15 itens mais vendidos na última Black Friday e que também estão com intenção de compra elevada para o evento deste ano. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro, 29.

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Maioria dos consumidores vai fazer pesquisa com antecedência para escapar de armadilhas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os campeões de variação de preços, segundo a pesquisa, foram o perfume La Vie Est Belle (de 50 ml) e o Apple Watch 9 GPS (de 41 mm). O preço do perfume variou entre R$ 394 e R$ 856 no período, uma diferença de 117%. Na vice-liderança ficou o relógio, com variação de 101%. O menor preço foi R$ 2.740, e o maior, R$ 5.502.

Em ambos os casos a diferença entre a maior e a menor cotação do mesmo produto é tão grande que daria para comprar uma segunda unidade pelo menor preço.

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Dos 15 itens pesquisados, entre eletrônicos, eletroportáteis, bebidas, calçados e até sabão para lavar roupa, 13 registraram variações entre o menor e o maior preço de dois dígitos.

A menor amplitude foi no Whey Optimum Nutrition (907 g), cuja diferença foi de 39,8%. Os preços foram coletados semanalmente em seis marketplaces: Amazon, Magalu, Mercado Livre, Casa Bahia, Shopee e Americanas.

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É vantagem comprar na Black Friday?

A grande variação de preços surpreendeu o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e consultor para as pesquisas realizadas pela consultoria.

Durante anos à frente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o economista esperava oscilações entre 5% e 10%, diante de uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 4,42%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o índice oficial do País.

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“Há uma variabilidade grande de preços de um mesmo produto, o que justifica a impressão que o consumidor tem da Black Friday, ou seja, não fica claro se há vantagem (em comprar na megapromoção)”, afirma o economista.

A grande variação de preços ocorreu também de um produto dentro do mesmo marketplace. A cotação do iPhone 15 Plus, 128 GB, por exemplo, chegou a variar 61% nesse período no Magalu, mostra a pesquisa. E o preço da embalagem de 500 ml do Azeite Gallo teve uma diferença de 52% na Amazon. Poucos produtos de uma mesma loja tiveram os preços mantidos durante o período de coleta.

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O sobe e desce de preços a cada semana mostra, na análise do economista, que mesmo com a estabilização da inflação a dispersão de preços ainda é grande.

Na opinião de Heron, a diferença de preço hoje de um mesmo produto entre marketplaces diferentes não deveria ser tão elevada, porque, com uso da tecnologia, ficou mais fácil pesquisar preço.

“No passado, as lojas contavam com a impossibilidade de o consumidor sair da Lapa (zona Oeste) e ir para Penha (zona Leste) para comprar em busca do melhor preço. Mas hoje a pesquisa de preços é feita em casa, sem sair da cadeira”, observa.

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Para o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, desconfiança do consumidor sobre as promoções se justifica pela grande variação de preços Foto: Hélvio Romero/Estadão

Entre os fatores que explicam a grande oscilação, segundo o economista, estão as diferentes negociações com fornecedores e o giro dos estoques. Giovanna Masullo, da Ponto Map, observa que essas diferenças tornam o consumidor menos fiel à loja.

Cautela

“Por conta da experiência dos últimos anos, o brasileiro está se preparando para a Black Friday deste ano com cautela e equilibrando as expectativas com pesquisas minuciosas”, observa Giovanna.

Esse cenário ficou claro em uma pesquisa de opinião recentemente concluída pela Ponto Map em parceria com a V-Tracker. Foram consultados mais de mil brasileiros de 402 municípios espalhados por todas as unidades da federação.

A enquete revela que quase a metade (48%) dos entrevistados tem expectativas positivas em relação à Black Friday. No entanto, 57% acreditam que o evento já foi melhor e que é preciso pesquisar bastante para encontrar boas promoções. A confiança de que os preços realmente caem durante o evento é menor entre os mais velhos.

Nesse cenário, a pesquisa de preços ganha relevância, e 61% dos entrevistados informaram que se preparam para fazer compras na Black Friday. Os mais jovens e as classes sociais com maior poder aquisitivo tendem a se planejar mais para o evento, e a antecedência aumenta à medida que o poder aquisitivo é maior.

O levantamento mostra que 80% dos brasileiros pesquisam preços para comprar na Black Friday. No entanto, a coleta acontece em momentos diferentes: 26% acompanham as ofertas o ano todo, 21% um mês antes, 18% apenas nos dias próximos ao evento e 15% uma semana antes. “O consumidor é racional”, conclui Heron.

O brasileiro está coberto de razão ao desconfiar das promoções da Black Friday e começar a pesquisar com antecedência os preços dos itens que deseja comprar na megaliquidação.

Nas últimas cinco semanas, entre 3 de setembro e 8 de outubro, o preço de um mesmo produto entre seis diferentes marketplaces chegou a variar mais 100%, revela uma pesquisa realizada pela Ponto Map, consultoria de inteligência em dados, mídias e comportamento do consumidor.

A intenção do estudo, segundo a CEO da consultoria, Giovanna Masullo, foi aferir o comportamento semanal das cotações de 15 itens mais vendidos na última Black Friday e que também estão com intenção de compra elevada para o evento deste ano. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro, 29.

Maioria dos consumidores vai fazer pesquisa com antecedência para escapar de armadilhas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os campeões de variação de preços, segundo a pesquisa, foram o perfume La Vie Est Belle (de 50 ml) e o Apple Watch 9 GPS (de 41 mm). O preço do perfume variou entre R$ 394 e R$ 856 no período, uma diferença de 117%. Na vice-liderança ficou o relógio, com variação de 101%. O menor preço foi R$ 2.740, e o maior, R$ 5.502.

Em ambos os casos a diferença entre a maior e a menor cotação do mesmo produto é tão grande que daria para comprar uma segunda unidade pelo menor preço.

Dos 15 itens pesquisados, entre eletrônicos, eletroportáteis, bebidas, calçados e até sabão para lavar roupa, 13 registraram variações entre o menor e o maior preço de dois dígitos.

A menor amplitude foi no Whey Optimum Nutrition (907 g), cuja diferença foi de 39,8%. Os preços foram coletados semanalmente em seis marketplaces: Amazon, Magalu, Mercado Livre, Casa Bahia, Shopee e Americanas.

É vantagem comprar na Black Friday?

A grande variação de preços surpreendeu o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e consultor para as pesquisas realizadas pela consultoria.

Durante anos à frente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o economista esperava oscilações entre 5% e 10%, diante de uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 4,42%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o índice oficial do País.

“Há uma variabilidade grande de preços de um mesmo produto, o que justifica a impressão que o consumidor tem da Black Friday, ou seja, não fica claro se há vantagem (em comprar na megapromoção)”, afirma o economista.

A grande variação de preços ocorreu também de um produto dentro do mesmo marketplace. A cotação do iPhone 15 Plus, 128 GB, por exemplo, chegou a variar 61% nesse período no Magalu, mostra a pesquisa. E o preço da embalagem de 500 ml do Azeite Gallo teve uma diferença de 52% na Amazon. Poucos produtos de uma mesma loja tiveram os preços mantidos durante o período de coleta.

O sobe e desce de preços a cada semana mostra, na análise do economista, que mesmo com a estabilização da inflação a dispersão de preços ainda é grande.

Na opinião de Heron, a diferença de preço hoje de um mesmo produto entre marketplaces diferentes não deveria ser tão elevada, porque, com uso da tecnologia, ficou mais fácil pesquisar preço.

“No passado, as lojas contavam com a impossibilidade de o consumidor sair da Lapa (zona Oeste) e ir para Penha (zona Leste) para comprar em busca do melhor preço. Mas hoje a pesquisa de preços é feita em casa, sem sair da cadeira”, observa.

Para o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, desconfiança do consumidor sobre as promoções se justifica pela grande variação de preços Foto: Hélvio Romero/Estadão

Entre os fatores que explicam a grande oscilação, segundo o economista, estão as diferentes negociações com fornecedores e o giro dos estoques. Giovanna Masullo, da Ponto Map, observa que essas diferenças tornam o consumidor menos fiel à loja.

Cautela

“Por conta da experiência dos últimos anos, o brasileiro está se preparando para a Black Friday deste ano com cautela e equilibrando as expectativas com pesquisas minuciosas”, observa Giovanna.

Esse cenário ficou claro em uma pesquisa de opinião recentemente concluída pela Ponto Map em parceria com a V-Tracker. Foram consultados mais de mil brasileiros de 402 municípios espalhados por todas as unidades da federação.

A enquete revela que quase a metade (48%) dos entrevistados tem expectativas positivas em relação à Black Friday. No entanto, 57% acreditam que o evento já foi melhor e que é preciso pesquisar bastante para encontrar boas promoções. A confiança de que os preços realmente caem durante o evento é menor entre os mais velhos.

Nesse cenário, a pesquisa de preços ganha relevância, e 61% dos entrevistados informaram que se preparam para fazer compras na Black Friday. Os mais jovens e as classes sociais com maior poder aquisitivo tendem a se planejar mais para o evento, e a antecedência aumenta à medida que o poder aquisitivo é maior.

O levantamento mostra que 80% dos brasileiros pesquisam preços para comprar na Black Friday. No entanto, a coleta acontece em momentos diferentes: 26% acompanham as ofertas o ano todo, 21% um mês antes, 18% apenas nos dias próximos ao evento e 15% uma semana antes. “O consumidor é racional”, conclui Heron.

O brasileiro está coberto de razão ao desconfiar das promoções da Black Friday e começar a pesquisar com antecedência os preços dos itens que deseja comprar na megaliquidação.

Nas últimas cinco semanas, entre 3 de setembro e 8 de outubro, o preço de um mesmo produto entre seis diferentes marketplaces chegou a variar mais 100%, revela uma pesquisa realizada pela Ponto Map, consultoria de inteligência em dados, mídias e comportamento do consumidor.

A intenção do estudo, segundo a CEO da consultoria, Giovanna Masullo, foi aferir o comportamento semanal das cotações de 15 itens mais vendidos na última Black Friday e que também estão com intenção de compra elevada para o evento deste ano. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro, 29.

Maioria dos consumidores vai fazer pesquisa com antecedência para escapar de armadilhas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os campeões de variação de preços, segundo a pesquisa, foram o perfume La Vie Est Belle (de 50 ml) e o Apple Watch 9 GPS (de 41 mm). O preço do perfume variou entre R$ 394 e R$ 856 no período, uma diferença de 117%. Na vice-liderança ficou o relógio, com variação de 101%. O menor preço foi R$ 2.740, e o maior, R$ 5.502.

Em ambos os casos a diferença entre a maior e a menor cotação do mesmo produto é tão grande que daria para comprar uma segunda unidade pelo menor preço.

Dos 15 itens pesquisados, entre eletrônicos, eletroportáteis, bebidas, calçados e até sabão para lavar roupa, 13 registraram variações entre o menor e o maior preço de dois dígitos.

A menor amplitude foi no Whey Optimum Nutrition (907 g), cuja diferença foi de 39,8%. Os preços foram coletados semanalmente em seis marketplaces: Amazon, Magalu, Mercado Livre, Casa Bahia, Shopee e Americanas.

É vantagem comprar na Black Friday?

A grande variação de preços surpreendeu o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e consultor para as pesquisas realizadas pela consultoria.

Durante anos à frente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o economista esperava oscilações entre 5% e 10%, diante de uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 4,42%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o índice oficial do País.

“Há uma variabilidade grande de preços de um mesmo produto, o que justifica a impressão que o consumidor tem da Black Friday, ou seja, não fica claro se há vantagem (em comprar na megapromoção)”, afirma o economista.

A grande variação de preços ocorreu também de um produto dentro do mesmo marketplace. A cotação do iPhone 15 Plus, 128 GB, por exemplo, chegou a variar 61% nesse período no Magalu, mostra a pesquisa. E o preço da embalagem de 500 ml do Azeite Gallo teve uma diferença de 52% na Amazon. Poucos produtos de uma mesma loja tiveram os preços mantidos durante o período de coleta.

O sobe e desce de preços a cada semana mostra, na análise do economista, que mesmo com a estabilização da inflação a dispersão de preços ainda é grande.

Na opinião de Heron, a diferença de preço hoje de um mesmo produto entre marketplaces diferentes não deveria ser tão elevada, porque, com uso da tecnologia, ficou mais fácil pesquisar preço.

“No passado, as lojas contavam com a impossibilidade de o consumidor sair da Lapa (zona Oeste) e ir para Penha (zona Leste) para comprar em busca do melhor preço. Mas hoje a pesquisa de preços é feita em casa, sem sair da cadeira”, observa.

Para o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, desconfiança do consumidor sobre as promoções se justifica pela grande variação de preços Foto: Hélvio Romero/Estadão

Entre os fatores que explicam a grande oscilação, segundo o economista, estão as diferentes negociações com fornecedores e o giro dos estoques. Giovanna Masullo, da Ponto Map, observa que essas diferenças tornam o consumidor menos fiel à loja.

Cautela

“Por conta da experiência dos últimos anos, o brasileiro está se preparando para a Black Friday deste ano com cautela e equilibrando as expectativas com pesquisas minuciosas”, observa Giovanna.

Esse cenário ficou claro em uma pesquisa de opinião recentemente concluída pela Ponto Map em parceria com a V-Tracker. Foram consultados mais de mil brasileiros de 402 municípios espalhados por todas as unidades da federação.

A enquete revela que quase a metade (48%) dos entrevistados tem expectativas positivas em relação à Black Friday. No entanto, 57% acreditam que o evento já foi melhor e que é preciso pesquisar bastante para encontrar boas promoções. A confiança de que os preços realmente caem durante o evento é menor entre os mais velhos.

Nesse cenário, a pesquisa de preços ganha relevância, e 61% dos entrevistados informaram que se preparam para fazer compras na Black Friday. Os mais jovens e as classes sociais com maior poder aquisitivo tendem a se planejar mais para o evento, e a antecedência aumenta à medida que o poder aquisitivo é maior.

O levantamento mostra que 80% dos brasileiros pesquisam preços para comprar na Black Friday. No entanto, a coleta acontece em momentos diferentes: 26% acompanham as ofertas o ano todo, 21% um mês antes, 18% apenas nos dias próximos ao evento e 15% uma semana antes. “O consumidor é racional”, conclui Heron.

O brasileiro está coberto de razão ao desconfiar das promoções da Black Friday e começar a pesquisar com antecedência os preços dos itens que deseja comprar na megaliquidação.

Nas últimas cinco semanas, entre 3 de setembro e 8 de outubro, o preço de um mesmo produto entre seis diferentes marketplaces chegou a variar mais 100%, revela uma pesquisa realizada pela Ponto Map, consultoria de inteligência em dados, mídias e comportamento do consumidor.

A intenção do estudo, segundo a CEO da consultoria, Giovanna Masullo, foi aferir o comportamento semanal das cotações de 15 itens mais vendidos na última Black Friday e que também estão com intenção de compra elevada para o evento deste ano. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro, 29.

Maioria dos consumidores vai fazer pesquisa com antecedência para escapar de armadilhas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os campeões de variação de preços, segundo a pesquisa, foram o perfume La Vie Est Belle (de 50 ml) e o Apple Watch 9 GPS (de 41 mm). O preço do perfume variou entre R$ 394 e R$ 856 no período, uma diferença de 117%. Na vice-liderança ficou o relógio, com variação de 101%. O menor preço foi R$ 2.740, e o maior, R$ 5.502.

Em ambos os casos a diferença entre a maior e a menor cotação do mesmo produto é tão grande que daria para comprar uma segunda unidade pelo menor preço.

Dos 15 itens pesquisados, entre eletrônicos, eletroportáteis, bebidas, calçados e até sabão para lavar roupa, 13 registraram variações entre o menor e o maior preço de dois dígitos.

A menor amplitude foi no Whey Optimum Nutrition (907 g), cuja diferença foi de 39,8%. Os preços foram coletados semanalmente em seis marketplaces: Amazon, Magalu, Mercado Livre, Casa Bahia, Shopee e Americanas.

É vantagem comprar na Black Friday?

A grande variação de preços surpreendeu o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e consultor para as pesquisas realizadas pela consultoria.

Durante anos à frente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o economista esperava oscilações entre 5% e 10%, diante de uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 4,42%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o índice oficial do País.

“Há uma variabilidade grande de preços de um mesmo produto, o que justifica a impressão que o consumidor tem da Black Friday, ou seja, não fica claro se há vantagem (em comprar na megapromoção)”, afirma o economista.

A grande variação de preços ocorreu também de um produto dentro do mesmo marketplace. A cotação do iPhone 15 Plus, 128 GB, por exemplo, chegou a variar 61% nesse período no Magalu, mostra a pesquisa. E o preço da embalagem de 500 ml do Azeite Gallo teve uma diferença de 52% na Amazon. Poucos produtos de uma mesma loja tiveram os preços mantidos durante o período de coleta.

O sobe e desce de preços a cada semana mostra, na análise do economista, que mesmo com a estabilização da inflação a dispersão de preços ainda é grande.

Na opinião de Heron, a diferença de preço hoje de um mesmo produto entre marketplaces diferentes não deveria ser tão elevada, porque, com uso da tecnologia, ficou mais fácil pesquisar preço.

“No passado, as lojas contavam com a impossibilidade de o consumidor sair da Lapa (zona Oeste) e ir para Penha (zona Leste) para comprar em busca do melhor preço. Mas hoje a pesquisa de preços é feita em casa, sem sair da cadeira”, observa.

Para o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, desconfiança do consumidor sobre as promoções se justifica pela grande variação de preços Foto: Hélvio Romero/Estadão

Entre os fatores que explicam a grande oscilação, segundo o economista, estão as diferentes negociações com fornecedores e o giro dos estoques. Giovanna Masullo, da Ponto Map, observa que essas diferenças tornam o consumidor menos fiel à loja.

Cautela

“Por conta da experiência dos últimos anos, o brasileiro está se preparando para a Black Friday deste ano com cautela e equilibrando as expectativas com pesquisas minuciosas”, observa Giovanna.

Esse cenário ficou claro em uma pesquisa de opinião recentemente concluída pela Ponto Map em parceria com a V-Tracker. Foram consultados mais de mil brasileiros de 402 municípios espalhados por todas as unidades da federação.

A enquete revela que quase a metade (48%) dos entrevistados tem expectativas positivas em relação à Black Friday. No entanto, 57% acreditam que o evento já foi melhor e que é preciso pesquisar bastante para encontrar boas promoções. A confiança de que os preços realmente caem durante o evento é menor entre os mais velhos.

Nesse cenário, a pesquisa de preços ganha relevância, e 61% dos entrevistados informaram que se preparam para fazer compras na Black Friday. Os mais jovens e as classes sociais com maior poder aquisitivo tendem a se planejar mais para o evento, e a antecedência aumenta à medida que o poder aquisitivo é maior.

O levantamento mostra que 80% dos brasileiros pesquisam preços para comprar na Black Friday. No entanto, a coleta acontece em momentos diferentes: 26% acompanham as ofertas o ano todo, 21% um mês antes, 18% apenas nos dias próximos ao evento e 15% uma semana antes. “O consumidor é racional”, conclui Heron.

O brasileiro está coberto de razão ao desconfiar das promoções da Black Friday e começar a pesquisar com antecedência os preços dos itens que deseja comprar na megaliquidação.

Nas últimas cinco semanas, entre 3 de setembro e 8 de outubro, o preço de um mesmo produto entre seis diferentes marketplaces chegou a variar mais 100%, revela uma pesquisa realizada pela Ponto Map, consultoria de inteligência em dados, mídias e comportamento do consumidor.

A intenção do estudo, segundo a CEO da consultoria, Giovanna Masullo, foi aferir o comportamento semanal das cotações de 15 itens mais vendidos na última Black Friday e que também estão com intenção de compra elevada para o evento deste ano. A Black Friday está marcada para a última sexta-feira de novembro, 29.

Maioria dos consumidores vai fazer pesquisa com antecedência para escapar de armadilhas Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os campeões de variação de preços, segundo a pesquisa, foram o perfume La Vie Est Belle (de 50 ml) e o Apple Watch 9 GPS (de 41 mm). O preço do perfume variou entre R$ 394 e R$ 856 no período, uma diferença de 117%. Na vice-liderança ficou o relógio, com variação de 101%. O menor preço foi R$ 2.740, e o maior, R$ 5.502.

Em ambos os casos a diferença entre a maior e a menor cotação do mesmo produto é tão grande que daria para comprar uma segunda unidade pelo menor preço.

Dos 15 itens pesquisados, entre eletrônicos, eletroportáteis, bebidas, calçados e até sabão para lavar roupa, 13 registraram variações entre o menor e o maior preço de dois dígitos.

A menor amplitude foi no Whey Optimum Nutrition (907 g), cuja diferença foi de 39,8%. Os preços foram coletados semanalmente em seis marketplaces: Amazon, Magalu, Mercado Livre, Casa Bahia, Shopee e Americanas.

É vantagem comprar na Black Friday?

A grande variação de preços surpreendeu o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP e consultor para as pesquisas realizadas pela consultoria.

Durante anos à frente do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, o economista esperava oscilações entre 5% e 10%, diante de uma inflação acumulada nos últimos 12 meses até setembro de 4,42%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o índice oficial do País.

“Há uma variabilidade grande de preços de um mesmo produto, o que justifica a impressão que o consumidor tem da Black Friday, ou seja, não fica claro se há vantagem (em comprar na megapromoção)”, afirma o economista.

A grande variação de preços ocorreu também de um produto dentro do mesmo marketplace. A cotação do iPhone 15 Plus, 128 GB, por exemplo, chegou a variar 61% nesse período no Magalu, mostra a pesquisa. E o preço da embalagem de 500 ml do Azeite Gallo teve uma diferença de 52% na Amazon. Poucos produtos de uma mesma loja tiveram os preços mantidos durante o período de coleta.

O sobe e desce de preços a cada semana mostra, na análise do economista, que mesmo com a estabilização da inflação a dispersão de preços ainda é grande.

Na opinião de Heron, a diferença de preço hoje de um mesmo produto entre marketplaces diferentes não deveria ser tão elevada, porque, com uso da tecnologia, ficou mais fácil pesquisar preço.

“No passado, as lojas contavam com a impossibilidade de o consumidor sair da Lapa (zona Oeste) e ir para Penha (zona Leste) para comprar em busca do melhor preço. Mas hoje a pesquisa de preços é feita em casa, sem sair da cadeira”, observa.

Para o economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, desconfiança do consumidor sobre as promoções se justifica pela grande variação de preços Foto: Hélvio Romero/Estadão

Entre os fatores que explicam a grande oscilação, segundo o economista, estão as diferentes negociações com fornecedores e o giro dos estoques. Giovanna Masullo, da Ponto Map, observa que essas diferenças tornam o consumidor menos fiel à loja.

Cautela

“Por conta da experiência dos últimos anos, o brasileiro está se preparando para a Black Friday deste ano com cautela e equilibrando as expectativas com pesquisas minuciosas”, observa Giovanna.

Esse cenário ficou claro em uma pesquisa de opinião recentemente concluída pela Ponto Map em parceria com a V-Tracker. Foram consultados mais de mil brasileiros de 402 municípios espalhados por todas as unidades da federação.

A enquete revela que quase a metade (48%) dos entrevistados tem expectativas positivas em relação à Black Friday. No entanto, 57% acreditam que o evento já foi melhor e que é preciso pesquisar bastante para encontrar boas promoções. A confiança de que os preços realmente caem durante o evento é menor entre os mais velhos.

Nesse cenário, a pesquisa de preços ganha relevância, e 61% dos entrevistados informaram que se preparam para fazer compras na Black Friday. Os mais jovens e as classes sociais com maior poder aquisitivo tendem a se planejar mais para o evento, e a antecedência aumenta à medida que o poder aquisitivo é maior.

O levantamento mostra que 80% dos brasileiros pesquisam preços para comprar na Black Friday. No entanto, a coleta acontece em momentos diferentes: 26% acompanham as ofertas o ano todo, 21% um mês antes, 18% apenas nos dias próximos ao evento e 15% uma semana antes. “O consumidor é racional”, conclui Heron.

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