Carne e cesta básica lideram ‘sonhos de consumo’ para a Black Friday em supermercados


Consumo reprimido por conta de preços ainda elevados faz brasileiro querer aproveitar a data de promoções para recompor o estoque de produtos do dia a dia

Por Márcia De Chiara

O brasileiro quer aproveitar a Black Friday deste ano, a tradicional megapromoção prevista para a última de sexta-feira de novembro, dia 25, para tirar o atraso das compras de carne e de itens da cesta básica, como arroz, feijão, óleo, leite, por exemplo, e recompor a despensa.

Esses produtos, que tiveram forte alta de preços nos últimos 12 meses e, por conta disso, o consumo reprimido, apresentaram os maiores aumentos na intenção de compra no evento deste ano em relação ao de 2021, aponta pesquisa da consultoria Shopper Experience, feita a pedido da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Das sete categorias pesquisadas, a cesta básica, na média dos entrevistados de todas as classes de renda, foi a que teve o maior aumento na pretensão de compra deste ano, com alta de 23,4%, seguida pela carne (17%).

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Entre os consumidores de menor renda, o objetivo de comprar carne e itens da cesta básica na promoção é ainda mais nítido. Nas classes C, D e E, com rendimento médio familiar mensal entre R$ 900 e R$ 3,2 mil, houve um avanço de 23% na fatia dos que planejam aproveitar as ofertas para levar para casa carne. Na sequência, crescem as intenções de compras de itens de limpeza (13%) e da cesta básica (12%), com resultados praticamente equivalentes. A consultoria adota o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), para segregar os resultados por classes sociais.

Na classe B, onde a renda média familiar varia entre R$ 5,7 mil e R$ 10,3 mil, o aumento da intenção de compra de cesta básica na Black Friday chega a 42% e, na carne, a 21%.

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Já no grupo dos mais ricos, onde o ganho médio mensal familiar está na faixa de R$ 21,8 mil, tanto a intenção de compra da cesta básica quanto de carnes tiveram aumentos muito mais moderados comparativamente às demais classes de renda, de 10% e 6% respectivamente, na mesma base de comparação.

“Existe uma demanda represada e o consumidor quer aproveitar a oportunidade de descontos para recuperar o que deixou de comprar por causa da alta de preços, são os dois fatores combinados”, resume Valéria Rodrigues, CEO da consultoria e responsável pela pesquisa. A enquete nacional foi feita no mês passado e online, ouvindo mais de 400 pessoas.

Preços ainda muito elevados

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Apesar de a inflação ter dado uma trégua no último mês, inclusive com o registro da primeira deflação em alimentos, o nível de preços da comida continua elevado e pesando no orçamento das famílias. Em 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15, a prévia da inflação oficial e o dado disponível mais recente, acumula alta 7,98%, enquanto o grupo alimentação no domicílio subiu quase o dobro (14,63%).

Outro indicador que confirma essa pressão é o custo da cesta básica. Nos últimos 12 meses até agosto, o valor da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nesse período, a maior alta ocorreu em Recife (PE), de 21,71% e a menor em Porto Alegre (RS), de 12,55%.

“O cliente hoje quer preço”, afirma Hélio Freddi, diretor da rede de supermercados Hirota. Para impulsionar as vendas que estavam abaixo da meta, desde junho a empresa adotou promoções semanais com cinco itens em oferta no fim de semana, com descontos agressivos, de, no mínimo, 30%. “Sempre tem carne e produtos da cesta básica no ‘top five’ e com isso passamos a superar a meta em 7%.”

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O desempenho da varejista confirma os resultados da pesquisa da Apas sobre a intenção de compras para a Black Friday. A intenção, segundo executivo do Hirota , é manter a estratégia, inclusive na Black Friday. Ele pondera que as bebidas costumam ser o carro-chefe da data, mas neste ano vai ter carne itens da cesta básica também.

Pesquisa da Apas mostra que que 50% dos consumidores pretendem gastar mais nos supermercados na Black Friday deste ano Foto: Wilton Junior/Estadão

Pandemia muda hábito de compra

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Além da restrição orçamentária por causa da inflação dos alimentos, Diego Pereira, economista da Apas, destaca que o hábito de consumir produtos no domicílio que houve por causa do fechamento de bares e restaurantes durante a pandemia está sendo mantido por parte dos consumidores, apesar do arrefecimento da covid-19. Esse é outro fator que, na sua opinião, deve ter levado ao aumento da intenção de compra da carne no evento deste ano.

A enquete deste ano aponta que 83% dos entrevistados pretendem ir às compras nos supermercados e mais da metade (55%) planeja gastar mais. Otimista, o setor projeta crescimento de 9% no volume de vendas dos supermercados na Black Friday deste ano, em relação ao evento de 2021, descontada a inflação do período.

A redução do desemprego, o aumento de renda, turbinado pelos vários auxílios dados pelo governo, e a Copa do Mundo, que começa no dia 20 de novembro e vai estar em pleno andamento na Black Friday deste ano, são apontados pelo economista como fatores que devem sustentar o crescimento vendas. “Depois da pandemia, está será a primeira Black Friday mais confiante para o consumidor”, afirma.

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Do ponto de vista dos supermercados, o otimismo prevalece. A data, que é a mais importante para o setor e só perde para as festas de fim de ano, deve resultar em crescimento real de vendas de acordo com 56% para dos empresários. Segundo entidade, um pouco mais de um terço deles deixou para negociar as compras perto da data limite para tentar obter descontos mais maiores.

No entanto, fabricantes pressionam para que os supermercados antecipem o fechamento dos negócios. Eles argumentam que a sobreposição da Black Friday com a Copa do Mundo deve ampliar muito as vendas de alimentos e bebidas e pode levar a um congestionamento na logística das entregas.

O brasileiro quer aproveitar a Black Friday deste ano, a tradicional megapromoção prevista para a última de sexta-feira de novembro, dia 25, para tirar o atraso das compras de carne e de itens da cesta básica, como arroz, feijão, óleo, leite, por exemplo, e recompor a despensa.

Esses produtos, que tiveram forte alta de preços nos últimos 12 meses e, por conta disso, o consumo reprimido, apresentaram os maiores aumentos na intenção de compra no evento deste ano em relação ao de 2021, aponta pesquisa da consultoria Shopper Experience, feita a pedido da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Das sete categorias pesquisadas, a cesta básica, na média dos entrevistados de todas as classes de renda, foi a que teve o maior aumento na pretensão de compra deste ano, com alta de 23,4%, seguida pela carne (17%).

Entre os consumidores de menor renda, o objetivo de comprar carne e itens da cesta básica na promoção é ainda mais nítido. Nas classes C, D e E, com rendimento médio familiar mensal entre R$ 900 e R$ 3,2 mil, houve um avanço de 23% na fatia dos que planejam aproveitar as ofertas para levar para casa carne. Na sequência, crescem as intenções de compras de itens de limpeza (13%) e da cesta básica (12%), com resultados praticamente equivalentes. A consultoria adota o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), para segregar os resultados por classes sociais.

Na classe B, onde a renda média familiar varia entre R$ 5,7 mil e R$ 10,3 mil, o aumento da intenção de compra de cesta básica na Black Friday chega a 42% e, na carne, a 21%.

Já no grupo dos mais ricos, onde o ganho médio mensal familiar está na faixa de R$ 21,8 mil, tanto a intenção de compra da cesta básica quanto de carnes tiveram aumentos muito mais moderados comparativamente às demais classes de renda, de 10% e 6% respectivamente, na mesma base de comparação.

“Existe uma demanda represada e o consumidor quer aproveitar a oportunidade de descontos para recuperar o que deixou de comprar por causa da alta de preços, são os dois fatores combinados”, resume Valéria Rodrigues, CEO da consultoria e responsável pela pesquisa. A enquete nacional foi feita no mês passado e online, ouvindo mais de 400 pessoas.

Preços ainda muito elevados

Apesar de a inflação ter dado uma trégua no último mês, inclusive com o registro da primeira deflação em alimentos, o nível de preços da comida continua elevado e pesando no orçamento das famílias. Em 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15, a prévia da inflação oficial e o dado disponível mais recente, acumula alta 7,98%, enquanto o grupo alimentação no domicílio subiu quase o dobro (14,63%).

Outro indicador que confirma essa pressão é o custo da cesta básica. Nos últimos 12 meses até agosto, o valor da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nesse período, a maior alta ocorreu em Recife (PE), de 21,71% e a menor em Porto Alegre (RS), de 12,55%.

“O cliente hoje quer preço”, afirma Hélio Freddi, diretor da rede de supermercados Hirota. Para impulsionar as vendas que estavam abaixo da meta, desde junho a empresa adotou promoções semanais com cinco itens em oferta no fim de semana, com descontos agressivos, de, no mínimo, 30%. “Sempre tem carne e produtos da cesta básica no ‘top five’ e com isso passamos a superar a meta em 7%.”

O desempenho da varejista confirma os resultados da pesquisa da Apas sobre a intenção de compras para a Black Friday. A intenção, segundo executivo do Hirota , é manter a estratégia, inclusive na Black Friday. Ele pondera que as bebidas costumam ser o carro-chefe da data, mas neste ano vai ter carne itens da cesta básica também.

Pesquisa da Apas mostra que que 50% dos consumidores pretendem gastar mais nos supermercados na Black Friday deste ano Foto: Wilton Junior/Estadão

Pandemia muda hábito de compra

Além da restrição orçamentária por causa da inflação dos alimentos, Diego Pereira, economista da Apas, destaca que o hábito de consumir produtos no domicílio que houve por causa do fechamento de bares e restaurantes durante a pandemia está sendo mantido por parte dos consumidores, apesar do arrefecimento da covid-19. Esse é outro fator que, na sua opinião, deve ter levado ao aumento da intenção de compra da carne no evento deste ano.

A enquete deste ano aponta que 83% dos entrevistados pretendem ir às compras nos supermercados e mais da metade (55%) planeja gastar mais. Otimista, o setor projeta crescimento de 9% no volume de vendas dos supermercados na Black Friday deste ano, em relação ao evento de 2021, descontada a inflação do período.

A redução do desemprego, o aumento de renda, turbinado pelos vários auxílios dados pelo governo, e a Copa do Mundo, que começa no dia 20 de novembro e vai estar em pleno andamento na Black Friday deste ano, são apontados pelo economista como fatores que devem sustentar o crescimento vendas. “Depois da pandemia, está será a primeira Black Friday mais confiante para o consumidor”, afirma.

Do ponto de vista dos supermercados, o otimismo prevalece. A data, que é a mais importante para o setor e só perde para as festas de fim de ano, deve resultar em crescimento real de vendas de acordo com 56% para dos empresários. Segundo entidade, um pouco mais de um terço deles deixou para negociar as compras perto da data limite para tentar obter descontos mais maiores.

No entanto, fabricantes pressionam para que os supermercados antecipem o fechamento dos negócios. Eles argumentam que a sobreposição da Black Friday com a Copa do Mundo deve ampliar muito as vendas de alimentos e bebidas e pode levar a um congestionamento na logística das entregas.

O brasileiro quer aproveitar a Black Friday deste ano, a tradicional megapromoção prevista para a última de sexta-feira de novembro, dia 25, para tirar o atraso das compras de carne e de itens da cesta básica, como arroz, feijão, óleo, leite, por exemplo, e recompor a despensa.

Esses produtos, que tiveram forte alta de preços nos últimos 12 meses e, por conta disso, o consumo reprimido, apresentaram os maiores aumentos na intenção de compra no evento deste ano em relação ao de 2021, aponta pesquisa da consultoria Shopper Experience, feita a pedido da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Das sete categorias pesquisadas, a cesta básica, na média dos entrevistados de todas as classes de renda, foi a que teve o maior aumento na pretensão de compra deste ano, com alta de 23,4%, seguida pela carne (17%).

Entre os consumidores de menor renda, o objetivo de comprar carne e itens da cesta básica na promoção é ainda mais nítido. Nas classes C, D e E, com rendimento médio familiar mensal entre R$ 900 e R$ 3,2 mil, houve um avanço de 23% na fatia dos que planejam aproveitar as ofertas para levar para casa carne. Na sequência, crescem as intenções de compras de itens de limpeza (13%) e da cesta básica (12%), com resultados praticamente equivalentes. A consultoria adota o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), para segregar os resultados por classes sociais.

Na classe B, onde a renda média familiar varia entre R$ 5,7 mil e R$ 10,3 mil, o aumento da intenção de compra de cesta básica na Black Friday chega a 42% e, na carne, a 21%.

Já no grupo dos mais ricos, onde o ganho médio mensal familiar está na faixa de R$ 21,8 mil, tanto a intenção de compra da cesta básica quanto de carnes tiveram aumentos muito mais moderados comparativamente às demais classes de renda, de 10% e 6% respectivamente, na mesma base de comparação.

“Existe uma demanda represada e o consumidor quer aproveitar a oportunidade de descontos para recuperar o que deixou de comprar por causa da alta de preços, são os dois fatores combinados”, resume Valéria Rodrigues, CEO da consultoria e responsável pela pesquisa. A enquete nacional foi feita no mês passado e online, ouvindo mais de 400 pessoas.

Preços ainda muito elevados

Apesar de a inflação ter dado uma trégua no último mês, inclusive com o registro da primeira deflação em alimentos, o nível de preços da comida continua elevado e pesando no orçamento das famílias. Em 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15, a prévia da inflação oficial e o dado disponível mais recente, acumula alta 7,98%, enquanto o grupo alimentação no domicílio subiu quase o dobro (14,63%).

Outro indicador que confirma essa pressão é o custo da cesta básica. Nos últimos 12 meses até agosto, o valor da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nesse período, a maior alta ocorreu em Recife (PE), de 21,71% e a menor em Porto Alegre (RS), de 12,55%.

“O cliente hoje quer preço”, afirma Hélio Freddi, diretor da rede de supermercados Hirota. Para impulsionar as vendas que estavam abaixo da meta, desde junho a empresa adotou promoções semanais com cinco itens em oferta no fim de semana, com descontos agressivos, de, no mínimo, 30%. “Sempre tem carne e produtos da cesta básica no ‘top five’ e com isso passamos a superar a meta em 7%.”

O desempenho da varejista confirma os resultados da pesquisa da Apas sobre a intenção de compras para a Black Friday. A intenção, segundo executivo do Hirota , é manter a estratégia, inclusive na Black Friday. Ele pondera que as bebidas costumam ser o carro-chefe da data, mas neste ano vai ter carne itens da cesta básica também.

Pesquisa da Apas mostra que que 50% dos consumidores pretendem gastar mais nos supermercados na Black Friday deste ano Foto: Wilton Junior/Estadão

Pandemia muda hábito de compra

Além da restrição orçamentária por causa da inflação dos alimentos, Diego Pereira, economista da Apas, destaca que o hábito de consumir produtos no domicílio que houve por causa do fechamento de bares e restaurantes durante a pandemia está sendo mantido por parte dos consumidores, apesar do arrefecimento da covid-19. Esse é outro fator que, na sua opinião, deve ter levado ao aumento da intenção de compra da carne no evento deste ano.

A enquete deste ano aponta que 83% dos entrevistados pretendem ir às compras nos supermercados e mais da metade (55%) planeja gastar mais. Otimista, o setor projeta crescimento de 9% no volume de vendas dos supermercados na Black Friday deste ano, em relação ao evento de 2021, descontada a inflação do período.

A redução do desemprego, o aumento de renda, turbinado pelos vários auxílios dados pelo governo, e a Copa do Mundo, que começa no dia 20 de novembro e vai estar em pleno andamento na Black Friday deste ano, são apontados pelo economista como fatores que devem sustentar o crescimento vendas. “Depois da pandemia, está será a primeira Black Friday mais confiante para o consumidor”, afirma.

Do ponto de vista dos supermercados, o otimismo prevalece. A data, que é a mais importante para o setor e só perde para as festas de fim de ano, deve resultar em crescimento real de vendas de acordo com 56% para dos empresários. Segundo entidade, um pouco mais de um terço deles deixou para negociar as compras perto da data limite para tentar obter descontos mais maiores.

No entanto, fabricantes pressionam para que os supermercados antecipem o fechamento dos negócios. Eles argumentam que a sobreposição da Black Friday com a Copa do Mundo deve ampliar muito as vendas de alimentos e bebidas e pode levar a um congestionamento na logística das entregas.

O brasileiro quer aproveitar a Black Friday deste ano, a tradicional megapromoção prevista para a última de sexta-feira de novembro, dia 25, para tirar o atraso das compras de carne e de itens da cesta básica, como arroz, feijão, óleo, leite, por exemplo, e recompor a despensa.

Esses produtos, que tiveram forte alta de preços nos últimos 12 meses e, por conta disso, o consumo reprimido, apresentaram os maiores aumentos na intenção de compra no evento deste ano em relação ao de 2021, aponta pesquisa da consultoria Shopper Experience, feita a pedido da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Das sete categorias pesquisadas, a cesta básica, na média dos entrevistados de todas as classes de renda, foi a que teve o maior aumento na pretensão de compra deste ano, com alta de 23,4%, seguida pela carne (17%).

Entre os consumidores de menor renda, o objetivo de comprar carne e itens da cesta básica na promoção é ainda mais nítido. Nas classes C, D e E, com rendimento médio familiar mensal entre R$ 900 e R$ 3,2 mil, houve um avanço de 23% na fatia dos que planejam aproveitar as ofertas para levar para casa carne. Na sequência, crescem as intenções de compras de itens de limpeza (13%) e da cesta básica (12%), com resultados praticamente equivalentes. A consultoria adota o Critério Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), para segregar os resultados por classes sociais.

Na classe B, onde a renda média familiar varia entre R$ 5,7 mil e R$ 10,3 mil, o aumento da intenção de compra de cesta básica na Black Friday chega a 42% e, na carne, a 21%.

Já no grupo dos mais ricos, onde o ganho médio mensal familiar está na faixa de R$ 21,8 mil, tanto a intenção de compra da cesta básica quanto de carnes tiveram aumentos muito mais moderados comparativamente às demais classes de renda, de 10% e 6% respectivamente, na mesma base de comparação.

“Existe uma demanda represada e o consumidor quer aproveitar a oportunidade de descontos para recuperar o que deixou de comprar por causa da alta de preços, são os dois fatores combinados”, resume Valéria Rodrigues, CEO da consultoria e responsável pela pesquisa. A enquete nacional foi feita no mês passado e online, ouvindo mais de 400 pessoas.

Preços ainda muito elevados

Apesar de a inflação ter dado uma trégua no último mês, inclusive com o registro da primeira deflação em alimentos, o nível de preços da comida continua elevado e pesando no orçamento das famílias. Em 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15, a prévia da inflação oficial e o dado disponível mais recente, acumula alta 7,98%, enquanto o grupo alimentação no domicílio subiu quase o dobro (14,63%).

Outro indicador que confirma essa pressão é o custo da cesta básica. Nos últimos 12 meses até agosto, o valor da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nesse período, a maior alta ocorreu em Recife (PE), de 21,71% e a menor em Porto Alegre (RS), de 12,55%.

“O cliente hoje quer preço”, afirma Hélio Freddi, diretor da rede de supermercados Hirota. Para impulsionar as vendas que estavam abaixo da meta, desde junho a empresa adotou promoções semanais com cinco itens em oferta no fim de semana, com descontos agressivos, de, no mínimo, 30%. “Sempre tem carne e produtos da cesta básica no ‘top five’ e com isso passamos a superar a meta em 7%.”

O desempenho da varejista confirma os resultados da pesquisa da Apas sobre a intenção de compras para a Black Friday. A intenção, segundo executivo do Hirota , é manter a estratégia, inclusive na Black Friday. Ele pondera que as bebidas costumam ser o carro-chefe da data, mas neste ano vai ter carne itens da cesta básica também.

Pesquisa da Apas mostra que que 50% dos consumidores pretendem gastar mais nos supermercados na Black Friday deste ano Foto: Wilton Junior/Estadão

Pandemia muda hábito de compra

Além da restrição orçamentária por causa da inflação dos alimentos, Diego Pereira, economista da Apas, destaca que o hábito de consumir produtos no domicílio que houve por causa do fechamento de bares e restaurantes durante a pandemia está sendo mantido por parte dos consumidores, apesar do arrefecimento da covid-19. Esse é outro fator que, na sua opinião, deve ter levado ao aumento da intenção de compra da carne no evento deste ano.

A enquete deste ano aponta que 83% dos entrevistados pretendem ir às compras nos supermercados e mais da metade (55%) planeja gastar mais. Otimista, o setor projeta crescimento de 9% no volume de vendas dos supermercados na Black Friday deste ano, em relação ao evento de 2021, descontada a inflação do período.

A redução do desemprego, o aumento de renda, turbinado pelos vários auxílios dados pelo governo, e a Copa do Mundo, que começa no dia 20 de novembro e vai estar em pleno andamento na Black Friday deste ano, são apontados pelo economista como fatores que devem sustentar o crescimento vendas. “Depois da pandemia, está será a primeira Black Friday mais confiante para o consumidor”, afirma.

Do ponto de vista dos supermercados, o otimismo prevalece. A data, que é a mais importante para o setor e só perde para as festas de fim de ano, deve resultar em crescimento real de vendas de acordo com 56% para dos empresários. Segundo entidade, um pouco mais de um terço deles deixou para negociar as compras perto da data limite para tentar obter descontos mais maiores.

No entanto, fabricantes pressionam para que os supermercados antecipem o fechamento dos negócios. Eles argumentam que a sobreposição da Black Friday com a Copa do Mundo deve ampliar muito as vendas de alimentos e bebidas e pode levar a um congestionamento na logística das entregas.

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