O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se comprometeu verbalmente em não financiar nenhuma operação que provoque desemprego, disseram nesta sexta-feira representantes de centrais sindicais no conselho diretor da instituição. A preocupação dos sindicalistas é, sobretudo, com uma eventual compra da Brasil Telecom pela Oi, que poderia eliminar postos de trabalho. "Afirmamos que as operações não podem gerar desemprego e que o mercado nacional tem que ser mantido. Obtivemos o comprometimento de que isso não acontecerá", disse o diretor da Força Sindical, Herbert Passos Filho. O presidente da central, Paulo Pereira da Silva, cogitou recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra eventual união das operadoras. "A Força Sindical acha mais importante que o financiamento vá para infra-estrutura do que para a compra de empresas", disse o advogado Ricardo Tosto, representante da central no conselho do BNDES. Para o advogado, a partir das garantias verbais dadas na reunião do conselho, ficou entendido que há compromisso de manutenção dos postos de trabalho em uma possível compra da Brasil Telecom pela Oi. O representante da CUT, João Felício, também afirmou a jornalistas que o banco garantiu que a operação entre as telefônicas não vai gerar desemprego. Mas o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, evitou tratar do tema e disse que só se manifestará quando houver publicação de fato relevante pelas empresas. A garantia do BNDES de que nenhuma operação financiada pelo banco resultará em desemprego foi dada no dia em que o banco lançou um cláusula social que balizará todos os seus contratos, prevendo sanções a empresas que adotem qualquer tipo de discriminação ou forma de trabalho irregular. (Por Mair Pena Neto)