BRASÍLIA - O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 15, mostra continuidade do movimento das expectativas de inflação observado nas últimas semanas. Enquanto a projeção de alta do IPCA - índice oficial de inflação - de 2022 desacelerou pela 7ª semana consecutiva, sobretudo devido às desonerações tributárias sobre combustíveis e energia, a mediana para 2023 subiu pela 19ª vez seguida. Ambos os porcentuais indicam descumprimento da meta a ser perseguida pelo Banco Central.
A estimativa para o IPCA de 2022 cedeu de 7,11% para 7,02%, enquanto a projeção para 2023, foco principal da política monetária, avançou de 5,36% para 5,38%. Considerando somente as 69 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 7,10% para 6,95% e a de 2023 foi de 5,37% para 5,34%.
As medianas divulgadas na Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
Mostrando sinais de desancoragem mais ampla, a mediana para o IPCA de 2024 voltou a avançar, de 3,30% para 3,41%, contra 3,30% há um mês. A previsão para 2025 permaneceu em 3%, porcentual igual ao de 57 semanas atrás. A meta para os dois anos é de 3%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
No Copom deste mês, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.