Bons retornos ajustados ao risco


Paciência e olhar de longo prazo alavancam rentabilidade

Por Estadão Blue Studio
Atualização:

Nos últimos anos, os fundos multimercados não tiveram vida fácil e sofreram com uma onda de resgates. Angustiada com um desempenho que muitas vezes perdeu para o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), parte dos investidores decidiu abandonar o barco e migrar suas economias para a renda fixa, que nadou de braçada impulsionada pela alta dos juros.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, desde janeiro de 2022 até o final de abril de 2024, os multimercados tiveram captação líquida negativa (quando os resgates superam as aplicações) de R$ 263,2 bilhões. Nos primeiros cinco meses deste ano, a perda foi de R$ 41,3 bilhões.

Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, destaca que o cenário começou a ficar mais difícil para os multimercados a partir de 2020, com a pandemia de covid-19. Além das fortes perdas em praticamente todas as classes de ativos naquele ano, a situação macroeconômica do Brasil também se deteriorou, lançando desafios complexos para os gestores.

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Há quatro anos, com o objetivo de combater os efeitos da pandemia na economia e evitar uma contração ainda mais forte da atividade, o Banco Central (BC) lançou um conjunto de medidas para aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN). No entanto, um dos efeitos colaterais da injeção de liquidez foi um avanço da inflação. Em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou a marca de dois dígitos, atingindo 10,06%.

Divulgação Foto: Arte Estadão Blue Studio

A reação natural do BC foi aumentar os juros para conter o avanço generalizado de preços, fazendo com que a Selic atingisse 13,75% ao ano. “Taxas nesses níveis não estimulam o investidor a tomar posições que envolvam mais risco. Os ativos de renda fixa são menos arriscados do que os multimercados e têm apresentado boas oportunidades de ganhos”, afirma Ana Paula.

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João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão, concorda que a competição mais árdua da renda fixa, com uma oferta maior de títulos privados isentos de Imposto de Renda, contribuiu para a perda de patrimônio dos multimercados. “Outra variável diz respeito ao próprio consumo de recursos por parte dos investidores, em paralelo à atividade mais fraca”, afirma.

Espiral de resgates

De acordo com especialistas, em momentos de instabilidade e perdas acentuadas é comum que o gestor seja obrigado a se desfazer de papéis para dar liquidez aos pedidos de resgate, mesmo que ele acredite na sua tese de investimento no longo prazo. “É como se o investidor fosse tomado por uma espiral negativa diante do cenário, uma vez que as perdas vão aumentando com os desmontes de posições dos fundos”, diz Ana Paula.

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Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concorda nesse ponto. “Muitas vezes os gestores precisam encerrar uma posição que acreditam que vai dar certo, mas que ainda não chegou ao resultado final. Isso acaba derrubando ainda mais a rentabilidade”, afirma.

Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, diz que é natural que os investidores pensem em resgatar seus recursos em busca de ativos mais rentáveis. No entanto, em muitos casos, pode ser mais vantajoso ter paciência e permitir que a estratégia se desenrole no longo prazo. “Essa decisão de resgatar ou não deve ser baseada em uma análise cuidadosa do desempenho do fundo, da confiança no gestor e da própria tolerância ao risco do investidor”, afirma.

Segundo Murad, a capacidade e a expertise do gestor são essenciais em um multimercado, devido à complexidade das estratégias envolvidas. Por isso, ao escolher um fundo, é preciso considerar o histórico do gestor, a consistência de resultados e a transparência na comunicação da estratégia e dos riscos associados.

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“Além disso, é importante analisar o alinhamento entre o perfil de risco do fundo e o seu próprio perfil de risco como investidor”, diz. Ou seja, se você tem um perfil de risco conservador, não faz sentido colocar uma parte do seu patrimônio em um multimercado mais arriscado, pois os riscos de você não aguentar as oscilações são bem grandes.

Para o especialista, o cenário adverso dos últimos anos não é um indicativo de que o futuro dessa classe de ativos seja sombrio. “Os fundos multimercados ainda têm o potencial de oferecer diversificação e bons retornos ajustados ao risco. No entanto, a chave para o sucesso desses fundos nos próximos anos provavelmente estará na capacidade dos gestores de se adaptarem às mudanças nas condições de mercado, além da comunicação eficaz de suas estratégias e riscos para os investidores.”

Nos últimos anos, os fundos multimercados não tiveram vida fácil e sofreram com uma onda de resgates. Angustiada com um desempenho que muitas vezes perdeu para o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), parte dos investidores decidiu abandonar o barco e migrar suas economias para a renda fixa, que nadou de braçada impulsionada pela alta dos juros.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, desde janeiro de 2022 até o final de abril de 2024, os multimercados tiveram captação líquida negativa (quando os resgates superam as aplicações) de R$ 263,2 bilhões. Nos primeiros cinco meses deste ano, a perda foi de R$ 41,3 bilhões.

Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, destaca que o cenário começou a ficar mais difícil para os multimercados a partir de 2020, com a pandemia de covid-19. Além das fortes perdas em praticamente todas as classes de ativos naquele ano, a situação macroeconômica do Brasil também se deteriorou, lançando desafios complexos para os gestores.

Há quatro anos, com o objetivo de combater os efeitos da pandemia na economia e evitar uma contração ainda mais forte da atividade, o Banco Central (BC) lançou um conjunto de medidas para aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN). No entanto, um dos efeitos colaterais da injeção de liquidez foi um avanço da inflação. Em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou a marca de dois dígitos, atingindo 10,06%.

Divulgação Foto: Arte Estadão Blue Studio

A reação natural do BC foi aumentar os juros para conter o avanço generalizado de preços, fazendo com que a Selic atingisse 13,75% ao ano. “Taxas nesses níveis não estimulam o investidor a tomar posições que envolvam mais risco. Os ativos de renda fixa são menos arriscados do que os multimercados e têm apresentado boas oportunidades de ganhos”, afirma Ana Paula.

João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão, concorda que a competição mais árdua da renda fixa, com uma oferta maior de títulos privados isentos de Imposto de Renda, contribuiu para a perda de patrimônio dos multimercados. “Outra variável diz respeito ao próprio consumo de recursos por parte dos investidores, em paralelo à atividade mais fraca”, afirma.

Espiral de resgates

De acordo com especialistas, em momentos de instabilidade e perdas acentuadas é comum que o gestor seja obrigado a se desfazer de papéis para dar liquidez aos pedidos de resgate, mesmo que ele acredite na sua tese de investimento no longo prazo. “É como se o investidor fosse tomado por uma espiral negativa diante do cenário, uma vez que as perdas vão aumentando com os desmontes de posições dos fundos”, diz Ana Paula.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concorda nesse ponto. “Muitas vezes os gestores precisam encerrar uma posição que acreditam que vai dar certo, mas que ainda não chegou ao resultado final. Isso acaba derrubando ainda mais a rentabilidade”, afirma.

Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, diz que é natural que os investidores pensem em resgatar seus recursos em busca de ativos mais rentáveis. No entanto, em muitos casos, pode ser mais vantajoso ter paciência e permitir que a estratégia se desenrole no longo prazo. “Essa decisão de resgatar ou não deve ser baseada em uma análise cuidadosa do desempenho do fundo, da confiança no gestor e da própria tolerância ao risco do investidor”, afirma.

Segundo Murad, a capacidade e a expertise do gestor são essenciais em um multimercado, devido à complexidade das estratégias envolvidas. Por isso, ao escolher um fundo, é preciso considerar o histórico do gestor, a consistência de resultados e a transparência na comunicação da estratégia e dos riscos associados.

“Além disso, é importante analisar o alinhamento entre o perfil de risco do fundo e o seu próprio perfil de risco como investidor”, diz. Ou seja, se você tem um perfil de risco conservador, não faz sentido colocar uma parte do seu patrimônio em um multimercado mais arriscado, pois os riscos de você não aguentar as oscilações são bem grandes.

Para o especialista, o cenário adverso dos últimos anos não é um indicativo de que o futuro dessa classe de ativos seja sombrio. “Os fundos multimercados ainda têm o potencial de oferecer diversificação e bons retornos ajustados ao risco. No entanto, a chave para o sucesso desses fundos nos próximos anos provavelmente estará na capacidade dos gestores de se adaptarem às mudanças nas condições de mercado, além da comunicação eficaz de suas estratégias e riscos para os investidores.”

Nos últimos anos, os fundos multimercados não tiveram vida fácil e sofreram com uma onda de resgates. Angustiada com um desempenho que muitas vezes perdeu para o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), parte dos investidores decidiu abandonar o barco e migrar suas economias para a renda fixa, que nadou de braçada impulsionada pela alta dos juros.

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, desde janeiro de 2022 até o final de abril de 2024, os multimercados tiveram captação líquida negativa (quando os resgates superam as aplicações) de R$ 263,2 bilhões. Nos primeiros cinco meses deste ano, a perda foi de R$ 41,3 bilhões.

Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, destaca que o cenário começou a ficar mais difícil para os multimercados a partir de 2020, com a pandemia de covid-19. Além das fortes perdas em praticamente todas as classes de ativos naquele ano, a situação macroeconômica do Brasil também se deteriorou, lançando desafios complexos para os gestores.

Há quatro anos, com o objetivo de combater os efeitos da pandemia na economia e evitar uma contração ainda mais forte da atividade, o Banco Central (BC) lançou um conjunto de medidas para aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN). No entanto, um dos efeitos colaterais da injeção de liquidez foi um avanço da inflação. Em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou a marca de dois dígitos, atingindo 10,06%.

Divulgação Foto: Arte Estadão Blue Studio

A reação natural do BC foi aumentar os juros para conter o avanço generalizado de preços, fazendo com que a Selic atingisse 13,75% ao ano. “Taxas nesses níveis não estimulam o investidor a tomar posições que envolvam mais risco. Os ativos de renda fixa são menos arriscados do que os multimercados e têm apresentado boas oportunidades de ganhos”, afirma Ana Paula.

João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão, concorda que a competição mais árdua da renda fixa, com uma oferta maior de títulos privados isentos de Imposto de Renda, contribuiu para a perda de patrimônio dos multimercados. “Outra variável diz respeito ao próprio consumo de recursos por parte dos investidores, em paralelo à atividade mais fraca”, afirma.

Espiral de resgates

De acordo com especialistas, em momentos de instabilidade e perdas acentuadas é comum que o gestor seja obrigado a se desfazer de papéis para dar liquidez aos pedidos de resgate, mesmo que ele acredite na sua tese de investimento no longo prazo. “É como se o investidor fosse tomado por uma espiral negativa diante do cenário, uma vez que as perdas vão aumentando com os desmontes de posições dos fundos”, diz Ana Paula.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, concorda nesse ponto. “Muitas vezes os gestores precisam encerrar uma posição que acreditam que vai dar certo, mas que ainda não chegou ao resultado final. Isso acaba derrubando ainda mais a rentabilidade”, afirma.

Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, diz que é natural que os investidores pensem em resgatar seus recursos em busca de ativos mais rentáveis. No entanto, em muitos casos, pode ser mais vantajoso ter paciência e permitir que a estratégia se desenrole no longo prazo. “Essa decisão de resgatar ou não deve ser baseada em uma análise cuidadosa do desempenho do fundo, da confiança no gestor e da própria tolerância ao risco do investidor”, afirma.

Segundo Murad, a capacidade e a expertise do gestor são essenciais em um multimercado, devido à complexidade das estratégias envolvidas. Por isso, ao escolher um fundo, é preciso considerar o histórico do gestor, a consistência de resultados e a transparência na comunicação da estratégia e dos riscos associados.

“Além disso, é importante analisar o alinhamento entre o perfil de risco do fundo e o seu próprio perfil de risco como investidor”, diz. Ou seja, se você tem um perfil de risco conservador, não faz sentido colocar uma parte do seu patrimônio em um multimercado mais arriscado, pois os riscos de você não aguentar as oscilações são bem grandes.

Para o especialista, o cenário adverso dos últimos anos não é um indicativo de que o futuro dessa classe de ativos seja sombrio. “Os fundos multimercados ainda têm o potencial de oferecer diversificação e bons retornos ajustados ao risco. No entanto, a chave para o sucesso desses fundos nos próximos anos provavelmente estará na capacidade dos gestores de se adaptarem às mudanças nas condições de mercado, além da comunicação eficaz de suas estratégias e riscos para os investidores.”

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