Os dados divulgados nesta quarta-feira nos EUA, indicando que os preços aos consumidores estão sob controle e que a atividade vem perdendo vigor, foram bem recebidos pelos investidores, na medida em que reafirmaram a percepção do dia anterior de mais uma pausa na alta da taxa básica de juros americana em setembro. O dólar, por sua vez, encerrou em queda pelo terceiro dia consecutivo. Mesmo com o movimento especulativo causado pelo vencimento, nesta quarta, do índice futuro do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa fechou em alta de 1,02%, aos 37.677 pontos. O índice oscilou entre a mínima de -0,23% e a máxima de +1,08%. Por causa do vencimento do índice futuro, o volume financeiro foi elevado, de R$ 4,22 bilhões. Uma coisa é certa, afirmam os especialistas: se tivesse vindo um índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano ruim, na contramão do índice de preços ao produtor, divulgado na terça-feira, a Bolsa teria tido um pregão de baixa acentuada. Mas o CPI ficou dentro do previsto - subiu 0,4% - e o núcleo ficou em 0,2%, abaixo das estimativas dos analistas (0,3%). A produção industrial nos EUA cresceu menos do que o esperado em julho. Apenas 0,4%, ante expectativa de expansão de 0,6%. Também a construção de moradias em julho caiu 2,5% (previsão era de -2,2%). Dólar No mercado interbancário, o dólar comercial recuou 0,14%, para R$ 2,138. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista também terminou em baixa de 0,14%, a R$ 2,1370. No Brasil, o Banco Central fez leilão de compra à tarde, em que aceitou sete propostas à taxa de corte de R$ 2,1335 - valor em linha com a cotação do dólar à vista na BM&F naquele momento. No leilão, as instituições participantes apresentaram cerca de 21 propostas com taxas de R$ 2,132 a R$ 2,136. No mercado interbancário, o dólar comercial oscilou entre a mínima de R$ 2,127 e a máxima de R$ 2,145. Para a Bovespa, a questão mais relevante é saber se com essa melhora do ambiente externo o fluxo estrangeiro vai voltar. A maioria dos analistas ainda acha que as compras por partes de estrangeiros internacionais só deverão ser retomadas a partir de setembro. No acumulado do ano, há déficit de R$ 1,033 bilhão em capital estrangeiro na Bolsa paulista. Entre os maiores ganhos do dia estiveram as ações da Companhia Vale do Rio Doce, que reagiram à notícia de que a Teck Cominco desistiu de comprar a mineradora canadense Inco. Com isso, diminui o risco de a Vale aumentar a oferta pela mineradora canadense. O papel ordinário da Vale terminou em alta de 2,66% e o papel preferencial teve ganho de 1,57%.