O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse nesta sexta-feira, 5, que o banco continua esperando uma melhora nos resultados ao longo do ano. Ele destacou que o primeiro trimestre foi volátil, mas que encerrou de modo mais positivo com a divulgação da proposta de arcabouço fiscal pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Vemos o segundo trimestre ainda pressionado por conta da PDD (provisões contra a inadimplência), mas continuamos a ver uma melhoria de resultados ao longo do ano, com números melhores no segundo semestre”, disse Lazari em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre, divulgados ontem.
O banco fechou o primeiro trimestre com lucro de R$ 4,28 bilhões, queda de 37,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Lazari, o resultado veio dentro do esperado pelo banco. “As provisões seguem elevadas, mas dentro das nossas previsões”, comentou.
“É claro que em momentos como esse as pequenas empresas e as pessoas físicas sofrem mais, mas isso faz parte dos ciclos econômicos. As oportunidades da operação de varejo em um País como o nosso são enormes”, acrescentou.
Segundo o executivo, o banco continua perseguindo maior eficiência na rede de atendimento, com uma maior presença digital e revisões na rede física. O Bradesco tem fechado agências e convertido parte delas em unidades de negócio, unidades sem caixa e que são mais enxutas. “O nosso posicionamento é permanentemente ajustado para sermos eficientes”, afirmou.
O Bradesco, disse Lazari, tem como foco o equilíbrio no custo de servir, tornando o atendimento mais consultivo. Neste sentido, o banco deve investir R$ 6 bilhões em tecnologia neste ano, e pretende rodar 75% das transações de negócios em nuvem até 2025. Hoje, já roda 35% delas em plataformas na nuvem.
Ainda de acordo com o presidente do banco, o investimento em atendimento mais consultivo inclui a área de investimento. “Neste ano, estamos expandindo equipe de especialistas em investimentos em 40%, e não vamos parar por aí”, comentou.
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Crise bancária nos EUA
O presidente do Bradesco disse não ver reflexos da crise dos bancos médios nos Estados Unidos sobre o mercado brasileiro, e considera que o Bradesco Bank, operação do conglomerado em solo americano, está protegida da piora das condições naquele mercado.
“Não vemos um reflexo no Brasil, que tem regras mais rígidas, até pelo passado já remoto que temos”, disse. Lazari destacou ainda que o Bradesco Bank, sediado na Flórida, tem vetores diferentes dos bancos de médio porte que quebraram nos EUA nos últimos meses. Segundo o executivo, a inadimplência do banco é baixíssima, porque a carteira é exposta a linhas como o imobiliário, e os clientes são de alta renda.
“Com relação aos bancos que vimos (quebrar), o Bradesco Bank não tem os mesmos problemas”, afirmou.